A vida, ao se adaptar a certo ambiente, vai se tornando progressivamente como a um espelho dinâmico do mesmo, isto é, internalizando/emulando internamente as condições ambientais dos quais está se adaptando via mutação -- seleção natural.
Portanto pode-se dizer parcialmente, especialmente em relação aos seres humanos, que a vida se consiste em um ''ambiente invariavelmente nômade'' ou como um ''espelho do seu ambiente''.
O ser humano nasce genotipicamente puro e vai se miscigenando com o ambiente até se tornar fenotipicamente ''poluído''
Nascemos com as informações genotípicas que ''herdamos' de nossos pais ('nossa' família) e ao longo do tempo vamos internalizando parte das informações que emanam do ambiente e que nossos sistemas corpo-mente entendem como importantes, isto é, que nos impactam a nível subconsciente e consciente, visto que muitas de nossas lembranças são involuntariamente internalizadas provavelmente porque tendem a se relacionar de maneira indireta com algum evento 'obscuro' de nossas vivências, como eu já mostrei em um texto longínquo sobre o provável porquê de internalizarmos ''músicas que não estão de acordo com os nossos gostos pessoais''.
Nascemos genotipicamente puros e vamos nos tornando fenotipicamente construídos, tal como um carro recém saído da fábrica, zero-quilômetro, e que ao longo do tempo vai se desgastando por causa do seu uso constante. Eu acredito que aqueles que vivenciam experiências extremamente estressantes em um período de longo prazo ou que nasçam dolorosamente perceptivos, como eu, podem se desgastar (envelhecer) mais rapidamente do que aqueles que tem a sorte de viverem em espaço/tempos tranquilos ou que nascem abençoados sob a proteção da ''nossa senhora Ignorância''.
Portanto, ao longo do tempo vamos nos tornando fenotípica ou ambientalmente ''poluídos'', ainda que nossas pré-disposições de quando saímos ''zero-bala'' de nossas ''fábricas'' tendam a gerenciar imperativamente as nossas jornadas ou caminhos-perceptivos, nossas ''linhas do tempo'', tal como acontece com os carros, visto que as suas características específicas também vão direcionando os seus processos de desgastes, em outras palavras, os carros e os seres humanos se desgastam 'e'' se poluem com lembranças (que eu já chamei de mini-'traumas') do ambiente, de suas interações únicas, de maneiras individualmente distintas, ainda que para ambos também aconteça de se ''sujeitarem'' ''involuntariamente'' à subgrupos, por não serem tão singulares assim, isto é, ainda que indivíduos, tendemos a nos parecer ou a nos encaixar em algum grupo maior por compartilharmos similaridades, alguns em maior frequência, que geralmente serão os tipos comuns, outros em menor frequência.
Criatividade prático-vital: feita para ambientes instáveis ou que exige uma percepção mais ampla, aguda, eficiente e rápida
''Inteligência'' para a civilização: adaptável a ambientes estáveis ou que exigem abordagem perceptiva de longo prazo, emocionalmente estável, socialmente conformista, geralmente direcionadas para tarefas de manutenção das estruturas civilizacionais
Chegamos à possibilidade de expandir esta ideia para os estilos psico-cognitivos humanos tais como criatividade, inteligência e sabedoria.
As pessoas mais criativas, por exemplo, tendem a viver o agora, isto é, tendem a ser imediatistas, podendo apresentar uma percepção holística aguçada, mas que geralmente será de natureza específica, isto é, muito bons ''apenas'' em alguns aspectos cognitivos, por exemplo, na parte verbal, denotando uma tendência de assimetria, muito comum entre os mais criativos, mas não muito bons na percepção holística geral ou vitalmente fundamental, isto é, que conseguem ver acima/além de todo lixo cultural/ilusório que ''o ser humano'' tem criado.
No entanto é na manifestação mais essencial ou basal do comportamento intrínseca e constantemente criativo que eu quero falar (superficialmente) pois se relaciona com aquilo que eu chamo de ''neo-estratégia comportamental'', que é basicamente o oposto do comportamento humano padrão, a ''dualidade comportamental'', o ser ou não ser. A criatividade nasce ou brota de uma ambivalência psico-cognitiva, o famoso ''conflito interno'' do criativo.
O estado de agitação ou flutuação mental intensa que tende a caracterizar a criatividade, em especial a criatividade existencialmente adaptativa, isto é, o comportamento adaptativo ou potencial adaptativo por si mesmo, parece revelar uma predileção por ambientes mais agitados ... ou ... que sua atuação possa ser mais imprescindível ou adaptativa nesses tipos de ambientes mais instáveis.
Em compensação a sabedoria parece estar mais adequada a ambientes menos instáveis...
Ou também podemos dizer que a criatividade seja um conjunto de mutações que se originaram e foram selecionadas durante prolongadas estadias do ser humano em ambientes instáveis, em que foi necessário o talento criativo para a sobrevivência.
E que algo bem similar possa ser pensado sobre os outros tipos de estados cognitivos humanos como a sabedoria que parece muitas vezes conflituosamente complementar à criatividade.
Minha lista de blogs
quarta-feira, 20 de julho de 2016
Entre a depressão bipolar e unipolar, o ponto g da razão dentro das tempestades emocionais humanas
O não-lugar da melancolia??
A catarse eufórica que também compõe a desordem bipolar se transforma em uma alegria mais serena ainda que se mantenha intensa e verdadeira/espontânea em relação aquela que geralmente prevalece entre os tipos psicológicos mais comuns.
A extrema tristeza, desequilibrada e intensa, que se manifesta no transtorno bipolar, se torna um leve e doce desespero, e a angústia da incerteza existencial que encontra-se selvagem entre os bipolares, atinge um certo equilíbrio de intensidade, frequência e potencial perceptivo-qualitativo entre os bipolarizados ou melancólicos.
Portanto a melancolia parece se localizar entre a depressão unipolar e a bipolar, onde que o desequilíbrio emocional da segunda encontrar-se-á mais neutralizado, da mesma maneira que a extrema depressão emocional da primeira estará menos unilateralmente triste ainda que ambiguamente dominante.
Matemática rudimentar para explicar as 3 condições
Bipolares são em média 50% muito felizes/eufóricos e 50% muito tristes/depressivos...
O tipo psicológico comum apresentaria igual distribuição revelando a natureza fundamentalmente dualista da vida e da vida humana com certeza. O que o diferencia é a frequência e principalmente a intensidade visto que o típico bipolar vai muito para os extremos dos estados de humor enquanto que o tipo psicológico comum é menos propenso a sofrer com este desequilíbrio emocional, frequente e intenso, ainda que possam existir fatores ambientais protetores que o torne mais a salvo deste estado como por exemplo, por ser justamente um tipo psicológico demograficamente comum e portanto apresentando grande probabilidade de se sentir adaptado aos ambientes sociais humanos.
Os depressivos unipolares "seriam" ou chegariam a um estado em que, a tristeza intensa se torna predominante, provavelmente acima de 50% de acordo com esta proposta de matemática rudimentar pretensa e preguiçosamente auto-explicativa. É possível que exista também a euforia unipolar, um transtorno da mente em que o indivíduo chegaria a um estado de constante e intensa euforia.
A melancolia por sua vez mais parece se assemelhar com uma condição emocional bipolar mas menos histriônica, em que ao invés da lógica dualista, de se alternar estados de euforia ou de tristeza, que encontra-se extremada entre os bipolares, as duas sensações serão simultaneamente constantes revelando o caráter emocional ambivalente da melancolia.
A melancolia enquanto um possível estado intermediário entre a depressão unipolar e o transtorno bipolar aparece como o ''ponto g'' ou exato de ótimo deste espectro, em que os excessos de ambas são reduzidos e condensados em estados emotivos mais mistos do que o dualismo extremo que caracteriza o transtorno bipolar ou a unipolaridade depressiva que caracteriza a depressão unipolar, a bipolaridade da melancolia faz-se emocionalmente mista ou ambivalente, como se os polos emotivos se mesclassem, quente e frio se mesclassem.
Saudade e melancolia: Sinônimos?
Eu já comentei que a saudade se caracterizaria pela união ou fusão entre tristeza e alegria, um sentimento ambivalente forte que nos faz sentir essas duas emoções contrastantes de maneira simultânea enquanto que o estado psicológico comum é a de que um dos opostos sejam bloqueados para que apenas um se manifeste, a dualidade comportamental, um dos pontos mais importantes da estupidez humana, a sua incompletude basal-perceptiva.
O melancólico é dos mais nostálgicos, e a constante e intensa sensação de passagem do tempo delineia com certa precisão descritiva este estado único, complexo e com grande potencial filosófico.
A catarse eufórica que também compõe a desordem bipolar se transforma em uma alegria mais serena ainda que se mantenha intensa e verdadeira/espontânea em relação aquela que geralmente prevalece entre os tipos psicológicos mais comuns.
A extrema tristeza, desequilibrada e intensa, que se manifesta no transtorno bipolar, se torna um leve e doce desespero, e a angústia da incerteza existencial que encontra-se selvagem entre os bipolares, atinge um certo equilíbrio de intensidade, frequência e potencial perceptivo-qualitativo entre os bipolarizados ou melancólicos.
Portanto a melancolia parece se localizar entre a depressão unipolar e a bipolar, onde que o desequilíbrio emocional da segunda encontrar-se-á mais neutralizado, da mesma maneira que a extrema depressão emocional da primeira estará menos unilateralmente triste ainda que ambiguamente dominante.
Matemática rudimentar para explicar as 3 condições
Bipolares são em média 50% muito felizes/eufóricos e 50% muito tristes/depressivos...
O tipo psicológico comum apresentaria igual distribuição revelando a natureza fundamentalmente dualista da vida e da vida humana com certeza. O que o diferencia é a frequência e principalmente a intensidade visto que o típico bipolar vai muito para os extremos dos estados de humor enquanto que o tipo psicológico comum é menos propenso a sofrer com este desequilíbrio emocional, frequente e intenso, ainda que possam existir fatores ambientais protetores que o torne mais a salvo deste estado como por exemplo, por ser justamente um tipo psicológico demograficamente comum e portanto apresentando grande probabilidade de se sentir adaptado aos ambientes sociais humanos.
Os depressivos unipolares "seriam" ou chegariam a um estado em que, a tristeza intensa se torna predominante, provavelmente acima de 50% de acordo com esta proposta de matemática rudimentar pretensa e preguiçosamente auto-explicativa. É possível que exista também a euforia unipolar, um transtorno da mente em que o indivíduo chegaria a um estado de constante e intensa euforia.
A melancolia por sua vez mais parece se assemelhar com uma condição emocional bipolar mas menos histriônica, em que ao invés da lógica dualista, de se alternar estados de euforia ou de tristeza, que encontra-se extremada entre os bipolares, as duas sensações serão simultaneamente constantes revelando o caráter emocional ambivalente da melancolia.
A melancolia enquanto um possível estado intermediário entre a depressão unipolar e o transtorno bipolar aparece como o ''ponto g'' ou exato de ótimo deste espectro, em que os excessos de ambas são reduzidos e condensados em estados emotivos mais mistos do que o dualismo extremo que caracteriza o transtorno bipolar ou a unipolaridade depressiva que caracteriza a depressão unipolar, a bipolaridade da melancolia faz-se emocionalmente mista ou ambivalente, como se os polos emotivos se mesclassem, quente e frio se mesclassem.
Saudade e melancolia: Sinônimos?
Eu já comentei que a saudade se caracterizaria pela união ou fusão entre tristeza e alegria, um sentimento ambivalente forte que nos faz sentir essas duas emoções contrastantes de maneira simultânea enquanto que o estado psicológico comum é a de que um dos opostos sejam bloqueados para que apenas um se manifeste, a dualidade comportamental, um dos pontos mais importantes da estupidez humana, a sua incompletude basal-perceptiva.
O melancólico é dos mais nostálgicos, e a constante e intensa sensação de passagem do tempo delineia com certa precisão descritiva este estado único, complexo e com grande potencial filosófico.
Marcadores:
depressão,
melancolia,
transtorno bipolar
A inteligência cognitiva não é racionalidade... A ideia de epicentro semântico
As palavras abstratas, para que possam ser plenamente compreendidas precisam ser entendidas de maneira objetiva, emulando as palavras concretas, isto é por meio da intrinsicalidade ou epicentro semântico.
A racionalidade é um termo centrado naquilo que defini como "princípio da sabedoria". A racionalidade é um degrau a menos de perfeição perceptiva. Isso significa que nem todo racional será sábio, mas todo sábio verdadeiro será racional.
O epicentro semântico da palavra inteligência é muito amplo e diversificado. Podemos dizer também que nem todo inteligente será sábio, mas que todo sábio será inteligente. O conceito mais central ( ainda que não seja único) da inteligência é a capacidade de adaptação pois se relaciona umbilicalmente com a conservação da vida ou sobrevivência e claro que em nossos ambientes sociais muito complexos (ou confusos) adquire muitas facetas, ainda que o seu significado continue onisciente, a auto-conservação da vida.
A inteligência é fundamentalmente lógica pois parte de uma compreensão factual pragmática ou friamente utilitária. A adaptação utilitária /lógica ou "apenas aquilo que funciona" é a finalidade da inteligência enquanto que a finalidade da sabedoria é a harmonia. A inteligência pode ou não ser harmônica pois atitudes inteligentes podem ou não serem egoístas. Portanto não é incomum que pessoas epicentricamente inteligentes possam ter momentos de sabedoria. Esta é uma impossibilidade para a sabedoria por causa de seu caráter extremamente holístico e objetivo. A inteligência analisa fria, correta ou logicamente. A sabedoria é uma expansão perceptiva porque pensa em todos os pormenores possíveis ou que forem capturados.
A inteligência em sua manifestação mais expressiva via criatividade, por exemplo, produziu as cidades humanas que foram pensadas específica e sistematicamente, chegando a um resultado perceptivamente deficiente ao não levar em conta a natureza circundante ou mesmo ao tratá-la como ''inimiga do progresso''. A sabedoria por sua vez pensa em todos os envolvidos antes de chegar a qualquer conclusão. A inteligência pode ser imoral, isto é, com o intuito proposital de provocar problemas, ou amoral, tal como se fosse um crime culposo, sem a intenção de prejudicar, quando estamos ingênua ou tolamente culpados.
A sabedoria nunca será imoral ou amoral.
O epicentro semântico se consiste na técnica da perfeição semântica ao interpretar termos abstratos de modo semanticamente correto, novamente, emulando a maneira com que associamos as palavras com elementos concretos, com ''coisas''. Parte-se da ideia que sem uma comunicação clara e eficiente a humanidade se perderá seja por meio da inércia ou por meio da entropia destrutiva.
A inteligência humana é super estimada e mal compreendida, isto é, a idealizamos confundindo-a com a sabedoria. Os dois conceitos são muito distintos ainda que expressem a mesma ideia central.
Da mesma maneira que eu separei o termo lógico e racional, eu o faço novamente e analogamente à inteligência e sabedoria.
Sábios são raros. Inteligentes [ cognitivamente inteligentes ] são comuns mesmo em países como o Brasil.
O ser humano mais do que os outros animais é capaz de se micro-adaptar individualmente às circunstâncias. Por exemplo, a invenção da roupa mais o domínio do fogo foram de grande valia para que a humanidade pudesse se adaptar à regiões de clima frio. Na natureza os animais não humanos são mais propensos a perecerem quando as circunstâncias mudam rapidamente porque eles já tendem a seguir um cronograma limitado de estratégias para sobreviver.
Basicamente, as formas de vida não -humanas são inconscientemente teimosas, tentando quase sempre as mesmas estratégias mesmo quando as condições ambientais mudam e portanto exigem ''atualizações de abordagem''. Por isso que muitas entram em extinção ou são substituídas por suas versões mais micro-adaptadas.
A capacidade adaptativa a nível sofisticado ou basicamente o auto- arbítrio, a capacidade ou mesmo a simples possibilidade de se pensar na escolha, o simples fato de ter em mãos uma paleta limitada de escolhas já faz do ser humano uma espécie única.
A limitação é a si mesmo visto que por agora não podemos transcender a nós mesmos, para isso deveríamos ser como ''metamorfoses ambulantes''. Geralmente as escolhas humanas são feitas a nível subconsciente, esbarrando em ideias intuitivas de grande valia. Talvez os seres humanos mais evoluídos possam ser bem mais reflexivos e conscientes de suas ações.
O pensamento lógico é uma mistura de intuição com lógica, uma espécie de intuição lógica pre-conceitual, a partir do primeiro eu, nós enquanto animais instintivos que apenas expressam as nossas tendências (forma&expressão) pelo comportamento, sem grande esforço reflexivo, isto é, julgando as próprias ações, e o segundo eu, o nosso senso potencialmente/inicialmente racional, que analisa as nossas ações. O julgamento não chega a ser racional ou inteiramente racional porque tende a ocorrer a dominância de nosso primeiro eu ou simplesmente ego, se a racionalidade poderia ser entendida como ''recessiva''. Por isso que a lógica funciona mas não é holisticamente perceptiva porque a sua finalidade é a utilidade funcional e nada mais.
Em compensação na racionalidade é o segundo eu que domina o primeiro eu, ao providenciar julgamentos bem mais holísticos e progressivamente afastados do ego que resultaria na lógica ou racionalização egoísta.
Na sabedoria a diferença é ainda maior por não se consistir caracteristicamente na mitigação ou resolução de problemas mas em suas prevenções. A priore ou em mundo perfeito, a sabedoria funciona como o primeiro (e último julgamento) que analisa o ambiente antes que ''criatividade'' e ''inteligência'' possam agir. Tal como um grupo de caçadores coletores se deslocando para um novo ambiente, o sábio é o primeiro que analisa o ambiente de maneira crítica, antes que criatividade e inteligência possam se assentar.
A sabedoria por ser uma balança crítico-analítica funciona como o olhar holístico, de fora do ambiente, analisando certa ação, afastada do seu criador criativo e do seu sustentador inteligente.
Geralmente tem funcionado assim, o criativo cria, o inteligente sustenta e o sábio analisa como uma terceira ou quarta pessoa, a partir de uma perspectiva neutra, em relação ao ego. O criativo é o tipo psico-cognitivo mais egocêntrico. O sábio é o menos.
Através dessas separações semanticamente corretas poderemos finalmente separar o conceito muito vago e complexo da inteligência do conceito que tenho tentado dar precisão, a sabedoria. E lembrando que a racionalidade ainda não será sabedoria.
A racionalidade é um termo centrado naquilo que defini como "princípio da sabedoria". A racionalidade é um degrau a menos de perfeição perceptiva. Isso significa que nem todo racional será sábio, mas todo sábio verdadeiro será racional.
O epicentro semântico da palavra inteligência é muito amplo e diversificado. Podemos dizer também que nem todo inteligente será sábio, mas que todo sábio será inteligente. O conceito mais central ( ainda que não seja único) da inteligência é a capacidade de adaptação pois se relaciona umbilicalmente com a conservação da vida ou sobrevivência e claro que em nossos ambientes sociais muito complexos (ou confusos) adquire muitas facetas, ainda que o seu significado continue onisciente, a auto-conservação da vida.
A inteligência é fundamentalmente lógica pois parte de uma compreensão factual pragmática ou friamente utilitária. A adaptação utilitária /lógica ou "apenas aquilo que funciona" é a finalidade da inteligência enquanto que a finalidade da sabedoria é a harmonia. A inteligência pode ou não ser harmônica pois atitudes inteligentes podem ou não serem egoístas. Portanto não é incomum que pessoas epicentricamente inteligentes possam ter momentos de sabedoria. Esta é uma impossibilidade para a sabedoria por causa de seu caráter extremamente holístico e objetivo. A inteligência analisa fria, correta ou logicamente. A sabedoria é uma expansão perceptiva porque pensa em todos os pormenores possíveis ou que forem capturados.
A inteligência em sua manifestação mais expressiva via criatividade, por exemplo, produziu as cidades humanas que foram pensadas específica e sistematicamente, chegando a um resultado perceptivamente deficiente ao não levar em conta a natureza circundante ou mesmo ao tratá-la como ''inimiga do progresso''. A sabedoria por sua vez pensa em todos os envolvidos antes de chegar a qualquer conclusão. A inteligência pode ser imoral, isto é, com o intuito proposital de provocar problemas, ou amoral, tal como se fosse um crime culposo, sem a intenção de prejudicar, quando estamos ingênua ou tolamente culpados.
A sabedoria nunca será imoral ou amoral.
O epicentro semântico se consiste na técnica da perfeição semântica ao interpretar termos abstratos de modo semanticamente correto, novamente, emulando a maneira com que associamos as palavras com elementos concretos, com ''coisas''. Parte-se da ideia que sem uma comunicação clara e eficiente a humanidade se perderá seja por meio da inércia ou por meio da entropia destrutiva.
A inteligência humana é super estimada e mal compreendida, isto é, a idealizamos confundindo-a com a sabedoria. Os dois conceitos são muito distintos ainda que expressem a mesma ideia central.
Da mesma maneira que eu separei o termo lógico e racional, eu o faço novamente e analogamente à inteligência e sabedoria.
Sábios são raros. Inteligentes [ cognitivamente inteligentes ] são comuns mesmo em países como o Brasil.
O ser humano mais do que os outros animais é capaz de se micro-adaptar individualmente às circunstâncias. Por exemplo, a invenção da roupa mais o domínio do fogo foram de grande valia para que a humanidade pudesse se adaptar à regiões de clima frio. Na natureza os animais não humanos são mais propensos a perecerem quando as circunstâncias mudam rapidamente porque eles já tendem a seguir um cronograma limitado de estratégias para sobreviver.
Basicamente, as formas de vida não -humanas são inconscientemente teimosas, tentando quase sempre as mesmas estratégias mesmo quando as condições ambientais mudam e portanto exigem ''atualizações de abordagem''. Por isso que muitas entram em extinção ou são substituídas por suas versões mais micro-adaptadas.
A capacidade adaptativa a nível sofisticado ou basicamente o auto- arbítrio, a capacidade ou mesmo a simples possibilidade de se pensar na escolha, o simples fato de ter em mãos uma paleta limitada de escolhas já faz do ser humano uma espécie única.
A limitação é a si mesmo visto que por agora não podemos transcender a nós mesmos, para isso deveríamos ser como ''metamorfoses ambulantes''. Geralmente as escolhas humanas são feitas a nível subconsciente, esbarrando em ideias intuitivas de grande valia. Talvez os seres humanos mais evoluídos possam ser bem mais reflexivos e conscientes de suas ações.
O pensamento lógico é uma mistura de intuição com lógica, uma espécie de intuição lógica pre-conceitual, a partir do primeiro eu, nós enquanto animais instintivos que apenas expressam as nossas tendências (forma&expressão) pelo comportamento, sem grande esforço reflexivo, isto é, julgando as próprias ações, e o segundo eu, o nosso senso potencialmente/inicialmente racional, que analisa as nossas ações. O julgamento não chega a ser racional ou inteiramente racional porque tende a ocorrer a dominância de nosso primeiro eu ou simplesmente ego, se a racionalidade poderia ser entendida como ''recessiva''. Por isso que a lógica funciona mas não é holisticamente perceptiva porque a sua finalidade é a utilidade funcional e nada mais.
Em compensação na racionalidade é o segundo eu que domina o primeiro eu, ao providenciar julgamentos bem mais holísticos e progressivamente afastados do ego que resultaria na lógica ou racionalização egoísta.
Na sabedoria a diferença é ainda maior por não se consistir caracteristicamente na mitigação ou resolução de problemas mas em suas prevenções. A priore ou em mundo perfeito, a sabedoria funciona como o primeiro (e último julgamento) que analisa o ambiente antes que ''criatividade'' e ''inteligência'' possam agir. Tal como um grupo de caçadores coletores se deslocando para um novo ambiente, o sábio é o primeiro que analisa o ambiente de maneira crítica, antes que criatividade e inteligência possam se assentar.
A sabedoria por ser uma balança crítico-analítica funciona como o olhar holístico, de fora do ambiente, analisando certa ação, afastada do seu criador criativo e do seu sustentador inteligente.
Geralmente tem funcionado assim, o criativo cria, o inteligente sustenta e o sábio analisa como uma terceira ou quarta pessoa, a partir de uma perspectiva neutra, em relação ao ego. O criativo é o tipo psico-cognitivo mais egocêntrico. O sábio é o menos.
Através dessas separações semanticamente corretas poderemos finalmente separar o conceito muito vago e complexo da inteligência do conceito que tenho tentado dar precisão, a sabedoria. E lembrando que a racionalidade ainda não será sabedoria.
O básico do bom senso...
Por que o nervosismo**
Olha, eu quero apenas o básico do bom senso,
umas gotinhas de racionalidade,
você é capaz**
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
até porque poucos tem a capacidade de ir mais longe,
de se aprofundar mais,
eu falo do básico,
de reagir corretamente,
adequadamente,
você consegue querido*
e você, querida** Você é capaz**
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
ninguém está lhe pedindo nada demais,
só para ser menos preguiçoso e sem senso de ridículo,
nasceu sem bússola, eu sei,
mas eu não tenho culpa,
tenho culpa eu*
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
coisas fáceis de serem percebidas,
qualquer um poderia, se não tivesse uma cratera na cabeça,
compreender e acatar,
mas é difícil pra você não é**
Atraio pessoas irritantes,
e o que devo fazer**
Até quando*
Olha, eu quero apenas o básico do bom senso,
umas gotinhas de racionalidade,
você é capaz**
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
até porque poucos tem a capacidade de ir mais longe,
de se aprofundar mais,
eu falo do básico,
de reagir corretamente,
adequadamente,
você consegue querido*
e você, querida** Você é capaz**
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
ninguém está lhe pedindo nada demais,
só para ser menos preguiçoso e sem senso de ridículo,
nasceu sem bússola, eu sei,
mas eu não tenho culpa,
tenho culpa eu*
Eu acho que não,
por isso o nervosismo,
falamos de obviedades,
a todo momento brigamos por obviedades,
coisas fáceis de serem percebidas,
qualquer um poderia, se não tivesse uma cratera na cabeça,
compreender e acatar,
mas é difícil pra você não é**
Atraio pessoas irritantes,
e o que devo fazer**
Até quando*
Marcadores:
''O básico do bom senso'',
bom senso,
sabedoria,
textos poéticos
domingo, 17 de julho de 2016
Antes do vento e outros brados
Antes do vento,
Da penumbra,
Da luz,
Do reflexo,
Dos transtornos do universo,
Dos raios de Deus a se espalharem como lava
A matéria e dentro o seu corpo-espaço
E sua força expansiva, o tempo
A inércia absoluta dominava
A dualidade era una
Não existiam contrastes nem forças
Tudo era perfeito
Desde o nada
Elementos existiam
Não se mesclavam
Tudo em seu devido lugar
Como um arco iris perfeito
Como uma prateleira organizada
em ordem alfabética
Gradual e sem qualquer conflito
Não era essa doença a dualidade
E quando a perfeição se quebrou
A unidade se eletrizou
E explodiu um câncer
e outras constelações
Elementos díspares se uniram
E a existência nasceu
E existe apenas por saber
Que é um problema a se resolver
A onda de estrelas e imensidão,
em todos os lados invadiu,
invade,
e continua com o seu caminho,
até perder força,
e por que não voltar*
pois quer de novo aquele calor,
daquele primevo pecado,
do primeiro desastre,
antes do vento,
assoprava a não-existência,
de uma paixão primeva,
e nasceu de si mesma,
num primeiro masturbar,
e o vento continua uivando,
uivos do primeiro amor,
do primeiro erro,
e sua força é a sua teimosia,
e o destino, pra quem se queixa,
é a tristeza,
a dor leve de uma melancolia,
e imaginar,
quando saberá,
quando finalmente saberá...
Quanta pressa
Onde vai Lua
Com tanta pressa!
Me espere linda que eu quero ir junto
Meu maior sonho é viver num céu bonito
Nesta noite iluminada por ti
Se esconde nas nuvens escuras
Não seja tímida
Você é uma rainha
Me mostre pra onde está indo
Tem tanta pressa!!
Parece andar tanto
mas também parece que está sempre no mesmo lugar
Eu confesso minha linda Lua
Estamos todos assim como você
Corremos tanto e no final
Também não saímos do lugar
também temos faces ocultas
deixamos apenas um lado amostra
ao combate ou à sorte
como ao seio da justiça
com o seu olhar incompleto
se não somos todos assim minha Lua querida
incompletos
Então, realize o meu desejo
Me leve deste chão imundo
Vamos fugir deste compromisso
Eu quero toda liberdade
Porque a vida é mesmo uma prisão
você sabe
Mas para querer eu preciso ser
O que eu serei quando deixar de ser?
Qual será o meu adjetivo?
Você também é pequenina não é minha Lua??
Também está sendo esmagada
pelo imenso silencioso
Quanta pressa, me espere
Eu quero me confessar
A vida é muito boa mesmo apesar de tudo
Eu encontrei a minha paz sabe
Ela estava bem aqui dentro de mim
Nós aqui de baixo somos assim
Procuramos aquilo que perdemos
De mais precioso
Mas nos esquecemos
Que está sempre no mesmo lugar
Dentro de nós
Corremos pra nos encontrarmos
Mas estamos sempre no mesmo lugar
Em nós mesmos
Eu não tenho pressa Lua
Deixo a vida ter por mim
A minha preguiça é tanta que eu vou embora
boa noite Lua querida
fique com Deus
que eu também estarei com ele aqui
do meu lado
em mim
em todo lugar
em cada canto
em cada espaço
Tímida tormenta da noite
O baile de nuvens que se confunde com o céu limpo
No limbo de fuligem
Do humano em seu absinto
Em meus olhos que miram o céu
Com mil perguntas sem conceitos
Mesmo sem interrogações
Encaro o teto que nunca cai
Nos protege e se sobressai
Aglomeram as nuvens que se apoderam do salão
Com os seus vestidos pomposos e seus robustos grilhões, delineando a cintura, encolhendo a barriga,
Numa valsa lenta, contam os espaços vazios
em passos tímidos, calculados
evitam toques e tropeços sem intenção
Parecem arquipélagos em algodão
Uma singela e silenciosa tormenta
Que escutamos pelo nariz
O seu vento cheiroso fala mais que damas e benzendeiras,
derrama todo o charme da vida
Que na verdade da noite
Se revela livre bailando acima
desta escuridão
desta tormenta calma
Na noite eu converso com Deus
Vejo o céu escuro
Ele revela a verdade da luz
Na noite em que eu converso com Deus
Vejo a beleza e me entrego no silêncio
Doce e solitário da noite
Eu contemplo a vida
E a compreendo num aprofundar...
Sentir-se com em conexão com o todo
O toque em mim,
o puro sentir
que é o puro existir
Na melancolia, num expirar mais pesado
Porém muito sincero
De me emocionar sério
De ouvir o ventinho da noite
Dominar o meu corpo e constatar
A mais óbvia e cristalina verdade
Eu estou vivo
Eu vivo
Eu amo viver
Apesar de tudo
Eu converso com Deus apenas pelo olhar
Lembro muitas vezes de amores que se foram
Se nesta estação estamos todos
Esperando o próximo trem
Eu acompanho a noite até sua casa
Me apresso à cama
Aos sonhos estranhos
Eu me conecto com o universo
Quando em mim adentro
Partindo mares profundos
num nado abstrato e cego
Buscando por minha alma
Por meu contato mais próximo com Deus
Com tudo e com o todo
Somos herdeiros desta primeira chama
Deste primeiro transtorno
Da onisciência de Deus, o primeiro faiscar de fogo,
Da existência e de seus filhos espelhos
A vida em sua centelha
em seu breve respirar
O céu olha pra mim
Eu retribuo gentilmente
E por dentro choro,
se a melancolia não é assim mesmo
A cascata do espírito
Serena inquietude
Depois de uma longa caminhada
Que Encontra o destino final
A serena sabedoria
Nas montanhas mais escondidas
Mais altivas
E digo a Deus pelo olhar
Que eu estou aqui
Que eu estou lhe vendo, o verdadeiro
E lhe pergunto ate quando
O que é o quando
O que é
E por que é
Porquês são sempre importantes
As falsas esperanças
e seus santos de barro
que sempre se esquecem deles
O verdadeiro contato
Não tem medos
Tem anseios mas também calma
Que um dia talvez todos nós saberemos
Valentes e pequenos
O broto da existência saberá tudo
o que mais importa quando se desbotar
Quando se entregar, por fim
sem demora ao espaço e tempo
E voltar a ser parte do todo
deixando de ser aparte
voltando a ser sensações puras
deste mistério orgulhoso e grave
Da penumbra,
Da luz,
Do reflexo,
Dos transtornos do universo,
Dos raios de Deus a se espalharem como lava
A matéria e dentro o seu corpo-espaço
E sua força expansiva, o tempo
A inércia absoluta dominava
A dualidade era una
Não existiam contrastes nem forças
Tudo era perfeito
Desde o nada
Elementos existiam
Não se mesclavam
Tudo em seu devido lugar
Como um arco iris perfeito
Como uma prateleira organizada
em ordem alfabética
Gradual e sem qualquer conflito
Não era essa doença a dualidade
E quando a perfeição se quebrou
A unidade se eletrizou
E explodiu um câncer
e outras constelações
Elementos díspares se uniram
E a existência nasceu
E existe apenas por saber
Que é um problema a se resolver
A onda de estrelas e imensidão,
em todos os lados invadiu,
invade,
e continua com o seu caminho,
até perder força,
e por que não voltar*
pois quer de novo aquele calor,
daquele primevo pecado,
do primeiro desastre,
antes do vento,
assoprava a não-existência,
de uma paixão primeva,
e nasceu de si mesma,
num primeiro masturbar,
e o vento continua uivando,
uivos do primeiro amor,
do primeiro erro,
e sua força é a sua teimosia,
e o destino, pra quem se queixa,
é a tristeza,
a dor leve de uma melancolia,
e imaginar,
quando saberá,
quando finalmente saberá...
Quanta pressa
Onde vai Lua
Com tanta pressa!
Me espere linda que eu quero ir junto
Meu maior sonho é viver num céu bonito
Nesta noite iluminada por ti
Se esconde nas nuvens escuras
Não seja tímida
Você é uma rainha
Me mostre pra onde está indo
Tem tanta pressa!!
Parece andar tanto
mas também parece que está sempre no mesmo lugar
Eu confesso minha linda Lua
Estamos todos assim como você
Corremos tanto e no final
Também não saímos do lugar
também temos faces ocultas
deixamos apenas um lado amostra
ao combate ou à sorte
como ao seio da justiça
com o seu olhar incompleto
se não somos todos assim minha Lua querida
incompletos
Então, realize o meu desejo
Me leve deste chão imundo
Vamos fugir deste compromisso
Eu quero toda liberdade
Porque a vida é mesmo uma prisão
você sabe
Mas para querer eu preciso ser
O que eu serei quando deixar de ser?
Qual será o meu adjetivo?
Você também é pequenina não é minha Lua??
Também está sendo esmagada
pelo imenso silencioso
Quanta pressa, me espere
Eu quero me confessar
A vida é muito boa mesmo apesar de tudo
Eu encontrei a minha paz sabe
Ela estava bem aqui dentro de mim
Nós aqui de baixo somos assim
Procuramos aquilo que perdemos
De mais precioso
Mas nos esquecemos
Que está sempre no mesmo lugar
Dentro de nós
Corremos pra nos encontrarmos
Mas estamos sempre no mesmo lugar
Em nós mesmos
Eu não tenho pressa Lua
Deixo a vida ter por mim
A minha preguiça é tanta que eu vou embora
boa noite Lua querida
fique com Deus
que eu também estarei com ele aqui
do meu lado
em mim
em todo lugar
em cada canto
em cada espaço
Tímida tormenta da noite
O baile de nuvens que se confunde com o céu limpo
No limbo de fuligem
Do humano em seu absinto
Em meus olhos que miram o céu
Com mil perguntas sem conceitos
Mesmo sem interrogações
Encaro o teto que nunca cai
Nos protege e se sobressai
Aglomeram as nuvens que se apoderam do salão
Com os seus vestidos pomposos e seus robustos grilhões, delineando a cintura, encolhendo a barriga,
Numa valsa lenta, contam os espaços vazios
em passos tímidos, calculados
evitam toques e tropeços sem intenção
Parecem arquipélagos em algodão
Uma singela e silenciosa tormenta
Que escutamos pelo nariz
O seu vento cheiroso fala mais que damas e benzendeiras,
derrama todo o charme da vida
Que na verdade da noite
Se revela livre bailando acima
desta escuridão
desta tormenta calma
Na noite eu converso com Deus
Vejo o céu escuro
Ele revela a verdade da luz
Na noite em que eu converso com Deus
Vejo a beleza e me entrego no silêncio
Doce e solitário da noite
Eu contemplo a vida
E a compreendo num aprofundar...
Sentir-se com em conexão com o todo
O toque em mim,
o puro sentir
que é o puro existir
Na melancolia, num expirar mais pesado
Porém muito sincero
De me emocionar sério
De ouvir o ventinho da noite
Dominar o meu corpo e constatar
A mais óbvia e cristalina verdade
Eu estou vivo
Eu vivo
Eu amo viver
Apesar de tudo
Eu converso com Deus apenas pelo olhar
Lembro muitas vezes de amores que se foram
Se nesta estação estamos todos
Esperando o próximo trem
Eu acompanho a noite até sua casa
Me apresso à cama
Aos sonhos estranhos
Eu me conecto com o universo
Quando em mim adentro
Partindo mares profundos
num nado abstrato e cego
Buscando por minha alma
Por meu contato mais próximo com Deus
Com tudo e com o todo
Somos herdeiros desta primeira chama
Deste primeiro transtorno
Da onisciência de Deus, o primeiro faiscar de fogo,
Da existência e de seus filhos espelhos
A vida em sua centelha
em seu breve respirar
O céu olha pra mim
Eu retribuo gentilmente
E por dentro choro,
se a melancolia não é assim mesmo
A cascata do espírito
Serena inquietude
Depois de uma longa caminhada
Que Encontra o destino final
A serena sabedoria
Nas montanhas mais escondidas
Mais altivas
E digo a Deus pelo olhar
Que eu estou aqui
Que eu estou lhe vendo, o verdadeiro
E lhe pergunto ate quando
O que é o quando
O que é
E por que é
Porquês são sempre importantes
As falsas esperanças
e seus santos de barro
que sempre se esquecem deles
O verdadeiro contato
Não tem medos
Tem anseios mas também calma
Que um dia talvez todos nós saberemos
Valentes e pequenos
O broto da existência saberá tudo
o que mais importa quando se desbotar
Quando se entregar, por fim
sem demora ao espaço e tempo
E voltar a ser parte do todo
deixando de ser aparte
voltando a ser sensações puras
deste mistério orgulhoso e grave
Como que os ''normies'' tendem a lidar com as suas profissões* : como 'um caixa de supermercado' lida com a sua... de maneira mecânica, fria, pragmática e bem pouco sutil
Mesmo em relação à ''profissões' em que a necessidade da racionalidade deveria ser mais importante.
A maioria das pessoas não são caprichosas...
Eu vejo cada profissão como um ramo que exige obviamente de diferentes estratégias de entendimento e posterior ação. No entanto, eu tenho a impressão que a maioria das pessoas, que eu ''aprendi'' que devem ser denominadas de ''normies'', tendem a homogeneizar a maioria delas de maneira mecanizada resultando em erros crassos de procedimento.
Falta-lhes o capricho, a consciência estética necessária para que possam entender que existem profissões E profissões, algumas que, sejamos sinceros, não são ''ocupações laborais'', mas algo além, como no caso da filosofia. Supostamente os professores de ''filosofia' são filósofos. No entanto isso não se consiste na plena verdade. Como eu tenho falado muitas vezes aqui, primeiro há de se entender realmente no que se consiste a filosofia. Segundo, há de se, a partir desta compreensão factual (de preferência com boas doses de reflexões independentemente construídas ou ao menos literalmente entendidas), torná-lo um compromisso pra toda vida e coerente, isto é, agir de acordo com aquilo que se auto-denomina.
Do contrário ou se estará obrando de forma cínica/debochada ou de forma estúpida, sem haver qualquer tipo de absolvição para as duas situações pois ambas apenas revelarão falhas significativas de suas conjunturas psico-sociais e moralmente objetivas/caráter.
Portanto não é apenas a real identidade do filósofo, do ser e agir de acordo, que está em jogo, mas todas as identidades que incorporamos, de sermos genuínos, sinceros consigo mesmos expressando esta auto-honestidade/sinceridade por meio de nossas ações, de forma complementar. E o capricho tende a se consistir no produto desta lógica intrapessoal, isto é, que ao sermos auto-sinceros também possamos compreender mais ''profundamente'' ou apenas corretamente as nossas funções até mesmo ao ponto de melhorá-las em qualidade.
Nuance e sutileza racionais são atributos que decididamente tendem a escassear entre os ''normies'', os normais.
A maioria das pessoas não são caprichosas...
Eu vejo cada profissão como um ramo que exige obviamente de diferentes estratégias de entendimento e posterior ação. No entanto, eu tenho a impressão que a maioria das pessoas, que eu ''aprendi'' que devem ser denominadas de ''normies'', tendem a homogeneizar a maioria delas de maneira mecanizada resultando em erros crassos de procedimento.
Falta-lhes o capricho, a consciência estética necessária para que possam entender que existem profissões E profissões, algumas que, sejamos sinceros, não são ''ocupações laborais'', mas algo além, como no caso da filosofia. Supostamente os professores de ''filosofia' são filósofos. No entanto isso não se consiste na plena verdade. Como eu tenho falado muitas vezes aqui, primeiro há de se entender realmente no que se consiste a filosofia. Segundo, há de se, a partir desta compreensão factual (de preferência com boas doses de reflexões independentemente construídas ou ao menos literalmente entendidas), torná-lo um compromisso pra toda vida e coerente, isto é, agir de acordo com aquilo que se auto-denomina.
Do contrário ou se estará obrando de forma cínica/debochada ou de forma estúpida, sem haver qualquer tipo de absolvição para as duas situações pois ambas apenas revelarão falhas significativas de suas conjunturas psico-sociais e moralmente objetivas/caráter.
Portanto não é apenas a real identidade do filósofo, do ser e agir de acordo, que está em jogo, mas todas as identidades que incorporamos, de sermos genuínos, sinceros consigo mesmos expressando esta auto-honestidade/sinceridade por meio de nossas ações, de forma complementar. E o capricho tende a se consistir no produto desta lógica intrapessoal, isto é, que ao sermos auto-sinceros também possamos compreender mais ''profundamente'' ou apenas corretamente as nossas funções até mesmo ao ponto de melhorá-las em qualidade.
Nuance e sutileza racionais são atributos que decididamente tendem a escassear entre os ''normies'', os normais.
A homossexualidade é um paradoxo paradigmático porém essencial para a filosofia, por nos dar uma lição de humanidade...
Continuamos humanos, continuamos animais, continuamos no mesmo barco, se sofrendo mais ou menos, continuamos todos no martírio de nossa espécie, de saber demais, além de nossas capacidades emocionais, e ao mesmo tempo de saber de menos, e esta falta nos coloca em um ''não-lugar'' na existência perceptiva, porque não sabemos o suficiente para não sermos estes seres naturalmente depressivos, que lutam com unhas e dentes contra esta naturalidade, e por sabermos além de nossas possibilidades de de fato ''saber'', resultando finalmente na incerteza, o estado absoluto da mente humana, a incerteza, que sabe demais e de menos, ao mesmo tempo.
Neste ambiente desolador, no entanto, multiplicam-se toda sorte de profetas, alguns bem disfarçados de ''cientificistas racionais'', que com suas roupas sóbrias e olhar compenetrado, pretendem ''consertar'' tudo aquilo que qualificam como ''inferior'', por exemplo, os transtornos da mente e também comportamentos ''indesejados'', diga-se, muitas vezes, que serão julgados pelos tipos mais rasos e grosseiros de seres humanos.
A filosofia tem no desvio comportamental, que não é imoralmente basal, isto é, que em sua raiz não exibe desde já qualquer tipo de desvio mais grave, como no caso da ''psicopatia'', um aliado forte para segurar esses pés ''idealistas'' por demasia e mantê-los fincados no chão da humildade filosófica, diga-se, da verdadeira filosofia, porque esta pletora de tipos invariavelmente polêmicos e em especial quando estão sujeitos ao julgamento torpe da ''moralidade subjetiva'', dão uma lição de humanidade, literalmente falando, a esses auto-eleitos reformadores da realidade, e que usualmente tem pouco de sabedoria e muito de megalomania para esbanjar.
O ser humano veste roupas, cobre o seu sexo, se distrai na maior parte do seu tempo com frivolidades, tende a desenvolver um sistema pessoal de pontos de vista que estão pela metade poluídos por pseudo-conhecimentos, enfim, se trans-forma, transgride a natureza com as suas prolíficas bugigangas, e se esquece que diante de todo este ''país das maravilhas'', continua a ser um animal-humano finito e desgostoso de sua condição final.
E nada mais conveniente do que a presença de comportamentos como o desvio sexual e nomeadamente a homossexualidade para nos mostrar que, ''apesar de tudo'' continuamos humanos e assim seremos, mesmo se nos transformarem em ciborgues. A teimosia da ciência em peitar a realidade até mesmo ao ponto de determinar de maneira brutalmente tendenciosa, binária, com o seu crivo de qualidade, aquilo que ''serve'' e que ''não serve'', direcionada especialmente para os semi-escravos que se consistem os seus subalternos, isto é, a boa parte da humanidade, esmorece diante deste paradoxo paradigmático, isto é, mediante a possibilidade de uma ''melhoria'', prostrar-se diante de si enquanto uma barreira natural, não apenas a humanidade mas também a existência por si mesma, e sempre lembrando aos cientificistas que, apesar dos seus melhores esforços, continuaremos a sermos vidas, continuaremos a morrer, e que com ou sem doença ou desvio, continuaremos a ser, em especial quando formos mais 'errados'' e que os seus olhares gélidos e praticamente robóticos tendem a penitenciar e com uma espontânea naturalidade.
A primeira lição de humanidade, de vida, da filosofia, é a de que, apesar de tudo aquilo que a tecnologia pode nos providenciar, continuaremos a ser e a deixar de ser, e que no final, talvez, fosse melhor deixar como está ou ''apenas'' lutar contra o grande mal que ameaça não apenas a nós mas também a todos os outros vivos que aqui respiram, o mal por si mesmo, enquanto psicopatia, enquanto ignorância, e por que não, enquanto cientificistas ambiciosos.
O paradoxo da homossexualidade ou de qualquer outro desvio da norma é também pungentemente o paradoxo da filosofia e agora encarna também um quê de paradigma, por estar sob potencial ameaça por parte deste junta de super-egos auto-eleitos que desejam ''consertar'' aquilo que entendem como ''errado''. O paradoxo de não ser exatamente o certo mas de ainda ter o seu valor filosófico. E o paradigma que se aproxima mais e mais a partir da escatológica intenção capitalística de fundar um comércio popular de ''qualidade biológica'' e vejamos o quão sutilmente corretos serão as pessoas comuns na possibilidade de escolherem os próprios filhos. Eu não preciso nem mesmo providenciar uma explicação, um porquê, até mesmo porque a própria ideia já nos coloca na tarefa de imaginar o cidadão comum, bronco, fanático por futebol e destituído de um sutileza perceptiva, juntamente com a sua mulher, igualmente complementar em sua mediocridade, se prostrando diante de uma tela de computador em busca do ''ser humano perfeito'', claro que de acordo com os seus gostos que desde a muito se mostraram comuns a duvidosos. Se falta-lhes consciência estética, então como que poderão decidir quanto à vida que pretenderão arcar, diga-se, a vida bio-manipulada de acordo com as suas vontades**
A filosofia é o ponto final do pensamento humano, assim como também é o seu ponto inicial, a sua origem e o seu fim. Tudo começa e termina na filosofia e o seu fim se aproxima perigosa porém seguramente do niilismo, pois apesar de concluir final e esperadamente que, ''no fim, morreremos'', de qualquer jeito, não importa a qualidade da vida que levemos, que formos, mesmo não importa se o ser humano conseguir ''vencer'' a morte, a existência é com certeza uma erva daninha infinitamente mais complicada. No niilismo, quando tudo não mais importa, é na filosofia em que tudo importará. Tão próximos em magnitude e substancialidade final ou derradeira, e tão distantes, tão opostos. A filosofia, como uma entidade racional, bloqueia o pensar lógico, justamente porque este se consiste ainda na maturação da percepção humana, isto é, é um estágio adolescente, quase adulto, talvez até mais jovem, enquanto que o pensamento racional é ao mesmo tempo, como uma técnica desta entidade espetacular, inicial e final. A lógica beira á infância perceptiva, por ser consumista, materialista, afobadamente imediatista e pragmaticamente prática. Quando a ciência triunfa sem o julgo filosófico, então quer dizer que continuaremos a agir logicamente, isto é, limpando, purificando aquilo que ''não serve'', reduzindo a experiência humana unicamente em um espectro cada vez mais superficial e diminuído, no prazer hedonista, numa alegria progressivamente perfeita e portanto desumana por excelência, enfim, agindo como animais domados por seus instintos que se agarram pragmaticamente a si próprios e portanto à uma proto-qualidade, que está absolutamente desprovida de moralidade objetiva ou a moralidade por si mesma. Renegamos a nossa humanidade, que se apresenta como sabedoria, em prol do conforto mesquinho e auto-enganador, se como eu já disse, ''morreremos'', tudo no final será em vão, com ou sem homossexualidade.
A homossexualidade ou qualquer outro desvio moralmente neutro em sua expressão basal, nos revela o quão humanamente animais somos, em nosso faro pelo sexo, pelo prazer, muitas vezes imediato, em nossas ''sujeiras'' fluidas ou corporais, em nossa humanidade despida desta avalanche crescente de artifícios, que a energia criativa humana tem sido direcionada, isto é, para este fim de tapar todos os buracos de realidade, da luz do sol, e nos envolver em uma redoma cada vez mais distante de nossa realidade final, que no final, não importarão essas picuinhas.
A homossexualidade ou seja lá o desvio qualquer, é um exemplo, primeiro quanto à necessidade da sutileza perceptiva, de compreender conscientemente que cada caso é de fato um caso e que deve ser analisado separadamente, a piore. Segundo que partindo desta lógica então existirão erros e erros e alguns erros ou desvios podem não ser muito importantes em termos objetivamente práticos, mas por não serem intrinsecamente problemáticos, como não é o caso da maldade irracional ou selvagem, por exemplo, isto é, a ação malévola ao invés da reação, sem prévia e coesa justificativa que mereça tal comportamento, então tal diversidade deve ser pensada e repensada antes de ser condenada no novo livro da inquisição, agora por meio da manipulação genética de mercado.
O erro e em especial aquele que não for imediatamente problemático não é a marca apenas da humanidade mas talvez da própria existência e no final, com ou sem ''erros', morreremos. Esta tentativa de purificação bio-cientificista ao invés de se consistir em uma cartada final do homem sobre a natureza pode muito bem resultar em sua própria desgraça.
Neste ambiente desolador, no entanto, multiplicam-se toda sorte de profetas, alguns bem disfarçados de ''cientificistas racionais'', que com suas roupas sóbrias e olhar compenetrado, pretendem ''consertar'' tudo aquilo que qualificam como ''inferior'', por exemplo, os transtornos da mente e também comportamentos ''indesejados'', diga-se, muitas vezes, que serão julgados pelos tipos mais rasos e grosseiros de seres humanos.
A filosofia tem no desvio comportamental, que não é imoralmente basal, isto é, que em sua raiz não exibe desde já qualquer tipo de desvio mais grave, como no caso da ''psicopatia'', um aliado forte para segurar esses pés ''idealistas'' por demasia e mantê-los fincados no chão da humildade filosófica, diga-se, da verdadeira filosofia, porque esta pletora de tipos invariavelmente polêmicos e em especial quando estão sujeitos ao julgamento torpe da ''moralidade subjetiva'', dão uma lição de humanidade, literalmente falando, a esses auto-eleitos reformadores da realidade, e que usualmente tem pouco de sabedoria e muito de megalomania para esbanjar.
O ser humano veste roupas, cobre o seu sexo, se distrai na maior parte do seu tempo com frivolidades, tende a desenvolver um sistema pessoal de pontos de vista que estão pela metade poluídos por pseudo-conhecimentos, enfim, se trans-forma, transgride a natureza com as suas prolíficas bugigangas, e se esquece que diante de todo este ''país das maravilhas'', continua a ser um animal-humano finito e desgostoso de sua condição final.
E nada mais conveniente do que a presença de comportamentos como o desvio sexual e nomeadamente a homossexualidade para nos mostrar que, ''apesar de tudo'' continuamos humanos e assim seremos, mesmo se nos transformarem em ciborgues. A teimosia da ciência em peitar a realidade até mesmo ao ponto de determinar de maneira brutalmente tendenciosa, binária, com o seu crivo de qualidade, aquilo que ''serve'' e que ''não serve'', direcionada especialmente para os semi-escravos que se consistem os seus subalternos, isto é, a boa parte da humanidade, esmorece diante deste paradoxo paradigmático, isto é, mediante a possibilidade de uma ''melhoria'', prostrar-se diante de si enquanto uma barreira natural, não apenas a humanidade mas também a existência por si mesma, e sempre lembrando aos cientificistas que, apesar dos seus melhores esforços, continuaremos a sermos vidas, continuaremos a morrer, e que com ou sem doença ou desvio, continuaremos a ser, em especial quando formos mais 'errados'' e que os seus olhares gélidos e praticamente robóticos tendem a penitenciar e com uma espontânea naturalidade.
A primeira lição de humanidade, de vida, da filosofia, é a de que, apesar de tudo aquilo que a tecnologia pode nos providenciar, continuaremos a ser e a deixar de ser, e que no final, talvez, fosse melhor deixar como está ou ''apenas'' lutar contra o grande mal que ameaça não apenas a nós mas também a todos os outros vivos que aqui respiram, o mal por si mesmo, enquanto psicopatia, enquanto ignorância, e por que não, enquanto cientificistas ambiciosos.
O paradoxo da homossexualidade ou de qualquer outro desvio da norma é também pungentemente o paradoxo da filosofia e agora encarna também um quê de paradigma, por estar sob potencial ameaça por parte deste junta de super-egos auto-eleitos que desejam ''consertar'' aquilo que entendem como ''errado''. O paradoxo de não ser exatamente o certo mas de ainda ter o seu valor filosófico. E o paradigma que se aproxima mais e mais a partir da escatológica intenção capitalística de fundar um comércio popular de ''qualidade biológica'' e vejamos o quão sutilmente corretos serão as pessoas comuns na possibilidade de escolherem os próprios filhos. Eu não preciso nem mesmo providenciar uma explicação, um porquê, até mesmo porque a própria ideia já nos coloca na tarefa de imaginar o cidadão comum, bronco, fanático por futebol e destituído de um sutileza perceptiva, juntamente com a sua mulher, igualmente complementar em sua mediocridade, se prostrando diante de uma tela de computador em busca do ''ser humano perfeito'', claro que de acordo com os seus gostos que desde a muito se mostraram comuns a duvidosos. Se falta-lhes consciência estética, então como que poderão decidir quanto à vida que pretenderão arcar, diga-se, a vida bio-manipulada de acordo com as suas vontades**
A filosofia é o ponto final do pensamento humano, assim como também é o seu ponto inicial, a sua origem e o seu fim. Tudo começa e termina na filosofia e o seu fim se aproxima perigosa porém seguramente do niilismo, pois apesar de concluir final e esperadamente que, ''no fim, morreremos'', de qualquer jeito, não importa a qualidade da vida que levemos, que formos, mesmo não importa se o ser humano conseguir ''vencer'' a morte, a existência é com certeza uma erva daninha infinitamente mais complicada. No niilismo, quando tudo não mais importa, é na filosofia em que tudo importará. Tão próximos em magnitude e substancialidade final ou derradeira, e tão distantes, tão opostos. A filosofia, como uma entidade racional, bloqueia o pensar lógico, justamente porque este se consiste ainda na maturação da percepção humana, isto é, é um estágio adolescente, quase adulto, talvez até mais jovem, enquanto que o pensamento racional é ao mesmo tempo, como uma técnica desta entidade espetacular, inicial e final. A lógica beira á infância perceptiva, por ser consumista, materialista, afobadamente imediatista e pragmaticamente prática. Quando a ciência triunfa sem o julgo filosófico, então quer dizer que continuaremos a agir logicamente, isto é, limpando, purificando aquilo que ''não serve'', reduzindo a experiência humana unicamente em um espectro cada vez mais superficial e diminuído, no prazer hedonista, numa alegria progressivamente perfeita e portanto desumana por excelência, enfim, agindo como animais domados por seus instintos que se agarram pragmaticamente a si próprios e portanto à uma proto-qualidade, que está absolutamente desprovida de moralidade objetiva ou a moralidade por si mesma. Renegamos a nossa humanidade, que se apresenta como sabedoria, em prol do conforto mesquinho e auto-enganador, se como eu já disse, ''morreremos'', tudo no final será em vão, com ou sem homossexualidade.
A homossexualidade ou qualquer outro desvio moralmente neutro em sua expressão basal, nos revela o quão humanamente animais somos, em nosso faro pelo sexo, pelo prazer, muitas vezes imediato, em nossas ''sujeiras'' fluidas ou corporais, em nossa humanidade despida desta avalanche crescente de artifícios, que a energia criativa humana tem sido direcionada, isto é, para este fim de tapar todos os buracos de realidade, da luz do sol, e nos envolver em uma redoma cada vez mais distante de nossa realidade final, que no final, não importarão essas picuinhas.
A homossexualidade ou seja lá o desvio qualquer, é um exemplo, primeiro quanto à necessidade da sutileza perceptiva, de compreender conscientemente que cada caso é de fato um caso e que deve ser analisado separadamente, a piore. Segundo que partindo desta lógica então existirão erros e erros e alguns erros ou desvios podem não ser muito importantes em termos objetivamente práticos, mas por não serem intrinsecamente problemáticos, como não é o caso da maldade irracional ou selvagem, por exemplo, isto é, a ação malévola ao invés da reação, sem prévia e coesa justificativa que mereça tal comportamento, então tal diversidade deve ser pensada e repensada antes de ser condenada no novo livro da inquisição, agora por meio da manipulação genética de mercado.
O erro e em especial aquele que não for imediatamente problemático não é a marca apenas da humanidade mas talvez da própria existência e no final, com ou sem ''erros', morreremos. Esta tentativa de purificação bio-cientificista ao invés de se consistir em uma cartada final do homem sobre a natureza pode muito bem resultar em sua própria desgraça.
Marcadores:
ética,
filosofia,
homossexualidade,
moralidade subjetiva
Assinar:
Postagens (Atom)