Muito simples. Primeiro, aceite que a disforia de gênero é real, que existem pessoas que se identificam mais com o sexo oposto do que com o de nascimento, diga-se, de maneira profunda. Pois só de você aceitar a existência dessas pessoas já é um grande passo para rejeitar a transfobia. Segundo, reconheça que pessoas trans são, acima de tudo, trans. Isso significa que, por exemplo, mulheres trans são mulheres trans e não mulheres cis e nem homens cis, pois se fossem, então, não seriam trans... uma lógica que parece bem óbvia. Terceiro, reconheça que a regra para a identificação sexual acontece pela biologia, pelo sexo de nascimento, em outras palavras, que pessoas trans são a exceção, até para evitar a falácia de falsa equivalência de se acreditar que, a regra de uma minoria vale para ou é a mesma para uma maioria. Assim, você irá evitar o endosso integral de narrativas radicais do ativismo trans que, de maneira geral, almejam impor que pessoas trans são como as cis. Quarto, aproveitando que falei sobre exceção e regra, digo que, se para toda regra existem exceções, então, o mesmo se aplica para os direitos trans. Por exemplo, de que essas pessoas têm o direito de se reconhecerem como quiserem, de serem respeitadas, mas também precisam ter deveres e, um deles, é o de respeitarem espaços alheios, especialmente das mulheres cis. Como resultado, eu acho bastante complicado que atletas trans possam participar normalmente de competições com atletas cis. Acho que o ideal seria criar uma categoria particular ou mista em que atletas trans possam competir uns com os outros e mesmo com atletas cis que queiram participar. E, por enquanto, acho que essa também é a solução mais plausível quanto à discussão sobre o banheiro público que podem usar. Enfim, não parece ser difícil separar uma coisa da outra...
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