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sábado, 31 de outubro de 2015
Desdobramentos sobre criatividade, inteligência e sabedoria
- Cognição ou inteligência mecânica e subconsciente = cognição convergente ou "inteligência técnica" e cognição divergente ou criatividade ( inteligência intuito-divergente) = sabedoria ou uso inteligente/criativo de ambas.
A inteligência humana pode ser dividida em
-cognição convergente, mecânica e subconsciente
e
- cognição divergente, intuitiva e emocional
A criatividade parece precisar da personalidade para que possa funcionar plenamente, enquanto que a cognição convergente, aquilo que é popularmente conhecido e denominado como ''inteligência'', e na verdade se consiste mais precisamente na ''inteligência técnica'', necessita da neutralização dos efeitos mais perniciosos de nossas ''motivações pessoais'' (personalidade) para que possa ser plenamente acessada. No meu velho blogue eu expliquei ou tentei explicar o que se consistiria a capacidade de concentração, por intermédio de um novo e prático conceito para este termo, isto é, a capacidade para neutralizar a influência da personalidade em relação à cognição. Também elaborei um complemento/adendo sobre esta hipótese ao usar como exemplo os nordeste asiáticos, que são em média, melhores nesta capacidade do que em em relação às outras populações humanas e isto resplandecer em suas notas escolares e em testes de qi.
Sabedoria
A cognição convergente ou técnica (subconsciente) e a cognição divergente ou intuitiva (subconsciente, porém que será qualitativamente diferente do subconsciente técnico), se complementam para o produto final ou ''inteligência técnica'' (sendo que a cognição divergente já necessita da personalidade para que possa funcionar) e que por sua vez desembocará, juntamente com a personalidade, de acordo com o meu novo conceito, para aquilo que chamamos simplesmente de ''inteligência''. Em outras palavras, o perfil cognitivo (tipo de personalidade e de inteligência ou capacidade, forças cognitivas) pode ser visto como um quase-sinônimo para a inteligência.
A sabedoria, que eu determinei que encapsula a inteligência, se consiste no seu verdadeiro fator g (reconhecimento correto de padrões ou princípio puramente cognitivo da sabedoria) e não apenas ou fundamentalmente o fator g genérico ou psicométrico.
A sabedoria é o equivalente a uma segunda opinião em relação às conclusões que são resultados da atuação em conjunto da inteligência e da personalidade e que busca pelas melhores e mais harmônicas das respostas/soluções. A sabedoria não se expressa apenas pela reflexão do pensamento per si, mas também pela reflexão ou julgamento correto. É o pensar sobre o pensar, como eu disse no outro blogue, duvidar do próprio cérebro, extrapolar as conclusões que ele tirou e repensar.
No dia a dia, não usamos apenas a cognição técnica ou convergente, justamente aquilo que os testes cognitivos, a meu ver, são melhores para mensurar, mas também nossas personalidades, além destes complementos cognitivos ''extras'' (de acordo com a metáfora do megazord e das peças que perfazem seu poderio de combate, ;) , o que maiores níveis de criatividade e sabedoria, estão para a inteligência). A medição da sabedoria apareceria como o teste perfeito em relação à inteligência, dando-lhe um caráter mais objetivo, coeso e homogêneo, porque a mesma é por deveras muito diversificada e subjetiva. A inteligência se espalha enquanto conceito e prática, a sabedoria reorganiza este caos. A inteligência se subdivide em muitos caminhos a serem percorridos/construídos, enquanto que a sabedoria, o reduz a uma quantidade muito menor de possibilidades, justamente por causa de seu caráter puro.
Criar culturas/religiões/ideologias é uma demonstração de inteligência, especialmente a verbal e a criativa. Em compensação, a sabedoria se constitui na tentativa de purificar o pensamento e a transcendência humana via cultura/rotina para apenas algumas poucas possibilidades que serão muito melhores que qualquer cultura oficial, que tende a ser de natureza unilateral, tendenciosa ou imperfeita, que pega um naco da realidade e a interpreta como se representasse toda a verdade.
Ideias e pensamentos
Ter ideias é diferente do que ter pensamentos. Estamos sempre pensando mas não estaremos a todo momento tendo ideias. A ideia se relaciona com a criatividade e a sabedoria ou criatividade convergente, isto é, a reorganização de pensamentos e percepções que já foram memorizados na busca por novas soluções que no entanto terão uma natureza convergente ou que são o produto de uma panaceia anterior de pensamentos convergentes. A criatividade se constituiria na quebra do padrão recorrente ou convergente em busca de maneiras completamente novas de se pensar. A sabedoria é ponderada enquanto que a criatividade é radical. A sabedoria tenta mitigar problemas, enquanto que a criatividade tende a buscar por novas soluções em relação aos problemas já existentes, a criatividade é desleixada em relação à imagem maior e tende a ser excessiva quanto aos detalhes.
Diferenças entre pensamento divergente (radical) e lateral (ponderadamente criativo)
O pensamento lateral se baseia na busca por novas soluções dentro de ideias já estabelecidas, é lateral, porque ao invés de seguir a linha divergente e crescente ou habitualmente ''preferida'', irá buscar por novas dimensões ou perspectivas do conhecimento que está sob estudo/observação, ''comer pelas beiradas em busca de novos detalhes''. O pensamento lateral é uma espécie de ''pequena criatividade'', por ser mais ponderada e menos impressionante em sua capacidade de modificar os paradigmas existentes... não deseja modificá-los mas melhorá-los com base no pensamento criativo.
O pensamento divergente, conceitualmente falando, se baseia na produção intuitiva de novas ideias ou paradigmas que são completamente novos e se baseiam na descoberta de novas dimensões de um determinado conhecimento, isto é, novas associações construtivas ou na negação/crítica de pensamentos existentes na busca por sua substituição por novos paradigmas, que será igualmente radical em sua natureza. O pensamento divergente por sua vez poderia ser considerado como uma ''grande criatividade'' ou BIG C, por ser transformador, radical.
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Ordem de personalidade, o sábio ou o espectro das personalidades potencialmente perfeitas
O único tipo de personalidade que está em sua mais perfeita ordem é a personalidade sábia.
Desde o aparecimento da psiquiatria que os termos ''desordem mental'' ou ''desordem de personalidade'' se tornaram populares e recorrentes. Há um bocado de verdade em seu uso porque de fato existem variações mais extremas e disfuncionais de personalidades entre os seres humanos e que portanto merecem esta designação. Eu prefiro usar o termo ''extremo'', porque quase todos os tipos, que são mais conceitualmente coesos, de desordens mentais, parecem se caracterizar por excessos ou déficits em alguma faculdade mental, como a hipersensibilidade sensorial autista, o déficit de atenção e a hiperatividade do tdah ou a imaginação fora de controle do esquizofrênico.
Ao nos aprofundarmos na investigação da diversidade mental humana, a partir de cenários pré-estabelecidos de pensamento e comportamento ideais, então pode ser possível constatar enfaticamente que a grande maioria dos seres humanos terminarão sendo diagnosticados com algum transtorno mental oficialmente existente ou não. Portanto ao invés de investigarmos sobre desordens, seria interessante analisarmos o espectro dos melhores tipos de personalidade, que parece caminhar infalivelmente em direção ao espectro da sabedoria, ;)
Em termos de sincronicidade comportamental, bem mais que dois terços da humanidade parece ser incapaz de reagir de maneira coesa, lógica e harmônica com aquilo que vivencia a uma base diária de interações interpessoais.
Se todos nós fôssemos harmoniosamente sincrônicos em termos de comportamento, reagindo de maneira apropriada a cada evento e/ou situação, reduziríamos um bocado de nossa carga de irracionalidade aplicada. Na verdade, nós tendemos a reagir conforme a ação, mas não de uma maneira ponderada, pensada e perfeitamente coesa. Estamos fortemente propensos a errar, não importa se o fizermos com base na racionalidade (reducionismo racional ou pragmático), emoção (histeria) ou instinto (impulso).
As personalidades extremas perfeitas ou benignas
Personalidades perfeccionistas isto é que se baseiam no auto-melhoramento comportamental, parecem se consistir em raridades entre nós. Tal como um personalidade bipolar, autista ou hiperativa e com déficit de atenção, essas personalidades também são extremas, por causa de suas excepcionalidades existenciais/comportamentais mas também porque não são muito comuns entre os seres humanos.
Nem toda a excepcionalidade que for estatisticamente rara que será ruim e na verdade, eu tenho a impressão de que estes tipos excepcionais de combinações/fenótipos comportamentais sejam a chave para a harmonização das sociedades humanas, isto é, identificá-las, estudá-las, encontrar maneiras de aumentar suas proporções demográficas e porque não torná-las exemplos para novas culturas humanas, que serão definitivamente superiores ao show de bizarrices ''tradicionais'' que temos, de norte a sul, leste a oeste.
Eu já mostrei, não sei se de maneira precisa e centralizada sobre as características cognitivas e comportamentais que são mais condizentes para com o espectro da sabedoria. No mais, vamos recobrá-las:
- A disposição natural (instinto) para o autoconhecimento,
- A disposição natural (instinto) para a auto-melhoria comportamental com base no aprendizado com a experiência,
- Busca pela mitigação de conflitos de todas as naturezas,
- Memória objetiva e busca pela harmonização (uma espécie de personalidade benignamente autoritária),
- Conscienciosidade a partir de uma moralidade objetiva, isto é, que não é contextual, mas essencial/universalmente correta/harmônica.
A inovação neste texto se consiste justamente pela ênfase investigativa com base nas personalidades que se destacam por sua excepcionalidade benigna e não por serem transtornos daquilo que é considerado como ''normal'' pelo ''sistema'' e por seu ''gado'' de estimação.
A necessidade de se desprezar/evitar análises morais que são culturalmente contextuais na pré-construção descritiva deste espectro de personalidades benignamente perfeccionistas ou comportamentalmente perfeitas
A sabedoria não tem/vê fronteiras culturais, porque se baseia na observação, percepção, investigação e conclusão objetiva, moralmente universal, isto é, que estará correto ou errado em qualquer costa. A sabedoria é aplicável a outros ramos além do moral, como na ciência, o famoso ''bom senso'', a capacidade de fazer julgamentos ou tomar decisões quase perfeitas em relação a certa situação ou desafio.
Aquilo que é irrevogavelmente certo ou errado precisa ser compreendido por todos os sentidos e abordagens de nossos respectivos sistemas corpo-mente. Não basta ''ser racional'', se faltar emoção e instinto. Não basta ''ser emocional'', se faltar razão e instinto. E o mesmo acontecerá quando a reação pré-reflexiva se der apenas ou predominantemente com base no instinto.
O instinto é importante para nos fazer vigilantes quanto a nossa própria sobrevivência. A emoção por si só, tende a se relacionar com a abordagem empática, só que desprovida de senso, de direção. A razão por si só, será fria, calculista ainda que mais mecanicamente lógica do que as outras duas abordagens excessivamente unilaterais.
Parece claro que existem seres humanos que são mais tendenciosos a tomarem as suas decisões com base em uma das 3 abordagens comportamentais ao invés de uma abordagem integrada.
A sabedoria portanto se consistirá justamente neste tipo de abordagem que mira na perfeição reativa equilibrada, racional, emocional e instintiva. Aí haverá a necessidade de se separar por nível o espectro de personalidades benignamente perfeitas dos tipos geniais que poderão ser encontrados dentro desta variação. A intensidade e talento natural ou potencial de expansão/melhoria são duas características importantes para que possamos diferenciar o sábio e o gênio sábio.
Bipolarizado e não bipolar
Se algumas poucas pessoas (pelo que parece) são capazes de abordar o mundo em que vivem, isto é a realidade, de uma maneira equilibrada/integrada, então suas habilidades emocionais também deverão estar bem trabalhadas. No entanto, se essas pessoas são mais hipersensíveis, então é necessário que isso se configure em uma disposição para maiores flutuações de humor. Parece transtorno bipolar, mas como somos criaturas essencialmente dualistas e duelamos com esta mesma realidade/natureza a todo momento, então aquele que for mais perceptivo e no entanto tiver maior controle cognitivo sobre este relativo excesso de informações que captam do ambiente de vivência, será ou poderá ser denominado como ''bipolarizado'', se a realidade é dualista, quem for melhor para entendê-la, será mais sincronizado para com esta verdade e assim será.
Metaforicamente falando até poderia imaginar em ordem crescente, o instinto como um ser no meio de um cenário que vê poucas relações entre os elementos que estão dispostos ao seu redor e que tais associações serão de valor vital ou para sobrevivência, a emoção que vê uma maior quantidade de associações mas que são de valor empático e que tende a reprimir ou desprezar as associações que se relacionam com a auto-conservação, a razão como uma maior quantidade de associações mas que se prende apenas à natureza literalmente particular dessas associações, desprezando os seus respectivos valores, o típico pensamento cientificamente reducionista. O sábio é aquele que não despreza nenhuma destas associações e as utiliza de maneira correta, isto é, quando for necessário ser mais racional, se dará maior relevância à razão, quando for necessário ser mais emotivo, etc etc
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015
A síndrome do polímata
Por que a maioria das pessoas inteligentes acreditam que podem opinar sobre tudo e especialmente em relação às ciências humanas??
Todo mundo pensa que é um erudito em comportamento humano.
Somos todos ''globalmente'' inteligentes??
A maioria das pessoas raramente pensam em estudar sobre física quântica (o blogueiro aqui incluído). Como resultado não se atreverão a opinar sobre este assunto. Em compensação, parece que temos alguns milhões de gênios em comportamento humano. Temos**
Tudo aquilo que observamos e deduzimos, com nossas mentes, estará parcialmente correto e errado. Em algumas perspectivas, estará ou poderá estar correto. Em outras perspectivas, é provável de não estar correto. No entanto, existem alguns poucos que não satisfeitos com suas conclusões iniciais ou com qualquer pobreza analítica de pensamento, decidirão continuar a tentar entender as ''coisas'', mesmo quando a maioria já tiver esgotado a sua curiosidade.
Ser pioneiro em qualquer questão ''relevante'', é quase um proxy para o gênio. O verdadeiro ''mente aberta'' que eu já mostrei em um texto anterior, aquele que tem bom senso e curiosidade /vontade/motivação para buscar pela ''verdade factual'', ou a perfeição perceptiva, será um destes fortes candidatos para a real e objetiva genialidade humana.
Em relação à física poucos se intrometem, mas nas humanidades e especialmente na psicologia, todo mundo quer opinar e pior, na maioria das vezes que não serão opiniões legítimas, mas repetições dogmáticas, isto é, do ''senso comum'' ou contextual, que está na moda ou então, achismos transformados em verdades absolutas. Além de não contribuírem para a melhoria do entendimento em relação a certos assuntos dentro da psicologia ou de qualquer outra ciência ''humana'', essas pessoas ainda irão ''vestir a camisa'' de estúpidos e aumentar a poluição ideológica que tanto afeta ''as humanidades''. Seria interessante se pudéssemos ter uma diversidade de observações e opiniões retidas diretamente das perspectivas existenciais de todas pessoas, mas o que temos, para mais da metade dos casos talvez, é apenas a expressão uníssona do treinamento cultural ou repetição ideológica do momento.
A síndrome do pseudo-polímata, além de se agravar em relação às ''ciências humanas'' (que diga-se, está povoada por este tipo que em épocas lombrosianas, eram denominados de matoides), por parecer mais fácil e mais pessoal ou subjetiva do que as ciências exatas, também será muito comum de acometer os tipos mais cognitivamente inteligentes. Mas as ciências humanas (qualquer ciência) também tendem a buscar pela exatidão, idealmente falando.
Para entender o comportamento humano, você precisa basicamente a priore de ter duas características cognitivas que são mutuamente complementares
- habilidades analíticas
- habilidades holísticas
Isto é, você precisa saber capturar o contexto e a imagem maior, os pontos de maior relevância (tópicos) de um determinado assunto, assim como também de ser bom para analisar detalhadamente o ''interior'' deste quebra-cabeças/contexto/imagem maior.
A maioria das pessoas, mesmo aquelas que são mais cognitivamente inteligentes, parecem não ser muito prodigiosas nas duas habilidades. Ainda vale ressaltar que o termo ''holístico'', em condições ideais de temperatura e pressão, deveria abarcar também os detalhes do contexto, justamente por querer indicar ''abrangência analítica''. O mesmo vale para o ''pensamento analítico'', que sem maiores reverberações contextuais, deveria/poderia indicar ou abarcar o adjetivo ''holístico''. Isto se consiste em um breve excesso de subdivisões semânticas, mas ao menos pra mim, não faz mal nem bem, só precisa ser mais especificado/explicado, como tudo aliás. Mas pelo que parece, não será impossível encontrarmos pessoas que são boas em uma dessas capacidades mentais e ruim na outra. O historiador que tem um conhecimento específico sobre uma determinada região da África, com requintes de detalhes, pode não ser bom para capturar a imagem maior, que nem sempre será o contexto, por exemplo, em relação ao porquê desta hipotética região ser mais pobre ou mais rica, mais violenta ou mais pacífica. E que neste caso está querendo indicar também a presença de fatores genéticos ou inatos. E é muito comum destes tipos em extrapolar seus conhecimentos específicos além de suas fronteiras lógicas, isto é, acreditar que a ''história africana'' possa explicar o comportamento, desprezando completamente os fatores genéticos.
O pensamento holístico é mais globalmente preciso enquanto que o pensamento analítico tenderá a ser mais especificamente preciso. Compreender a história e cultura de uma região é essencial para a história. Mas também seria importante ter conhecimento sobre comportamento humano, por meio da psicologia evolutiva, genética e/ou biologia. E este servirá como complemento final em relação a estes tipos de estudos. No entanto, a maioria das pessoas, novamente, não estarão plenamente conscientes desta necessidade.
Todo mundo tem um palpite sobre o comportamento humano, mas vejam só que não são apenas achismos, mas crenças factuais, isto é, de que estes achismos sejam fatos conclusivos, enquanto que continuarão a ser de impressões pessoais, retidas de observações unilaterais. O início do pensamento analítico/holístico sobre o comportamento humano, especialmente este tipo de pensamento, precisa de fato, começar por esta abordagem pessoal, que inevitavelmente desembocará em um cenário parcialmente tendencioso de interpretação. O ''truque'' será o de transcender os próprios preconceitos cognitivos ou basicamente ''ego'', em prol de um maior entendimento em relação à fenomenologia. A paradoxal e árdua tarefa essencial da humanidade é a de conseguir entender aquilo que acontece logo a frente do seu nariz. Pode parecer ridículo, mas quando você passa a desprezar todos os mitos universais antropocêntricos como aquele sobre a ''racionalidade humana'', então se tornará menos ''estranho'' constatar e aceitar/internalizar esta ''patética'' realidade.
Em outras palavras, dar menos importância a si mesmo e buscar pela neutralidade de julgamento, neutralidade que também não quer dizer ''niilismo subjetivo'', ''tudo é e não é'' e supostamente não se poder chegar a qualquer conclusão. Errado, por meio das múltiplas perspectivas, nós poderemos dizer de fato que tudo poderá ser e não ser, dependendo da perspectiva que estará sendo analisada.
As humanidades inflamam nossos egos, o contrário da frieza ''impessoal'' das ciências exatas, nas humanas, não estamos lidando com números, mas com pessoas e outras formas de vida terrestre. Estamos lidando com seres reais e mais, com você e eu, é uma abordagem pessoal. O que era pra ser, logicamente falando, o mais fácil de entender, é na verdade, o mais difícil, porque não estamos fazendo contas matemáticas para calcular a velocidade da luz ou o ângulo de um prédio de arquitetura moderna, estamos falando de nós (e de outras vidas). A inevitabilidade das ciências humanas é a de que, por agora, será pessoal em sua raiz.
Mais um mito humano: ''inteligente, logo eu posso opinar sobre tudo''
A ideia de que todas as pessoas que são mais cognitivamente inteligentes possam entender sobre qualquer assunto e especialmente aqueles que são mais logicamente fáceis de serem entendidos (e como eu tentei mostrar logo acima, não são) é mais um mito generalizador e pobre justamente nos detalhes e na imagem maior, que eu falei no início deste texto.
Por meio de recorrentes ecos dos dogmas igualitários de capacidade universal, isto é, todo mundo pode, por conta própria ou por meio de bons argumentos, concordar sobre um pressuposto que é irrevogavelmente racional, passamos a crer que a ''educação'' possa moldar mentes de maneira simples e direta. Se todos nós temos potencial para sermos racionais e empáticos, então bastará a educação. Novamente, o desprezo por detalhes e pela imagem maior.
A abordagem humana, em toda a sua multitude de composições individuais/inatas, em relação ao meio de vivência e observação, não será, em sua maior parte, direta/objetiva, profunda e construtiva/harmônica, em outras palavras, sábia.
Nossos olhos não vêem o mundo ao redor, mas aquilo que nossos cérebros filtram como ''real''. E o aparecimento e sofisticação das culturas humanas, mas sem uma igual evolução na sofisticação das mentes que estarão sendo expostas a elas, apenas aumenta a tendência humana de fuga da realidade.
Estamos muito preocupados com a realidade, porque não a conhecemos em toda a sua profundidade, mas também porque nossos cérebros foram moldados desde os primórdios de nossa espécie, para evitar um embate direto com a mesma. Geralmente, as pessoas muito realistas, tendem a se tornarem melancólicas. Eu sou uma delas.
Outro fator que complica ainda mais a capacidade humana de primar pela sabedoria, se dá por causa de nossas tendências egocêntricas. Isto é, nossas capacidades de expansão empática, tendem a se limitar aos nossos entes mais próximos bem como também a amigos.
Isso nos ajuda a explicar em parte o porquê de tantas pessoas (cognitivamente e intelectualmente) inteligentes, supostamente mais racionais, acreditarem cegamente em ideologias e partidos que são claramente contraditórios/mentirosos em relação aos seus pressupostos políticos, aquilo que falam, daquilo que fazem (inclusive em suas vidas privadas).
Sim, isso mesmo, como eu já mostrei no antigo blogue, para podermos analisar todo um bojo de situações dentro de um determinado contexto, nós também precisaremos de uma abordagem empática e pensarmos nos outros, suas inter-relações e não apenas em nós.
A autoconfiança, exagerada em muitas mentes mais habilidosas, não terá apenas o efeito de torná-los megalomaníacos em relação às suas crenças de precisão cognitiva/intelectual, mas também os fará arrogantes e muitas vezes irredutíveis quanto a mudar de ideia ou tentar melhorar suas crenças. Aquilo que é um defeito comum entre todas as classes cognitivas ''normais'', poderá estar amplificado entre as ''elites cognitivas'', e parece fazer muito sentido quando aplicamos esta máxima no mundo real.
Seres que estão em constante processo de auto-aperfeiçoamento e isso não quer indicar melhoramento classicamente narcisista, mas em termos de comportamento e entendimento do mundo, ''mesmo'' sem serem polímatas, ainda serão globalmente inteligentes, ou sábios, seja para dissertar brilhantemente sobre aquilo que sabem muito, até o de recuar humildemente em relação àquilo que não apresentam disposição cognitiva recíproca e expansiva.
Portanto, as ciências humanas precisam da mesma exatidão/precisão que as ciências exatas, se não para tudo aquilo de que faz parte ou representa, ao menos em relação aos tópicos mais importantes, especialmente o ser, o espaço/tempo em que vive e suas respectivas considerações/enfatizações.
Mesmo os mais brilhantes dos polímatas ainda não serão conhecedores absolutos de tudo aquilo que pode ser descoberto ou produzido.
Sábios e gênios que serão os mais prováveis ao menos de se aproximar desta tentativa/busca, o que não significa que conseguirão alcançar esta finalidade espetacular, ter todo o conhecimento deste mundo.
E como conclusão final, as ciências humanas parecem ser muito mais fáceis do que as ciências exatas, e talvez sejam mesmo em relação a muitos aspectos cognitivos importantes. Mas justamente pelo fato de haver o fator ''ego humano'' que não está sendo nenhum fácil para boa parte da humanidade em entender a realidade.
O mito da racionalidade universal humana em conluio com a ideia de que todos apresentarão um potencial similar para o engajamento ideacional e comportamento racional/empático, se expande logicamente para abarcar a ideia igualmente falha de que todo aquele que for mais inteligente, será quase que um polímata, porque terá maiores recursos cognitivos e intelectuais para aprender sobre qualquer assunto, que não se consiste em uma verdade absoluta.
Estamos em perspectivas existenciais individualmente distintas, apesar das similaridades de grupo a que pertencemos. Ao aceitar a real existência de uma diversidade cognitiva, caminharemos por lógica, a começar a entender o porquê das tantas incongruências em termos de ''inteligência'' e ''comportamento''. Por que a grande maioria dos mais inteligentes não são sábios ou ao menos emularem certas atitude típicas de muitos gênios**
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015
O diabo sou eu, mas eu sou um anjo...
O anjo é um idiota, sem querer ser,
apenas lhe dão este rótulo, e ele aceita sem se revoltar,
anjos são muito calmos e bondosos,
mas vivemos em um planeta povoado por diabinhos,
ele é a presa ideal, fácil e fraca,
mas alguns anjos nascem menos celestiais,
seus cabelos são menos loiros, mesmo quando o sol bate direto na nuca,
seus olhos são menos azuis, menos como do mar do Caribe, e mais como os mares gelados do extremo sul,
esses anjos são caídos, nasceram sem ter asas, mas não se revoltam por isso,
ao invés de se conformarem com sua luz, querem tornar a todos como a si mesmos,
não se contentam com pouco, porque querem espalhar harmonia,
eles não querem ser a harmonia por si mesma, até porque não são tão bonzinhos assim,
em pouco tempo, seus olhos vívidos e grandes veem toda a maldade vindo pelo ar a sufocá-los,
eles se tornam peritos em capturar falsos profetas, e ao invés de rostos rosados e sorridentes, teremos semblantes sérios e astutos,
a metamorfose do anjo caído, que não encontrou a paz dentro de si, mas ainda tem luz suficiente para espalhar, e vontade irrequieta para transformar,
deixou de ser a lagarta apática que apenas contempla,
mas contemplar o que**
o anjo caído quer construir aquilo que não há,
ou destruir aquilo que fede demais,
uma bela mariposa deslumbrante e enérgica, bate suas asas coloridas e translúcidas,
e lança olhares mordazes, o enfant terrible,
que faz ''o mal'', mas que na verdade é o bem, e poucos podem entender,
carrega em suas costas estreitas, toda a responsabilidade do mundo,
é xingado, mal compreendido, mas a força é maior, sua lava não tem direção, ainda que tenha um destino,
sábios são diabos aos olhos do estúpido, e anjos aos olhos de intelectos eleitos,
o diabo sou eu, mas eu sou um anjo.
Perspectiva existencial e preconceito cognitivo
Quando se nasce, também se nasce dentro de um esquema social que tem raízes biológicas mais profundas. Tudo aquilo que teremos como potencial, vulnerabilidades e disposições já estará presente e pulsante logo nos primeiros anos de vida, claro, que com suas exceções devidamente exaltadas.
O ambiente, dependendo do nível de ''sincronização disposições individuais-cultura dominante'', poderá ter um efeito na modificação parcialmente superficial do comportamento.
Ao nos vermos dentro de uma organização de indivíduos, inevitavelmente seremos alçados à necessidade de cooperarmos em prol do grupo a que fomos sujeitados. Parte daquilo que somos, especialmente em termos cognitivos, será usado na força de trabalho. Antes, em sociedades de caçadores/coletores, as divisões eram bem demarcadas especialmente por porte físico e gênero. Em sociedades mais complexas, estas divisões foram se tornando mais diversificadas e isso quer indicar especialização.
Fora deste contexto moderno e em busca de um olhar puramente biológico, os seres humanos estarão dispostos dentro dos ''esquemas sociais'' que se consistem as suas sociedades, a partir de suas características inatas: aparência física, habilidades cognitivas e intelectuais, força física, etc....
Vista de cima, as sociedades humanas estarão visualmente dispostas por meio de múltiplas perspectivas individuais, isto é, dos indivíduos, dentro de suas capacidades, de seus contextos, sociais, econômicos e/ou ''singulares'' (como ser filho da rainha da Inglaterra por exemplo) e em comparação aos outros.
São as perspectivas existenciais.
- seres vivos: características inatas, disposições (ou predisposições instintivas), predisposições (que são mais sensíveis à influências ambientais, novamente a metáfora da piscina e dos elásticos)... como nível intelectual e'/''ou cognitivo, tipo de personalidade, saúde ou ''nível de resistência orgânica'',
- o ambiente ou contexto: respectivas posições sociais (hierárquicas dentro de um sistema/organização/grupo), espaço/tempo onde se vive,
- fatores ambientais únicos/culturais/singularmente humanos.
O ser humano é mais um ''elemento de impacto'', que é atuante dentro da natureza terrestre, além dos fenômenos atmosféricos e geológicos, porque devido a sua (comparativamente) maior independência de ação e de reação, causada pela expansão da autoconsciência ou pelo retardo da resposta instintiva, ele pode modificar o ambiente natural e como consequência todos os sistemas ou organizações que por sua vez submetem todas as formas de vida neste planeta dentro de uma coesão caótica, vista por uma perspectiva racional (logicamente humana), mas que é lógica porque ''funciona'', ainda que se dê com base na cadeia alimentar/ ''darwinismo social/competição pragmática''.
Dependendo do alcance holístico e objetivo (sábio) de cada mente, o espaço/tempo vivido, poderá ser mais importante, visto que são poucos aqueles que podem extrapolar padrões além de sua área de vivência e em tempos ''modernos'', de especialização.
Portanto, o primeiro limite será o da capacidade cognitiva especificamente direcionada para a capacidade de se compreender o contexto, através de disposições ou naturalidades mecânicas para o pensamento simultaneamente ou complementar (completo), holístico e analítico, isso se a micro-análise ou detalhista não possa ser conceitualmente engolfada pelo primeiro. Neste caso, vamos pensar no pensamento holístico como ''imagem maior/contexto'' e o analítico como ''análise dentro desta imagem maior, em busca por detalhes''.
Do ser humano, em direção ao ambiente onde vive, o olhar se fará predominantemente/potencialmente tendencioso, porque estará analisando a fenomenologia com base nas próprias características bio-cognitivas, e tendo como resultado o famoso ''preconceito cognitivo''. Nossas análises nada mais serão do que auto-projeções ou hologramas de nossos respectivos sistemas corpo-mente, na tentativa de entender o mundo. Parece ser inevitável este tipo de tendência, porque mesmo aqueles que parecem ser menos ''instintivos'' ou ''emocionais'' em suas interações intelectuais para com o meio e seus eventos, ainda assim, também estarão fadados a projetar a si próprios, neste caso, que será mais frio e calculista (e igualmente conflitivo), em direção a toda sorte de situações que seus cérebros se tornarem parcialmente viciados.
Nenhuma percepção é pura, porque toda a forma de percepção estará poluída com o acúmulo diferenciado, isto é, singular, de percepções apreendidas/internalizadas, que por sua vez terão passado pelo filtro cognitivo que se consistem nossas ''máquinas'' de pensar.
Pelo que parece, mais do que tentar purificar os pensamentos, que seria uma nova forma de educação/cultura, também seria de muito ''bom tom'' darmos maior importância àquilo que os sábios tem a nos dizer e a nos aconselhar, porque eles serão os mais talentosos nessas habilidades mentalistas.
Portanto, como conclusão redundante, o ser humano e suas múltiplas variações biológicas, estarão dispostas dentro dos cenários sociais e existenciais de acordo com as suas características biológicas e em conluio com estes cenários, isto é, tal como um quebra cabeças.
O preconceito cognitivo tende a se dar também com base na perspectiva existencial, mas esta tendência variará de acordo com o tipo e grau de enfatização bio-transcendental: instintiva, emocional, racional ou autoconsciente/conscientemente-adaptativa.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Um pouco sobre a mente de um papagaio ideólogo
Um casal de esquerdistas debatendo...
Capacidade analítica, tem***
Tem não, senhor!!
Para os conservadores clássicos ou ''socialmente conservadores'' que são em sua maioria de religiosos, tudo pode ser explicado ou melhor, resumido como
''FOI DEUS QUE QUIS ASSIM''.
Se curou de um câncer...
Deus
Passou na prova do vestibular....
Deus
Foi resgatado(a) dos escombros de um prédio depois de um terremoto em que quase todos os seus vizinhos morreram...
Deus
Papagaios também apresentam esta singular capacidade de repetir tudo aquilo que apreenderam (diferente de aprender) do seu dono.
''Dá o pé louro!!''
''fiu fiu!!''
Eles são uma graça, não restam dúvidas, e são muito inteligentes, vejam só, até podem memorizar e repetir frases ditas por seres humanos!!!
Mas eles são papagaios, tem cérebros pequenos e menos complexos se comparados aos nossos.
''Nós'' somos superiores não é**
Não, nem tanto, é elementar que comparativamente falando, seremos ''superiores'' em atributos mentais do que um pássaro ou uma ave, mas isso ainda não significa que não será possível fazer comparações e até encontrar similaridades que serão surpreendente-
mente próximas de nossos comportamentos mais comuns.
E uma dessas semelhanças é justamente a capacidade desta espécie para memorizar e repetir aquilo que os seus donos lhe ensinaram.
Muitos seres humanos parecem estar no mesmo nível de capacidade analítica dos papagaios, ou seja, quase nula.
Eu estou exagerando um pouco, é claro que os papagaios tem capacidade para entender o mundo a partir de suas respectivas perspectivas OU limites cognitivos. Mas é óbvio que não serão capazes de fazê-lo no mesmo nível que um ser humano. No entanto, quando falamos de DOGMAS, então perceberemos uma grande semelhança entre a repetição destas amáveis aves em relação às mesmas repetições sem qualquer análise/substância que são comumente proferidas por muitos seres humanos.
Foi Deus que quis* Dá o pé louro* Racismo* Preconceito* Homofobia* Meritocracia*
O pensamento genuinamente analítico respeita o conceito da palavra do qual deriva, análise, isto é, olhar para todas as perspectivas, todos os lados, de fato investigar em busca de fatos, completar o quebra cabeças.
Quando as explicações para qualquer situação ou fenômeno tiverem as mesmas respostas, então é provável que essas afirmações conclusivas e simplistas se consistirão em dogmas.
E repetir dogmas como respostas para tudo, não é apenas uma demonstração de preguiça intelectual, mas também de que está expressando um nível cognitivo e intelectual similar a de um papagaio quando repete chavões que foram acidental ou propositalmente apreendidos.
Apenas um exemplo:
''A principal causa para a maior proporção de jovens negros que estão presos é o RACISMO da sociedade e polícia''
- resposta de um ideólogo papagaio
''Existem muitas causas para esta situação, biológica (a desenvolver...), social (a desenvolver...), histórica (a desenvolver...), psicológica (a desenvolver...). E ainda existe uma hierarquia onde que algumas destas perspectivas, serão mais importantes do que as outras para explicar o porquê desta situação... e principiando pela lógica intuitiva de que as disposições comportamentais do ser humano sejam mais importantes, tal como se nos víssemos como o epicentro de nossas ações, como vulcões de nossas ações e reações''
- resposta de uma pessoa que tem boas a excelentes capacidades analíticas
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''QI'' e a necessidade constante de demonstração/realização em todas as escalas de observação
''Qi maior do que Einstein''
Eu já comentei diversas vezes no meu antigo blogue sobre os muitos possíveis problemas que os testes cognitivos apresentam em sua tarefa original de mensurar/capturar o intelecto humano, em todas as suas nuances.
Ontem eu tive mais uma de minhas epifanias intuitivas, enquanto estava simulando uma auto-entrevista em minha cabeça demasiadamente criativa. Esta se consiste em um exemplo básico e que me pareceu bastante didático sobre a necessidade de se ''ir além dos resultados em testes cognitivos'', ainda que não esteja negando o seu potencial enquanto um mensurador parcial de nossos intelectos.
Portanto, sem mais demoras, lá vai o exemplo
''Vamos imaginar que eu tivesse chegado à uma psicóloga e tivesse dito a ela que eu sou muito criativo. Bem, todos nós sabemos que não basta a palavra da pessoa para chegarmos a qualquer conclusão. Também é muito importante que ela demonstre que o que está afirmando, está correto, é factual. A minha palavra quanto à minha criatividade não é um fato, é apenas uma afirmação e na melhor das perspectivas, será apenas uma hipótese. Então é importante prová-la e nada mais coerente do que por meio do método científico: preciso, lógico, objetivo... claro, em condições ideais. Então, a psicóloga, mancomunada com este pensamento óbvio, decide aplicar um teste de pensamento divergente pra mim. Eu faço o teste e o resultado é muito bom, pronto, instantaneamente, o que era dúvida se transformou em ''certeza'', ....eu sou um gênio criativo.... Saio da clínica feliz da vida e passo o resto da mesma como uma pessoa não-criativa, mas que tem certeza absoluta de sua genialidade, validada por testes cognitivos''
Voltando a este breve texto. Qual que seria a diferença entre este exemplo em relação aos testes de qi ou ''inteligência''**** (é uma interrogação, rsrs)
Pois é, não há. Eu poderia tranquilamente substituir o teste de ''pensamento divergente'' por um teste cognitivo clássico e manter o mesmo cenário que me parece muito comum. Isto é, nós temos uma proporção importante de pessoas que passam a se considerar como muito inteligentes ou mesmo, ''globalmente'' inteligentes, especialmente por causa dos resultados que obtiveram em baterias de testes psicométricos.
A inteligência PRECISA de comprovação, de demonstração constante quanto à sua expressão qualitativa.
Talvez, a maioria dos ''altos qis'' mostrem suas capacidades na aquisição de um grande escopo de conhecimentos. Mas aí cabe novamente a dúvida, e o uso deste conhecimento** E a precisão e qualidade deste conhecimento**
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terça-feira, 27 de outubro de 2015
A (possível) raridade e virtuosidade de um verdadeiro ''mente aberta''
Eu sou um mente aberta, não apenas porque estou aberto para internalizar/absorver novas ideias/possíveis rotinas mas também porque eu estou à procura de uma maior compreensão de quase toda a fenomenologia que me cerca, em outras palavras, eu sou intelectualmente perfeccionista.
E isso é raro. A maioria das pessoas que se dizem mentes abertas, na verdade não são aquilo que acreditam ser. Eles, assim como a maioria daqueles dos quais desgostam em termos ideológicos, raramente mudam de opinião OU tentam melhorar àquelas que já foram internalizadas, com o intuito de primar pela perfeição ideacional e potencialmente comportamental.
Os seres humanos param de pensar, questionar ou de terem curiosidade para desvendar por mais nuances de certo assunto, quando sentem que seus egos já foram suficientemente bem alimentados. Se chama conveniência, que eu já mostrei em outros textos, daquele outro blogue.
Pensamos, gostamos de discutir, em média, apenas ou fundamentalmente para afirmar/confirmar nossos pontos de vista. E estamos alérgicos para internalizar pontos de vistas que refutem parte de nossos sistemas de crenças e achismos. Protegemos nossas ignorâncias porque estamos excessivamente autoconfiantes sobre nossas capacidades.
É provável que possam existir dois tipos específicos e particulares de verdadeiros mente aberta. O primeiro se consistiria naquele que tem um excesso de motivação para experimentar ideias sem buscar pela construção de um sistema interno/pessoal de ideias coerentes, lógicas e holísticas. Sua mente será por demasia aberta. O outro tipo, talvez , ainda mais raro do que primeiro, seria justamente aquele que ao invés da frivolidade infantil de experimentação apenas, também usaria sua alta tolerância e capacidade cognitiva para entender, manipular e internalizar ideias pseudo ou contextualmente discordantes, em busca de uma maior profundidade em sua tentativa de erudição, em sua tentativa individualmente transcendental e ''amadora'' de entender o mundo, de fato como ele é, de vê-lo sem toda a artificialidade humana e dos preconceitos cognitivos reais que impedem que boa parte da humanidade possa buscar por caminhos parecidos.
Se já não temos a crença equivocada de que existam muitos ''mente aberta'' ''dando bandeira'' por aí, então precisamos tentar entender o que os separam dos demais e como que poderíamos aprender com ''eles'' e talvez, um pouco comigo também.
Desbravar novos campos dimensionais do conhecimento humano, especificamente em relação ao meio social ou interativo, é uma maneira de enriquecer o campo de vivência, dando-lhe mais detalhes e contribuindo para compor novos sustentáculos da teia de segurança que a priore deveriam se consistir nossos meios sociais, mas que estão um pouco deste cenário. Não é problemático preferir e enfatizar pela perfeição, é problemático tentar fazê-lo com base em equívocos conceituais do que poderia ser considerado como tal.
Mudar de opinião quando esta estiver errada ou tentar melhorá-la, é uma demonstração de humildade e vigor intelectual, mas apenas pelo fato de ser racional o suficiente para modificar seus pontos de vista quando perceber que não pode mais sustentá-los, já se consistirá em uma grande evolução e isso deveria ser valorizado. Infelizmente, isso não apenas não acontece como é visto secretamente (e incentivado a ser visto desta maneira) como inapropriado e perigoso, especialmente para os parasitas que não querem ver a evolução humana, sob todas as suas perspectivas, mas a manutenção e posterior aumento da dependência coletiva às suas petulantes necessidades de fama e poder.
Portanto, por meio deste breve texto eu tentei mostrar ainda que muito superficialmente que, ser um mente aberta é algo raro, pode ser previamente dividido em dois tipos, e que um deles pode ser considerado como o verdadeiro ''intelectual'', justamente por ter grande consciência quanto à contradições pessoais, nas mais diversas perspectivas, emocional, cognitiva, social, etc...
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Lei da proporcionalidade sócio-existencial
Se tem muito então pode ajudar mais....
A desigualdade é algo natural. A diferença já se consiste em uma forma de desigualdade. Se não somos clones uns dos outros, então estamos todos desiguais. Todo mundo tem algo que é mais evidente e/ou mais interessante, vantajoso ou não do que em relação aos demais. Se estamos todos singulares então mediante esta perspectiva, é pouco provável que poderemos ser todos ''iguais''. O mundo da diversidade é basicamente o mundo das diferenças, do contrário, não haveriam variações que pudessem ser denominadas desta maneira.
A desigualdade/diferença social e econômica parece ser uma tendência difícil de ser revertida a curto prazo, e também a longo prazo, porque tende a se relacionar com o mérito, ainda que se faça de maneira torta em muitos casos. Eu poderia sugerir que menos da metade daqueles que pertencem às elites, por exemplo, em um país filosoficamente demente como o Brasil, conquistaram suas posições proeminentes por puro mérito. Ainda assim, o fato de termos sistemas sociais estúpidos, não invalida a ideia de que sua finalidade original seja mesmo a de premiar aqueles que produzem trabalhos qualitativamente superiores aos demais.
Ao contrário da ideia praticamente impossível de igualdade para todos, seja lá o que este termo deseja realmente/literalmente indicar, eu acredito que, ao aplicarmos a sabedoria, nós poderemos determinar que a desigualdade também possa ser importante porque do contrário, a maioria das pessoas não teriam motivações para competir e vencer.
O problema não é a desigualdade per si, mas tudo aquilo que tem
sido usado como justificativa para a sua inevitabilidade funcional e universal. O problema também reside na ideia de competição, que também não está totalmente errada (aliás, quase nada está), mas em como que é aceita, entendida e praticada.
Apenas um vencedor...
Eu nunca entendi porque sempre tem de ter apenas um vencedor
em praticamente todas as competições humanas. Não faz sentido
que depois de termos um grupo de seres humanos dando o seu
melhor individual, apenas um poder ser agraciado com os louros
da fama e do ''reconhecimento''. E quanto mais complexo e subje-
tivo for o esporte ou a competição, mais injusto será.
Em um mundo baseado em uma dinâmica de sincronicidade com-
portamental, a nível individual e coletivo, que for coesa, justa e
perfeccionista, isto é, detalhista e holística, todos os tipos de injus-
tiça serão combatidos de maneira objetiva e a lei da proporcionali-
dade sócio-existencial será um dos possíveis meios para se
alcançar aquilo que muitos determinam como ''utópico''.
A lei da proporcionalidade sócio-existencial, isto é, que vincula o
social com o existencial, se baseia na aplicação mais do que óbvia
e lógica da proporção equitativa ou ao menos mitigadora, que visa
produzir ou restabelecer um certo equilíbrio, e como exemplifiquei
acima por meio da primeira imagem do texto, também com base
nas diferenças econômicas entre as pessoas.
É verdade que muitas pessoas ricas fazem doações, usam o seu
dinheiro para tentar atenuar as condições sociais de outras pessoas
que são mais pobres, mas ainda é pouco, porque ao invés de termos
uma lei institucionalizada que obrigue a todos os ricos a praticarem
o mínimo de empatia para com aqueles que estão em situação pior,
nós podemos contar apenas (infelizmente, ''apenas'') com o bom
senso das ''elites'' e como resultado nós temos uma grande propor-
ção de abonados continuando com o seu padrão de vida despropor-
cional e sem qualquer peso na consciência em relação à paisagem
muitas vezes desoladora que envolve suas ''humildes'' residências.
Portanto para começo de conversê em relação a esta minha
proposta, há de se buscar, até mesmo se for por meios jurídicos,
pelo bom senso e isso quer indicar em muitas de suas perspectivas,
uma proporcionalidade que tenha como finalidade o equilíbrio e
não necessariamente a igualdade, abstrata, vaga e potencialmente
impossível que tantos almejam.
Portanto para começo de conversê em relação a esta minha
proposta, há de se buscar, até mesmo se for por meios jurídicos,
pelo bom senso e isso quer indicar em muitas de suas perspectivas,
uma proporcionalidade que tenha como finalidade o equilíbrio e
não necessariamente a igualdade, abstrata, vaga e potencialmente
impossível que tantos almejam.
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Bom senso e senso comum, as diferenças entre o transcendental e o contextual
Parece que se tornou a moda nos dias de hoje confundir bom senso com senso comum. Bem, parece claro constatar que um não queira indicar o outro, se ''bom'' e ''comum'' não são sinônimos. Mas para uma parte nada desprezível da população, aqui, neste gigante abobalhado do sul, ou em qualquer outra costa, tudo aquilo que for popular dentro do seu meio social, será a priore ''por'' bom senso.
O bom senso pode ser identificado como todo o tipo de prática, isto é, que pode ser efetuada em qualquer meio, que se baseia no uso da ponderação e do julgamento diplomático ou holístico, racional e empático.
O senso comum se consiste nas práticas culturais ou contextuais que estão sendo praticadas por uma maioria e por isso que recebe o adjetivo ''comum''.
O bom senso se relaciona com a evolução benigna ou sabedoria evolutiva, porque é acumulativo e está sempre em busca da melhoria de sua técnica de interação com o meio.
O senso comum se relaciona com a adaptação ou inteligência, se a mesma já não possa ser conceituada a partir de um contexto evolutivo, como a capacidade de se adaptar.
A inteligência é para a adaptação assim como a sabedoria é para a evolução.
O bom senso é o uso potencialmente perfeccionista de nossa inteligência, isto é, a sabedoria, transcendendo as diretrizes de comportamento (adaptação) que são impostas, seja pelo ambiente natural ou pelo ambiente antropomorfizado. Ele é transcendental e isso quer indicar universal, que independe do espaço e do tempo. É um passo a frente em termos morais, existenciais da humanidade.
Todas as nações que aplicaram partes da regra de ouro da sabedoria, tem melhorado significativamente em qualidade de vida.
A inteligência parece ter mais a ver com a necessidade direta ou imediata de sobrevivência, ainda que a criatividade também possa ser acessada de maneira brilhante e precisa nessas situações que exigem respostas rápidas e astutas.
Em compensação, a sabedoria se relaciona com a mitigação de problemas, ou seja, de prevê-los antes que possam acontecer e ter como resultado a redução grave do fitness vital dos indivíduos envolvidos.
O bom senso se relaciona com a moralidade objetiva enquanto que o senso comum nada mais é do que a prática da moralidade subjetiva, que eu já sublinhei em meu blogue antigo e por agora inacessível pra mim, rs.
A moralidade objetiva, ao primar pelo objetivismo, se baseará pela clareza de julgamento moral, separando aquilo que será potencialmente (e diretamente) negativo ou desvantajoso, daquilo que não será diretamente ruim. Ou seja, ao invés de usar o pensamento binário (ou dualista, que é sempre conflituoso) para organizar a sociedade, ocorrerá a divisão precisa de todos os tipos de comportamentos, dando importância e relevância para as suas respectivas vantagens e desvantagens, isto é, ao invés de se fazer generalizações sobre um comportamento que é expressado por uma sub-população, passaremos a olhá-lo mais de perto, para tornar todas essas pessoas em ''seres reais'', e evitar avaliações que poderão ser prejudiciais aos tipos virtuosos de cada grupo. Evitar a injustiça.
A moralidade subjetiva é a expressão de todo o tipo de moral que tem como base o julgamento unilateral ou imparcial de comportamentos, que também pode ser qualificado como ''dualista'', binário ou generalizador.
''Tudo aquilo que está irremediavelmente certo, neutro ou errado'' - moralidade objetiva
''Tudo aquilo que está certo ou errado a partir de um contexto social específico no espaço, tempo e biologia'' - moralidade subjetiva
A vida é muito importante pra ser desgastada e mal tratada como tem sido feito desde sempre e especialmente quando estamos falando de seres humanos, aqueles que podem dar fim, ao menos pra si próprios (e em extensão racional aos outros animais que não oferecem risco imediato às suas vidas), a esta guerra biológica que tem se consistido o espetáculo da panaceia de existências terrestres multiformes.
A moralidade existe mesmo sem ter seres humanos ou mesmo seres vivos para que possa ser vivenciada. Tudo aquilo que tem como princípio a destruição generalizada, pode ser denominada como anti-empática. A moralidade objetiva é basicamente a aplicação da racionalidade e da empatia, ou seja, da sabedoria, no julgamento comportamental e na organização social.
Tudo aquilo que sustenta a vida no meio natural, por meio dos fenômenos atmosféricos e geológicos, pode ser definido como moralmente correto.
A confusão do bom senso com o senso comum é apenas a ponta de um iceberg de ignorância que a maioria das pessoas estão engolfadas, se não parece de ''bom tom'' constatar que bom não é o mesmo que comum.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Olá, para os leitores de Santoculto!!
Este é novo endereço e nome do blogue, que por razões técnico-cognitivas (cognitiva por parte do blogueiro) e de força maior (Deus!!), não pode mais ser expandido enquanto conteúdo e achismos desvairados no velho endereço.
Minha verborragia habitual portanto se dará por aqui a partir de agora e o santo não morreu, apenas virou uma borboleta, mentira, continua a mesma mer...cadoria de sempre.
Minha verborragia habitual portanto se dará por aqui a partir de agora e o santo não morreu, apenas virou uma borboleta, mentira, continua a mesma mer...cadoria de sempre.
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