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terça-feira, 24 de outubro de 2017

A vantagem do psicopata: empatia [interpessoal] cognitiva OU universal versus empatia [interpessoal] afetiva OU tendenciosamente auto-refletida

Uma das maiores e talvez injustas/desgraçadas vantagens da insensibilidade é a de que pode oferecer o ''conhecimento universal'', ao menos em relação aos seus aspectos mais puramente mecânicos. A empatia interpessoal cognitiva [e também de outras naturezas ou perspectivas, por exemplo, a empatia impessoal cognitiva] seria uma dessas vias de acesso. Primeiro analisamos padrões, depois os julgamos. Acessamos nossas cognições para reconhecer padrões e depois os nossos sistemas psicológicos para julgá-los, geralmente de acordo com os nossos próprios gostos ou preferências. Quem é ''muito cognitivo'' em seu raciocínio diário tenderá a ser mais insensível e quem é ''muito psicológico e/ou afetivo'' tenderá a ser muito mais sensível, não necessariamente no sentido positivo. 

Disse em um texto não muito recente que, é mais fácil entendermos mentes ou pessoas que se assemelham a nós do que àquelas que nos são mais distintas. Então eu ''pesquei'' o insight que, a empatia interpessoal afetiva, na verdade, consiste também em nossa [auto] inferência qualitativa ou de valor/de julgamento, e que até possa ser denominada de simpatia/espelhamento. Sabe quando o santo bate**

 E mesmo como uma espécie de inferência psico-instintiva ou afetivo-instintiva, se quando julgamos, tendemos a ter como referência principal a nós mesmos, isto é, as nossas próprias preferências/preconceitos ''cognitivos'.

Portanto, quando ou se usarmos apenas as nossas empatias cognitivas, impessoal, interpessoal ou mesmo intrapessoal, é possível que conseguiremos reconhecer os aspectos mais óbvios da realidade, da verdade, especificamente da ''espinha dorsal da macro-realidade'', porque estaremos apenas olhando para o mundo com os nossos sentidos e extraindo dele a sua verdade nua e crua. Por outro lado, se usarmos apenas as nossas empatias afetivas/simpatias, então o reduziremos ao nível de nossos umbigos, nos vendo como ''o centro do universo''. O ideal, claro, como sempre, é o equilíbrio... porque também existem os fatos que são transformados em valores morais, isto é, as conjugações entre a realidade nua e crua e àquela que é produzida com base nas interações inter-individuais. Até poderia retirar o termo ''universal'', que passa uma ideia de totalidade, para o termo ''cru'' que parece ser o mais adequado.

Deste modo ''psicopatas e afins'' conseguem entender com maior frequência e até qualidade, [outras] mentes que se diferem das suas, pelo simples ''fato' de que usam muito mais as suas ''empatias [interpessoais,...] cognitivas'', extraindo a ''verdade estrutural ou mecânica'' dos comportamentos alheios e sem necessariamente com isso julgando os mesmos de acordo com as suas preferências psicológicas instintivas. 

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