Minha lista de blogs

Mostrando postagens com marcador poesias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesias. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Parar um pouco

 E sentir o vento circular a pele 


Parar um pouco 
E ver o entardecer transformar a luz do dia na escuridão da noite 

Parar um pouco 
E pensar nas vidas que amou e se foram pra sempre

Parar um pouco 
E sentir o momento presente como um ritual de meditação

Parar um pouco 
E pensar nas pessoas e seres que ama e continuam contigo 

Até mesmo nos que não estão 

Parar um pouco 
E pensar nas vidas que já viveu

Parar um pouco 
E pensar em não pensar sobre o amanhã

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

poesias de 2018

 30/01/2018

A poesia do poeta impressionista

A pintura que prefere o insinuar
Que busca pela silhueta, pelas margens, pelos riscos
A pintura poesia,
Que prefere pintar ... os próprios versos
Ao invés das cestas, dos rios
Que não quer a boca, quer o sorriso
No alto de um romantismo incurável
Do alto de um amor invencível pela vida

O ser poente

Quando entardece, as estrelas chamam
Quando anoitece, as sombras somam
E assim é o ser poente,
Que com o sol se põe
E com a manhã se levanta
Com o dia anda, com os seus pensamentos, suas dúvidas, com as saudades e os seus lamentos

Com os sentimentos, respira
Com o tempo, expira
O seu prazo, o seu espaço
O seu corpo queima.. em uma pira

As suas mãos inconscientes, um contrato assinam
A cláusula do ato em que assassinam
A cada ciclo de luz e escuridão
Os ventos tremulam, e as bênçãos
Que as velas apagam

Ser poente, vivendo em cada verso
Ser poema, sentindo
e ainda assim termina incompleto
 
Poente, qual hora em que o infinito toca
Qual momento em que um pálido grito, choca
Quais lágrimas, quais gozos, quais sorrisos,
Quais gostos que mais sentes
Quais juízos que deixa de ter
Ser poente, ser um ciclo
Que anda em círculos
Não é uma dança da chuva
É da vida

Todo dia é um mito
Ser descrente que ainda é crente
Que existe uma saída
Ser poente, ser alma ardente
Luz ausente
Que ainda é luz, sofrida

Alegria alergia

A única alergia que queremos ter
Quando dormimos e sonhamos com ela no outro dia
Quando acordamos e buscamos por sua companhia
Buscamos a sua coceira
Alegria alergia
Nós que nos voluntariamos
Por sua vermelhidão
Dentro de nossas ostras
Buscamos preencher.. as cabeças ocas
Perseguimos a alergia que faz cócegas  
Que nos dá sossego
Que coça, sem doer
Que provoca e faz querer
Que incita a vida a viver mais ainda
E a cair exausta.. de tanta alegria
Quer as coceiras nos pés, nas axilas
Quer o corpo envolto ..
Quer a sua ousadia
Não quer o futuro desafiador
Quer a doce nostalgia, de tudo o que passou
Quer a alergia que avermelha, alegria
Os lábios brilhantes
As coradas bochechas
O vento nas orelhas
Quer o seu calor, num frio dia
Quer a sua fluidez,
Quer os sorrisos cheios
Quer sugar os seus seios
 
Santa alergia
Deus'alegria
Dê-me sua saúde

Faça de mim, mais que um açude
Um oceano! eu pedia...

terça-feira, 23 de abril de 2024

Amanhã

 Eu continuarei sem ter controle de quem eu sou 

De quais memórias serão depositadas 
No lugar das que terei esquecido

Continuarei sem ter controle sobre o que virá
Sobre o caminho que o mundo toma
O que as minhas costas carregam comigo 

Não sei se a lua nos abandonará 
Ou se o sol se tornará mais nocivo

Não sei como será o futuro depois de eu ter existido 
Se os romanos serão pré-históricos 
E a minha era será mais um depósito 
de lembranças dos que, um dia, foram vivos

sábado, 9 de setembro de 2023

Em busca da minha montanha

 Da tranquilidade do meu corpo.

Da paz do meu espírito. 
Que só encontro nos mares de morros.
Apenas um pouco de alívio. 
Na contemplação das nuvens.
No silêncio dos outros. 
No meu monólogo sozinho. 
No sol se despedindo. 
Sempre em busca de minha montanha.
Do meu abrigo.
Onde eu posso respirar com mais liberdade.
Fechar os olhos e dar atenção aos meus ouvidos.
Onde eu posso meditar do meu jeito. 
E dizer o que penso com toda sinceridade. 
E celebrar, mais uma vez, por estar vivo.
E passar, mais uma vez, pelo mesmo ciclo. 

sábado, 5 de agosto de 2023

Jardim de inverno

 Dedicado à belíssima música Winter Gardens de Harold Budd 


Abriu-se o jardim da morte 
Do frio, da desolação
Das lágrimas que nunca secam 
Das nuvens sempre pesadas
Das lembranças dolorosas 
Das memórias que nunca apagam 
Dos desaparecidos 
Dos desencaminhados 
Sem direção
Dos sem destino 
Que já se deixaram
Que já ultrapassaram a única dimensão

Abriu-se o jardim do inverno que nunca cede
Da indiferença do universo que parece infinita
Do silêncio do túmulo que tremula em preces
Da inexistência do próprio fim
Do que um dia foi vida
Até à última espécie 
E não haver mais dor, dúvidas ou dívidas 
Até a ilusão da consciência desaparecer pra sempre 

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Uma memória muito distante

 Era um escritório 

E uma cidade que, agora, é apenas lembrança
O meu pai era um gigante 
E eu 
apenas uma criança 

Um filho ao lado 
Que olhava aquele mundo
Que achava tão sem importância
Como eu não faço com o mundo de hoje
Como se não fosse nada 
Apenas mais um momento 
Como tantos outros

Então, o tempo passou 
E agora eu quero recordar 
Porque foi aquele sentimento 
que me levou a 1994 

E as certezas eram outras 
E o futuro, misterioso e vasto 
Tudo era tão diferente
Ele, no auge de sua vida
Eu, com menos de uma década de existência

Se pudesse voltar 
E dizer para não fazer isso ou aquilo 
Não sei quais seriam as consequências
A tentação de achar que teria sido melhor
E o medo de que fosse muito pior

Mas foi assim que vivemos 
E 29 anos depois, nesse 2023 "dc"
Eu temo 
Que o perca de vista para sempre
Que não continue mais dobrando as esquinas com quem o ama 
Que nos deixe nas próximas ruas

Mas eu continuarei desejando
Mesmo se parecer tão difícil
Que ele não nos abandone tão cedo 
Sempre tão cedo 
Mesmo se tivesse uns 100 anos 
Que continue caminhando conosco, por esses bairros e becos
Que continue persistindo e perseverando 

O fim

 Homenagem à linda música An ending de Brian Enno


Os olhos se fecham 
Os sonhos adormecem
As flores murcham 
As nuvens desaparecem
Os mais cansados pulam
Os mais descansados se despedem
Pra sempre 

Se há um além, 
Uma eternidade de ódio e amor
Se voaremos como anjos em louvor
Se brincaremos como crianças 
Pra sempre

Ou se tudo é nada 
E um dia será o último 
Se houve um primeiro momento 
Para nós, todo momento é único 

É o fim
É o fim 

É a emoção que pulsa
Constante
Como a alma

Como miado ou ronronar 
Como as palavras dos ponteiros
E apenas um tempo 

O fim
O fim 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Sou o gênio das soluções óbvias

 Do bom senso 

sempre sem graça

Da sobriedade mórbida 
Das respostas que ninguém quer ouvir 
Das consequências que ninguém quer se responsabilizar 
Sou o gênio da percepção de hipócritas 
Começando por mim mesmo 
Sou o exorcista das explicações longas e pretensiosas 
Sou o mágico que sempre tira a razão da cartola 
Que não faz truques ou esconde segredos
Sou o gênio da lâmpada 
que os mestres chamam quando querem desabafar 
O único desejo que posso realizar 
Me servir de ouvidos e um olhar para os que necessitam 
E são poucos que querem me escutar 
Se existe alguém que queira ouvir 
Os meus vícios de linguagem,
A minha péssima dicção, 
A covardia da minha coragem, 
A vitória do meu egoísmo,
Minhas pausas, 
Minha vida sem muita agitação
Nem heroísmos,

Se continuarei nessa maré calma
Ou se as próximas décadas me atirarão aos tubarões 
E se conseguirei dar conta do recado 
Do chamado 
Que eu sempre segui 
Por enquanto apenas pelas palavras,
Se seguirei vivendo sem maiores perturbações 

domingo, 11 de junho de 2023

Dois mundos

 Soldados, Amazonas

Uniformes, simétricos 
Fortes, corpóreos
Orgulhosos, alienados 
Guerreiros, compactos
Espertos
Se acham mais homens 
Seus músculos e cabelos cortados
Suas mulheres de saias, de farda e filhos
bem comportados ou atléticos
Os próximos espartanos, o próximo exército 

E quando não crescem 
como esperavam
Amadurecem mutantes, 
E se juntam aos desajustados 
À tribo dos diversos
Dos pensadores de corpo fraco 
Aos complexos (inclusive os de outro lado)
De militares a militantes
Opostos do mundo prático 
Se são músicos, poetas, escritores 
Muitos não são machos
Mas fêmeas e andróginos 
Desde antes da puberdade 
Que são sonhadores, indivíduos-coletivos 
Estudantes ou mais velhos 
Estereotípicos ou discretos
Se tem filhos ou se esbaldam em banquetes de sexo, 
Os dois é possível
Se tornam empresários ou políticos 
Se nunca deixam o seu idealismo
Que soldados e amazonas detestam

segunda-feira, 22 de maio de 2023

A realeza não é real

 Quem tem sangue azul é barata (ou verde)

A realeza não realiza
Que a realidade não ratifica 
O seu cetro de metal e o seu trono de mentira 
O real não é um pedaço de papel que chamam de necessário e uma falsa hierarquia 
Não há nenhum mérito para governar só por ser filho ou filha
Enquanto o povo paga para uma certa família 
E os símbolos valem mais que vidas 
E a humanidade continua a sua suja sina 
E os sinos de ouro das igrejas anunciam
Um novo rei e uma nova bastilha
Não foi deus ou o povo 
Mas eu sei que as cabeças rolam 
Assim como os pedras
E que eu prefiro a simpatia do diabo 
Do que desses padres e bispos
Do que desta corte de privilégios e ritos 
Que nojo eu sinto do obscurantismo e suas trevas
De quem se veste com opulência 
E que tudo não passa de delírios não-tratados
Enquanto os psiquiatras culpam seus pacientes 
Que me perdoem os mais doentes
Mas, para ser sincero, o mundo dos humanos é apenas um velho hospício, um antro de lunáticos
Que continuem fingindo...
Cada terno é uma camisa de força
Até que acabe esse circo
E voltem, todos, a rodar em seus/outros círculos, 
alienados... 

domingo, 21 de maio de 2023

A intenção é atrasar

 O máximo possível

O máximo que conseguir
Pra que ela não venha e roube tudo
E destrua esse mundo
Só nosso
Que apenas nós podemos viver
Que apenas um pode entrar
De cada vez
Em seu único espaço
Do seu único tempo
Pra que ela não apareça
Pra que ela se esqueça
E o sonho de eternidade continue 
a enganar o momento
Apesar de todas as evidências
Apesar de saber que está sempre perdendo
Que aquela hora, um dia, chega
A intenção é aproveitar
Mas, antes de tudo, de atrasar
De mantê-la ocupada com outro infeliz
E tentar ser menos triste com o pouco que é a vida
Que, pra nossa perspectiva, é tudo

sábado, 13 de maio de 2023

Humanidade

 É a apoteose da natureza em seu máximo 

Sua destruição, sua engenhosidade e seu inchaço 
A mais aberrante de todas as espécies
Um bicho tão superficial que parece errado
A mais anti-natural
No meio de um caminho 
Entre cadeias alimentares e nuvens de contemplação 
Entre ciclos de sangue e reconstrução 
Mas se pensam como deuses, então por que agem como formigas? 
Se é a mais inteligente, então por que não é a mais evoluída? 
Os sinos das igrejas continuam a abafar 
Assim como os sofistas
E as massas continuam a se formar 
Como o planeta Solaris
Um grande e hostil oceano de consciência, força e crueldade

Se alma existe

 Se é apenas um grito de consciência 

Um desejo de eternidade 
Uma ideia que atormenta
E se limita à humanidade
Se é apenas teimosia, arrogância,
efeito colateral
E o abstrato se torna sólido
Orgânico, como a solidão universal
Se não é mais que um pedido 
Uma certeza ou ilusão
Uma necessidade de parecer, de ser mais do que é
Animal
Se isso existe tal como os pés e as mãos
Como um sentimento constante e horizontal
Se não é mais que uma palavra para se agarrar
E olhar como um totem ou talismã, se é tão forte que chega a ser redudante
Acreditar que o fogo é mais que fogo 
Que é alma

sexta-feira, 5 de maio de 2023

A primeira vida

 O primeiro tormento

em silêncio (nunca por dentro)
se movendo
no fundo do mar
solto pelo ar
Sentindo
tocando o mundo
Sendo um mundo
sem se ver
sem saber
o que é ser
há bilhões de anos
os primeiros segundos de vida 
apenas vida
a primeira
e única
O primeiro despertar
e o primeiro adormecer
A primeira morte
Sem ninguém para lamentar
Mãe/pai de todos os sofredores,
estamos aqui por você,
somos o seu eco
que começou do zero
em versos simples e curtos
eu sempre te agradeço 
Mas também te culpo
Muito

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Eu reclamo

 Eu reclamo do calor 

Mas não estou doente
(Ainda)

Eu reclamo da ansiedade 
Mas continuo vivendo

Eu reclamo da saudade
Então eu sinto o doce vento
Do presente

Eu reclamo dos outros
Mas eu sou outro
Mais um descontente

Eu reclamo da vida
Mas eu fujo da morte
Eu reclamo tanto da vida
Porque amo essa tortura 
De ser tudo

Consciência

 É a sensação de ser um

Absoluto em si mesmo
De existir por dentro
E reagir por fora
É a própria sensação de existir
Que não existe para uma pedra argilosa
De ser composto por elementos
E se expressar pelos sentidos
É a sensação da sensação
Do agora, de ser um espaço no tempo/do tempo
Do corpo e seus limites
É a solidão de um indivíduo
De ser um território de energia
Um eco constante de internalidade
Que reage aos instantes de um dia
De chamar de dia um movimento do planeta
De acreditar que cada segundo é uma certeza da realidade,
De estar respirando, sentindo, enxergando, tocando...
De falar sozinho com a voz que não gagueja
É a própria sensação da vida
Da chama acesa
De diferença, de separação do mundo
De perspectiva
De singularidade
De olhar de volta
Do outro lado
De responder ao chamado
E não apenas seguir o curso

terça-feira, 2 de maio de 2023

As fotos se apagam

 Como em "De Volta para o Futuro",

Mas o passado nunca volta
 
As fotos se transformam
Como aquela do meu batismo 
Com os meus padrinhos ao lado 
E minhas avós neste mundo 
Quer dizer, naquele mundo 

De um momento 
De muitos que não existem mais 

Agora, nos restam: eu e os meus pais 
Na foto principal

Em outras fotos: primos e tios que (ainda) vivem 
Que ainda compartilham o mesmo ar de existência 
O mesmo balão de ilusão e crença 

Até que suas faces se tornem sombras tristes
Seus dias, as lembranças dos outros 

Até que os outros desapareçam em seus últimos sopros
Se fechando em suas solidões também 

Até que os outros dos outros, enfim, que caiam todos na escuridão de um infinito desdém 

Por isso, apenas o amor que mantém 
Que me equilibra para não cair cedo demais 
Que evita que me empurre no mesmo lago, sem água nem fundo 

Apenas o amor que irriga minhas veias tão gastas e desiguais, 
Meu cérebro tão exaltado,
Meu coração de pulso.

Não era para olhar pra vida

 Porque quando se olha 

É o tempo 
É a tristeza que domina 
Porque o olhar perturba
Desvia do propósito original da vida
De apenas viver
Sem separá-la do ato
Sem lhe dar um nome, conceito 
Ou explicação 
Um lugar abstrato para (se) olhar  
E sentir (se), tão literalmente

E os outros animais têm a sorte 
Que não temos
De não olhar pra ela
tão curta e frágil 
Tão intimamente
E concluir o quão vida se é 

É uma consolação saber que toda vida é igual
Que ninguém vence,
Especialmente os mais iludidos,
Os mais inconsequentes 
Que não sentem o chão nos pés.

terça-feira, 25 de abril de 2023

Pelos sentidos

 Pela cavidade do ouvido 

Vem o som da caixa de mentiras 
A televisão 

Vem o zumbido de sua torpe ousadia 
Que quer nos manter divididos (se é mais lucrativo) do que promover a nossa união

E eu grito, silenciosamente, 
Vem direto da alma,
Me incomoda, tal como alergia,
E eu saio da sala em um avião
Para um vício ainda mais envolvente
Chamado celular

Onde os neurônios se perdem em cada vídeo
Se uma obra de Fellini ou um gato divertido 
Se pelas músicas que tocam aleatoriamente
Foo Fighters, como sempre 
Diz que voltará para aquela merda de cidade 
De tarde, o céu nublado acima 
E Harold Budd me encanta com as suas poesias, desde há uma década atrás, 

E meu impulso de poeta quer tudo registrar

Quero escrever meu testamento,
Meu pequeno legado que carrego nas costas 
Quero descarregar minha melancolia

E me espanto ao saber que Ryuichi Sakamoto 
Já abriu aquela porta 
Para nunca mais voltar

Ele já terminou o seu testamento
Nos deixou suas composições tão lindas
A minha favorita é aquela do filme "O Último Imperador"
Do ano em que saí do útero e comecei a chorar
Sem dor
Dos meus primeiros momentos de vida 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Sub(consciente)

 O meu consciente me esconde

O meu subconsciente me expõe

O meu consciente me aconselha
O meu subconsciente me manda 

O meu consciente reflete
O meu subconsciente pratica 

O meu consciente pondera
O meu subconsciente me atiça 

O meu consciente quer paz 
O meu subconsciente quer guerra 

O meu consciente quer meditar
O meu subconsciente quer ir longe 

O meu consciente quer viver o presente
O meu subconsciente vive de passado e futuro 

O meu consciente é mais fleumático, normal 
O meu subconsciente é mais dramático, um ciclotímico impulso

O meu consciente é o meu ideal 
O meu subconsciente é o mais forte

Mas eu ainda acabo no meio de dois mundos 
Eu não sou os braços de um lado ou de outro 
Eu sou a corda que puxam