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sábado, 9 de setembro de 2023

Sobre a relatividade de amostras representativas

 Uma grande amostra é sempre a mais representativa?? 


Há boas razões para acreditar que amostras grandes tendem a ser mais representativas do que as pequenas. Mas você pode escolher 2.000 indivíduos não-representativos e 50 indivíduos que são muito representativos do seu grupo específico, por exemplo, 2.000 islandeses de olhos castanhos e baixa estatura versus 50 de olhos azuis e com estatura na média de sua população. Por isso que a qualidade da amostra também é importante. Atrevo-me até a dizer que um único indivíduo pode ser mais representativo do seu grupo do que 1000 (ou mais) indivíduos, também dependendo dos níveis de homogeneidade do grupo ou categoria.

sábado, 24 de junho de 2023

Um exemplo de "boa lacração" em The Last of Us

 O amor gay é lindu!!

(e tão raro...)

Com spoilers...

The Last of Us é o nome de um jogo de vídeo game que fez um baita sucesso na década de 2010. Sua sinopse se trata de um apocalipse causado pela pandemia de um fungo que teria evoluído para atacar o ser humano, transformando-o em um zumbi vivo e canibal, e dos desafios dos sobreviventes em um mundo pós-apocalíptico. Até aí tudo bem. Já sabemos que terá muito sangue, armas, monstros e testosterona. Mas o vídeo game também tem um casal gay, Frank e Bill, dois sobreviventes da pandemia. Triste é que, no vídeo game, eles não têm um final feliz, já que um deles é infectado pelo fungo, depois de terem vivido uma relação de conflitos e deixando o outro sozinho. Além deles, também tem um casal de lésbicas, que inclui uma das principais protagonistas, Ellie.

Então, no início desse ano de 2023, a HBO passou a primeira temporada da série baseada no vídeo game, com grande sucesso, similar ao do jogo. 

Tem o primeiro episódio, do antes, durante e depois do apocalipse. Tem atriz negra e nepo-baby (filha da Tandie Newton) interpretando a personagem originalmente branca... ok, até que curti a interpretação dela como filha do Joel... 

Tem o segundo episódio, mostrando onde teria começado a pandemia, na Indonésia e não em algum país da América do Sul...

Sim, tem alterações ou adaptações do vídeo game para a série, já que não é estritamente necessário que tenha que copiar tudo dele. Por fim, tem o terceiro episódio em que, paralelo à jornada de Joel e Ellie, passa a estória do casal gay que falei logo no início. Mas, bem diferente do jogo, além de ter sido estendida, a relação dos dois é recontada como um encontro daqueles que acontece uma vez na vida, marcado por muito amor e cumplicidade. Claramente ocorreu uma grande alteração para a série na TV e, sinceramente, foi excelente. Os personagens já existiam, mas, ao invés de um destino sombrio, foi contado uma estória linda, que inclusive poderia ter sido de um casal heterossexual.

Esse é um exemplo evidente de uma "lacração certa", isso se podemos chamar de lacração. De um caso de "representatividade" sem substituição de personagem "branco opressor" por um ator "negro oprimido", sem vitimismos ou narrativas ideológicas e doutrinantes... Um lacre muito do bem feito!! 

Só estou usando esse termo no sentido positivo por causa de sua opacidade conceitual especialmente se for com base em como que os conservadores o tem definido (praticamente como "qualquer coisa 'de esquerda'"). 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Problemática sobre a representatividade

 Para exercer qualquer profissão, o mais importante é a vocação e o talento. E não a raça, a orientação ou a identidade sexual, o sexo ou a classe social. Além disso, também acrescentaria o discernimento moral (ou racional), como um fator muito relevante. Diferente disso e não é meritório ou justo. São os privilégios de acesso que precisam ser combatidos: facilidades, apadrinhamentos e/ou nepotismo. O filho do pobre ou do remediado tem que ter as mesmas condições que o filho do rico. Mas os resultados, a partir de mecanismos perfeitamente meritocráticos, não podem ser controlados. Pois se, entre os maiores corredores olímpicos, africanos e jamaicanos continuarem a dominar o topo deste esporte, é preciso aceitar a sua supremacia. E o mesmo vale para as outras áreas, além do velocismo: no mundo burocrático, das ciências, das artes e o político. É verdade que é necessário ter mais personagens, estórias e artistas de grupos marginalizados ou historicamente oprimidos. Princesas negras, heróis LGBT e deficientes com protagonismo... Mas os criadores também precisam ter a liberdade criativa de escolher. Sem cotas de representatividade, por favor!  


Com amor, razão.