O ser humano evoluiu tanto em termos cognitivos que tornou possível e apenas a ele, em certo momento de sua história, se perguntar sobre as "coisas" do mundo, de ter genuína e constante curiosidade pelo que está além de sua perspectiva imediata de adaptação. Então, se antes, tal como todo ser vivo, ele se percebia no centro de seu próprio mundo de sobrevivência, considerando-o como o "mundo" em si, a partir desta evolução cognitiva, ao expandir sua perspectiva de realidade para além de suas necessidades adaptativas e sem ter respostas para o mundo grandioso, fascinante e misterioso que passou a lidar, voltou-se para si mesmo como principal explicação, daí a emergência da ideia de divindades no imaginário de nossa espécie bem como a característica relação de intimidade das mesmas com os seres humanos em todas as narrativas religiosas. Em outras palavras, o ser humano tinha apenas a si mesmo como referência para explicar os maiores mistérios do novo mundo que passou a navegar com a sua inteligência evoluída, sentindo a necessidade de dar uma resposta e, então, de improvisar, resultando na invenção da religião.
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