Na luta que arde, e incendeia o espírito,
Bravio nas cordilheiras, n'altura que inibe,
Na busca do ar puro, nas beiras onde o vento agride,
Onde as almas vivem, e serpenteiam por espelhos d'água, e em neves eternas,
Onde a morte é íngreme,
Em falso,
E os pés falsetes, como voz de mulher,
Sussurram às pedras, se agarram aos grãos d'esperança, e lançam ódios faiscantes em seu olhar, e amaldiçoam arrependimentos, onde não há espaço para o que já foi,
E o passado reduz, como o futuro, ao presente,
Único tempo que existe, em que vive, em que resiste, penitente.
Anti-horário, o seu coração nobre,
Como um poeta, escalando os sentimentos, segurando e andando contra o tempo, sentindo a fluidez do eterno, deste gigante de imenso mistério,
Segurando os seus longos cabelos, de mulher louca, em sua histeria, em seu desmanchar completo, em seu sangue cobre, escorrendo por veias frias, gritando rouca, quer reduzi-lo, é certo, às suas mãos ásperas, como um mero objeto.
Como o poeta que busca pelas origens, pelo passado,
Em sua armadura melancolia, que o machuca tal como o guia.
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