Calor dos trópicos,
De fim de ano,
Daqui do sul da Terra,
Ventos de um novo ciclo,
De uma nova esperança,
Quem me dera,
Que ainda haverá esperança,
Que esperar, é aquilo que nos resta,
Sol de manhãs azuis e festivas,
Bailando o canto dos pássaros,
O suor das árvores,
O sabor da vida,
O doce sabor do viajante,
Que mais observa do que vive,
Que mais sente, por observar,
Do que por viver,
E vive mais, vendo os outros,
Do que a si mesmo,
E vive mais, sendo todos,
E mesmo assim coeso,
Sol que lava varandas douradas,
Que doura as montanhas sagradas,
Que enche de ouro e calor, peles e carcaças,
Sol de fim de ano,
de manhãs e de praças,
Que anuncia um novo ano,
De novo um ano, de decepções e trapaças,
De humanidade em sua agonia,
E eu bem aqui, num pontinho da terra,
Sentindo alergia por ela,
E sentindo mais um ano se esvaindo,
Mais uns grãos de vida, sumindo,
Se assim é a vida,
Uma torrente de fins, de partidas ...
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