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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O consciente é o oposto do subconsciente? Aliás o que é o consciente?

Nascemos com instintos e especialmente nós, humanos, expandimos esses instintos via cultura. Aliás mesmo sem a cultura é provável que ainda conseguiríamos expandi-los. Nascemos incompletos e "nos completamos" em vida. Continuamos a aprender ou a apreender por toda vida. Claro que este aprendizado se reduz ao longo do tempo ou melhor em especial o seu uso prático. Dizemos que "podemos agir por instinto" ou "através do subconsciente". Eu decidi transformar instinto e subconsciente em sinônimos. Quando agimos por instinto é porque o fazemos pelo subconsciente. É subconsciente, por exemplo, a minha condição sexual mutante. Além de se manifestar de modo muito sutil, o instinto também o faz de modo muito determinante ou dominante, e que também pode ser entendido como automático/auto-confiante/natural. Nunca fiz esforço algum para sentir desejo sexual por alguém do mesmo sexo. Independente da causa orgânica primordial, este tipo de comportamento vigorosamente determinado, tendenciosamente estereotipado também é inequivocamente instintivo ou subconsciente. Não é que, quando desejo um homem, o faço em estado de transe, mas que a origem deste desejo tenha uma natureza "hipnótica". Hipnose e instinto também são ou podem ser entendidos como sinônimos distantes, com a diferença que a hipnose instintiva nunca é forçada ou artificial tal como é o conceito mais verdadeira da mesma, muito pelo contrário pois é tomado por nós como absolutamente natural. O subconsciente é de onde derivam os nossos pensamentos, se consistindo em nossa constante auto-inferência ou melhor interferência em relação a uma interação perceptiva direta/seca com a realidade. Aliás, necessitamos da mesma por razões supra-evidentes, porque sem ela, não teríamos sequer uma fagulha de razão para sobreviver, para lutar por nossa própria torrente invariavelmente breve de vida. Distorcermos esta interação sempre que podemos pois na verdade a moldamos para que possa nos refletir, nós como os seus espelhos, diga-se, quebrados, retribuímos a dádiva misteriosa da vida, da existência, refletindo a realidade só que à nossa própria imagem e semelhança. A verdade ou a realidade para a maioria das pessoas, dos seres, é um meio, um veículo de sobrevivência, e não a sua finalidade. A finalidade não é entender mas usar aquilo que se propôs a entender como peça para o equilíbrio individual, subjetivo e/ou reduzido a uma esfera estreita de defesa, literal ou desejada, de indivíduos potencialmente agraciados, direta ou indiretamente.

O consciente não é o oposto do subconsciente pois deriva dele tal como uma reflexão ou resposta a ele. Não podemos e não devemos nos reduzir ao nada enquanto agentes perceptivos e tampouco deveríamos fazer o contrário mas é justamente o egoísmo que mais se sobrepõe à percepção, isto é, um excesso de auto-inferência, talvez porque o mesmo em doses não-idealisticamente equilibradas tenha sido extremamente efetivo no resguardo da vida.


 Todos nós, como eu já denunciei, temos grãos de verdade cravados/brutos em nossos genes ou instintos e o ideal seria, com eles, completar os nossos caminhos individuais e tendo apenas um único [e talvez o único e derradeiro] ideal, o mais maximizado de todos, que é a sabedoria.

O consciente portanto mais parece consistir em uma percepção ou reflexão consideravelmente nítida da realidade, expressando conhecimento cru ou desprovido de nós mesmos, seres vivos, isto é, sem auto-inferência, enquanto que o subconsciente dramaticamente consistiria na presença do ''eu-elemento'', e tendo o ser não como um princípio, apenas, mas também como um fim de suas próprias percepções. Claro que o ideal sempre pende para o equilíbrio que consiste na verdade-da-verdade, no fator g de qualquer verdade, porque tudo aquilo que existe no mundo dos reais apenas o faz por causa de seu equilíbrio estrutural ou lógico.

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