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terça-feira, 12 de novembro de 2024

"Trump é ruim, mas Kamala é boa" (um teste específico de inteligência emocional/ingenuidade) /"Trump is bad, but Kamala is good" (a specific test of emotional intelligence/naivety)

 Que Donald Trump está longe de ser o melhor ser humano do mundo, isso é muito óbvio. Agora, que Kamala Harris também não se qualifica nessa categoria e, nesse sentido, se equipara a Trump, pode não tão ser evidente assim. De qualquer maneira, é perfeitamente possível compilar evidências de que essa mulher também não tem caráter (desprezando que, na atual conjuntura política dos EUA e do mundo ocidental, Trump acabaria caindo em uma posição política ou elegível de "menos pior" se comparado a ela), de que ela, tal como é típico de sua trupe ideológica, se passa de boa samaritana, defensora dos pobres e oprimidos, mas, na verdade, é uma hipócrita profissional, carreirista política dedicada (do tipo que já está há muitos anos mamando nas tetas do governo/estado americano), além de também não apresentar intelecto suficiente para administrar uma cidade, estado ou nação, se defende muitas políticas públicas claramente problemáticas que não se baseiam em evidências, fatos ou razão, que não resolvem, mas causam novos problemas, que são injustas... 


Portanto, é possível por esses dois analisar o nível de inteligência emocional e que também pode ser um teste específico de capacidade racional, de julgamento, em que julgar o caráter (personalidade, histórico, intencionalidade...) de Trump, um homem de negócios tipicamente ganancioso e egoísta, parece mais fácil do que fazê-lo com Kamala. Mas conseguir perceber o que está além das aparências é um teste mais robusto de inteligência, não apenas de inteligência emocional, e nesse teste, quem julga Kamala como muito melhor que Trump, ou até como uma pessoa conclusivamente de boa índole, está demonstrando ter um alto nível de ingenuidade, que talvez possa indicar um cenário pessoal mais generalizado, em que as aparências tendem a enganar mais frequentemente. É a diferença de apenas constatar o que se vê, com a necessidade de ter um maior esmero e ver, não o que se vê de primário ("eu sou a favor da solidariedade com imigrantes e refugiados"), mas no que não se revela em um primeiro olhar (fez sua carreira política com base no vitimismo identitário eleitoreiro do "vote em mim, porque sou uma mulher de cor" e as políticas que defende, mesmo se primariamente bem intencionadas, são radicais, extremistas ou imprudentes, como a de imigração em massa / são negacionistas quanto às evidências históricas e atuais do quão problemático pode ser o multiculturalismo; se baseiam em falácias morais e/ou chantagens emocionais, e por isso, causam transtornos ou problemas, especialmente para as classes menos abonadas. Então, é fácil ser a favor delas quando se vive longe dos problemas importados, quando se vive no privilégio, como essa Kamala, diga-se, sempre viveu). 

Como conclusão, se você só consegue detectar mal caráter quando está explícito, é provável que tenha uma inteligência emocional no nível de uma criança, subdesenvolvido ou precário, específico às capacidades de detecção de engano ou mentira e de julgamento de intenção ou índole...

Pois é a partir desse teste que também se percebe o quão entrelaçadas ambas a inteligência emocional e a racionalidade costumam estar.

 

That Donald Trump is far from being the best human being in the world is quite obvious. Now, that Kamala Harris also does not qualify in this category and, in this sense, is on par with Trump, may not be so obvious. In any case, it is perfectly possible to compile evidence that this woman also has no character (ignoring that, in the current political situation in the US and the Western world, Trump would end up falling into a political or elective position of "least worst" compared to her), that she, as is typical of her ideological troupe, pretends to be a good Samaritan, a defender of the poor and oppressed, but, in reality, is a professional hypocrite, a dedicated political careerist (the kind that has been sucking on the teat of the American government/state for many years), in addition to not having enough intellect to run a city, state or nation, and defending many clearly problematic public policies that are not based on evidence, facts or reason, that do not solve, but create new problems, that are unfair...

Therefore, it is possible for these two to analyze the level of emotional intelligence, which can also be a specific test of rational capacity, of judgment, in which to judge the character (personality, history, intentionality...) of Trump, a typically greedy businessman, seems easier than doing so with Kamala. But being able to see beyond appearances is a more robust test of intelligence, not just emotional intelligence, and on this test, anyone who judges Kamala as much better than Trump, or even as a conclusively good-natured person, is demonstrating a high level of naivety, which may indicate a more generalized personal scenario in which appearances tend to be more often deceiving. It's the difference between simply noting what you see, and the need to be more careful and see not what you see at first glance ("I'm in favor of solidarity with immigrants and refugees"), but what is not revealed at first glance (she built her political career based on the electoral identity victimhood of "vote for me because I'm a woman of color" and the policies she defends, even if primarily well-intentioned, are radical, extremist or reckless, such as mass immigration; they deny historical and current evidence of how problematic multiculturalism can be; they are based on moral fallacies and/or emotional blackmail, and therefore cause problems or disruptions, especially for the less well-off classes. So, it's easy to be in favor of them when you live far from imported problems, when you live in privilege, as Kamala, let's say, has always lived). In conclusion, if you can only detect bad character when it is explicit, it is likely that you have emotional intelligence at the level of a child, underdeveloped or precarious, specific to the abilities to detect deception or lies and to judge intention or nature...

Because it is from this test that we also realize how intertwined both emotional intelligence and rationality tend to be.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Especulação sobre a distribuição geográfica, étnica/racial, sexual... dos tipos humanos definidos pelo autor de "As leis fundamentais da estupidez humana"

 Carlo Cipolla, economista italiano que escreveu esse livro e que eu já comentei e critiquei em alguns dos meus textos. Nesse texto, irei especular sobre como se distribuem esses tipos ou fenótipos/arquétipos... 


Primeiro, vamos a eles:

O inteligente: cujas ações beneficiam a si mesmo e aos outros 

O bandido: cujas ações beneficiam a si mesmo às custas dos outros 

O ingênuo: cujas ações beneficiam os outros às suas custas 

E o estúpido: cujas ações prejudicam a si mesmo e aos outros

Eu já fiz um texto criticando essas leis e o que ele escreveu sobre elas. Por exemplo, eu critiquei a definição restrita do tipo estúpido, como se o ingênuo e o bandido também não pudessem ser considerados como categorias de estúpidos. Apesar de considerar a minha crítica válida, aqui não é mais importante enfatizar esse apontamento já que será a partir das definições propostas pelo Cipolla que eu irei trabalhar a minha especulação sobre a distribuição das mesmas entre os grupos humanos. 

Cipolla também escreveu sobre o que acontece (de óbvio) em uma sociedade quando há um predomínio crescente de estúpidos, em sua quinta lei fundamental da estupidez humana. Eu coloco nesse texto um trecho relevante para ilustrar seus pensamentos específicos a esse tema, embaixo:

Quinta lei 

5. A pessoa estúpida é a pessoa mais perigosa que existe.

''E seu corolário:

Uma pessoa estúpida é mais perigosa que um bandido.

Não podemos fazer nada sobre os estúpidos. A diferença entre as sociedades que desmoronam sob o peso de seus cidadãos estúpidos e aquelas que os transcendem é a composição dos não estúpidos. Aqueles que progridem apesar de seus estúpidos possuem uma alta proporção de pessoas agindo de forma inteligente, aqueles que contrabalançam as perdas dos estúpidos trazendo ganhos para si e para seus semelhantes.

As sociedades decadentes têm a mesma porcentagem de pessoas estúpidas que as bem-sucedidas. Mas eles também têm altas porcentagens de pessoas indefesas e, escreve Cipolla, “uma proliferação alarmante de bandidos com conotações de estupidez”.

“Essa mudança na composição da população não-estúpida inevitavelmente fortalece o poder destrutivo da fração [estúpida] e torna o declínio uma certeza”, conclui Cipolla. “E o país vai para o inferno". 

(Eu também critiquei o que ele pontuou nesse trecho, nesse texto: "Analisando criticamente as 5 leis da estupidez humana").



Proposta especulativa sobre a distribuição dos tipos ou categorias de pessoas definidos por Carlos Cipolla 


Inteligente, ingênuo, bandido (ou esperto) e estúpido

* Esses tipos parece que são definições resumidas de composições de traços de personalidade e inteligência em que uma das características tende a se sobressair mais, por exemplo, a ingenuidade.

* Entre o inteligente e o estúpido, o ingênuo e o bandido também podem ser considerados tipos mistos que combinam traços desses fenótipos que seriam mais regulares, justamente os primeiros citados. 

Em ordem crescente, dos tipos mais comuns aos mais incomuns, com base no contexto atual, ano de 2024, e considerando as perspectivas individual e social.

Valendo ressaltar que não irei me arriscar mais, especulando porcentagens de como esses tipos se distribuiriam e que, portanto, mesmo o tipo menos comum para determinada população, de acordo com a minha especulação, não está explícito de que seja muito menos comum do que os outros. 

Por distribuição geográfica:

Américas:

América do norte 

EUA: ingênuo, inteligente/bandido/ estúpido

Canadá: ingênuo, inteligente, estúpido/bandido

México e América Central: ingênuo/ bandido/estúpido, inteligente 

Brasil e América do Sul (excluindo Argentina e Uruguai): ingênuo/ bandido/estúpido, inteligente 

Argentina e Uruguai: ingênuo, bandido/ estúpido/inteligente

Haiti(?): bandido/estúpido, ingênuo, inteligente

Comentário: uma constante em muitos países é o possível predomínio do tipo "ingênuo", cujas ações beneficiam os outros às suas custas, principalmente pelo contexto social, já que não há nenhum país que não esteja socialmente estruturado de uma maneira que produza uma pirâmide hierárquica de parasitismo das classes mais altas, no topo, em relação às outras classes, se diferindo apenas no quão desigual e explícito se expressa esse parasitismo, menos significativo, porém, existente, em "democracias sociais" de primeiro mundo, como os países escandinavos, e mais significativo em países subdesenvolvidos. 

No caso das Américas, eu percebo uma grande diferença nessa distribuição de tipos humanos propostos por Cipolla, em que os dois únicos países americanos de primeiro mundo, e que não são paraísos fiscais do Caribe, Canadá e EUA, apresentariam uma distribuição menos problemática, ainda com diferenças entre eles mesmos: o primeiro mais parecido com um país europeu, e os EUA em uma situação distributiva mais singular, mediante sua própria diversidade interna e idiossincrática, resultante de suas dimensões superlativas de território e demografia, bem como de sua história ímpar. A minha especulação também ressalta algo que, para muitos, especialmente latino americanos, é considerado uma verdade inconveniente, de que são os seus/nossos próprios povos que, em média, contribuem para manter seus/nossos países em um estado de subdesenvolvimento, não apenas a culpa histórica do colonizador europeu ou de suas "elites" político econômicas, se estas também tendem a expressar uma falta de caráter  comum nas populações desses países, de serem representativas das mesmas. Daí a maior proporção do tipo "bandido".  

Eu destaquei o Haiti, por ser o país mais pobre das Américas: a metade da ilha Hispaniola, marcada por uma história de guerras civis, ditaduras sangrentas e pobreza predominante. Pois um país tão caótico e precário, como esse, por acaso é produto apenas de sua história conturbada ou também de sua própria população?? (Excetuando sua fração "inteligente" que, definitivamente, não parece se consistir em uma maioria). Além disso, seu status de estado-pária social e político, que se arrasta por muitas décadas, também pode estar contribuindo para empoderar os tipos mais egoístas de sua população, muito abundantes em seus espaços de poder e típico de ditaduras ou estados autoritários. De qualquer maneira, também é possível especular se esse tipo é mais comum nesse país do que em outros (algo mais intrínseco) e se esse fator seria parte importante de explicação para a sua situação muito problemática. 


Europa: 

Europa Oriental: ingênuo, bandido, inteligente, estúpido 

(Países como Eslovênia e Estônia se sairiam melhor, pelo menos de acordo com os seus indicadores socioeconômicos) 

Europa Ocidental: ingênuo, inteligente/bandido, estúpido 

Europa Setentrional (Escandinávia): ingênuo, inteligente, estúpido/bandido

Europa Meridional: ingênuo/bandido, inteligente, estúpido

Comentário: Estereótipos se confirmando?? 

Europeus meridionais e orientais, em média, mais corruptíveis e, portanto, com mais bandidos, proporcionalmente?

Norte europeus, em média, mais ingênuos?

Talvez, reflexivo das próprias distribuições dos tipos de personalidade, em que os introvertidos seriam mais comuns entre os tipos ingênuo e inteligente (mais comuns no norte do velho continente), e os extrovertidos entre os tipos bandido e estúpido (mais comuns no sul da Europa). 

Mas, tipos introvertidos também parecem ser mais comuns na Europa Oriental. Pois uma possível diferença em relação à Europa Setentrional, que também explicaria suas diferenças culturais e políticas, seria a variação dos traços de personalidade, por exemplo: tipos melancólicos, mais ingênuos, mais comuns na Escandinávia e coléricos, mais propensos a serem de espertos ou bandidos, mais comuns na Europa Oriental (com base na tipologia de personalidade dos quatro temperamentos, que eu já sugeri ratificar como válido, excluindo apenas a hipótese relacionada à saúde que também foi desenvolvida na Grécia clássica e pela qual os quatro temperamentos derivam); além de diferenças histórico-contextuais, ainda que diferenças étnicas* entre nórdicos//germânicos e eslavos pareçam ser mais profundas do que resultados exclusivos de suas respectivas histórias.

* Correlativas com variações de traços mentais, de personalidade (intensidade, tipos) e inteligência (níveis, tipos...) 

É até interessante pensar como esses tipos propostos podem ser mais abrangentes como definições de inteligência do que outras maneiras de abordá-la e compará-la, tal como por teste de QI, se a mesma não se expressa apenas por meio de capacidades cognitivas tipicamente consideradas, de natureza técnica, como as capacidades linguísticas e matemáticas, mas também por meio da criatividade, da racionalidade e da inteligência emocional, isto é, de natureza contextual, se manifestando em todos os contextos, em que a participação e a influência dos traços de personalidade, considerados "não-cognitivos", é tão importante quanto os 'cognitivos". 

Também seria importante pensar sobre o quão intrínsecos são esses tipos: o quanto são reflexos reativos aos meios em que vivemos, de contextos mais específicos, e o quanto refletem nós mesmos, ou nossas disposições mais profundas...

Se, por exemplo, indivíduo X é mais ingênuo por razões estruturais ou também genéticas/biológicas//hereditárias?? 

Eu apostaria que é uma combinação dessas influências e mais, em que fatores intrínsecos, do próprio indivíduo, seriam mais influentes ou determinantes, ainda que os fatores extrínsecos, do meio, também têm um papel de influência, mas mais no sentido de contribuírem para canalizar tendências pré existentes e nunca de forjá-las sem um contexto anterior de predisposição, de modo que, se fulano é mais ingênuo, não é exclusivamente por causa do seu meio, mas também por já apresentar essa tendência ou predisposição e que foi exacerbada por suas interações nos ambientes em que se encontra. Portanto, esse pensamento sugere um constante atravessamento ou interseção entre as perspectivas individual e contextual, novamente, o exemplo do possível predomínio de ingênuos na maioria dos países, não apenas por disposição intrínseca, mas também como reflexo de como as sociedades estão organizadas (de modo variavelmente parasitário em que involuntariamente coloca na posição de subalterno enganado ou explorado a maioria da população).


África: 

África do Norte: bandido/ingênuo, estúpido, inteligente 

África Subsaariana: bandido, estúpido/ingênuo, inteligente 

Comentário: me perdoem todos aqueles bons samaritanos que cultivam apenas pensamentos fofinhos sobre a nossa espécie, especialmente sobre determinados grupos que apresentam um histórico e um presente de pobreza e atraso civilizacional (ainda que exista uma certa relatividade em determinar o que é avanço ou atraso civilizacional, que facilmente pode ser problematizado, tal como de se destacar o caráter tipicamente parasitário de sociedades complexas, excessivamente verticalizadas, em termos sociais). Eu sei que não é o hábito do puritanismo moral "de esquerda", mas há de se priorizar os fatos até mesmo para que se possa buscar por abordagens realmente eficazes no combate aos problemas sociais, econômicos e/ou morais de nossa espécie e não será com o abraço à narrativas bonitas, porém, falaciosas... Pois se é um meio social de guerras, violência e pobreza que incita o nosso lado mais egoísta, ainda é pouco provável que todos nós reagiremos de maneira igual se ou quando submetidos a circunstâncias parecidas. As evidências corroboram com a minha afirmação... Também pode ser e é muito provável que seja, que um meio social muito problemático primariamente reflita ações das próprias populações, tal como de se apontar para as pessoas que vivem em um bairro a sujeira de suas ruas do que de buscar por outros culpados. Então, os problemas sociais dos países outrora colônias de metrópoles europeias, principalmente os africanos e os latino americanos, não são resultados exclusivos do colonialismo europeu, mas principalmente de suas próprias ações, de suas "elites" e de suas próprias populações, claro, não de todos, mas de uma parte potencialmente não-desprezível, infelizmente. Um exemplo disso é a criminalidade urbana em cidades como Lagos, na Nigéria, e São Paulo, aqui, no Brasil; de maneira geral, na carência endêmica de solidariedade e respeito entre os habitantes de muitos países subdesenvolvidos, diga-se, até mais do que nos "desenvolvidos', que contribui para complicar suas situações socioeconômicas. Sempre ressaltando, novamente, que não se trata de toda população, se da África, Nigéria ou São Paulo, mas que também não se trata de uma minoria minúscula, e até em certos casos se pode pensar que se trata de uma maioria. E nem que seja uma situação impossível de ser corrigida ou melhorada, mas não da maneira politicamente correta, simples e bonitinha que muitos acreditam. 

Consequentemente, se não há generalização (associação absoluta) de causalidade entre grupo racial ou étnico e comportamento, então, não há "racismo" genuíno ou objetivamente determinado nessas afirmações.

No caso da África, especialmente da Subsaariana, é até possível pensar em uma explicação menos dura, ainda assim, inevitavelmente não-vitimista. De que, as populações humanas que vivem nessa parte do continente africano seriam, em sua maioria, de descendentes de caçadores/coletores (e não de agricultores ou camponeses), o que explicaria o descompasso cultural e cognitivo entre as suas capacidades médias de administração e organização social e o nível de civilização que os colonizadores impuseram e deixaram, depois que passaram suas colônias de volta para as mãos dos seus "donos" originais. Nesse sentido, pode-se, inclusive, dizer que é perfeitamente compreensível essa incapacidade percebida de gerência de sociedades complexas pela maioria dessas populações, mais compreensível do que em relação às populações que evoluíram historicamente, durante séculos, em ambientes civilizados, e também não apresentam uma verdadeira excelência civilizacional, que estão longe disso, o que inclui mesmo muitos países ditos de primeiro mundo (se como resultado de uma perda gradual, ou pontual, desta capacidade, ou mesmo de uma incapacidade crônica de desenvolvê-la). 

Outro ponto relevante que deve ser sempre ressaltado é de que, além da proporção desses tipos, a maneira como estão distribuídos hierarquicamente também pode contribuir para desenvolver ou atrasar sociedades, tal como, por exemplo, nos casos de países em que suas "elites" político econômicas definitivamente não são compostas por uma ampla maioria de indivíduos inteligentes, e sim de bandidos, mesmo se suas populações tiverem muitos inteligentes, isto é, se estiver acontecendo um sub aproveitamento deles. Então, não basta apenas saber se tem mais desse ou daquele tipo, mas se o pior tipo tem predominado em espaços de poder, como tem sido o caso de praticamente todas as sociedades humanas e especialmente das mais caóticas, como as africanas. 


Ásia:

Nordeste Asiático: ingênuo, inteligente/bandido, estúpido (excluindo China: bandido/inteligente/ingênuo, estúpido).
 
Sudeste Asiático: ingênuo/bandido, inteligente/estúpido 

Subcontinente Indiano: ingênuo, estúpido/bandido, inteligente 

Oriente Médio: bandido/ingênuo, estúpido, inteligente 

Comentário: também com base no que tenho percebido, tipos que contribuem de maneira mais negativa do que positiva, socialmente, parecem predominar nas regiões asiáticas menos desenvolvidas, e, claro, também mantendo a alta prevalência de ingênuos, com base na lógica comentada acima, especialmente a partir de um contexto social, de domínio estrutural de parasitismo das classes superiores (especialmente de certos setores) sobre as inferiores, em que uma maioria se submete à exploração econômica de uma minoria, literalmente trabalhando para enriquecê-la, ao invés de haver uma distribuição mais igualitária das riquezas produzidas.

Minhas observações:

O Japão se destacaria mais positivamente em todo continente asiático, mais parecido com os países desenvolvidos do Ocidente;

A China e o resto da Ásia Oriental apresentaria um padrão mais parecido com o continente asiático;

De novo, o subdesenvolvimento da maioria das regiões asiáticas (mas não apenas da Ásia) não reflete apenas a conjuntura histórico-social das mesmas, mas também a composição psicológica e cognitiva dos tipos humanos em suas populações, tais como os propostos pelo Carlo Cipolla, desde o topo até às bases de suas hierarquias. Na verdade, essa composição dos tipos humanos seria um fator mais causal ao nível de desenvolvimento social e econômico, enquanto a situação histórica e social mais como um reflexo dinâmico desse fator ao longo do tempo. 

Classe social 

Rico: bandido, inteligente/ingênuo, estúpido 

Classe média: ingênuo/inteligente, bandido, estúpido 

Pobre: bandido/ingênuo, estúpido, inteligente (?)

Comentário: sem querer "puxar sardinha" para a classe social em que eu, teórica e vagamente, me encaixo, mas parece que, se com base na possível percepção de que, aqueles de classe média tendem a apresentar um temperamento relativamente mais equilibrado, menos ganancioso ou impulsivo, e também uma média de inteligência suficiente para conseguirem trabalhar em profissões que pagam salários razoáveis, isto é, de que tendem a expressar características mentais menos extremas e que acabariam refletindo em suas posições na hierarquia social, o mesmo pode ser dito sobre as outras classes, porém, com tendências distintas: do "rico" ser mais propenso à ganância e, portanto, inescrupuloso, aliás, sua riqueza material como um resultado disso, e quanto ao "pobre", uma maior disposição para comportamentos impulsivos e que estão ambos respectivamente relacionados com tendências para altas e baixas capacidades cognitivas, explicando, em boa parte, mas não toda, suas situações sociais (a pobreza também é uma imposição histórica e arbitrária das "elites").


Religiosidade 

Ateu: ingênuo, inteligente/estúpido, bandido 

Religioso: ingênuo, inteligente/bandido/estúpido 

Comentário: com base no que tenho percebido sobre os auto declarados ateus, e desprezando aqueles indivíduos que declaram ter alguma crença religiosa, mas aparenta ser mais uma questão pragmática e/ou de conformidade social do que de uma disposição genuína, me parece razoável essa minha distribuição dos tipos humanos propostos por Cipolla para esse grupo, com mais ingênuos e inteligentes e menos bandidos, mas com uma proporção nada modesta de estúpidos, especialmente pela correlação com fanatismos ideológicos. Já no caso dos auto declarados religiosos, me parece que essa distribuição é mais equilibrada, até por ser uma população muito maior do que a de ateus, logicamente deduzindo que contém mais diversidade de tipos. Mas também pela própria natureza psicológica e cognitiva, especialmente dos ateus, um grupo mais homogêneo, cultural, ideológica e intelectualmente. De qualquer modo, talvez fosse mais adequado compará-los com fundamentalistas religiosos. Pois, por esse grupo, eu aposto em uma grande paridade entre os tipos ingênuos, bandidos e estúpidos, o que não mudaria muito em relação aos religiosos, de maneira geral. 

Vale destacar que essa definição de inteligência por Cipolla parece focar mais nas ações individuais do que na qualidade das intenções que levam a essas ações e por isso incluí o contexto social, já que não tem como separá-los totalmente, ainda mais a partir desse conceito que foi trabalhado por ele. 



Raça:

Brancos: ingênuo/inteligente, bandido/estúpido 

Orientais: ingênuo/inteligente/bandido, estúpido 

Judeus (etnia): bandido/inteligente, ingênuo, estúpido 

Negros de origem africana: bandido, estúpido, ingênuo/inteligente

Comentário: possivelmente, a comparação mais polêmica de todas, mas necessária, e que já foi feita acima, indiretamente, pelas nacionalidades. Mas como eu não me submeto a filtros ideológicos para sinalizar "fidelidade canina" a narrativas e discursos enviesados, inclusive pensando que a única maneira de, de fato, entender uma situação e buscar pelos meios mais efetivos para começar a solucioná-la, ainda mais se tratando de uma situação que pode ser considerada problemática, então, não tem como me abster desta frente de batalha contra totalitarismos, especialmente os "do bem", baseados em chantagens emocionais e/ou falácias morais e que têm de segundas à terceiras, quartas intenções... Pois aqui, mais uma vez, apenas aplico essa tipologia ao que se pode perceber na realidade das populações humanas, categorizadas pelo critério racial ou étnico, em que brancos caucasianos, especialmente os de origem europeia, e nordeste asiáticos, apresentam as distribuições ou proporções de tipos humanos de Cipolla mais favoráveis, com mais inteligentes e menos estúpidos, ainda que também apresentem proporções nada modestas de ingênuos, que tendem a ser predominantes, e de bandidos ou espertos, que tendem a predominar no topo de suas hierarquias sociais. O que acontece ou tem acontecido, até então, nesse último século, especialmente, é uma maior atuação dos tipos inteligentes que já são mais abundantes nessas populações, se comparadas com outras. No entanto, esse pêndulo relativamente favorável tem regredido, particularmente em sociedades ocidentais, com a hegemonia ideológica ou cultural do "wokeismo", uma espécie de "vírus" cuja infecção destrói o sistema imunológico da sociedade afetada, destruindo suas bases mais importantes ("harmonia' social, coesão etno-cultural...) que a mantém funcional em um alto nível. 


Sexo

Homens: bandido/inteligente, ingênuo/estúpido

Mulheres: ingênuo, inteligente/estúpido, bandido

Comentário: essa distribuição dos tipos humanos de Cipolla, também segundo as minhas observações, seria mais favorável aos homens intelectualmente, mas não emocional e moralmente. Pois é aquela situação que tem sido percebida, de haver mais homens entre os gênios, mas também entre os criminosos, e o padrão oposto para as mulheres, de apresentarem tendências estatísticas menos extremas. 


Orientação sexual

Héteros: ingênuo/bandido/inteligente, estúpido

LGBTs: ingênuo, estúpido/inteligente/bandido

Comentário: héteros representam a média humana, por serem a maioria. Portanto, com uma tendência possível de maior paridade entre ingênuos, bandidos e inteligentes, ainda que, não significa que a proporção de seres humanos crônica ou predominantemente estúpidos seja diminuta. LGBTs, por outro lado, apresentariam uma maior incidência de tipos estúpidos em relação aos héteros.


Políticos: bandido, estúpido, inteligente/ingênuo 

Artistas (o grupo, de maneira geral): ingênuo, estúpido/inteligente, bandido

Empresários: bandido, inteligente/estúpido, ingênuo

Comentário: três exemplos de classes profissionais e os seus estereótipos, se esses tipos de Cipolla forem aplicados, serão reiterados: tanto a classe política quanto a mercante, com uma abundância de bandidos ou cronicamente egoístas, enquanto a classe artística teria uma prevalência de tipos ingênuos. Também perceba que o perfil dos artistas seria oposto ao dos empresários. 


Esquerdistas (seguidores, não suas "elites" políticas e que também vale para os debaixo): ingênuo/ estúpido/inteligente, bandido 

Direitistas: ingênuo/ bandido/inteligente/estúpido

Comentário: direitistas "conservadores' e esquerdistas "progressistas', apesar de apresentarem algumas diferenças médias de crenças e comportamentos, seriam relativamente semelhantes nessa distribuição de tipos, com a predominância de ingênuos e uma distribuição mais igualitária de tipos. Eles se diferenciariam na proporção de bandidos (maior entre os de direita) e de estúpidos (maior entre os de esquerda). E sempre ressaltando que o tipo considerado menos comum não é necessariamente inexpressivo em termos estatísticos, por também depender da representatividade dos outros tipos no mesmo grupo ou população. 

Cientistas: inteligente/bandido, ingênuo, estúpido

-- Acadêmicos: ingênuo, inteligente/estúpido/bandido

Professores: ingênuo, inteligente/estúpido, bandido 

Ativistas: ingênuo/estúpido, inteligente, bandido 

4 ou 3 classes intelectuais e ½, sendo que a mais inteligente seria logicamente a dos cientistas genuínos e por isso que os separei dos acadêmicos, categoria mais vaga quanto à definição de ciência no sentido de ofício. 

Já os professores ficariam em uma posição mais intermediária nesse ranking, enquanto os ativistas ocupariam a posição mais baixa. Também é notório o aumento de frequência do tipo estúpido concomitante à diminuição do tipo bandido, do nível mais alto até ao mais baixo, uma possivelmente alta incidência de bandidos entre cientistas e de estúpidos entre acadêmicos (grande maioria das vezes representados por professores universitários e graduandos), o que parece ilógico na teoria, mas não na realidade, especialmente se nos basearmos nos critérios fracos que têm sido usados nos processos avaliativos e seletivos dos dois grupos, por exemplo, em que há um tácito desprezo na avaliação de capacidade ou proficiência qualitativa para o trabalho científico, incluindo essencialmente adesão e respeito aos princípios mais básicos da ciência, como a honestidade intelectual e a imparcialidade. 

quinta-feira, 8 de março de 2018

domingo, 28 de agosto de 2016

Ingenuidade cognitiva/afetiva e o que realmente significa

A ingenuidade é o produto de um (re)conhecimento superficial em relação às outras pessoas ou "coisas", como a ideologia por exemplo. A ingenuidade é um mal julgamento e portanto um ato especialmente irracional. 

A ingenuidade se divide em dois tipos: A ingenuidade cognitiva e a ingenuidade afetiva. A ingenuidade cognitiva é justamente a definição que sugeri acima, isto é, consistindo-se em uma dificuldade de se ser cauteloso e buscar conhecer melhor pessoas e "coisas" de maneira minimamente factual ou correta. Sim, ser ingênuo nas relações consiste-se em um mal julgamento, em calcular mal. O ingênuo predominantemente cognitivo pode não ser também ingenuamente afetivo mas é comum que o faça visto que a apreensão cognitiva tenda a vir primeiro que a afetiva. Ingenuidade também pode ser sinal de déficit em sabedoria se já o será em relação à racionalidade. 


Todo potencial de (re)conhecimento tem uma raiz não-verbal, instintiva e portanto que encontra-se mais intrínseca ao ser. É justamente por isso que o autoconhecimento é tão importante visto que acaso perceber em si mesmo uma vulnerabilidade para a ingenuidade então poderá tentar neutralizar esta potencial fraqueza. No mais cabe aqui aquele velho conselho de sempre desconfiar, buscando uma maior cautela, assim como também de reconhecer sinais de desonestidade.

A ingenuidade afetiva já se caracterizaria por um déficit em reconhecimento emotivo ou das emoções que as pessoas expressam. Portanto é perfeitamente possível ser bom no reconhecimento cognitivo de padrões comportamentais mas de não conseguir sustentar o mesmo nível de acerto em relação à emoção. O famoso "manteiga derretida", que se emociona por qualquer esboço emotivo ou também o tipo que interpreta as emoções alheias tal como se fossem as suas e com as suas intenções, o ingênuo pseudo hiper-racional que aplica o seu modo honesto, direto de entender o mundo sobre os demais, a famosa empatia parcial, que eu já falei faz um bom tempo, o modo habitual de sentir empatia via auto-projeção, nos colocamos no lugar dos outros mas ainda como se fôssemos a nós mesmos, abordagem empática proto-egoísta, facilmente observada em relações familiares, por exemplo, quando os pais dizem fazer o melhor para os seus filhos e na verdade se consiste em fazer o que eles definem como melhor, primeiro pra si mesmos, desrespeitando as idiossincrasias dos próprios filhos, como eu também já falei, a maioria das pessoas não se conhecem idealmente bem e nem mesmo os seus próprios parentes, o ser humano médio é emocionalmente/mentalisticamente deficiente.


Eu já comentei que a ingenuidade também poderia ser considerada como ''sinônimo--gêmeo-bivitelino'' para estupidez, justamente por ferir a regra primordial da inteligência, o ''bom'' julgamento.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A triarquia da subhumanidade: O ingênuo, o apático e o astuto




A grande maioria dos seres humanos cairão mais enfaticamente dentro de um destes 3 tipos propostos, e geralmente serão uma combinação assimétrica deles.

O sábio se consiste no completo oposto desta triarquia. 



O sábio não é essencialmente ingênuo 



Todos os comportamentos humanos (e não-humanos) se caracterizam por suas multidimensionalidades de interação e portanto dependem do contexto/cenário para que possam ser moralizados ou qualificados. 

Todos nós estamos ingênuos em algum aspecto. O que diferencia é a que nível de essência que este padrão comportamental se encontrará. As pessoas que são essencialmente ingênuas tenderão a agir de maneira conclusiva/essencial, expressando um padrão constante, recorrente de comportamento. Isso significa que a resposta final para cada pensamento/ação subsequente tenderá para uma abordagem ingênua. 


Por causa da sobreposição de dois cenários transcendentais, a cadeia alimentar ''natural' em fricção com a suspensão desta macro-constância pragmática e lógica (animalmente racional, humanamente irracional), a complexidade de análise e julgamento será uma forte tendência. 

Um exemplo pessoal elucidativo: Eu sou/estou ingênuo por causa de meu idealismo perfeccionista e racional e por isso tenho evitado (e a recíproca é verdadeira) usar as minhas armas bio-adaptativas e/ou conformativas. Em compensação muitos dos meus colegas/amigos/ ou conhecidos, que estão desprovidos de sabedoria, tem usado de maneira respectivamente eficiente as suas armas bio-adaptativas ou conformativas, resultando em seus relativos "sucessos" individuais seja para o acúmulo de capital e "liberdade' financeira, seja para a replicação dos genes via constituição de família. Eles são "animais humanos" enquanto que os sábios seriam os "humanos animais", que podem neutralizar os seus ímpetos instintivos e primar pela evolução social/evolutiva. 

Portanto, mediante tamanha complexidade de situações transcendentalmente sobrepostas existe a necessidade de se dar maior ênfase a natureza intrínseca destes padrões comportamentais/traços psicológicos mas sem desprezar a sua posterior contextualização. 

Não ser essencialmente ingênuo a partir do contexto humano histórico e de vivencia direta se traduzirá na enfase perfeccionista existencial, isto é, para reconhecer a verdade dos fatos. Ainda que com muitas desvantagens como a exemplificada, os sábios e outros virtuosos estarão essencialmente corretos enquanto que os 3 tipos de 'subhumanos'' estarão potencialmente equivocados. 



O sábio não é essencialmente apático 



A maioria dos seres humanos são apáticos, porque a conformidade se consiste numa estratégia relativamente eficiente de sobrevivência e possível replicação dos genes. Na verdade todos os organismos vivos se conformam aos seus ambientes e fundamentalmente apenas a eles. Algo parecido acontece com o ser humano que só pode se conformar ao ambiente que melhor lhe apetecer. 

Como um "humano-animal" o sábio abdica de seu instinto em prol de uma evolução moral pessoal ou essencial/existencial.

O sábio é reativo, ainda que por causa de sua profunda inteligência moral, tenda a se tornar preso por seu próprio juízo. Isso ainda não será sinal de apatia intrínseca porque será causada por uma grande discrepância de reciprocidade conformativa entre os indivíduos mais sábios e os ambientes psicopáticos que os demais seres humanos também se encontrarão encapsulados. Metaforicamente falando é como se quase todas as peças tivessem um formato triangular e o sábio "fosse" uma peça de formato completamente diferente. Como pode ser possível se conformar a uma sociedade que é o seu exato oposto??



O sábio não é essencialmente astuto 




O sábio, como eu já mostrei em outros textos, especialmente no blogue Santoculto, apresenta grande desenvolvimento em sua empatia cognitiva como acontece com os tipos mais astutos. Em palavras mais fáceis, assim como o astuto, o sábio tem uma grande capacidade de entender as emoções, intenções e necessidades das outras pessoas. Mas ao contrário do astuto, o sábio também está provido por grande empatia emocional ou empatia por si mesma, a manifestação mais franca, condizente deste termo 'abstrato''. Muitos individuos são providos de grande capacidade empática mas estarão desprovidos de capacidade cognitiva empática. Sentem afeição com facilidade mas apresentam dificuldades para compreender seus mecanismos de funcionamento daquilo que sentem bem como em relação a dinamica interpessoal complexa  que disto se resulta. Os mais empáticos geralmente serão ingênuos, o quase oposto simétrico em comparação aos mais astutos. 

Também se poderia afirmar que todo sábio tem um potencial de adaptabilidade ou astúcia, mas a grande maioria repelirá esta possibilidade por razões moralmente óbvias.



Para entender a realidade e isso significa também entender os seres e suas expressões ou comportamentos, existe a necessidade de se ser equilibrado, mas isso não se traduzirá necessariamente na rejeição a intensidade. O sábio é ponderado mas enérgico ao mesmo tempo. 

Em um mundo hierárquico, as pessoas se tornam naturalmente dependentes umas das outras, sem falar daqueles que se aproveitam desta situação e se impõem como dominadores.

O sábio, não tende a ser um perfeito polímata, que de tudo sabe, porque o que o difere de um superdotado, é a qualidade de sua objetividade. Não é preciso saber muito para entender a realidade, pelo contrário, se o ser humano tem o ''dom'' nato de complica-la, a função e motivação intrínseca do sábio é a de reduzir esta carga inútil de complexidade.

Os 3 tipos propostos, em seus extremos, serão desesperadamente incompletos e potencialmente desastrosos em suas empreitadas indiossincráticas enquanto agentes ou fenomenos de transformações, do nano ao macro-nível de interação e vivencia, cada qual com o seu excesso ou desequilíbrio, o ingenuo, em sua inaptidão para reconhecer a maldade, o apático, em sua inaptidão para a revolta em relação as injustiças de todas as magnitudes e o astuto, o pior de todos, que ao farejar com maestria as fraquezas dos dois anteriores, passa a explora-las, pondo fim a qualquer possibilidade de uso completo da sabedoria no manejo das sociedades humanas.

O sábio se constitui justamente por aquilo que falta aos 3, ainda que também se encontre vulnerável, como qualquer outro mortal, ao vício de cada uma das fraquezas citadas.