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domingo, 9 de abril de 2017

Proibido a libido

O calor, a chama
Se proibido, queima por dentro, derrama,
A libido, o terá corroído,

Gemidos na cama, no odor, no centro, na grama
Em uivos, pra lua ou pra mãe terra,
Em lagos, no sereno da seresta,
Mais perto do céu, que sempre abraça,
O toque sem surpresa, e ainda gostoso,
Mas nada melhor, que o toque d'outro, 
Dedos pomposos, traçam,
Calafrios e cócegas, falam,
Um convite de deuses, banquetes, 

Em bocas, línguas,
navalhas, boquetes, em jarros,
Nos detalhes das mãos, no encontro dos corpos, 
Na exploração, que não oprime,
Na pressão que redime, que benção,
No amor, na linguagem sem verbos, 

Com bafos, com restos, de trapos,
Rasgados, comunicam-se, à empatia,
Nostalgias, risos, goles, nada importa,
Se o presente é um presente,
A única fé, na única chama,
Que chama, mais que a semente, quer logo a raiz, 
Quer logo os pés, a caçoar com os dedos,
Quer proibir a libido, quer proibir a vida,
Quer proibir a única religião,

A única ferida, que deve ser lambida,
Viver e evoluir, 
No aprender,
No ir,
No ser,
No rir,
Nos desejos, nos gozos,
Nos jatos, rijos, no suor, dos outros,
Na energia que se perde, 
E na recarga, que em sua pele,

É proibido proibir,
Se entrega, e nas sensações,
Tateia os risos da vida,
Ao toque, no roçar, é proibido não sentir


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