Calmaria e trovões,
De um lado o azul da tarde,
Do outro, um céu de águas em densidade,
Como n'alma,
Num espectro de cores, de medos, de sonhos, de mocidade,
Num fardo fado, numa doce e triste canção,
Sendo vida, e podendo se-la, mais que outras poderiam, e querê-la,
Queria ser o céu, mas é apenas fel,
Queria ser ciclo, mas não sabe o que tem na curva, naquela esquina, na via da morte, turva, que desatina,
Vê o céu partido,
Entre um calmo azul no horizonte,
E lágrimas pesadas, torrentes em sua fronte,
Vê o céu como a um espelho,
Aquilo que é,
Se reflete a verdade da existência,
Se-lo, apontando a Deus,
O que antes ninguém fazia,
Como a uma nova resistência,
Que resiste até ser vazio,
Seca, até não mais saber o que é ser rio,
Vê o céu partido,
Como ao próprio coração,
Vê um quadro lindo,
Como um ideal, que não alcança mão
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