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sábado, 31 de outubro de 2015

Ordem de personalidade, o sábio ou o espectro das personalidades potencialmente perfeitas



O único tipo de personalidade que está em sua mais perfeita ordem é a personalidade sábia.

Desde o aparecimento da psiquiatria que os termos ''desordem mental'' ou ''desordem de personalidade'' se tornaram populares e recorrentes. Há um bocado de verdade em seu uso porque de fato existem variações mais extremas e disfuncionais de personalidades entre os seres humanos e que portanto merecem esta designação. Eu prefiro usar o termo ''extremo'', porque quase todos os tipos, que são mais conceitualmente coesos, de desordens mentais, parecem se caracterizar por excessos ou déficits em alguma faculdade mental, como a hipersensibilidade sensorial autista, o déficit de atenção e a hiperatividade do tdah ou a imaginação fora de controle do esquizofrênico. 

Ao nos aprofundarmos na investigação da diversidade mental humana, a partir de cenários pré-estabelecidos de pensamento e comportamento ideais, então pode ser possível constatar enfaticamente que a grande maioria dos seres humanos terminarão sendo diagnosticados com algum transtorno mental oficialmente existente ou não. Portanto ao invés de investigarmos sobre desordens, seria interessante analisarmos o espectro dos melhores tipos de personalidade, que parece caminhar infalivelmente em direção ao espectro da sabedoria, ;) 

Em termos de sincronicidade comportamental, bem mais que dois terços da humanidade parece ser incapaz de reagir de maneira coesa, lógica e harmônica com aquilo que vivencia a uma base diária de interações interpessoais. 

Se todos nós fôssemos harmoniosamente sincrônicos em termos de comportamento, reagindo de maneira apropriada a cada evento e/ou situação, reduziríamos um bocado de nossa carga de irracionalidade aplicada. Na verdade, nós tendemos a reagir conforme a ação, mas não de uma maneira ponderada, pensada e perfeitamente coesa. Estamos fortemente propensos a errar, não importa se o fizermos com base na racionalidade (reducionismo racional ou pragmático), emoção (histeria) ou instinto (impulso). 


As personalidades extremas perfeitas ou benignas


Personalidades perfeccionistas isto é que se baseiam no auto-melhoramento comportamental, parecem se consistir em raridades entre nós. Tal como um personalidade bipolar, autista ou hiperativa e com déficit de atenção, essas personalidades também são extremas, por causa de suas excepcionalidades existenciais/comportamentais mas também porque não são muito comuns entre os seres humanos.
Nem toda a excepcionalidade que for estatisticamente rara que será ruim e na verdade, eu tenho a impressão de que estes tipos excepcionais de combinações/fenótipos comportamentais sejam a chave para a harmonização das sociedades humanas, isto é, identificá-las, estudá-las, encontrar maneiras de aumentar suas proporções demográficas e porque não torná-las exemplos para novas culturas humanas, que serão definitivamente superiores ao show de bizarrices ''tradicionais'' que temos, de norte a sul, leste a oeste.

Eu já mostrei, não sei se de maneira precisa e centralizada sobre as características cognitivas e comportamentais que são mais condizentes para com o espectro da sabedoria. No mais, vamos recobrá-las:

- A disposição natural (instinto) para o autoconhecimento,

- A disposição natural (instinto) para a auto-melhoria comportamental com base no aprendizado com a experiência,

- Busca pela mitigação de conflitos de todas as naturezas,

- Memória objetiva e busca pela harmonização (uma espécie de personalidade benignamente autoritária),

- Conscienciosidade a partir de uma moralidade objetiva, isto é, que não é contextual, mas essencial/universalmente correta/harmônica.

A inovação neste texto se consiste justamente pela ênfase investigativa com base nas personalidades que se destacam por sua excepcionalidade benigna e não por serem transtornos daquilo que é considerado como ''normal'' pelo ''sistema'' e por seu ''gado'' de estimação.


A necessidade de se desprezar/evitar análises morais que são culturalmente contextuais na pré-construção descritiva deste espectro de personalidades benignamente perfeccionistas ou comportamentalmente perfeitas


A sabedoria não tem/vê fronteiras culturais, porque se baseia na observação, percepção, investigação e conclusão objetiva, moralmente universal, isto é, que estará correto ou errado em qualquer costa. A sabedoria é aplicável a outros ramos além do moral, como na ciência, o famoso ''bom senso'', a capacidade de fazer julgamentos ou tomar decisões quase perfeitas em relação a certa situação ou desafio.
Aquilo que é irrevogavelmente certo ou errado precisa ser compreendido por todos os sentidos e abordagens de nossos respectivos sistemas corpo-mente. Não basta ''ser racional'', se faltar emoção e instinto. Não basta ''ser emocional'', se faltar razão e instinto. E o mesmo acontecerá quando a reação pré-reflexiva se der apenas ou predominantemente com base no instinto.
O instinto é importante para nos fazer vigilantes quanto a nossa própria sobrevivência. A emoção por si só, tende a se relacionar com a abordagem empática, só que desprovida de senso, de direção. A razão por si só, será fria, calculista ainda que mais mecanicamente lógica do que as outras duas abordagens excessivamente unilaterais. 

Parece claro que existem seres humanos que são mais tendenciosos a tomarem as suas decisões com base em uma das 3 abordagens comportamentais ao invés de uma abordagem integrada.

A sabedoria portanto se consistirá justamente neste tipo de abordagem que mira na perfeição reativa equilibrada, racional, emocional e instintiva.  Aí haverá a necessidade de se separar por nível o espectro de personalidades benignamente perfeitas dos tipos geniais que poderão ser encontrados dentro desta variação. A intensidade e talento natural ou potencial de expansão/melhoria são duas características importantes para que possamos diferenciar o sábio e o gênio sábio. 

Bipolarizado e não bipolar

Se algumas poucas pessoas (pelo que parece) são capazes de abordar o mundo em que vivem, isto é a realidade, de uma maneira equilibrada/integrada, então suas habilidades emocionais também deverão estar bem trabalhadas. No entanto, se essas pessoas são mais hipersensíveis, então é necessário que isso se configure em uma disposição para maiores flutuações de humor. Parece transtorno bipolar, mas como somos criaturas essencialmente dualistas e duelamos com esta mesma realidade/natureza a todo momento, então aquele que for mais perceptivo e no entanto tiver maior controle cognitivo sobre este relativo excesso de informações que captam do ambiente de vivência, será ou poderá ser denominado como ''bipolarizado'', se a realidade é dualista, quem for melhor para entendê-la, será mais sincronizado para com esta verdade e assim será.

Metaforicamente falando até poderia imaginar em ordem crescente, o instinto como um ser no meio de um cenário que vê poucas relações entre os elementos que estão dispostos ao seu redor e que tais associações serão de valor vital ou para sobrevivência, a emoção que vê uma maior quantidade de associações mas que são de valor empático e que tende a reprimir ou desprezar as associações que se relacionam com a auto-conservação, a razão como uma maior quantidade de associações mas que se prende apenas à natureza literalmente particular dessas associações, desprezando os seus respectivos valores, o típico pensamento cientificamente reducionista. O sábio é aquele que não despreza nenhuma destas associações e as utiliza de maneira correta, isto é, quando for necessário ser mais racional, se dará maior relevância à razão, quando for necessário ser mais emotivo, etc etc


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