Aqueles que moram no sul dos EUA, em média, "pontuaram" mais alto no traço "agradabilidade", em pesquisas comparativas de geografia e tendências de comportamento e com base no modelo de personalidade do "cinco grande", considerado o mais cientificamente válido.
Pois vejamos como que esse traço está caracterizado:
"As pessoas que são “agradáveis” visam a harmonia social, sendo gentis e atenciosas, e estão dispostas a fazer concessões em seus objetivos. As pessoas “desagradáveis” têm uma visão menos otimista e menos cooperativa dos outros, dando precedência ao interesse próprio. São mais competitivos e argumentativos..."
Agora, vejamos, rapidamente, onde que esse traço parece ser mais comum por lá, segundo as pesquisas:
"A presença de amabilidade/agradabilidade é mais pronunciada no Sul (Louisiana à Carolina do Norte, com zonas mais quentes e mais frias em Arkansas, Kentucky, Tennessee e Flórida). Um segundo aglomerado importante foi encontrado em Minnesota e nas Dakotas. O azul escuro do desagrado paira mais pesado sobre os estados ocidentais, de Montana ao Novo México e de Nevada às metades ocidentais do Kansas e Oklahoma. Há um epicentro de rabugice adicional na Nova Inglaterra."
Então, faz sentido que a região dos EUA com a maior porcentagem de "indivíduos mais agradáveis" ou "mais amáveis" seja também a região com a maior porcentagem de "conservadores tradicionais", isto é, de pessoas que tendem a ser classicamente racistas, homofóbicas, misóginas, do tipo que adora capitalismo, armas e bíblia??? E o oposto para algumas das regiões mais politicamente progressistas (como a Nova Inglaterra)???
É importante ressaltar que, segundo um outro estudo, conservadores tradicionais tendem a pontuar mais alto, especificamente, em um componente desse traço da agradabilidade, que é a "educação" ou "polidez"... ok...
Mas, nesse mesmo estudo, indivíduos autodeclarados progressistas pontuaram mais alto em outro componente deste traço, a compaixão, e que, na minha opinião, é mais central ao traço em si, além de ser até fácil de perceber tanto pelas diferenças nas políticas defendidas por esquerdas e direitas quanto pelos comportamentos médios de progressistas e conservadores em que, se percebe uma desproporção de indivíduos muito egoístas no segundo grupo.
Mas, será que esses estudos de personalidade se baseiam mais em como que as pessoas se identificam ou respondem questionários do que como elas realmente são???
Será que as pessoas realmente agradáveis são menos propensas a se pensar como mais agradáveis que os outros??
Bem, um país em que parecem existir muitas delas, o Japão, existe um hábito cultural ou enraizado de se evitar auto elogios, preferindo até pela auto depreciação ...
Ainda sobre um dos estudos citados, de que autodeclarados "conservadores tradicionais" pontuaram mais alto em "educação" ou polidez, um dos componentes da agradabilidade..
Mas de que tipo de "educação" estamos falando aqui?? Porque existe a educação no sentido de discrição e etiqueta e aquela que se centraliza justamente no respeito e na empatia ao outro e, consequentemente, na compaixão.
(O mesmo questionamento sobre auto definição e realidade também deve ser feito em relação aos autodeclarados progressistas. Afinal, são mesmo, em média, mais empáticos na prática ou apenas no discurso sobre si mesmos??)
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