Toda estrutura tem o seu fator g. Tudo aquilo que existe tem o seu centro, o seu núcleo. O fator g de uma célula, por exemplo, é o seu núcleo. Para que haja equilíbrio ou sustentação, é necessário que exista um fator g, a "ligação-mor"/ o padrão primordial subjacente, que reúne toda uma entidade e a torna possível de existir, de estar agrupada e coesa. E com a inteligência não seria diferente.
A inteligência é um macro-conceito que apresenta muitas perspectivas, lados ou facetas. De fato, estruturalmente falando, só existe uma inteligência, tal como só existe um organismo humano, por exemplo. No entanto o organismo humano, é a soma ''ou' a média de um todo, e este todo é composto por vários sistemas que colaboram uns com os outros, ou se complementam, mas que também apresentam funções próprias. Não existe tal coisa como "organismos do organismo", mas "sistemas/sub-organismos do organismo". Assim como também não existe "inteligências da inteligência" mas sim "sub-inteligências ou habilidades da inteligência", e que eu estou preferindo denominar de "sub-sistemas", e que também não é o mesmo que habilidades, mas em uma união entre aquelas que apresentam complementaridades entre si.
Nesses dois casos, o todo, novamente, é a soma de suas partes. Assim como um organismo humano, a inteligência também apresenta sistemas que apresentam funções específicas ou próprias e que também colaboram ou complementam uns com os outros.
A inteligência, apesar de ter a sua raiz concreta ou forma/ fisiologia, também é uma expressão, e na verdade nós só podemos defini-la com base em seu comportamento. Talvez todos os tipos de comportamentos e em especial aqueles que podem ser denominados como ''mais inteligentes'', tenham as suas respectivas e específicas assinaturas fisiológicas/neurobiológicas. Por exemplo, entre acreditar em deus, não importa a religião, e a de se tornar mais agnóstico [caracteristicamente falando, e não apenas da ''boca pra fora''], a 'escolha'' que é a mais ou unicamente inteligente será a segunda. Se existem assinaturas neurológicas específicas que resulte nesses comportamentos, crença ou agnosticismo, e de fato é muito provável de haverem, então esta assinatura os ''representará'', ou melhor, o comportamento [reação secundária] será forjado com base na interação entre o organismo [que já apresenta as suas características] e o seu ambiente, isto é, somos expostos, agimos e reagimos [interagimos], resultando disso em efeitos específicos, como os exemplos usados. E como eu sempre gosto de salientar, esses ''efeitos'' geralmente tendem a obedecer às suas respectivas ''causas''. É o que já falei rapidamente em um texto anterior, sobre a relação entre maior disposição para o pensamento literal e o ceticismo [quase conclusivo] aos sistemas de crenças de apelo metafísico.
Não usamos os nossos cérebros apenas por usar mas também ou especialmente para entender a realidade, de preferência, principiando pelo que mais importa, a espinha dorsal da macro-realidade, para sobreviver e/ou nos conservar o máximo que pudermos, e se possível, passar os nossos genes adiante. Entre rezar e esperar por milagres e de fato buscar pela solução concreta de um paradigma, é muito mais preferível o segundo. No quesito "compreensão factual" da realidade, trocar um ceticismo saudável pela internalização acrítica de um conjunto de crenças, especialmente em um cenário perigoso, pode ter graves consequências porque se estará trocando uma relação direta de compreensão entre o ser e o seu meio, por um sistema de crenças que se sobrepõe à realidade. Mas o caráter da inteligência não é apenas utilitário e portanto o simples fato de não nos deixarmos dominar por pensamentos estapafúrdios, já se consiste em uma importante vitória e que, pode não ser útil a curto prazo, mas que poderá ser a longo prazo. De qualquer maneira é sempre bom se basear em fatos, palpáveis, observáveis e comprováveis ou comprovados, para não cometermos erros que possam ser fatais para a conservação da vida e especialmente de nossas próprias vidas. É claro que, inevitavelmente acabaremos nos engajando em comportamentos de risco, com maior ou menor frequência, dependendo da pessoa e de suas disposições comportamentais ou ''gratificações existenciais''. O mais importante é, ter consciência ou conhecimento do grau de risco de cada ação, isto é, sabendo diferenciar correlação de causalidade, e causa de efeito, antes sabendo identificá-los, é claro. Este pode ser considerado como o núcleo da inteligência, se se consiste em duas das capacidades mais íntimas, basais e/ou estruturais ao reconhecimento de padrões.
Múltiplas inteligências
O modelo das múltiplas inteligências, como eu tenho falado, não está totalmente equivocado, porque o seu autor apenas especificou algumas das facetas mais importantes que compõem a inteligência, muitas dessas que os testes cognitivos tradicionais tem sumariamente desprezado. O problema é que ele [e muito de seus entusiastas] tem tomado cada uma dessas facetas como se fossem inteligências por seus próprios domínios, como se fossem independentes entre si, e não parece ser plenamente verdade que seja assim. De fato existe um modelo básico de inteligência que a priore todos aqueles sem graves sequelas ou anomalias apresentam a nível basal. Todos nós, superficialmente falando, estamos equipados com as mesmas "ferramentas" psico-cognitivas. No entanto nos diferimos nos dois aspectos fundamentais, psicológico e cognitivo, e por três vias: Tipo/combinação da arquitetura ou hierarquia, qualidade/autenticidade e quantidade/ intensidade.
Existe um modelo basal de inteligência tal como existe um modelo basal ou pretensamente ideal de corpo humano, moderadamente alto, musculoso e simetricamente construído. No entanto a diversidade biológica faz com que existam diferentes tipos de corpos assim como também em relação à mente.
Eu acredito sim que o cérebro seja mais descentralizado, e não necessariamente dividido em domínios independentes. Isto é, quando pensamos a partir de um certo estilo de pensamento, tendemos a nos enfatizar nele, obviamente falando, mas isso não significa que outros estilos ou recursos psico-cognitivos não estarão sendo secundariamente usados/ como auxiliares. É possível de se afirmar que, quanto mais pura ou homogeneamente carregada for uma tarefa, maior será a ênfase para certa função/parte do cérebro ou ''circuito'' da psico-cognição/inteligência. Por exemplo, quando estamos escrevendo um texto, ou quando estamos estudando gramática ou ortografia. No primeiro, é requerida uma abordagem mais integrada de vários recursos psico-cognitivos diferentes, desde a imaginação, até ao pensamento lógico. No segundo, a criatividade, por exemplo, será, tradicionalmente falando, menos requerida.
Os entusiastas da teoria das múltiplas inteligências, pelo que parece, dizem que o cérebro é modular, que existe mais de uma inteligência, porque existem diferentes ''circuitos'' e ''partes'' do cérebro que são independentes entre si, dando liga à ideia de ''múltiplas inteligências''. Se isso for mesmo verdade, e eu não vou pesquisar mais a fundo, então eu não concordarei porque parece claro que, nós temos um modelo, eu não diria ideal mas basal de inteligência, e que a partir dele, que a mesma se diversificará. Tal como dizer que, porque temos diferentes raças humanas, então devemos tratá-las como ''humanos literalmente diferentes'' ou ''espécies'' [''múltiplas espécies humanas'']. Percebam que todo o ser humano tem ''humanidades'' em comum, que lhes/nos são universais. Existe um modelo universal do que é ser humano, do nível humano de ser, que define e delimita a humanidade da ''não-humanidade''. Claro que esse modelo pode e geralmente muda. Por exemplo, o que se consistia em ser humano há 100 mil anos atrás, ou ''proto-humano'', hoje em dia, já não seria considerado como tal. Este fator g da humanidade faz com que não seja possível termos diferentes espécies humanas dentro de seu seio, claro, apenas se de fato, elas existissem, aí não teria como dizer o contrário. O mesmo para a inteligência humana, e talvez para qualquer outra espécie ou ser vivo. Não existem múltiplas inteligências humanas, porque o que de fato acontece é uma diversificação do seu modelo universal ou basal. Todo ser humano é capaz de aprender uma língua. Mas alguns são capazes de aprender várias línguas. Outros terão dificuldade para aprender ''idealmente'' o seu próprio idioma ou língua-materna. Existem ''múltiplas' combinações do mesmo modelo, em relação ao tipo dominante [ habilidades verbais, por exemplo], aos seus valores quantitativos [intensidade/ maiores habilidades verbais =grande vocabulário] e qualitativos [autenticidade/ melhores habilidades verbais = maior capacidade de ideações verbalmente criativas].
Deste modo existe uma estrutura que sustenta ou que interliga o cérebro/e o sistema nervoso periférico, fazendo-os aptos para funcionarem de maneira basal. E dentro desta estrutura existe o "comportamento inteligente", que por sua vez, revela outro sistema, o sistema da inteligência. Esta mesma estrutura também tende a mostrar-se de maneira mai polimórfica ou diversa, tanto a nível individual quanto a nível coletivo. Então temos a forma ou as características fisiológicas do sistema nervoso central/cérebro e sistema nervoso periférico/ligações nervosas nas outras partes do corpo. E em relação ao primeiro, mais particularmente falando, nós temos o sistema da inteligência intelectual ou psico-cognitiva, em contraste à cinestésica, que já se baseia no sistema que promove o comportamento desta natureza/sistema nervoso central.
Quando o indivíduo realiza uma ação inteligente, que pode ser baseada em qualquer uma das facetas do sistema-inteligência [criatividade, racionalidade, cognição, memória, etc] e a priore destituída de julgo moralmente benigno, ele está acessando o seu próprio sistema, agindo e reagindo. Dependendo do tipo de comportamento ele pode estar acessando mais ''os circuitos emocionais'' ou, sei lá, verbais, do sistema-inteligência. Sabe-se que a natureza do sistema-inteligência é onisciente ao comportamento, isto é, em cada ação nossa, precisamos acessá-lo, de modo que, como eu já falei algumas vezes, mediante certas perspectivas mais primordiais, inteligência e comportamento podem ser tratados como sinônimos.
O sistema-inteligência divide-se em muitas facetas/perspectivas/partes, algumas que já foram bem capturadas pela teoria das múltiplas inteligências: verbal, matemática ou numérica, musical, intrapessoal, interpessoal, corporal, naturalística (impessoal ou científica?)... No entanto eu resolvi propor uma maneira diferente de entender esse sistema, acoplando possíveis "novos" sub-sistemas e reunindo os já existentes só que dentro das mesmas categorias que, a meu ver, lhes são mais pendentes, e claro, me afastando da ideia de ''múltiplas'' inteligências, porém preservando a diversidade psico-cognitiva.
Vamos então à minha proposta semi-alfabetizada..
Sistema sensitivo:
5 sentidos
Primeiro ''sentimos''.
De acordo com a wikipédia, os órgãos dos sentidos é um conjunto de órgãos receptores externos de estímulos sensoriais. As suas funções são transformar os estímulos (luz, som, calor, pressão, sabor) em impulsos nervosos, onde esses percorrem as células nervosas até o centro nervoso, o cérebro (receptor interno).
Agora eu vou usar um pouco da teoria do cérebro trino para fomentar o que seria um desses sub-sistemas psico-cognitivos.
Sistema perceptivo:
- ''instintivo'',
-límbico ou emocional,
- lógico a racional
As ''3 percepções''**
Primeiro temos os tijolos ou sentidos, depois nós temos uma construção com tijolos e argamassa, ou percepções. Dos comportamentos mais básicos, mais oniscientes, tal como a constante percepção sensitiva ou via cinco sentidos, até aos que já começam a se tornar mais elaborados, como as percepções ''instintivas'', emocionais ou lógico/a racionais. Antes de tudo há de se dar nomes mais corretos a esses ''bois''. Como eu tenho falado, o instinto não é necessariamente ou especialmente a expressão de medo ou de qualquer outro sinal que nos avise de perigo iminente, fazendo com que busquemos por nossas sobrevivências. Ainda que essas expressões sejam universalmente presentes entre os seres vivos e que, quase todos eles sejam muito instintivos/não-reflexivos.
O que de fato se constitui o instinto é a sua natureza comportamental inata, isto é, que não pode ser apreendida. Se consiste no comportamento auto-projetado, isto é, expressando as ''intrinsecabilidades'', os traços intrínsecos em direção ao ambiente de vivência, pela forma, se projetando em comportamentos que apenas expressam as suas características. Existe uma grande relação entre instinto e agressividade, justamente porque esta tem sido uma das estratégias individuais mais bem sucedidas para a sobrevivência. Isto é, em um ambiente constantemente perigoso, muitos se não boa parte das espécies, e em especial as mais bem sucedidas, tem sido selecionadas para uma maior agressividade.
O potencial humano para aprender uma ou mais línguas, é instintivo ou apresenta bases instintivas. Em compensação a ou as línguas que aprendemos, não são intrínsecas ou instintivas, porque não nascemos sabendo falá-las, apesar de apresentarem bases ou raízes instintivas de qualquer maneira. A razão é muito simples, ''nós'' inventamos as línguas ou idiomas, e precisamos ser expostos aos mesmos para que possamos aprendê-los, aprendizado que tende a ser veloz/intuitivo, especificamente se acontecer durante a primeira infância.
Em compensação, haverá maior variedade e menor instintividade ou intrinsecabilidade para aprender a ler e a escrever, porque a influência ou dependência do ambiente, e não de si mesmo, será ainda maior. Não há a necessidade de lápis ou de escrita, para aprender uma língua, especialmente se, desde os primeiros meses de idade, já for sendo exposto a ela. Maior é a dependência pelas criações do homem, menor será a sua intensidade instintiva, ainda que, como todo comportamento [cognitivo ou psicológico/afetivo], tenha como base o instinto [geneticabilidade].
Em relação às nossas capacidades de detecção de perigos e instinto, por essa capacidade ser de extrema importância para a sobrevivência, então tem havido esta correlação extrema e talvez continue a haver, só que de maneira cada vez mais sofisticada, em um cenário futurista benigno em que a humanidade finalmente começará a deixar de chafurdar na lama da ignorância [rezem].
Sistema cognitivo [mecanicista]:
As cognições ou ''roldanas''
- comunicativo/descritivo [verbal]
- comparativo/quantitativo [numérico]
- manipulativo/ dimensional [espacial]
- memória
- autobiográfica [mentalista]
- semântica [mecanicista]
- curto prazo ou de trabalho
- longo prazo
- raciocínio
- fluido
- cristalizado
- convergente
- divergente
- transcendente/criativo
Interagimos, sentimos, percebemos, analisamos, criticamos, julgamos e internalizamos...
Eu enfatizei nesta ordem, do sistema sensitivo ao sistema cognitivo, para mostrar a origem e a finalização do pensamento, que brota pela simples sensação, e se finaliza, já de maneira bem mais elaborada, com base nos outros ''dois' sistemas, perceptivo e cognitivo.
Por exemplo, eu estou olhando para uma camisa amarela. Primeiramente eu estou ''sentindo'' ou reconhecendo com os olhos, a sua cor, se está amarrotada ou não, a sua textura, enfim, eu estou reconhecendo padrões via foco sensitivo, focando com a visão em uma determinada particularidade do ambiente em que estou despojado. Como é um objeto inanimado e que apresenta um nível excepcionalmente baixo de periculosidade ou de qualquer outra outra possibilidade mais aflorada, então o meu sistema perceptivo está em um estado emotivo, digamos assim, neutro. A existência de uma camisa amarela na cama dos meus pais, é um fato frio pra mim, é um fato porque é real, porque existe, e é frio, porque eu sou indiferente a ela. Se a camisa fosse minha, se eu lhe tivesse grande apreço e se um dos meus irmãos a estivesse usando, então é muito provável que a minha abordagem perceptiva se daria de maneira menos neutra e mais emocional. Em ambas as situações, eu estou reconhecendo padrões e os julgando de maneira emocional, que pode variar, desde a neutralidade até à grande importância pessoal. Em ambas as situações eu estou apenas usando a níveis mais básicos a minha compreensão factual, em relação à verdade objetiva, concreta ou imediata, assim como também a minha consciência estética, apregoando valor. Eu gosto da cor amarelo-esverdeado dessa camisa, especialmente quando está exposta à luz fraca de uma tarde nublada.
Os sistemas sensitivo e perceptivo apreendem ''impressões'' [realidades não-verbalizadas], o sistema cognitivo as transforma em verbalizações OU aumenta os seus níveis de nitidez. No entanto, este, a meu ver, seria o primeiro passo deste processo de análise-crítica. Isto é, o exemplo novamente: eu estou vendo a camisa amarelo-esverdeado amarrotada na cama dos meus pais, reconhecendo os seus padrões, e pelo fato de se consistir em uma interação não-dinâmica ou menos dinâmica, então isso não está aumentando a minha carga responsiva [''instintiva'', emocional ou neutra/lógica], que também pode ser denominado de ''estado emocional de descanso''. Depois do reconhecimento de padrões, inevitavelmente virá o julgamento do mesmo via sistema perceptivo. O sistema cognitivo talvez [parece evidente que sim] trabalhe de maneira integrada com os outros sistemas, ao invés de fazê-lo por último como pareço ter deixado a entender. Eu vejo a camisa, associo o seu formato à palavra ''camisa'', a sua cor à palavra ''amarelo'', percebo que tem um tom mais puxado pra verde, e a re-qualifico como ''verde-esverdeada''. A minha memória de longo prazo pode tentar lembrar dela, se a minha mãe já a usou outras vezes. A minha memória de curto prazo ou de trabalho pode ou não internalizá-la associando-a a um pertence de minha mãe. Se eu não tivesse a linguagem humana, talvez ainda pudesse ser capaz de entendê-la como um objeto específico/individual pertencente a uma classe específica de objetos [reconhecimento de similaridades e organização das mesmas em classes de elementos] assim como também pertencente à uma pessoa. O reconhecimento de padrões, então parece necessitar de todos os sistemas, enquanto que a consciência estética ou julgamento de valor, parece ter como ''última palavra'' o sistema perceptivo. O sistema cognitivo parece ser ao mesmo tempo auxiliar em relação aos demais, assim como também adicional, e claro que também me refiro ao sistema cognitivo avançado que apenas os humanos apresentam e que se manifesta com base em nossas tecnologias culturais como por exemplo os idiomas.
Autoconsciência e pensamento reflexivo, repensando o instinto...
Todos os seres vivos de uma maneira ou de outra: interagem/vivem, sentem, analisam e julgam. É na capacidade qualitativa/diversidade e quantitativa/tamanho de memorização + a autoconsciência alargada que se encontra parte importante do diferencial humano. E ambos estão diretamente relacionados com a redução do predomínio do instinto ou auto-projeção comportamental via impulsos inatos. O ser humano tem maiores horizontes de aprendizagem, enquanto que a maioria dos outros seres vivos não tem. O ser humano pode julgar a si mesmo de maneira mais sofisticada, pode repensar os seus atos com maior frequência e qualidade. O ser humano pode ficar mais vezes em segunda pessoa, como se pudesse sair do próprio corpo e se analisar. A grande maioria, se não a quase totalidade dos outros seres vivos não podem fazê-lo, ao menos em termos menos instintivos. Ressaltando que eu não acredito que o ''instinto foi reduzido'', mas sim o seu predomínio [sem falar que também tem sido deslocado para o lado social], porque se pensarmos nele como um potencial psico-cognitivo [tamanho e qualidade], então o instinto humano será dos maiores e mais sofisticados/ cérebros maiores.
Sistema mentalista**
Sentimos [sistema sensitivo], percebemos [sistema perceptivo], verbalizamos/ associamos a símbolos, analisamos, criticamos e julgamos [sistema cognitivo e perceptivo]... no entanto também combinamos os três, e disso pelo que parece resultará no sistema mentalista, que seria uma espécie de ''sistema-fantasma'' por não ser um domínio em si mesmo, por se consistir na mescla das 3 macro-estruturas que, supostamente, definem as nossas capacidades psico-cognitivas. Aí residiria a ''teoria da mente'' ou empatia. Usamos o reconhecimento sensitivo de padrões [reconhecer uma pessoa pelos cinco sentidos, mas primeira e geralmente pela visão], perceptivo e cognitivo, para realizá-la, que aliás se consiste em uma das atividades mais essenciais da mente, não apenas a humana. Não reconhecemos apenas o estado da mente dos outros seres humanos, mas também da própria realidade [seres de outras espécies, padrões impessoais, por exemplo, reconhecer a temperatura de um elemento não-humano, etc]. Claro que, quase sempre usamos abordagens integradas para entender a realidade [de maneira ideal], que deveria ser a nossa missão ''não-escrita'' e totalmente onisciente, se vivos, o que mais precisaríamos fazer seria justamente isso. No entanto, como eu já falei acima, dependendo da atividade, se poderá enfatizar mais em um desses sistemas, ''descentralizando'', ainda que no final, todas as abordagens serão de uma maneira ou de outra integradas.
Por enquanto é ''só'' isso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário