Eu me vejo no espelho
E não sinto que ele sou eu
Porque eu sinto um descompasso
De corpo e espírito
De chama e eixo
Como se não me sentisse
Como se fosse justamente o que sou
O sangue que irriga as veias
Os neurônios que fazem tempestades
A consciência de fora por dentro
Sinto como se não existisse
Como se fosse uma mentira abstrata
Mais em pensamento do que forma
Mas só algumas vezes
O meu olhar não se encaixa com os meus olhos
E eu vejo o que sou na realidade
Uma ação, um fenômeno da existência,
Uma construção ilusória,
Minha própria subjetividade
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