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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

''Quem você pensa que é pra me chamar de ''esperto bobo'' [clever silly]'' **

Bruce Charlton, que eu já ''elogiei'' em outros textos, especialmente no velho blogue, foi quem cunhou o termo ''clever silly'' ou ''esperto bobo''. 

Vamos ver qual é a definição sucinta pelo próprio Charlton:

''Indivíduos 'com' alto qi + pontuação elevada em abertura para experiência''. Eles sobrepõem o ''senso comum'' (inteligência social) e são atraídos por ''ideias evolutivamente novas'' (ateísmo, socialismo, libertarianismo).''

Vamos por partes.

O senso comum como eu já falei antes, se consiste, bem, naquilo que já está deixando explícito, aquilo que é tomado como o 'certo' de acordo com a ''opinião dominante, da maioria'', que são opiniões comuns. O senso comum é altamente mutável e aquilo que as pessoas acreditam hoje, pode mudar, inclusive de maneira completa, daqui a alguns anos ou décadas. O senso comum é uma espécie de bom senso pela metade, como eu tenho repetido várias vezes, em que se toma (uma) metade como se representasse um inteiro, normalizando e socializando uma diversificada panaceia de ideias/ações que não estão idealmente/racionalmente corretas. 

Segundo Charlton os ''clever sillies'' mais proeminentes de nossa era, os esquerdistas, em média (ou desproporcionalmente falando), teriam deixado de lado, de maneira consciente (mentalmente analfabeta), o velho senso comum conservador e adotado o novo senso comum que é socialmente liberal e por razões pragmáticas, de status social/intelectual, para colher pra si próprios as benesses de se estar do mesmo lado da ''maré da conformidade'' assim como também por razões puramente intelectuais, por acreditarem que tudo a quase tudo aquilo que o esquerdismo/nova esquerda diz esteja absolutamente correto, sem analisar, criticar, ponderar, enfim, sem pensar racionalmente se de fato estão corretos.

Primeiro parte-se da ideia de que muitos subtipos de esquerdistas, por exemplo, a maioria dos homossexuais, sejam na verdade de pessoas comuns que decidiram seguir a maioria dos pressupostos esquerdistas, isto é, que se consistem em tomadas CONSCIENTES de decisão, enquanto que na verdade mais parece que, de fato, uma boa parcela dos modernos ''esquerdistas'' abraçaram esta ideologia, não por serem de espertos bobos, isto é, usando conscientemente as suas inteligências (e fracassando no meio do caminho), se adaptando a uma nova realidade social, que é culturalmente esquerdista, mas porque o esquerdismo ou nova esquerda apenas os defende, superficialmente falando (ou com segundas intenções), enquanto que do outro lado do espectro ideológico/político, o contrário será o mais provável de ser. 

''As pessoas mais inteligentes são mais propensas a buscarem, tolamente falando, por ideias 'evolutivamente novas' como o ateísmo''

Interpretação possivelmente equivocada

''Existe uma maior proporção de pessoas que são 'mais inteligentes' que estão mais propensas a apresentarem mutações em seu dna resultando em uma série de comportamentos, recreativos à minoritários, em relação a muitos cenários culturais humanos, como, a homossexualidade e o ateísmo''

Interpretação possivelmente correta desta correlação '' 'inteligência' e 'esquerdismo' ou 'pseudo-humanismo secular' ''

E existem vários outros aspectos a serem considerados aí. Primeiro, aquilo que já havia comentado, e no velho blogue. O que diabos seriam esses ''comportamentos ou ideias evolutivamente novos''*

Olhem para o termo ''evolutivo'' aí embutido. A ideia de evolutivo pode e usualmente se relaciona com a cultura, mas há de se ter grande precaução para se relacioná-los como se fossem quase as mesmas coisas. Portanto, dizer que o ''comunismo'' ou o ''libertarianismo'' que são dois sistemas políticos ou invenções culturais humanas, tal como uma pedra lascada, se consistam, primeiro, em comportamentos puramente evolucionários, tal como ''andar bípede'' e ''pensar de maneira reflexiva'' (ação primária), e segundo, que sejam novos, me parece potencialmente equivocado. 

Os desejos humanos por: igualdade e/ou justiça social (supostamente aquilo que o esquerdismo advoga), suas reservas em relação à religião (no caso do ateísmo como ''evolutivamente novo'') ou a ideia de liberdade, não são exatamente novos, da maneira com que Charlton parece estar pensando que são. 

Ateísmo é tão ou mais antigo que religião, que nos textos anteriores que produzi para refutar esta ideia de ''evolutivamente novo'', mais necessariamente a teoria da inteligência de Satoshi Kanazawa, eu defini como possivelmente nova, visto que apenas o ser humano que é capaz (tolamente hábil) para inventar e para crer em religiões.

A ideia de igualdade ou justiça social é tão ou mais antiga que Robin Hood, visto que desde a muito que as sociedades humanas tem sido absurdamente irracionais.

A ideia de liberdade é tão ou mais antiga que a própria humanidade. 

No mais, convenhamos, Bruce Charlton é fervorosamente cristão, quem é ele pra chamar alguém de ''tolo''**

Bem, uma coisa NECESSARIAMENTE não teria que ver com a outra, porque, afinal de contas, pessoas tolas como ele, especialmente em relação à esta sua particularidade, podem, sem problemas, desenvolver/ter insights factualmente corretos sobre certo assunto e sem deixar de serem tolas, claro, novamente, neste caso.

Em um mundo em que a tolerância por contradições internas são a regra e não a exceção, por causa desta constante fricção humana entre a sua atual condição lógica e a um possível destino racional, evolutivamente racional, este tipo de situação é perfeitamente comum.

No mais, de resto, Charlton, assim como a grande maioria dos seres humanos, que é repetido depressivamente por mim em meus textos, ao, não apenas tolerar, mas tomar como verdade as suas contradições morais/perceptivas internas, dificilmente conseguirá superar este estágio tão comum de incompletude racional ou Lógica. 

Charlton apenas deu um nome bem fácil de entender sobre certos tipos de seres humanos, que, eu não diria, sejam uma minoria, mas que se consistam em versões aberrantes da maioria, que também costuma ser de ''bobos espertos'', pois confundem esperteza com sabedoria.

Resumindo, o autor do termo também é um esperto bobo, só que não se deu conta desta valiosíssima realidade, a famosíssima e ilustríssima ''deficiência em autoconsciência''...

Em um vídeo que estou vendo (não me perguntem se o estou acompanhando, isto é, entendendo perfeitamente o que está sendo dito, até porque está em inglês), o palestrante que se consiste em outro pesquisador/cientista HBD-orientado, Michael Woodley, também está mostrando em um slide, o seu próprio conceito, diga-se, mais desenvolvido do que de Bruce Charlton, sobre o que seria o tal ''esperto bobo'' (esquerdista, claro, desprezando todos os outros tolos de outras matizes ideológicas, como eu falei agora pouco, ''estamos todos, de início, de espertos bobos, e poucos que ascenderão a estágios menos nauseabundos de incompletudes/imperfectibilidades comportamentais ou intelectuais''). Woodley escreveu no final que os ''espertos bobos'' seriam de socialmente inteligentes.

 Tai algo mais interessante para se pensar. De fato todo aquele que se conforma, bem ou mal, em relação à ''ordem do dia'' poderia ser considerado como ''socialmente inteligente''. Há novamente um comum problema aí, porque existem diferentes formas de se ser socialmente inteligente, como eu já comentei antes, pode-se ser socialmente inteligente em teoria/observação, mas isso não se reverberar na prática, e o contrário também é muito comum, isto é, uma assimetria entre a ''teoria'' ou observações perspicazes e entre a ação, a realidade. 

A única maneira de comprovar que os [esquerdistas] ''espertos bobos'' sejam de ''socialmente inteligentes'' seria com base na observação a longo prazo de seus comportamentos, se eles (todos eles, a maioria deles, desproporcional, subgrupos deles, etc) são subconscientes ''Marias-vai-com-as-outras'', de socialmente adaptáveis, diga-se, cinicamente adaptáveis, ou se o meu cenário proposto logo acima esteja mais correto, de que eles (todos eles, a maioria deles, desproporcional, subgrupos deles, ''etc') na verdade tendam a aderir ao ''esquerdismo'' porque o mesmo se consiste em uma parcial a predominante cultura, em um reflexo de suas próprias características, por exemplo, a grande proporção de homossexuais que se consideram como esquerdistas ou a grande proporção de ateus/agnósticos, se o outro lado quase sempre será mais normativo e religioso, sem falar que ''entrar dentro do trem da conformidade'' também pode fazer muito bem pra pele e pra autoestima, porque com a popularidade, haverá um aumento na probabilidade de se ser exaltado para os tais louros da fama, artística, paroquial, científica ou intelectual. 

Portanto ao invés de, a maioria dos esquerdistas, os ''espertos bobos'' de Charlton de Woodley, serem de, bem, de sociopatas de alto funcionamento, extremamente afiados em suas capacidades de 

perceberem a realidade, em sua integridade acultural

e de se aproveitarem desta vantagem, se conformando à ela

eu acredito que entre os auto-declarados ''esquerdistas'' haverá tanto de

''espertos bobos'' ou pessoas com maiores capacidades cognitivas secundárias (verbal, matemática, espacial) mas menores capacidades cognitivas primárias (pensamento: ilógico,lógico, racional, sábio)

quanto de 

psicopatas ou ''anti-sociais'', afiados na capacidade de emular a ''ordem do dia'' para fins evolutivamente eficientes ou egoisticamente corretos, que fingem algo em troca de vantagens sociais e econômicas. 

Por fim 

- todos nós somos de espertos bobos ou de idiotas úteis porque, a priore, somos ou achamos que somos muito espertos, e tendemos a dar preferência pela esperteza do que pela sabedoria, tendemos a acreditar e a forçá-las na realidade as nossas fantasias, somos idiotas, de início, e tendemos a ser úteis, não pra nós, mas em especial para os que lucram com a nossa usual ignorância e estupidez,

- os espertos bobos não são apenas de esquerdistas pós-modernos, e o autor que cunhou este termo é um exemplo claro disso, pois se consiste em um cristão fervoroso (parece) pré-moderno,

- eles não são mais propensos a aderirem à ''comportamentos evolutivamente novos'', porque esses comportamentos ou ideias não são nem novos, e nem puramente evolutivos, mas derivativos das invenções culturais (são reações secundárias e não de ações primárias),

- a maioria deles não é de ''socialmente inteligentes'', a não ser se for comprovado que de fato eles sejam de camaleões natos, mas pode ser possível dizer que existam subgrupos deles, dentre os ''espertos bobos'' da esquerda, que são de fato de sociopatas de alto funcionamento ou de excepcionais camaleões sociais, que emulam a paisagem cultural atual e que podem mudar de comportamento sem qualquer peso na consciência, acaso os ventos mudarem de direção, isto é, o ativista social pode voltar a ser mais conservador, por puro cinismo ou talvez, também porque a sua biologia comportamental é perita neste tipo de estratégia evolutiva/sobrevitiva,





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