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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

"Não confundam povo com governo"

 Dizem muitos "YouTubers" russos, refugiados na Geórgia, tentando aliviar boa parte da culpa ou responsabilidade do seu povo, incluindo parentes e amigos, pelo apoio ao governo cruel de Vladimir Putin. Mas não se limita à Rússia, porque em qualquer país esse mesmo discurso costuma ser muito popular. Porém, é inevitável concluir que, pelo menos uma parte do povo é sempre culpado ou responsável pelo governo que tem...


Como eu já comentei em outro texto, existem níveis de comprometimento ou envolvimento pessoal com tiranias, desde os que, apesar de se tornarem conscientes sobre a natureza moralmente problemática do governo do seu país, se percebem impotentes ou incapazes de se rebelar, passando a focar na própria sobrevivência (isso inclui nossas "democracias' capitalistas ou "moneycracias"), até os que atuam como os seus colaboradores passivos, se porque o apoiam ou por estarem indiferentes à situação. Basicamente: impotência, conivência e indiferença, desprezando os que se revoltam e os que colaboram ativamente. 

Então, entre os que não se rebelam contra déspotas, aqueles que se encontram ou se percebem em uma situação de impotência, são os mais perdoáveis, porque pelo menos continuam conscientes do que de errado acontece e podem apoiar revoltas populares legítimas, quando surge uma abertura nessa direção.   

E não importa se o apoio individual a um governo tirano acontece por falta explícita de caráter ou por doutrinação ideológica, porque o resultado é o mesmo: uma incapacidade de discernimento moral básico, de discernir o que é justo do que é injusto ou o que é ponderado do que é cruel (excessivo, desnecessário, falacioso...).

Mas diferente do que tem acontecido no Irã em que muitos, mas não todos, têm saído às ruas para pedir pelo fim do governo teocrático vigente, dos Aiatolás, uma minoria da população russa tem protestado publicamente, se parece que a maioria apoiou a invasão russa à Geórgia em 2008, à Crimeia (na Ucrânia) em 2014 e continua a apoiar a guerra com a Ucrânia em 2022, as políticas contra os direitos humanos dentro do próprio país, etc...

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O problema das médias de personalidade: O meu caso, conscienciosidade (Big Five) e colérico (quatro temperamentos)

 Duas [ aqui e aqui] auto análises de personalidade que realizei apresentaram problemas com os resultados especialmente em relação a alguns  traços, porque eu não me identifiquei, a priore, com as suas "pontuações". A explicação que cheguei para esses desencontros foram as diferenças entre as médias e as variações dentro de cada traço. Vamos então aos finalmente.

Conscienciosidade


O traço conscienciosidade, do famoso Big Five, assim como todos os outros, obviamente, apresenta facetas e não é incomum que se possa ser muito consciencioso em um sub-cluster de traços mas não em outro. Por falha minha, por não ter ido mais a fundo nessas variações ou diversidades internas de cada traço acabei deixando essa análise incompleta. 

Os mais conscienciosos tendem a ser mais honestos, responsáveis e conformistas. No entanto pode-se ser comparativamente mais consciencioso, de maneira geral, e no entanto isso não significar ser excepcional em uma de suas qualidades. Outro fator é que se pode ser muito consciencioso em relação aos traços mais qualitativamente polêmicos do que nos menos, ou o oposto.


Este parece ser o meu caso porque eu sou:

- MUITO honesto, e até a um nível quase-problemático;

- Responsável NAQUILO em que eu posso ser, isto é, em relação às minhas nano e micro-ações, e por enquanto não tenho podido mostrar em minhas macro-ações. [nano a micro-ações = afazeres domésticos ou convivência no dia a dia, por exemplo. macro-ações = no ambiente de trabalho por exemplo].


Percebe-se que, por causa das grandes variações ambientais ou circunstanciais, tendemos a mensurar o caráter ou as características de uma pessoa, mais com base em suas macro-ações do que com base em suas nano-a-micro-ações, que são basicamente a sua intimidade, no conforto de seu lar, e em convívio diário com os seus parentes mais próximos.

Portanto, podemos ter dois indivíduos: um que está empregado, paga as suas contas, gosta de ordem no trabalho, é financeiramente independente, e outro, que é o oposto, especificamente em relação à dependência financeira, e no entanto, mostra-se igualmente honesto, já no âmbito doméstico ou familiar. De acordo com um teste de personalidade do BIG FIVE, é possível que o primeiro indivíduo hipotético pontuará mais alto no traço conscienciosidade do que o segundo. Mas será que isso estará conclusivamente correto*

Aqui um insight sobre o comportamento. Por causa das flutuações circunstanciais, a melhor maneira de se comparar e analisar o comportamento das pessoas deve se dar com base em suas ações ou padrões em seus ambientes mais íntimos, constantes ou pessoalmente importantes, assim como também em relação às suas nano-a-micro-ações.

Outro fator é a proporção absoluta de ações rotineiramente efetuadas e o grau de responsabilização e repetição das mesmas, porque se pode ter um menor acúmulo de tarefas diárias mas de se executá-las muito bem, e pode-se ter um maior acúmulo e não ter a mesma proporção relativa predominante de eficácia e/ou responsabilidade. E a capacidade para acumular funções ou atividades diárias pode ser ambiental ou circunstancial, uma situação de momento, ou mais ''genético'', instintivo, como parece acontecer com o meu perfil de ''vagabundo sonhador''. 

Conformista??


Eu sou conformista NAQUILO em que eu "acho" justo ou correto seguir, isto é, em que posso embasar os meus pontos de vista. 

Interessante que, baseado na ideia de intersecção entre a conformidade, uma das facetas do traço conscienciosidade, com a compreensão factual, moral e geral, é provável que pontuaria muito mais alto em conscienciosidade e/ou os mais conscienciosos é provável que pontuariam mais baixo.

Mas claro que, em relação à conformidade indiscriminada, eu não vou ''pontuar'' alto, e isso é bom.

Portanto parece-me que a vaga obediência à autoridade/ou conformidade, sem contexto moral, do traço conscienciosidade do Big Five, já parece se consistir em uma faceta qualitativamente reprovável ou defeito, e que por si só, pode ter um efeito problemático para a neutralização da qualidade moral, isto é, de neutralizar o valor moral de um traço antes de contextualiza-lo, como é a proposta de qualquer tipologia psicológica.


Eu cheguei ao resultado geral nessa auto-análise:

Abertura para experiências: +++
Conscienciosidade: +
Extroversão: --
Agradabilidade: +
Neuroticismo: ++


De fato, com base na descrição da conscienciosidade, isto é, vaga e ao mesmo tempo ideologicamente tendenciosa [por exemplo em relação à ideologia que vincula o amor platônico ao trabalho como uma característica do mais consciencioso = responsável], e vendo novamente o resultado, até que faz sentido que tenha pontuado mais baixo [não apenas nessa análise, porque eu tendo a pontuar mais baixo de qualquer maneira em qualquer teste de personalidade, e em relação a esse traço do big five]. 

No mais, percebe-se que em uma das facetas desse traço eu ''pontuarei'' muito alto. 

Na superfície, na média, parece que eu sou pouco consciencioso: responsável, honesto e conformista. No entanto eu sou muito honesto, responsável em relação às minhas nano a micro-tarefas e me conformo, assim como todo mundo, só que o meu sistema de valores definitivamente não foi popularizado e também porque muitos se conformam em qualquer ambiente, enquanto que outros são bem mais ''exigentes''. Essa fricção entre idealidade ou espectro da perfeição e realidade parece que está a todo momento afetando a maneira com que julgamos os outros e a nós mesmos.  


Colérico

Colérico: 0,56
Fleumático: 0,59
Melancólico: 0,66
Sanguíneo: 0,53


''qualidades'':

Colérico: 0,5

Fleumático: 0,58
Melancólico:0,73
Sanguíneo:0,52

''defeitos'':

Colérico: 0,62
Fleumático: 0,6
Melancólico:0,6
Sanguíneo: 0,54



Se eu pontuo alto no neuroticismo e moderado/a alto no psicoticismo, no big five, então como ou por que eu me dei, ou encontrei um valor mais baixo do temperamento colérico**

Eu sou do tipo que fico nervoso com facilidade. No entanto eu também sou muito mais melancólico E fleumático, e neste segundo, de maneira assimétrica, isto é, pontuando mais alto em alguns traços e mais baixo em outros. No temperamento melancólico eu pontuei muito mais alto nas qualidades do que nos defeitos. No fleumático as pontuações para ambos foram parecidas. Já no colérico eu pontuei muito mais alto nos defeitos do que nas qualidades. Mesmo se formos comparar os valores totais, as diferenças do colérico em relação ao fleumático ainda não serão significativas. Como resultado, esses resultados podem dar a impressão de que eu seja pouco colérico, e definitivamente não é o caso, mas com certeza é o caso de uma média que não corresponde às flutuações internas dos traços do temperamento ou de um ''construto psicológico maior'', como é por exemplo a conscienciosidade. 

Profundidade existencial [melancólico], certa estabilidade emocional e passividade [fleumático] e tendência para ficar com raiva [colérico], e talvez extremamente seletivo no quesito ''consanguinidade'', ;) ;)


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A metáfora do cume da montanha e da planície para explicar solidão e popularidade, sabedoria e estupidez

O que é mais fácil: continuar na planície ou escalar uma montanha, e viver em seu cume íngreme, perigoso e gelado??

A vantagem de viver nos cumes das montanhas é a de que podemos ver e viver além das nuvens, metáfora para: viver em um mundo filosófico/ finalmente realista e também em um mundo finalmente inteligente, superando o degrau perceptivo geral humano e adentrando à novas realidades, muito mais pesadas, ainda que também muito poderosas.

As desvantagens além das obviamente constatadas, isto é, de viver em um mundo muito mais conscientemente purificado de distrações e portanto realista/ existencialmente depressivo/melancólico, bem perto da angústia existencial, que se consiste em um prelúdio à ideações suicidas e neuróticas, é a do aumento da responsabilidade pessoal sobre as próprias ações e que em contato com um mundo contrastantemente negativo em relação a si terá como efeito a auto-vigilância assim como também as ideações neuróticas, isto é, o faro para problemas e o pior, a incapacidade usual de se soluciona-los.

A quantidade de pessoas que estão destinadas a enfrentar este desafio e a de vivenciarem o seu triunfo filosófico também aumentam as chances para a solidão, se são poucos aqueles que nascem com esta forte e grave disposição. 

Cume: responsabilidade/ elevada autoconsciência e depressão existencial

Planície: facilidades existenciais ou egoísmo, clima bom e proteção das nuvens, metáfora para ignorância ou distrações.



As vantagens de se continuar nas planícies se dá justamente pelo conforto existencial, de se viver protegido da penetração filosófica, da responsabilidade e portanto de se viver em um ambiente densamente povoado de facilidades que podemos também entender como mediocridade, regrado pelo egoísmo de se preocupar fundamentalmente consigo mesmo e de manter o campo de força de sua empatia bem colado à própria pele. O clima bom, a facilidade de se viver em um terreno plano, são muito apelativos e a maioria das pessoas tendem a ver a planície como os seus respectivos paraísos, e passam as suas vidas buscando por esta frívola e vaga percepção e vivência da vida, a única vida que conhecemos. A popularidade é outra vantagem se a grande maioria das pessoas buscarão pelos mesmos lugares para viver.

As desvantagens são uma grande dependência mental dos "tutores do paraíso plano", embotamento emocional que pode se dar de modo literal ou com base no condicionamento histérico em relação aos que são mais emotivos dentro deste largo grupo humano, embotamento intelectual e grande vulnerabilidade para a internalização mesmo que involuntária de falsas filosofias ou"ideologias". O canto da sereia está sempre convidando o "homem comum" para deleitar as facilidades da vida que oferece e tal como a um escravo, é criado dentro de sua redoma e passa a considerar como verdade apenas aquilo que os seus sentidos podem perceber e eles só poderão perceber aquilo que se manifestar dentro de sua redoma. Só é possível de fato ver além das nuvens ou distrações quando se sacrificam facilidades porque aprendemos e superamos etapas de desenvolvimento ou de embotamento quando internalizamos, somos cognitófagos ou ideotófagos.

A perspectiva existencial, o nosso lugar de percepção do mundo, tem uma natureza intrínseca se tudo que se expressa não pode ser divorciado de sua forma, de sua origem literal. 

É portanto muito comum que o outsider e neste caso em específico o sábio tenha uma natureza invariavelmente desequilibrada que o faz perturbar em relação a si mesmo e a sentir a realidade de modo distinto. Uma maior intimidade com qualquer transtorno pode vir acompanhado ou causar uma expansão da autoconsciência ou da consciência da finitude misteriosa da vida.


Esta metáfora parece explicar de modo bastante elucidativo as diferenças tanto entre sábios e tolos e entre as suas respectivamente contrastantes perspectivas existenciais.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A maldade pura ( sem comorbidade com ignorância) e métaforas sobre sabedoria e ignorância



 É bom pra mim??

"todos me espelham"

A guerra relâmpago e fria contra todas as nações-indivíduos chamada personalidade anti social

São todos iguais, sem fronteiras, sem sentinelas, sem que os defenda, de si mesmos e dos outros. Não vê territórios existenciais, indivíduos, porque se quer o poder, então tem de converter ovelhas aos montes, no sopé de sua loucura, de justificar sua falta de brandura, este calor que queima incessante, implacável e assim o faz expressar-se. Com estas torpezas, destrói a liberdade e com isso, a sabedoria da responsabilidade. Quer ter com quem cultivar seu desatino, quer compartilhar seu ódio sem razão, fulmina discórdias clamando por misericórdias. Não tem freio nem filtro, como a um sábio, só  se importa com a realidade, mas especialmente consigo mesmo, com a sua realidade. Não quer espalhar-se em cada harmonia, porque não vê o todo por juízes neutros, mas por sua intensa e vil energia. É um buraco negro que suga qualquer estrutura, se anima em cada desconstrução e usa muito a bondade como propaganda, se dos extremos em compreensão, o oposto torna-se igualmente claro, translúcido, seus órgãos estão a mostra e o sangue é azul rente as veias.

Vê espelhos alheios a sua imagem e semelhança, por conivência se pergunta, é bom pra mim?? Bom como a um escravo??" Eu" agressivo e timidamente desagradável?? E ele ali passivo e negociável?? Nunca si negocia, como a um sábio, mas é de astúcia com que se arma para a briga, este atrito com a vida, de nós, neste breve tormento sem sentido, se o conhecêssemos, o que seria?? Como seria??

O sábio pergunta:

Bom pra mim?? Mas e pra ele??

Comercializa a moralidade, pechincha um meio termo, o equilíbrio, nem mais pra mim ou pra ti, possível amigo. Não tem preço fixo, não aumenta quando precisa nem diminui quando acalenta. A tudo questiona e busca o preciso interagir destes laços de situação. Um mundo sábio seria mais do que perfeito mas ainda é do astuto, se cultivam escravos quem seriam seus donos se não quem os deseja??

Numa guerra constante, trava cada estratégia um tema, n'alguém sem sorte e sem maldade pura no coração. Que não é um sábio, vive numa inocência, numa condição irrealista, de dar pena e ódio.


 A realidade não é direta em sua transferência. Precisamos negociar se com paciência ou força de vontade, nosso ego não é bom para pechinchar, nascemos com preço fixo, é pegar ou largar.

Sábios e astutos não precisam comprar verdades, se vivem nelas. Não são como turistas que passeiam pelos cartões postais e preconcebe a realidade local. Não é um visitante com hora marcada pra retornar. Estão sempre lá, neste único país de verdade chamado realidade. 


Tem muitas escolhas a fazer. Duas predominam: Vencer sem misericórdia 'ou' ser o mais misericordioso, mas sem pedantes santos, falsários. Ainda é o circo de pulgas, é a ilusão do controle, sem o controle sobre aquilo que nos domina, a dualidade como à gravidade, implacável em seu charme vital, em seu envolver. 

 Não imigra, nasceu. Não viaja, vive. Não conhece, sente todo o dia. Ao país-indivíduo que escolheu a realidade, daquele que se entregou ao vicio da ilusão. Religião, crença, estar certo por estar seguro, cego sempre batendo nesses muros dogmas. Em indivíduos, reinam as mesmas organizações, os mesmos deslumbres, o mesmo potencial, abraçar a sabedoria ou o mesmo fim patético, nas mãos do parasita , a formiga rainha em forma humana, destes gafanhotos sem limites ou nas vespas em seu vampirismo.  Só o sábio que parece gostar desta morena fria, arisca e brilhante. Homens preferem as louras que preferem diamantes. Mulheres gostam quem as deixam seguras, quem quer o poeta do desespero?? Da melancolia?? Quem quer estas sensações se não poucos de muitos?? A fria noite verdadeira, com os seus céu de universo, sua poesia em flor da pele, suas estrelas de vaidade atônitas, de apenas deleitar-se por sua individualidade, vívida em espontaneidade, verdadeira criança, avatar de todas as idades.

A auto empatia predomina pela bondade e nos faz maus perfeitos na ignorância de nossos defeitos mentais. Escatológicos e ainda no tatear da verdade em seus contornos honestos. Criam culturas pelo não saber ou pelo não querer, se o descanso é necessário em cada terminar de trabalho e suor gasto.

A base da mente humana já é pelo desvio. E é no astuto que as massas se espelham, queriam mais força de vontade, mas só tem apatia e preguiça de pensar. O sábio só é um moribundo que esqueceu de se matar. No prelúdio deste rito, abre sua mente, disposta a encarar-se de frente, se se conhece o suficiente, cada poro, buscará a verdade como lógica intuitiva, neste seu extrapolar, nesta expansão reativa ao espaço e tempo totalitários. Quem conhece, reconhece padrões, a estrutura permanente em seu predomínio, se sem ela não haverá absolutamente nada, apenas o caos purificado a pairar, mudando paisagens em seu ciclo de vida, ao ciclo da dúvida pelo próximo milésimo de segundo.