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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Uma hipótese a partir das correlações encontradas entre mês ou estação de nascimento e tendências psicológicas

Existem alguns estudos interessantes que têm encontrado correlações positivas, porém, relativamente modestas, entre o mês ou a estação de nascimento e certas tendências psicológicas: de que aqueles que nascem no período do inverno, especialmente no fim do inverno e início da primavera, pelo menos no hemisfério norte, estariam em maior risco de desenvolver transtornos mentais, especialmente a esquizofrenia. E a explicação mais comum seria de que as mulheres grávidas que concebem nesse período estariam mais expostas a infecções virais, e que, em uma eventual infecção, seus filhos poderiam apresentar efeitos de longo prazo, mais tarde na vida, incluindo transtornos mentais. Outro possível fator seria a indução do tempo frio a uma deficiência em vitamina D que contribuiria para complicar o desenvolvimento normal das gestações. A correlação entre prematuridade (ou baixo peso ao nascer) e esquizofrenia (e psicopatologia, de maneira geral) também tem sido percebida. Talvez, um desenvolvimento normal do cérebro que é abruptamente interrompido por fatores externos também pode ser um gatilho de longo prazo para a expressão de um transtorno mental. Ou pode ser que o fator genético e, portanto, hereditário, explique boa parte dos transtornos de natureza psiquiátrica, se, primeiro, um casal cujos dois componentes apresentam o mesmo transtorno, estão em maior risco de passá-lo aos seus descendentes naturais do que um casal com apenas um portador, e especialmente no caso de não haver qualquer sinal explícito de transtorno mental entre um par de humanos biologicamente aptos a procriarem entre si ou que já o tenham feito. Pois é justamente essa última possibilidade que me parece a mais provável por talvez ser a menos extraordinária. Primeiro, porque relacionamentos assortativos, em que há um interesse mútuo e ativo de enlace por percepção de similaridades fenotípicas, geralmente uma combinação de biotipo, personalidade e circunstâncias sociais, aumentam a probabilidade de que indivíduos de sexos opostos com os mesmos riscos de saúde, incluindo os psiquiátricos, se envolvam em uma relação e que se frutifique em descendência natural. Segundo que, o mecanismo proposto para explicar a correlação entre nascer no inverno (frio, do hemisfério norte) e desenvolver certos transtornos mentais, precisa de uma comprovação empírica e não é o do meu conhecimento que ela exista até à data em que escrevo esse texto, digo uma comprovação em humanos. Terceiro que, a maioria dos indivíduos que nascem no período do inverno não se tornam esquizofrênicos, ainda que seria interessante ver se existe uma maior proporção de indivíduos que nascem nesse período (especialmente em regiões de clima temperado) e que, se não chegam a se tornar esquizofrênicos, apresentam outros transtornos psiquiátricos, ou pelo menos uma maior expressão de traços de personalidade e cognição associados. Quarto que, indivíduos humanos dotados de perfis de personalidade diferentes (que são padrões predominantemente estáveis de comportamento) tendem a apresentar hábitos diferentes, provavelmente também de acasalamento. Ainda mais diretamente relacionado com essa correlação entre mês ou estação de nascimento e tendências psicológicas, uma das diferenças de comportamento ou personalidade que pode explicá-la é a de preferência climática em que, aqueles que gostam mais do tempo frio (ou que não apresentam esse tipo de preferência), se sentem mais motivados nesse período do ano, até mesmo para fazer sexo//procriar (ou não apresentam diferenças de motivação ao longo do ano), e o padrão oposto para aqueles que preferem o tempo quente. Por exemplo, indivíduos mais emocionalmente instáveis que tendem a se sentir mais "deprimidos" ou menos motivados no tempo frio, ainda mais em ambientes em que o inverno é rigoroso, inclusive para manter relações sexuais, e o padrão oposto para o período mais quente do ano. E já que a gravidez humana dura, em média, nove meses, uma gestação que foi iniciada no verão ou na primavera, fechará o seu ciclo no outono ou no inverno. Então o que talvez tenhamos como elemento mais importante nessa situação é a influência do tipo de personalidade e que expressa vários aspectos biológicos: hormonais, mentais, genéticos... , e não necessariamente o do meio agindo diretamente no organismo humano, ainda que o influencie de maneira indireta, pelo comportamento.

Ok, mas então como explicar esse padrão em regiões de clima tropical e equatorial, se esses climas se caracterizam por variações menos significativas de temperatura??

Pois mesmo se acontece uma menor variação térmica nessas regiões, o fator subjacente é o mesmo, de que existem diferenças de traços mentais entre os seres humanos que resultam em diferenças de hábitos, além do fato de que esses traços mentais não serem apenas abstrações, por também expressarem aspectos mais orgânicos e variavelmente hereditários do corpo. Então, mesmo se esse padrão não se confirma em todas as regiões, sua possível ausência de universalidade correlativa não invalida a sua comprovação de correlação específica. Mas, talvez, essa correlação não passe de uma "confusão genética" (ou genetic confounding, da expressão original em inglês), em que uma correlação que acusa uma causalidade ambiental para determinada tendência de comportamento, na verdade, tem como fatores subjacentes, primários e mais influentes, as características biológicas, como os traços de personalidade e que também são transmitidos de pais para filhos. E, antes de finalizar esse texto, me pergunto se o risco de parto prematuro (ou mesmo de aborto espontâneo) também pode ser uma predisposição intrínseca e variavelmente hereditária, não apenas um incidente completamente aleatório, isto é, que não apresenta a mesma probabilidade de acontecer com qualquer mulher grávida?? Eu sei que existem estudos mostrando diferenças desse risco entre grupos étnicos ou raciais (durante uma pesquisa rápida sobre esse tópico, encontrei estudos mostrando que, de fato, existe uma comprovação indireta de influência genética em relação a esse risco)...

Fontes: 

Season of birth in schizophrenia: a maternal-fetal chronobiological hypothesis




Heritability of Schizophrenia and Schizophrenia Spectrum Based on the Nationwide Danish Twin Register


Family history is a predictor of current preterm birth


The Role of Genetics in Preterm Birth


Levels of the stress hormone cortisol are higher in women who give birth in the autumn and winter than those who give birth in the spring or summer, finds a new study by researchers at Cardiff University.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Teimosia patológica é um sinal muito claro de irracionalidade/Pathological stubbornness is a very clear sign of irrationality

 Talvez, um dos mais característicos, de quando uma pessoa teima mesmo diante de evidências ou fatos, mesmo quando percebe que o seu raciocínio não é o mais ponderado. E quanto mais frequente se torna esse padrão, mais irracional.


Perhaps one of the most characteristic, when a person is stubborn even in the face of evidence or facts, even when they realize that their reasoning is not the most considered. And the more frequent this pattern becomes, the more irrational.

terça-feira, 14 de maio de 2024

O perfil mais ingrato/The most ungrateful profile

 Quem olha pra mim, até pode dizer que eu sou tímido, mais fechado, mas também pode dizer que eu sou educado e até calmo e simpático, dependendo da pessoa e do contexto de interação comigo. Também pode dizer que eu sou inteligente, no sentido de mais inteligente, de mais capaz. E, apesar de gostar de um elogio, ainda mais quando não é exagerado ou falso, esse último pode ou, costuma servir como um argumento em potencial para me criticarem por, até hoje, em que escrevo esse texto, do alto dos meus 35 anos e à beira de completar mais um ciclo, não ter conseguido um emprego. Porque as aparências mostram o que não é visível e essencial sobre a minha inteligência, em que, se estou acima da média, não é sobre as capacidades mais requisitadas para uma larga fração de empregos que inclui capacidades de interação social típica e de memorização ou aprendizado superficial e convergente. Esse, talvez, seja um dos principais motivos para que neurodivergentes, como eu, não tenham ou consigam ser empregados, porque além das nossas capacidades mais fortes não serem as mais requisitadas na maioria das profissões, ainda tendemos a apresentar perfis cognitivos muito assimétricos, cuja distância entre forças e fraquezas é grande o suficiente para limitar de maneira significativa o nosso rol de possibilidades profissionais. E, para piorar, no meu caso e que, talvez, também seja o de outras pessoas, como mostrado no início do texto, a ausência de uma deficiência cognitiva evidente, mas que se manifesta de modo mais específico e relativo, torna um diagnóstico oficial bem mais difícil, preferencialmente para autismo de suporte 1, antiga síndrome de Asperger (ou TDAH, mas com características autistas??), afinal, como que uma pessoa que aparenta ser, não apenas normal, mas, também, acima da média, tão articulada e supostamente capaz de aprender qualquer coisa ou se adaptar a qualquer ambiente de trabalho, não consegue passar com folga para a universidade pública, em um concurso ou estar empregada?? No meu caso, porque o meu perfil psico-cognitivo parece perfeitamente compatível só com algumas poucas profissões, como eu tenho mostrado em meus textos e versos: para a escrita, para funções repetitivas e simples e/ou para o trabalho acadêmico*, diga-se, o de fato, que não é só para tirar diploma, mestrado, doutorado... Pois quanto ao primeiro é muito difícil que um escritor consiga ganhar a vida só escrevendo e publicando livros (ingrata profissão de artista em que apenas uma minoria consegue se sustentar apenas trabalhando nessa área). Já, quanto ao segundo, novamente, a educação superior parece estar organizada para funcionar como uma fábrica de diplomas e de status social, ainda mais nas ciências humanas, totalmente dragadas por pseudociências "do bem" (que eu comentei mais a fundo nesse texto: Sobre as "pseudociências do bem", "de esquerda" e o mais grave). Sem falar que, como eu já comentei em outros textos, seus processos seletivos e avaliativos tacitamente discriminam de maneira excludente indivíduos com perfis cognitivos assimétricos, ao se basearem em provas generalistas, isto é, dificultando nossa entrada na universidade. 


* Eu ainda poderia trabalhar como professor, mas as minhas idiossincrasias psicológicas, mais um ambiente muito tóxico (com jornada de trabalho exaustiva, competição e picuinhas entre colegas da profissão, classes superlotadas e estudantes, em sua maioria, muito mal educados) tornam essa opção pouco viável para mim. 

Pinguins de Galápagos 

Existe uma espécie de pinguins que, por alguma razão que desconheço, acabou alocada no arquipélago de Galápagos, localizado na região intertropical, próxima à linha do Equador. Uma espécie até então conhecida por se adaptar apenas ao clima frio da Antártica... Então, eu penso o mesmo para mim e outros neurodivergentes na mesma situação e com o mesmo perfil que os meus, se também estamos em um limbo de sub adaptação, alocados longe do ideal que seria de estarmos direcionando nossas capacidades especialmente no mundo das ciências, com base nas nossas capacidades de percepção de padrões e paixão genuína por nossas áreas de interesse, ainda que tenha conseguido me firmar como escritor e poeta por meios próprios e, por enquanto, sem qualquer fim lucrativo.

 The most ungrateful profile

Anyone who looks at me might say that I'm shy, but they might also say that I'm polite and even calm and friendly, depending on the person and the context of interaction with me. They can also say that I am intelligent, in the sense of more capable. And, although I like a compliment, even more so when it is not exaggerated or false, the latter can or usually serves as a potential argument for criticizing me for, even today, when I write this text, at the age of 35 and on the verge of completing another cycle, not having found a job. Because appearances show what is not visible and essential about my intelligence, in which, if I am above average, it is not about the skills most required for a large fraction of jobs that include typical social interaction skills and memorization or learning, superficial and convergent. This, perhaps, is one of the main reasons why neurodivergent people, like me, do not have or are able to be employed, because in addition to our strongest abilities not being the most required in most professions, we still tend to present very asymmetrical cognitive profiles, whose the distance between strengths and weaknesses is great enough to significantly limit our range of professional possibilities. And, to make matters worse, in my case, and perhaps also in other people's cases, as shown at the beginning of the text, the absence of an obvious cognitive deficiency, but which manifests itself in a more specific and relative way, makes an official diagnosis much more difficult, preferably for autism level/support 1, former Asperger syndrome (or ADHD, but with autistic characteristics??), after all, how can a person who appears to be not only normal, but also above average, so articulate and supposedly capable of learning anything or adapting to any work environment, can't easily pass to a public university or be employed? In my case, because my psycho-cognitive profile seems perfectly compatible with only a few professions, as I have shown in my texts and verses: for writing, for repetitive and simple functions and/or for academic work*, say, de facto, not just to get a diploma, master's degree, doctorate... Because as for the first, it's very difficult for a writer to be able to make a living just by writing and publishing books (a thankless artist's profession in which only a minority can support yourself just by working in this area). As for the second, again, higher education seems to be organized to function as a factory of diplomas and social status, even more so in the human sciences, totally dredged by "good" pseudosciences (which I commented in more depth in this text: About the "pseudosciences of good", "leftist" and the most serious). Not to mention that, as I have already commented in other texts, its selection and evaluation processes tacitly discriminate in an exclusive manner against individuals with asymmetrical cognitive profiles, by being based on generalist tests, that is, making it difficult for us to enter university.

* I could still work as a teacher, but my psychological idiosyncrasies, plus a very toxic environment (with exhausting working hours, competition and nitpicking among colleagues in the profession, overcrowded classes and students, for the most part, very poorly educated) make this an option hardly viable for me.

Galapagos penguins

There is a species of penguins that, for some reason I don't know, ended up living in the Galápagos archipelago, located in the intertropical region, close to the Equator. A species hitherto known to adapt only to the cold climate of Antarctica... So, I think the same for me and other neurodivergents in the same situation and with the same profile as mine, if we are also in a sub-adaptation limbo, allocated far from the ideal that would be directing our capabilities, especially in the world of science, based on our ability to perceive patterns and genuine passion for our areas of interest, even though I managed to establish myself as a writer and poet through my own means and, for now, without any profit purpose.

sábado, 15 de julho de 2023

Sobre fanatismo político-ideológico

 I. Fanatismo não é mentalmente saudável 


Em um mundo realmente racional, todos aqueles que estão fanaticamente doutrinados seriam identificados e tratados como portadores de um transtorno, já que claramente se consiste em uma perturbação mental, mais especificamente um desvio ao pensamento mais ponderado ou sensato. Por exemplo, um lulista ou um bolsonarista fanático não seria visto apenas como um indivíduo pleno de suas faculdades racionais que aderiu a um posicionamento ideológico ou político, tal como se faz no mundo real, mas, justamente, como um indivíduo que apresenta uma deterioração* dessas mesmas faculdades por ter aderido a um sistema de crenças de maneira totalmente acrítica ou fanática, tratando-o como a única verdade (e justamente por não ser). 

* Isso se realmente apresenta uma deterioração ou se está apenas refletindo o nível real de suas capacidades racionais.

Mas para que esse procedimento seja implementado, primeiramente a psiquiatria deveria considerar o fanatismo político-ideológico como um transtorno. Porém, a mesma apenas reflete a ordem social e política dominante do seu tempo em que o mesmo só é considerado como tal se associado a um transtorno já definido e se o indivíduo que está a sofrer disso desafiar essa ordem, ao invés de considerá-lo como um transtorno por si mesmo. 

II. O fanatismo ideológico está psiquiatricamente aparentado à mentira patológica

Na verdade, seria até possível de classificá-lo como uma expressão psicótica, do tipo delirante, se todo fanatismo ou fundamentalismo, ideológico-político ou religioso, expressa uma deficiência para pensar e julgar de maneira racional, com imparcialidade e objetividade, que torna o indivíduo afetado muito propenso a acreditar e espalhar mentiras: notícias falsas, falácias... em outras palavras, à mentira patológica e que, nesse caso, ainda tem um fator extra de complicação, o fato de que toda doutrinação ideológica também adota fatos legítimos, pontos de vista superficialmente ponderados e meias-verdades em suas narrativas, considerado fundamental para convencer os que estão mais suscetíveis a endossá-las.  

Sobre transtornos contextuais

 Nem a timidez e nem a introversão são transtornos mentais. Mas, contextualmente falando, os mais introvertidos, que tendem a ser mais tímidos, especialmente em sociedades em que há uma preferência quase patológica pela extroversão, como o Brasil e os EUA, tendem a apresentar maiores dificuldades de adaptação no meio social e mesmo profissional em que se encontram, aumentando o risco de que desenvolvam transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão. Por isso que, nesses casos, pode-se dizer que não são transtornos que expressam diretamente alguma condição congênita, tal como o TDAH* e o autismo, porque resultam de contextos, isto é, de uma combinação individual de traços de personalidade, ou de maneira geral, de intrinsicidades, incluindo outros traços, com os ambientes de criação e vivência. Em outras palavras, é uma soma de fatores que resulta em um contexto desfavorável. Por exemplo, um indivíduo introvertido que vive sua infância acuado em um ambiente hostil à sua presença e que, ao longo do tempo, acaba apresentando um quadro de ansiedade social.


* Apesar de ser considerado um transtorno mental de natureza mais intrínseca, existe um estudo muito interessante que descobriu que, portadores de TDAH


se adaptam melhor em certos ambientes, sugerindo que, talvez, também seja um transtorno mais contextual. 

Infelizmente, parece que a ignorância em relação a esse tipo de transtorno predomina entre profissionais da saúde mental, incluindo pesquisadores, já que, além de não ser plenamente diferenciado da categoria de condições de natureza mais congênita, como o autismo, em que o contexto não é o fator mais relevante para se manifestar (apesar de também ser importante para a capacidade de adaptação do portador), ainda é tratado como um desajuste absolutamente ajustável à normalidade e que, portanto, o melhor "tratamento", juntamente com uma intervenção medicamentosa precoce ou compulsória, é o incentivo à imitação de comportamentos normativos, desprezando a natureza psicológica do "'paciente", como que o seu contexto o está influenciando, como ajudá-lo a se ajustar de acordo com as suas possibilidades e não de acordo com um modelo convencional de adaptação, que não é capaz de incorporar. Na verdade, um transtorno mental contextual seria uma maneira que o indivíduo encontrou para se adaptar a um contexto desfavorável, diga-se, uma maneira mais reativa, subconsciente, preventiva e/ou defensiva. Como conclusão, é necessário entender o que acontece, contextualmente, para, então, propor intervenções que realmente busquem ajudar o indivíduo a se adaptar da melhor maneira, de acordo com os seus potenciais e limites. Primeiramente, de reconhecer que esse tipo de transtorno ou de diferença existe.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Por que a crença religiosa pode ser considerada um transtorno mental, mas a diversidade sexual não??

 Porque, enquanto a crença religiosa é uma "falsa crença" ou um delírio sobre o que é muito improvável de ser verdade, Deus/vida eterna, a diversidade sexual é a vivência da própria natureza, de algo que existe, especialmente quando não fere os princípios morais mais básicos (portanto, também validando as existências da pedofilia e da bestialidade, mas excluindo-as do status de "moralmente aceitáveis").


Para ser mais preciso, a crença religiosa seria mais como o sintoma de um transtorno maior, que até já dei um nome, "transtorno de personalidade irracional".


A crença religiosa também pode ser considerada uma expressão atávica de uma mente imatura, incapaz de aceitar verdades que não correspondam com as suas expectativas; um desequilíbrio de função, do discernimento intelectual.


Já a diversidade sexual, com relativa exceção da bissexualidade, ainda que também possa ser considerada um desvio de função ideal, segundo a minha avaliação esperançosamente imparcial, cairia numa zona neutra ou cinza de classificação qualitativa, nem de transtorno e nem de equilíbrio plenamente funcional de expressão fenotípica.


A diversidade sexual pode ser posicionada nesse espectro de equilíbrio, distúrbios e doenças, entre deficiências físicas e sensoriais e características/comportamentos primariamente utilitários [heterossexualidade,por exemplo], dentro do mesmo grupo de características/comportamentos qualitativamente neutros [cor dos olhos, por exemplo] ou secundariamente utilitários.


Porque, dos tipos de disfunção: deficiência, transtorno e alteração de função, a crença religiosa, novamente, seria um transtorno da percepção ou um delírio. Já, a diversidade sexual, variavelmente falando, seria uma alteração de função original, de atração pelo sexo oposto para uma atração pelo mesmo sexo ou de disforia de identidade e que, geralmente, prejudica a possibilidade de procriação por vias naturais. No entanto, essa alteração não é causal a qualquer transtorno mental e nem a disfunções orgânicas. Outra diferença é que, enquanto a procriação não é compulsória a todos os seres humanos, se não é absolutamente necessária à sobrevivência, ainda mais hoje em dia, a nossa capacidade perceptiva é muito importante, já que nos ajuda a entender/nos adaptar à realidade e, quanto mais prejudicada/dominada por crenças irracionais ela estiver, maior é o risco de fazermos mal julgamentos que podem comprometer nosso bem estar e, até mesmo, nossa própria existência. (Os comportamentos disfuncionais que são mais comuns em LGBTs não são mais do que correlações e não consequências diretamente causadas pela expressão da diversidade sexual).

Outro tipo "socialmente aceitável" de delírio seria, por exemplo, se um indivíduo de inteligência "limitada" sustentasse uma forte crença sobre ser mais inteligente do que é. Esses tipos de delírios não são considerados como tal, pela psiquiatria, por razões políticas, especialmente porque a maioria das pessoas os apresenta. É quase certo que a psiquiatria compraria uma guerra com as instituições mais historicamente poderosas se resolvesse ser mais coerente com a sua proposta original, de analisar objetiva e imparcialmente os comportamentos humanos. 

sábado, 29 de janeiro de 2022

Proposto de um novo (e decisivo) transtorno mental...

 O que são ilusões ou delírios?? 


Segundo a psiquiatria, são pensamentos ou crenças sem fundamento com a realidade que são tomados como fatos. No entanto, a mesma não considera como tal pensamentos ou crenças que extrapolem a esfera pessoal do indivíduo. Por exemplo, acreditar em "fake news"; desenvolver preconceitos ou fanatismos sobre pessoas, grupos ou ideologias; ou mesmo acreditar na muito improvável existência de deus/eternidade. Pois esses são todos exemplos de crenças irracionais porque se consistem em distorções ou falsificações de certa realidade. 

Uma possível razão para que a psiquiatria não os considere como delirantes e, portanto, como possíveis sintomas de um transtorno é que, se o fizesse, acabaria tendo que tratar todos os seres humanos como pacientes que sofrem de delírios, geralmente mais específicos, de naturezas ideológica, científica, moral ou política... Incluindo você e eu, sim, porque todos nós, em maior ou menor grau, acabamos, em algum momento em nossas vidas ou permanentemente, enfiando na cabeça crenças infundadas e que são difíceis de serem removidas. No entanto, eu acho que, se desse esse passo, mesmo diante do grande desafio de colocar a humanidade inteira no divã e de entrar em conflito com organizações historicamente poderosas, estaria ampliando a compreensão sobre o nosso real nível de racionalidade, provavelmente bem mais baixo do que se pensa... 
 
Pois além de ser irrealista não considerar como delirantes todos os pensamentos ou crenças infundados que são considerados factuais, também é estigmatizante porque passa uma ideia equivocada de que apenas uma minoria dos seres humanos que os têm com frequência ou que a maioria é "normal", no sentido de ser plenamente racional.

Como resultado, o foco da prática psiquiátrica tem sido direcionado para a adaptação do indivíduo à sociedade em que vive (considerado o principal parâmetro de sanidade mental) e não para sua capacidade racional, de pensar e julgar com justiça ou pela verdade. 

Por isso, insisto que devemos repensar essa maneira de abordar a saúde mental. E, como contribuição, decidi propor por um novo transtorno que, tal como já comentei, afetaria toda população humana, em maior ou menor grau e que seria uma prova de que nenhum de nós é totalmente são. 

Ei-lo: Transtorno de Personalidade Irracional

Bem, esse transtorno consiste numa incapacidade crônica do indivíduo de discernir suas crenças pessoais, incluindo as que são infundadas ou delirantes, de fatos ou verdades objetivas. E, se não bastassem os delírios, esse estado inebriante ainda o influencia a tomar decisões com base neles, aumentando muito o risco de que suas ações tenham consequências negativas para ele e/ou para os outros. Ele se assemelha ao aspecto delirante dos transtornos psicóticos, como a esquizofrenia, mas com a diferença de que os delírios, neste caso, tendem a causar ao indivíduo uma sensação constante de bem estar, de, por exemplo, pensar que está mais certo que os outros, mesmo não sendo verdade; um tipo de delírio de grandeza, não diretamente uma crença de superioridade sobre si mesmo, mas associado a um posicionamento moral, científico, político ou ideológico. Portanto, a personalidade irracional é uma espécie de psicose mais sutil e, consequentemente, muito mais difícil de ser detectada e combatida.  

Então, eu acho que só podemos concluir que, ter pensamentos delirantes é uma tendência extremamente comum aos seres humanos e, se a grande maioria apresenta delírios ou crenças infundadas que não consegue superar, por lógica, também deveria ser diagnosticada.

Em relação ao tratamento deste transtorno, infelizmente, não existe nenhum, oficialmente estabelecido, se ainda não há sequer uma conscientização sobre a sua veracidade. Pelo menos, existem técnicas, inventadas por filósofos, que buscam ensinar como pensar criticamente, detectar e evitar falácias, que poderiam ser percebidas como intervenções cognitivas. Mas nada próximo de considerá-lo como uma condição psiquiátrica, sem falar que, todo profissional sério que trabalha na área da saúde mental, deveria considerar tratar a si mesmos, de analisar quanto anda suas capacidades racionais, antes de pensarem em fazê-lo com os outros...

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Pior que AIDS: síndrome do indireitismo hiperreativo adquirido [SIHA]

Imagine que você, por desventuras do destino, seja infectado com o vírus HIV, não apresenta qualquer mutação que o proteja da doença e pra complicar mais, ainda tenha nascido em um país miserável do continente africano. Pronto, você está condenado. Mas vamos então pensar que, apesar de apresentar todos os sintomas correspondentes a um sistema imunológico desprotegido você não morre. Pega pneumonia, sarampo, um monte de infecções oportunistas, mas não morre. Passa o resto de sua vida muito doente sempre à espera de mais um problema sério de saúde. Algo estranho está acontecendo. Parece que no final das contas não foi todo o seu sistema imunológico que foi destruído porque acabou acontecendo um processo de hiper seleção dos glóbulos brancos ou leucócitos mais agressivos, eles proliferaram e agora "defendem" o seu organismo, só que a defesa é tão agressiva que talvez fosse melhor que já tivesse morrido

Agora, pensemos esta metáfora para a macro conjuntura histórica: social, cultural e econômica (filosófica) humana... Não é parecido??? Apesar de todas as mazelas causadas pela infecção primária o organismo sobrevive, mas da pior maneira possível. Em tempos ou ventos de fascismo tosco neste país inescapavelmente tosco, e com base no estereótipo ou no comportamento característico do fascismo onde quer que já tenha "florescido" ou que ''floresça'', a mesma situação acontece. Temos a reconfiguração do organismo que se consiste a sociedade, em que as células mais agressivas se proliferam e[/ou] passando a comandar o sistema imunológico. Então, qualquer ameaça, real ou imaginária, mínima que seja, passa a ser abruptamente combatida, resultando em febre, calafrio, mal estar, dor de garganta, alergias, tosse... Uma reação auto-imune extrema que chega quase a matar o organismo, e isso acontecendo constantemente.. 

Durante milênios, a direita conservadora sempre se definiu como A DIREITA, ou equivalente à, ''mais certa'', ''unicamente correta'', e, bem, por todo este tempo o que temos acumulado de ''bom' nós podemos ver em qualquer livro de história, independente do teor ideológico do mesmo, se este salienta o aspecto social, ou se o deixa [ideologicamente] neutro [e quando o faz, é por razões à direita]. 

Milênios de obscurantismo intelectual do pior tipo, sucessivos governos que promoveram injustiças diversas, número significativo de guerras, chegando mesmo a afetar o aspecto íntimo das pessoas, isto é, o INDIREITISMO asfixiando a razão com o seu punho forte mesmo no âmago dos lares, colocando homens [em sua maioria] como inimigos das mulheres, sem falar de quase todos os outros divisionismos que esta síndrome sempre foi particularmente boa para produzir. Divisionismos ou alienações de todos os tipos, se transformando na teia que sustenta as sociedades. Sim, a alienação ao invés da conexão, da empatia [em toda sua potencialidade conceitual e prática], da cooperação sem se dar com base na competição cega, de povo contra povo, de indivíduos contra indivíduos, promovendo o individualismo, quando não mais o faz pelo coletivismo absoluto, e nunca a individualidade, uma das expressões verdadeiras da sabedoria, um dos direitos mais inegáveis da minoria mais frágil, que é o indivíduo!! 

A história humana condena o ''direitismo'' ou indireitismo, e aqui reitero essa realidade aguda por meio desta metáfora, como um organismo doente, hiperreativo, que sempre causa mal estar profundo em si mesmo/ entre as pessoas, começando por suas próprias relações íntimas, quando não leva à situações ainda piores como guerras totais, no caso das duas mundiais do século XX. 

Sabemos o porquê da cadeia alimentar mas os indireitistas querem que continuemos chafurdando nesta lama para ''sempre''. 

Com capitalismo/individualismo e mitologia [ignorância escapista abjeta], ou com a sua versão mais antiga, coletivismo asfixiante e irracional e mitologia [mais homogeneamente centrado na segunda], o indireitismo hiperreativo adquirido é pior que a AIDS, porque esta ao menos acaba por matar o organismo, deixando-o livre de si, enquanto que o indireitismo é exatamente como um sistema ESSENCIALMENTE doente que resiste à própria doença, a si próprio, perpetuando a sua miséria ética e intelectual.. Até quando** Até quando a sociedade será centrada em conflitos babacas de ''homens alfas''**

Até o planeta ser destruído*

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Especulação: simetria ou assimetria de tamanho das partes da face, especialmente na juventude, como marcador de ordens e de desordens orgânicas

Meus olhos e o meu nariz são grandes. Minha boca é meio murcha ou inconstante, com os lábios superiores menores que os inferiores e um pouquinho torta ou menos bufante. Meu rosto é longo e estreito. Se o meu rosto fosse um país e o número de habitantes fosse o tamanho das partes faciais então eu seria como um Bangladesh, pequeno, estreito mas densamente povoado/pouco espaço. A priore rostos estreitos [parece que] deveriam comportar partes faciais pequenas. Será que esta assimetria de tamanho pode ter algum efeito?? Ou ser especialmente uma correlação paralela porém comum com...desordens orgânicas? Já parece estar bem estabelecido que assimetrias faciais que estão além do limite de "tolerância de flutuação assimétrica" tendem a se relacionar com desordens da mente porque querem indicar flutuações mais significativas da estrutura craniana e consequentemente do cérebro.... enfim outro deslize meu em direção a uma remota fisiognomia. 

sábado, 11 de março de 2017

Traços "de' transtornos mentais em minha personalidade

Pseudo-mensuração analfabeta porém proto-precisa

+++
++
+
=
_
_ _
_ _ _

O que eu tenho do autismo?

- interesses específicos superlativos ou hegemônicos, aka, obsessivos, +++

- literalidade, ++

- seriedade, +++




O que eu tenho da tdah?

- hiperatividade mental, +++

- relativo e idiossincrático déficit de atenção, +

- impulsividade mais mental (''síndrome' do opinador compulsivo) do que física [resultado parcial da hiperatividade mental) ainda que esta também se manifeste de modo mais particular. +


- senso de humor, +++

O que eu tenho do espectro das psicoses?

Esquizofrenia

- imaginação acima da média em atividade ou constância, +++

-- imaginação fora de controle, -

- paranoia, +++


- inconformidade quase universal, ++


Transtorno bipolar

- humor ciclotímico, +


O que eu tenho do espectro dos transtornos anti sociais
?


- desinibição moral ideacional, ++

- maior empatia cognitiva do que afetiva (ainda que também me considere muito afetivo), +


- agressividade, +


O que eu tenho da personalidade depressiva?


"Depressão existencial" ou hiper realismo +++

segunda-feira, 6 de março de 2017

Transtornos mentais mascarados pelos traços ''desejáveis'' do ''big five traits'': extroversão, estabilidade emocional [especialmente], amabilidade, abertura para a experiência e escrupulosidade

Transtornos ou desordens mentais generalizadas ou específicas (traços desordenados) para a extroversão

- Impulsividade,
-Irresponsabilidade,
- Déficit em atenção especialmente a de natureza empática (de perceber o outro e as suas necessidades, e não apenas as suas intenções),
- Sadismo interpessoal,
- Frivolidade existencial (materialismo, culto à celebridades, etc),
- Capacidades intelectuais superficiais,
- Síndrome de Dunning-Kruger (déficit em autoconhecimento),
- Narcisismo,
- Sociopatia,
- Dissonância cognitiva (causada pela tendência de superficialidade intelectual) ou desonestidade intelectual,
- Idiopatia moral ( causada pela tendência de hipo-percepção do extrovertido, especialmente em relação à moralidade objetiva ou universal).


Estabilidade emocional:

- Indiferença ou apatia moral, 
- ''Serenidade' ou atomização egoísta,
- Condescendência quanto à idiopatia moral alheia,
- Conformidade social,



Amabilidade:

- Conformidade social,
- Síndrome de Estocolmo,
- Vulnerabilidade para a predação e/ou parasitismo alheios,



Abertura para a experiência:

- Apofenia, 
- Esquizotípia,
- Apatia ou hiper-relativismo moral,
- niilismo,
- Impulsividade,



Escrupulosidade:

- Conformidade social,
- Frieza emocional,
- Rigidez moral, 
- Fraca consciência existencial (que é algo próximo do ''espiritualismo'' moderno, mas de natureza hiper-realista ou hiper-realismo existencial por si mesmo) 




quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Hiper perceptividade como causa (transordem mental) = potencial criatividade .... Hiper perceptividade como efeito (de uma desordem) = potencial transtorno mental

Os hiper-perceptivos estão em maior risco de se tornarem psicossomaticamente desordenados enquanto que aqueles que nascem possivelmente predestinados para se tornarem mentalmente desordenados assim se tornarão por razões mais intrínsecas/ação primária do que somaticamente extrínsecas/reação secundária.

Portanto, em outras e conclusivas palavras, aqueles com potencial criativo (os hiper-perceptivos, pontuais/específicos ou holísticos) serão bem mais propensos/estão em maior risco, psicossomaticamente falando, a/de desenvolverem transtornos mentais... tal como alguém que nasce com vulnerabilidade para se tornar diabético (diabetes tipo 2)... enquanto que ainda teremos aqueles com disposições mais diretamente intrínsecas pra desenvolverem transtornos mentais, até àqueles que nascem com transtornos, por exemplo, os autistas, tal como no caso da diabetes tipo 1.

A hiper-perceptividade pode ser a causa de uma desordem, no caso daqueles que nascem com potencial criativo, mas sem a manifestação total ou característica de uma desordem mental. E também pode ser o efeito de uma desordem, quando a mesma já está se manifestando (e neste caso, também com a possibilidade de co-ocorrência do potencial criativo).

sábado, 8 de outubro de 2016

Refutando algumas ideias de Bruce Charlton e co. sobre o gênio: o gênio foi designado ou selecionado para ter ideias criativas e ajudar a sua tribo/o gênio é uma variação ''normal'' que foi selecionada para criatividade...

..., o gênio é, geralmente, altruísta, gênios moralmente ruins são anomalias, gênios de natureza científica são mais extrovertidos, pessoas inteligentes que pontuam abaixo ''do esperado'' em testes cognitivos só podem ter alguma anomalia patológica (nem toda anomalia é patológica)...

... e um plus de minha parte: traços psicológicos variam mais entre os caucasianos, especialmente os caucasianos: europeus, e de certas épocas*, resultando em maior proporção de gênios criativos e/ou existe uma maior presença de mutações raras que aumentam de sobremaneira a inteligência/e potencial criativo dos filhos em relação aos seus pais, mais comum entre os europeus, por agora...

1: O gênio foi designado para ter ideias criativas e para ajudar a sua tribo

A ideia de que o gênio foi designado para isso ou para aquilo parece uma narrativa bíblica/religiosa, em que tudo tem que ter um propósito. Complicado concluir qualquer coisa por agora sobre este assunto porque realmente ninguém sabe se TUDO tem ou não um propósito, e lembrem-se daquilo que já falei, as palavras são muito importantes para entendermos o mundo de maneira mais profunda, mas também podem nos prender aos seus significados e reduzir nossas possibilidades de alcance perceptivo. Neste caso, ficamos presos à palavra ''propósito'' enquanto que a verdade nuclear, profunda, primeva desta realidade pode ser outra. 

A ideia de que um compositor genial do século XIX, compôs suas obras primas, especialmente para ''ajudar a sua tribo'', parece fora da realidade. Gênios podem ou não usar a genialidade para ''ajudar a tribo''.

Acho que Charlton usou ou usaria de qualquer maneira, vaga, diga-se, a ''revolução industrial'' como uma clara demonstração de altruísmo por parte do gênio, em relação ''à sua tribo''.

Será**

A revolução industrial bem diferente daquilo que Charlton e co., parece, que acreditam, não foi este mar de rosas, em especial para uma boa parte das ''tribos europeias''. 

A narrativa de Charlton e co. é engenhosa, mas será que é factualmente correta*


A segunda ideia de Charlton e co. é complementar à ''primeira'', porque se o gênio foi ''naturalmente'' designado então...


2: (...) O gênio é uma variação psico-cognitiva ''normal'' (personalidade endógena) que foi selecionado para a produção criativa

Se o gênio é uma variação ''normal'' então alguém me explica porquê tantos deles apresentam injúria cerebral ou transtornos mentais (severos, moderados, leves a subjetivos ou ''desordens'' apenas por critério cultural)**

Charlton e co, querem nos passar a ideia de que o gênio se consista numa espécie de sub-tipo psico-cognitivo QUE FOI SELECIONADO, artificial ou naturalmente, exatamente para exercer a sua ''função social'', tal como se fosse uma raça canina, com pedigree e com habilidades específicas, enquanto que o que parece ser factualmente correto de se constatar é que o gênio se consista em uma manifestação bastante rara, excepcional e/ou ''histriônica', de perfis ou combinações psico-cognitivas mais comuns (ou combinações únicas), que se foi mesmo selecionado, não foi de modo direto, proposital, mas invariavelmente acidental.

 O gênio se consiste em uma variação ''aberrante' de uma combinação de traços psicológicos e cognitivos ou de uma combinação rara por si mesma, que é única. O gênio se consiste quintessencialmente falando em um ser exótico que pode trazer grandes benefícios a malefícios à humanidade e por tabela à fauna e flora circundantes, dependendo da natureza de sua capacidade. 

Charlton e co. desejam supostamente acabar com o estigma/estereótipo do gênio enquanto uma pessoa com habilidades perceptivas excepcionais MAS com tendências psicológicas mórbidas. 

Eles querem passar a ideia de ''naturalidade'', isto é, tal como os olhos azuis foram sendo selecionados entre os povos germânicos, o mesmo aconteceu com o gênio, no entanto, o primeiro traço se tornou muito comum, enquanto que o segundo ''traço'' ''ou'' combinação de traços continuou raro. Alguma seleção em vista**

Provavelmente não. 

Sejamos francos, o gênio criativo não é desejável, as suas realizações possivelmente sim, mas o gênio criativo, como pessoa, não costuma apresentar grandes qualidades, a não ser se for um tipo mais correlacionado ao sábio, o ''ser humano ideal'', do contrário, a seleção natural ou caoticamente artificial (a regra da civilização) os selecionaria em maior quantidade.

Portanto pode-se dizer em partes que, o gênio criativo não é desejado pela população, nem mesmo pelos governos, e percebam o quão raro é, como que muitas sociedades podem permanecer por longo tempo sem tê-lo, seja porque o reprime ou mesmo porque já não apresentam qualquer traço ou evidência deste tipo em sua demografia. Da mesma maneira que o sábio também não costuma ser desejado, em especial pelos governos, por se consistir em uma ameaça final ao julgo sempre problemático desses mesmos governos, que usualmente se compõem de ''normais'' conformistas, psicopatas e idiotas úteis. Sábios e gênios são provavelmente os tipos mais outsiders de todos. 

Eu não preciso dizer novamente quanto à abundância direta à indireta de correlação entre criatividade e transtornos mentais via relatos autobiográficos dos próprios gênios e talentosos.

Parece que em cada família de um gênio ou talentoso (próximo do nível de gênio) que foi historicamente reconhecido tem um ou mais parentes com desordens mentais, quando não são os próprios filhos que nascem com a versão não-heterozigota desses ''genes extremos'', ou eles mesmos.

Se o gênio tivesse sido selecionado então teríamos muitos mais deles andando por aí, em especial em terras europeias, e não é o caso. 

A extrema raridade do gênio criativo ou de alguém com potencial (talvez bem menos que 0,5% da população) apenas nos mostra que ao contrário da teoria proposta por Bruce Charlton e Edward Dutton, o gênio não tem sido selecionado, apenas tem emergido de maneira consideravelmente rara, e sem levar em conta a possibilidade de que muitos tipos com igual potencial terminem por não atingi-lo em toda a sua envergadura, passando desapercebidos, marginalizados ou ''esquecidos'' pela história (sociedades/governos). Ainda assim, a incidência deste tipo parece muito baixa para ter sido selecionada, muito menos de maneira proposital.

Sabe quando está chovendo muito e de repente aparece um arco-íris tímido* Então, a manifestação rara do gênio parece, metaforicamente falando, mais ou menos com este exemplo, com a emergência de excepcionalidades ocasionadas por alguma movimentação seletiva anterior que propiciou ao surgimento de algumas combinações raras, e que não dependem apenas delas para que possam se manifestar plenamente, isto é, de serem reconhecidas, corretamente avaliadas e usadas, de maneira moralmente correta, se possível.

A emergência do gênio foi (e continua a ser), por falta de palavra melhor, acidental, isto é, não foi estritamente desejada, porque apareceu como parte de um aumento generalizado de inteligência, ao menos nas populações europeias depois da ''idade média'', ainda que gênios historicamente reconhecidos também tenham aparecido durante este período histórico, e claro que eu estou falando apenas da Europa, porque em outras regiões, por exemplo, na China, muitos gênios a semi-gênios apareceram durante este mesmo período.

Tentar, mais uma vez, distanciar o fenômeno da genialidade em relação aos transtornos da mente não parece o certo a se fazer e no entanto parece uma medida equivocada bastante popular nos dias de hoje, afinal de contas, muitos de nós desejamos que a criatividade seja compreendida de modo diferenciado das desordens mentais, de maneira ''positiva'', e a priore não há nada de errado nisso. Como sempre, o problema começa quando aquilo que desejamos se sobrepõe à realidade factual ao invés de complementá-la, isto é, quando impomos a versão de como que queremos que os fatos se apresentem do que, em como que os fatos realmente são/estão. Aquilo que falei muitas vezes no velho blogue. Ou a criatividade humana é fruto de uma evolução convergentemente natural do intelecto portentoso e problemático de nossa espécie, ou se consiste basicamente em versões heterogêneas ou menos puras de desordens mentais e com vantagens/e desvantagens culturais de grande peso. 

Charlton apenas repete o mesmo erro que Lewis Terman cometeu, quase um século atrás, quando resolveu ''acabar com o estigma do gênio'', passando como um trator em cima da verdade factual, de que existe sim uma lina tênue entre criatividade e transtornos mentais, que a maioria dos tipos mais criativos apresentam no mínimo algum traço de desordem mental, tal como foi profetizado por Cesare Lombroso em seu ''O homem de gênio'' e que quanto maior é a genialidade maior é o risco para comorbidade com transtornos mentais, e mais, em como que o transtorno influencia na perspectiva existencial do gênio, especialmente os tipos mais literários, artísticos e filosóficos (e possivelmente também entre os tipos mais científicos), como eu falei, sobre a depressão e a melancolia, qualquer desvio da normalidade humana pode ter um papel importante para perceber o mundo de maneira completamente diferente e possivelmente original.

3- A maioria dos gênios são altruístas, gênios ruins são a exceção ou Confusão entre sabedoria e genialidade

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Fonte: educação.globo

Eu já comentei que sabedoria e genialidade não são a mesma coisa, porque apresentam epicentros semânticos/conceituais diferentes. A primeira epicentraliza-se na ''excepcional'' capacidade de raciocínio moral enquanto que a segunda epicentraliza-se na excepcional capacidade de raciocínio divergente, generalizado ou pontual (no caso dos criativos contínuos e descontínuos), e sem critério moral, portanto, amoral, a priore. 

(Eu aspeei o excepcional na parte em que falo sobre sabedoria porque na verdade a mesma, a meu ver, se consiste apenas na idealidade humana, especialmente em termos de comportamento, só que os processos seletivos humanos tem direcionado à ''evolução' de 'nossa' espécie pra outra direção, menos sábia)

Portanto não há nada impedindo que uma desproporcional fração de gênios criativos não sejam de excepcionais altruístas a/ou sábios, e mesmo que muitos se consistam de crápulas, e esta parece se consistir na factualidade.

Eu já escrevi um texto no velho blogue citando alguns exemplos de comportamentos imorais como do gênio literário William Shakespeare, apenas pra começar. E não preciso citar listas de ditadores, em sua maioria, no mínimo, de psicopatas de alto funcionamento (muito inteligentes ''ou' espertos). Gênios criativos imorais ou não-altruístas parecem abundar. 



Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/Relationship_between_Bipolar_Disorders_and_IQ.jpg


3- Não existem gênios hoje em dia/ gênios cientistas são mais propensos a serem extrovertidos

Tudo para compactuar com a teoria geral de sir Charlton, em que, por causa do acúmulo de mutações deletérias, supostamente, a proporção quase sempre ínfima de gênios em potencial diminuiu drasticamente. Será**

Pode ser, mas o assunto parece mais complexo do que Charlton deseja salientar. Na minha opinião, não é apenas o gênio que não está mais aparecendo, mas também porque tem sido marginalizado, e no mais, muitos outros, eu não sei se poderia denominar de ''gênios'', tem dado às caras, nas próprias universidades, no caso de grandes talentos nas áreas das ciências, ou de outros modos. 

Parece haver uma abundância de gênios científicos historicamente reconhecidos que não foram de extrovertidos. E no mais, há sempre de se analisar detalhadamente os termos e as expressões emanadas dos mesmos, enquanto comportamentos, que estamos analisando. Existem vários tipos de extrovertidos, e eu tenho lá as minhas dúvidas se a extroversão de uma pessoa com percepção afiada, pontual ou generalizada, será idêntica ao de um típico extrovertido. 

4- Pessoas realmente inteligentes que pontuam ''abaixo do esperado'' em testes cognitivos apresentam alguma patologia que as impede de pontuar alto

Então o cantor brasileiro Roger Moreira, da famosa banda dos anos 80, Ultraje a Rigor, deve ter alguma patologia mental às avessas porque ''o seu'' QI estratosférico não parece combinar com a ''beleza' de suas músicas ou algumas de suas atitudes moralmente reprováveis tal como ''trollar'' grupos veganos na internet para deixá-lo na santa paz saboreando o holocausto animal.

Usando o critério QI para filtrar a realidade, e concluir a partir disso, não parece o inteligente a ser feito. Hbds parecem ter fobia de ''complexidade'', de nuances, detalhes, comparações mais intimistas, de se ver mais de perto, e sair desta abordagem ''terra plana''. Muitas pontuações altas a muito altas de QI são falso positivo de ''perceptividade'', a verdadeira ''alma'' da inteligência. O mesmo para pontuações ''abaixo do esperado'', o critério para quem estuda inteligência, deveria ser a própria inteligência, e não o QI, que é um meio para se chegar mais perto da mesma, de suas verdadeiras faces, em conclusão, tudo invertido.


Um relativamente longo trecho do texto, disponível na internet, ''The Genius Famine'' de Bruce Charlton e Edward Dutton


Both genius artists and scientists in turn combine this kind of personality with extremely high – outlier levels of – intelligence. Outlier intelligence occurs when chance combinations of genes in relatively intelligent parents lead to extreme intelligence in one of the offspring. Most children have intelligence at a similar level to the average of their parents; but it is quite possible for children to be far more – or less – intelligent than their parents, though this is rare. It is even rarer, though still possible, that average or even below average parents could produce a highly intelligent child.
Therefore genius is most frequently found among offspring of the most intelligent people, but can be found almost anywhere, albeit at lower frequencies.
This seems difficult to explain in the way that intelligence is normally considered – in terms of intelligence being a consequence of very large numbers (thousands?) of genes-for-intelligence. With intelligence genes conceptualized as additive in effect, and in such large numbers, it is hard to understand how a very highly intelligent child could emerge by chance from low-intelligence parents. But if a person’s level of intelligence is also determined by the number of deleterious mutations they inherit from their parents, and these mutations are numbered in tens – then it is imaginable that, by chance, a child may be born with very few deleterious mutations, despite his parents having a relatively heavy mutation load.
This notion is perhaps testable, on the basis that a low mutation load should be associated with generally higher fitness, and therefore with traits associated with high fitness – so the high intelligence child of low intelligence parents would be expected to be (on average) taller, healthier, more symmetrical, and more long-lived than his low intelligence parents.
The face and body have evolved to be symmetrical. Thus, facial symmetry shows that relatively few genetic mutations, which are almost always negative, have been inherited. It also shows that a symmetrical phenotype has been maintained in the face of disease, implying a genetically good immune system. Symmetrical people are, therefore, regarded as attractive because their appearance advertises their genetic good health.[42] Studies have actually shown a weak positive correlation between intelligence and facial symmetry.[43]
But, although highly intelligent children of less-intelligent parents have been, by chance, spared from the effects of deleterious mutations on the brain; nonetheless they would be likely to be carrying more deleterious mutations than the highly intelligent children of highly intelligent parents (because not all mutations affect the brain). So among the highly intelligent children of less intelligent parents, there might be evidence of relatively higher levels of other mutation-related dysfunctions – e.g. social maladaptiveness, psychosexual dysfunctions, psychiatric problems, fluctuating asymmetry or physical illnesses with a genetic basis.
It should also be noted that intelligence affects behaviour. High intelligence may act as a counterbalance to a personality type that would otherwise be associated with asocial behaviours characteristic of low General Factor of Personality (GFP). High IQ in a low GFP person provides a strong future orientation and self-control – due to a heightened ability to predict the consequences of their actions and a greater concern with the long-term[44] – that such individuals would otherwise lack from their inherited personality traits.
Whereas with high intelligence a low GFP person may be merely a-social –uninterested by society; low GFP person and  low intelligence might well be anti-social – that is, significantly hostile, or actively socially destructive in their behaviour.

E minha refutação (ou não)

A evolução se dá mais ou menos tal como o movimento de uma onda do mar, e aqueles que estão muito a frente ou muito atrás da média, ou seja, que se consistem em subtipos ex-cêntricos, serão mais prováveis de apresentarem ano[r]malias biológicas, ao invés da ideia, pelo que parece, comum entre os ''hbds'' e demais ''psicólogos evolucionistas'', de que uma maior inteligência esteja sempre relacionada com maior saúde ou ''fitness'', quase que deixando a entender que os menos ''inteligentes''/mais pobres tenham mais mutações e que os mais ''inteligentes''/maior tendência pra serem mais ricos, tenham menos mutações, enfim, uma teoria mais social do que biológica. A evolução se dá do centro, se deslocando, evoluindo para o caminho ''que está a frente''. Duvido que a maioria dos centenários humanos sejam mais ''qi-inteligentes''... não parece o caso.

Melhor fitness = maior inteligência**

Talvez.

Mas não necessariamente em relação à genialidade/criatividade, pois se ''está muito a frente'' então dificilmente não se consistirá por si mesma em um desvio, em um excesso, em um hiper-desenvolvimento e portanto muito provável de ser mais desequilibrado/menos fitness do que mais biologicamente equilibrado.

Eu tento entender como pode ser possível este tipo de situação* 

Já parece estar quase que plenamente entendido, eu espero que para muitos, que a criatividade tende a ser uma espécie de vantagem heterozigota dos transtornos mentais/extremidades mentais, em uma combinação de saúde e desordem mentais, a níveis mais extremos e entanto temos pessoas muito inteligentes apenas reafirmando teorias equivocadas...

 Ok, uma pessoa esquizofrênica, será muito provável de ser bombardeada por seu transtorno e não conseguir fazer uma limonada com esses limões mais azedos, mas percebam que o próprio espectro do autismo, isto é, o transtorno em si mesmo, nos mostra que este pensamento binário ''desordem mental= ruim, 'ordem' mental=bom'', está um pouco longe de ser plenamente verdadeiro. O autismo é uma desordem muito interessante, uma contradição em relação a este espectro forçosamente binário ''desordem mental ruim, 'ordem' mental bom'', porque ao contrário de uma esquizofrenia, que é epicentricamente problemática, o autismo, pelo que parece, não é tanto assim.

Criou-se a conclusão precoce e comum entre os psicólogos evolucionistas que, como a 'inteligência'' (QI) se correlaciona com maior saúde, então por essa lógica pobre em detalhes e nuances, o gênio será dos mais saudáveis, com menor carga de mutações deletérias, mas novamente, a genialidade relaciona-se consideravelmente mais com a criatividade e esta, ao contrário da ''inteligência-qi'', tende a se relacionar com uma maior presença de carga mutacional, ''derivada'' dos transtornos mentais, muito similar à vantagens heterozigotas de outros polimorfismos, a anemia falciforme por exemplo.

Quanto maior a inteligência-qi, maior a saúde ... supostamente... ainda que os seres humanos mais longevos não pareçam com ''candidatos ao MENSA''. 

Mas e quanto à criatividade** (eu já questionei sobre isso antes especialmente no velho blogue)


Eu concordo com Charlton e Dutton que a criatividade possa ser entendida como ''um traço'', que necessariamente não é patológico ou sumariamente desordenado. No entanto, não tem como negar a correlação muito comum entre a mesma e desordens da mente, e eu até, atrevidamente, a denominei de ''trans-ordem''. 

Charlton e Dutton acreditam portanto que, o gênio é uma manifestação extrema porém ''normal'' da espécie humana (despreze injúria cerebral e relação direta [ o próprio gênio padecendo de algum transtorno, explícito a implícito] à indireta [ histórico familiar de desordens, próximo ao gênio] com os transtornos mentais), geralmente é altruísta (não parece ser plenamente verdadeiro) e apresenta elevado fitness, é isso que eu consegui captar na parte final deste trecho*

Judeus asquenazes que parecem produzir muitos gênios, geralmente de menor porte do que em relação aos gênios europeus de maior magnitude, e possivelmente de outras civilizações, também tendem a apresentar elevada presença de indivíduos com faces assimétricas. A população mais inteligente da fauna humana, portanto, exibe uma presença desproporcional de traços ex-cêntricos (transtornos mentais, desvios sexuais, anomalias fisiológicas...). Eu que não sou um ''jewish--IQ-lover'' como a maioria dos hbd's, incluindo sir Charlton e possivelmente, sir Dutton, reconheço a inteligência comparativamente significativa (especialmente a astúcia) dos judeus europeus em comparação às outras populações, mas também reconheço as suas características psico-fisiológicas que tendem a se relacionar com desordens ''mentais'' (biológicas)... só que eles, parece que não. 

E pasmem, Cesare Lombroso, em seu ''O Homem de Gênio'', que eu já comentei várias vezes no velho blogue, disse o mesmo em relação à desproporção de características ''degenerativas' nos gênios europeus até à sua época. 

Os hbd's dizem que ''menos mutação = maior inteligência''. No entanto, os judeus asquenazes, mediante as suas cargas mutacionais acima da média ''não-judia'', parecem nos mostrar uma realidade um pouco distinta, afinal de contas, algumas desordens genéticas comuns entre eles, parece que aumentam a inteligência, especialmente em seus portadores heterozigotos, por exemplo, a doença de Gaucher.

Também sobre a relação entre gênio e classe social, me lembro dos dizeres de Cesare Lombroso, não necessariamente dele, mas que ele acabou citando, de que os gênios tendem a aparecer em famílias que estão em pleno declínio econômico.  

Muitos gênios e dos mais imponentes vieram de famílias humildes...

Afinal de contas, de que tipo de inteligência que estamos falando* Ou melhor, que eles estão falando*

Charlton, que é um cristão devoto e que inclusive dedica boa parte do seu blogue na criação de ideias estapafúrdias, justamente em cima de seu pensamento mágico central, ou seja, o cristianismo, também deve ser analisado, porque muitas se não boa parte de suas teorias ou co-teorias, não estão a nascer de uma mente perfeccionisticamente neutra (artigo bem raro, se não for quase inexistente), mas de uma mente irracionalmente tendenciosa, em que boa parte daquilo que pensa ou raciocina, especialmente se for sobre moralidade, biologia ou evolução, tenderá a ser filtrado, ou puxado para o seu ''buraco negro'' chamado cristianismo. 

Será que sou é que estou meio louco* ou será que eu apenas observo, analiso, critico e julgo/concluo aquilo que os meus grandes olhos estão vendo, aquilo que os meus sentidos captam e compreendem como razoavelmente racional, tentando sempre reduzir o máximo possível a minha carga de preconceitos cognitivos irracionais*

Eu vejo uma desproporcional presença de judeus asquenazes, a ''raça'' humana mais inteligente, assim como também de gênios de outras ''raças'', apresentando muitas das características que sir Charlton do alto de sua perfectibilidade, adjetiviza de ''degenerativas'', e que juntamente com sir Dutton simplesmente endossam a regra pós-moderna de tratar a correlação quase causal entre desordens mentais e criatividade como apenas um excesso de uma era morbidamente romântica.

So modern ‘creatives’ are celebrated for their subversion of (or exposure of the supposed hypocrisy of) traditional, bourgeois and religious values

Mais um trecho do texto, supostamente puramente-científico, de sir Charlton (e Dutton)...

Para bom entendedor, meia palavra basta...

PLUS

O gênio parece ser fruto de mutações que aumentam a inteligência, mas especialmente a criatividade, de sobremaneira, em especial se for comparada ao de seus progenitores ou parentes. De uma maneira ou de outra, o gênio se consiste em uma evolução/melhoria psico-cognitiva da ''piscina genética'' de sua família imediata, em uma variação ex-cêntrica, extrema dos traços que geralmente são invariavelmente encontrados em sua família, mas com uma tendência de redução do fitness biológico.

Charlton e Dutton parecem ter acertado neste ponto, que inclusive encontra-se presente neste trecho maior que separei do documento que produziram. 

E mais, interessante a ideia que produziram, de que as pessoas que saem ''mais inteligentes'' (creio, perceptivamente racionais) que os seus pais e de classes sociais mais baixas, sejam mais propensas a herdarem mutações, menos deletérias, mas existentes ''de seus pais'' ou da piscina genética dos mesmos, por exemplo, flutuações na simetria facial (e corporal), ''desvios' sexuais, etc...

Eles acertaram mas parece que não perceberam alguns detalhes muito importantes. 

Se o gênio também pode ser entendido ou adjetivado como ''turbulento'', ''sempre à procura de algo para fazer, de mente inquieta'', enfim, mais mutante mesmo, então é pouco provável que esta extremidade mental não virá acompanhada com mais comportamentos que complementam este estado excepcional de percepção, e pasmem, eles podem ser até essenciais para a manifestação completa e característica do gênio em um indivíduo com alguma disposição intrínseca pra este fim, porque como eu salientei brevemente acima, a perspectiva existencial de um grande realizador parece que precisa ser única, especial, para ser, a priore, original, e a originalidade é parte extremamente importante da genialidade, ainda que não seja a única. 

Também podemos pensar se, traços psicológicos tendem a variar mais entre os europeus e seus descendentes, do que em outras populações, e que isso possa ser uma possibilidade propícia para o aparecimento ocasional (quase sempre é ocasional) do gênio. 

GÊNIO: ação primária/reação secundária

Ação primária = expressões intrínsecas do organismo. Reação secundária = construção de expressões mescladas das ''ações primárias'' com variáveis ambientais. 

A ação primária do gênio é a hiper-perceptividade, pontual, intermediária generalizada (geralmente é pontual ou intermediária, gênios e pessoas comuns, absolutamente boas em tudo, são raras a inexistentes, auto-iludidas ou exageradas, por si próprias ou pelos demais).

A reação secundária do gênio é aquilo que ele é capaz de prover com base em sua tendência de mergulho perceptivo, de se tornar viciado por certos assuntos e de se buscar escrutiná-los a longo prazo e de maneira praticamente constante, exatamente como mergulhar em um mar desconhecido, ou nem tanto, e ir nadando até às partes mais profundas. Como eu já comentei antes, o gênio é o desbravador abstrato por excelência. 

Finalizando resumidamente...

Charlton e Dutton apenas repetiram só que com termos e perspectivas diferentes, os mesmos erros centrais que foram cometidos por Lewis Terman em seu estudo sobre ''superdotados e genialidade'', que se deu a partir da primeira metade do século XX. 

Confundiu criatividade com inteligência (qi) e romantizou à sua maneira o fenômeno do gênio...