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domingo, 9 de julho de 2017

Comportamento: o espectro da condição à disposição

Como sempre eu preciso de palavras exatas para que possa compreender e transmitir uma informação ou possível conhecimento. Algumas ou muitas vezes a palavra exata para descrever certa realidade pode estar bem na nossa frente e até já esteja sendo usada mais ou menos da maneira como estamos imaginando, faltando uns ajustes aqui ou acolá. Este parecem ser os casos da condição e da [pré] disposição.

 Na psicologia tende-se a se referir à condição como um fenótipo particular ou generalizado de tempo vitalício, por exemplo o autismo. Por outro lado tende-se a usar o termo disposição, talvez, de maneira menos criteriosa ou vagamente ampla e portanto menos literal/semanticamente correta. Autismo com certeza não é uma disposição porque o autista não o tem disposto mas atuante, determinante e característico. 

Eu disse em um texto recente que talvez possamos extrapolar a minha ou não-tão-minha ideia de "dobradinha", que tenho usado como exemplo-principal o diabetes tipo 1 e tipo 2. Pode ser que para a maioria dos traços orgânicos (fisiológicos a mentais) exista uma possibilidade à uma realidade de terem duas versões de si mesmos: uma que é fixa, vitalícia ou condição (altos níveis de "intrinsecabilidade") e outra que é mais disposta, possível ou disposição. 

Ainda em relação ao autismo, podemos pensar em suas versões mais moderadas ou intermediárias, entre-espectros, se algumas delas não estejam tão no miolo entre esses espectros que dependendo das flutuações ambientais não possam tornar o portador ou agente mais ou menos autista. Já sabemos que as versões mais moderadas dos transtornos psicóticos como a esquizofrenia podem levar o seu portador a de fato se tornar mais psicótico assim como também o oposto. Este sopro de maior liberdade e também de maior desafio eu já especulei toscamente se não poderia ser denominado, a nível genético, como uma espécie de gene metamórfico/basicamente um gene intermediário entre as suas expressões mais estáveis e as mais desordenadas, ao invés de ser dominante ou recessivo = dependente, e/ou ordem ou desordem.

Diabetes tipo 1= condição, diabetes tipo 2 = disposição

Esquizofrenia[s] = condição, ''traços psicóticos mais intensos'' = disposição [para se tornar ou não mais esquizofrênico]

Psicopatia/transtornos anti-sociais = condição, ''traços de personalidade anti-social mais intensos'', mas potencialmente manejáveis pelo ambiente = disposição [ para se tornar ou não mais propenso a cometer crimes].

Condição = nasce com ela

Disposição = nasce com parte dela, e dependendo do ambiente pode se tornar mais como uma condição/fixa ou não.

E a 'inteligência' [cognição]* [ou criatividade* ou racionalidade*)

Para alguns será mais como uma condição e outros mais como uma disposição**


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