A metáfora é um meio de se concretizar com exemplos aquilo que pode estar muito abstrato de ser entendido. Algumas pessoas são mais propensas a ''se utilizarem'' delas. Eu pesquei agora pouco um insight sobre este assunto e justamente por isso que estou aqui redigindo este texto. O pensador metafórico, pelo que parece, por não ser capaz de entender abstrações com facilidade, precisa recorrer à metáfora como uma maneira de compensar esta dificuldade, porque é ela que as concretizará por meio da construção de analogias, da abstração, para uma realidade mais concreta, mais visível de ser visualizada e portanto mais fácil de ser entendida.
Nós temos os pensadores mais concretos, mais empíricos, convencionais, mais fechados à ideações e entendimento das abstrações mais complexas.
Temos os pensadores mais abstratos, que tendem a ser opostos aos concretos, e por fim nós temos os pensadores que encontram-se entre esses dois, mais extremos, e eu acredito que a maioria daqueles que tem maior facilidade e mesmo necessidade de usar metáforas para entender a realidade serão encontrados no meio deste espectro, incluindo aí os pensadores mais criativos, se o pensamento metafórico costuma ser muito recorrente a preferencial também entre esses tipos para que possam se enviesar em ideações divergentes.
E a racionalidade/sabedoria*
Sábios e racionais, inevitavelmente acabarão se localizando também no meio deste espectro, do que entre os mais abstratos [vulnerabilidades para apofenias] ou entre os mais concretos [vulnerabilidades para déficit em ideações abstratas e expansão da compreensão factual]. Eu também poderia apostar uma correlação positiva entre uma maior tendência para o pensamento ou ideação abstrata e maior inteligência cognitiva/psicométrica, e uma menor correlação entre o pensamento concreto e maior QI, uma maior correlação entre: ideologia esquerdista ou ''não-convencional'', maior abertura para a experiência e maior capacidade para o pensamento abstrato.
Os mais racionais a sábios, precisam tanto da concretude quanto da abstração para melhor entender a realidade, de maneira que, muito no concreto, e não conseguirão produzir insights construtivos e factualmente corretos, e, muito no abstrato, e poderão se perder do chão da lógica, se enviesando em teorias que se distanciam muito daquilo que já se conhece ou mesmo que pode ser facilmente reconhecido e entendido a olho nu.
No mais é isso, os pensadores que mais se utilizam de metáforas para entender ''o mundo'', o farão porque se encontrarão a meio caminho entre a concretude e a abstração, apresentando um certo ''déficit' para entender a segunda e se utilizando de recursos para compensá-lo, especificamente com base em analogias que transformam ideias abstratas em concretas, que podem ser melhor entendidas ou ''visualizadas' desta maneira.
Também poderíamos entendê-los como pensadores mais simples, porém mais práticos, e portanto corretos, do que aqueles que apresentam grande motivação para produzir linhas de pensamento demasiadamente sofisticadas, isto é, denotando que, as abstrações mais complexas e mesmo confusas, costumam ser o resultado de sobreposições de construções desta natureza, abstrata, e/ou do uso de vocabulário muito rebuscado que tende a resultar em uma leitura menos objetiva.
A metáfora é mais didática tanto para quem já apresenta dificuldades generalizadas para entender as abstrações [pensadores mais concretos] quanto para os pensadores metafóricos, que, a meu ver, estarão entre esses dois tipos mais extremos.
Exemplo: DNA.
É fácil para um pensador abstrato, especialmente aquele que for especializado nesse assunto internalizar e entender o que o termo DNA significa. A sua capacidade cognitiva mais avantajada neste sentido, parece que associa com maior facilidade o significado desta sigla. O mesmo não é verdadeiro para o pensador mais concreto que, ao não ter uma referência no mundo prático, em que vive, será menos propenso a compreendê-la. Algo parecido acontece para o pensador metafórico, se a metáfora já se consiste em uma concretização da abstração. Então como método criativo habitual, o pensador metafórico ''traduz'' a abstração para o concreto. Logo ele conseguirá entender um pouco melhor o conceito do DNA a partir do momento em que busca por exemplos similares no mundo concreto e mais pessoal, para associá-los ao mesmo.
DNA: ''o fator g'' dos genes, o ''responsável'' que armazena e organiza toda a papelada que está sendo usada na construção de um prédio, enfim, aí fica com a imaginação de vocês...
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