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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Irracional civilização ocidental

Irracional civilização ocidental

Da hipotermia conservadora
À histeria humanista
Do frio à febre
Do colonialismo à autodestruição
De um extremo ao outro
Da exploração ao hedonismo
Do estoicismo à paixão
De um egoísmo ao outro
E nunca a razão
Do mergulho aos mares profundos
Ergueu-se uma civilização
Ao suicídio de toda culpa
Séculos de ignara escravidão
Massas de esquerda e direita, confusas
Risos diabólicos, de celebração
A filosofia é uma desculpa
Para o ódio e para a servidão
A religião é uma loucura
Adultos de Eva e Adão
Maduros na labuta
Crianças sem contemplação
Até quando esta mesma tortura
Até quando o veneno
Do escorpião
Do homem pai e suas lutas estúpidas
De sábios calados, sem ação
Até quando os piores decidirão
Se a vida vale mais que ouro
Ou se vale  menos que um tostão

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Sobre aquela pesquisa sobre a genética da homossexualidade ou do lgbtiiismo: eles não dividiram a amostra em passivos, ativos e versáteis [e gouines ou sides]..

Teoria para explicar os preconceitos cognitivos de ambos: conservadores, progressistas, hereditariedade versus epigenetica

Os mais conservadores são menos mutantes ou mais estáveis biologicamente (variam menos) que os mais progressistas, mais mutantes, logo, o primeiro tende a ser mais naturalmente propenso a acreditar na hereditariedade de caracteres proposta por Darwin enquanto os progressistas são mais propensos a acreditar  a epigenética, recente releitura tanto do darwinismo quanto do lamarckismo e que eu prefiro chamar de neolamarckismo 

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A língua é uma convenção

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Fonte:https://pgl.gal/wp-content/uploads/2016/01/acordo-ortografico-brasil.jpg

A língua é uma convenção

Escrever errado não é sinal de estupidez. A língua é uma convenção, um malabarismo de como se fala e como se escreve. Boa parte dos erros acontecem nessa tradução. Não é culpa de quem não aprende a sua malandragem. O telefone de hoje não é o mesmo telephone de 80 anos atrás. O pára do verbo parar, até perdeu seu acento. São regras, com lógica, mas também com muitas exceções. Sim, quem escreve muito bem, é inteligente nisso. Mas quem não escreve, não deve ser penalizado, humilhado, mesmo se for um mínion de direita [ainda que esse já venha com um pedregulho na mão, na hora de debater]. O português veio do latim vulgar. Imagine um latim de cortiço, cheio de gírias e palavras escritas "errado'?! O certo e o errado ainda existem na hora de escrever. Mas são relativos à convenção usada no momento. É importante reconhecer o que realmente faz uma pessoa inteligente: sua curiosidade, sua vontade e capacidade de aprender [em relação a tudo que for possível]. E quanto às palavras. Saber quem são, como vivem, o que fazem.. e como usá-las. Se é um português formal ou não, a natureza da língua é ser diversa e fluida.

Doutrinação da esquerda e da direita ou como seria a verdadeira escola sem partido

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Fonte:https://www.raciociniocristao.com.br/wp-content/uploads/2016/07/doutrina%C3%A7%C3%A3o.jpg

A esquerda doutrina, de verdade, sobre:

[suposto/as]

- Sucesso incontestável da sociedade cubana;
- Crises sócio-econômicas de países ditos comunistas só podem ser unicamente atribuíveis a países capitalistas como os EU [Estados Unidos];
- Ausência significativa de crimes cometidos contra a humanidade e contra o meio ambiente, pela URSS e demais países ''comunistas', no século XX;
- Democracia em sociedades [ditas] comunistas;
- Narrativa dos acontecimentos com base na ideia central que o oprimido tem sempre razão incontestável [nunca pode ser culpabilizado], resultando na distorção de fatos, considerados insensíveis ou que a priori dão a entender que estejam justificando o opressor e seus privilégios [parasitismos];
- Negação de inclinações intrínsecas e/ou processos de hereditariedade no comportamento, especialmente sobre ''personalidade' e inteligência.

A direita doutrina, de verdade, sobre:

[suposto/as]

- Sucesso incontestável do capitalismo;
- Inevitável capitalismo ou inexistência de sistemas econômicos alternativos viáveis e mais humanizados;
- Democracia plena em sociedades capitalistas;
- Empresários só querem o bem de todos;
- Mobilidade social é muito comum no capitalismo;
- Fracasso absoluto e intrínseco do comunismo;
- A humanidade é egoísta e não tem como mudar isso;
- Relativização de crimes cometidos por monarquias;
- Naturalidade absoluta do conservadorismo e do capitalismo;
- ''Fracassos'' ou ''sucessos'' pessoais [relativos] unicamente atribuíveis às pessoas e não ou também às suas circunstâncias ou ''ideologia da meritocracia'';
- Destruição do meio ambiente não é um problema principal;
- Existência de uma ou mais divindades absolutamente poderosas e misericordiosas;
- Teoria da evolução é falsa;
- Em termos morais, só existe o certo e o errado;
- Domesticação é a maior das virtudes, definida como ''maturidade'': trabalhar sem contestar, bajular elites... inevitáveis ou incontornáveis realidades;
- Não existem espectros de comportamento, especialmente o sócio-sexual..

As origens do ''pobre''

As origens do ''pobre''

A Finlândia já foi terra pobre, de emigração. Tem um punhado de finlandeses e descendentes vivendo na Suécia, pra você ver. Então, investiram no povo, na educação, e o resultado tem sido espetacular. Mas, ainda continua tendo gente que ganha menos, que está em profissões que exigem mais do esforço manual do que do intelectual. Como explicar a persistência de desigualdades em uma sociedade tão igualitária?? Se eu falar "genética", levarei umas boas pedradas. Mas é basicamente isso. As escolas são quase todas públicas. As condições são iguais. A esmagadora maioria dos finlandeses se beneficiaram com esse desenvolvimento que o país vivenciou. Mas, continua tendo gente que não é capaz de cursar ensino superior, pensar mais densamente, trabalhar em profissões intelectualmente exigentes, por mais que o currículo escolar seja o mesmo e os professores se esforcem em não deixar ninguém pra trás.

 Parece necessário dizer isso: não somos absolutamente iguais. Nos diferimos em personalidade e também na inteligência. É verdade, que num ambiente muito pobre ou precário, o potencial de desenvolvimento do indivíduo se encontrará seriamente afetado. Mas isso não mais acontece na Finlândia. E, como podemos perceber com facilidade, esse potencial de desenvolvimento intelectual varia. Não é crime ou pecado, ser mediano, ou ter capacidades  cognitivas mais simples. Sou contra chamar quem é assim de ''burro'' ou ''estúpido''. É um processo difícil reaprender a pensar sem usar ofensas, já que são tão úteis em momentos de raiva ou confrontação com pessoas que pensam muito diferente e vezes mais errado que a gente.

A história humana, das comunidades primárias até às sociedades complexas, nos ajuda a entender porque, mesmo em paraísos igualitários como a Finlândia,  ainda continuarão a existir pessoas com capacidade mais simples trabalhando em profissões equivalentes, ou, uma diversidade mais natural de intelectos, tanto no tipo quanto no tamanho de complexidade que consegue armazenar, reproduzir e criar.

Cognitivamente simples ou mais adaptados a ambientes humanos primários [ comunidades tradicionais/caçadores-coletores e agriculturalistas]

O Brasil, por exemplo, em relação ao êxodo rural que tem vivenciado, especialmente a partir dos anos 50. Muitos moradores das áreas rurais foram sendo expulsos para as margens das médias e grandes cidades. Têm os que se adaptaram à roupagem cultural moderna e diversa da cidade. Outros permaneceram fiéis aos velhos modos. Existem fortes ligações entre o campo e as periferias. Mesmo assim, muitos desses humildes, das classes trabalhadoras, inclusive os importados da Europa e outras regiões, são, cognitivamente falando, criaturas do campo, que se adaptaram à profissões urbanas, mais parecidas com os afazeres rurais tradicionais.

Quando a humanidade, ou parte dela, começou a se sedentarizar, com a descoberta da agricultura e/ou domesticação de plantas e animais não-humanos, as antigas comunidades primárias, parcamente povoadas, foram se aglomerando, dando lugar à cidades. Novas profissões ou especializações foram aparecendo para atender às novas demandas. É ingenuidade ou ignorância  pensar que essas mudanças não foram acompanhadas por alterações na genética da população. O aparecimento das civilizações também foi marcado por uma guinada na hierarquização social e/ou das desigualdades sociais.. Um dos mecanismos fundadores dessas desigualdades é o surgimento gradual de castas de profissão e/ou classe social, parecido com o que tem na Índia. Pessoas das mesmas castas de profissões se casando mais entre si ou homogamia social, criando novos nichos ocupacionais e fenotípicos e acumulando heranças familiares desiguais. As populações basais humanas, dos primeiros núcleos comunitários, foram mantidas, segregadas, ''úteis'' no trabalho pesado ou servil, e recebendo menos por causa do valor ''calculado'' pras suas profissões, sem falar dos escravizados.

O "pobre" veio daí.

Pense num índio recém-saído de sua tribo quase-intocada que é colocado no meio de uma cidade grande. Como que ele se adaptaria a esse novo ambiente??

Vale dizer que não é todo aquele que nasce numa classe social trabalhadora que apresentará uma inteligência restritamente adaptada a ambientes [atividades] cognitivamente simples, que demandam mais força física, porque mutações que ampliam a complexidade da mente, quanto às capacidades de abstração, têm aparecido em todas as classes, mais em umas do que em outras.

Não tenho com isso a intenção de decretar um fatalismo, que, então, devemos esquecer todas as medidas sociais que pedimos inutilmente aos pseudo-governos do nosso pobre e rico país, ou justificar desigualdades, mas sim, de entendê-las, antes de buscarmos pelos antídotos mais eficazes em seu combate. É sempre bom, pela sabedoria, não nos deixarmos engolfar por nobres sentimentos mal alocados no processo de raciocínio, pois resultam no abraço de factoides que, apesar de bem intencionados, podem gerar

Família Dinossauro, cadeia alimentar e a evolução da consciência



Família Dinossauro, cadeia alimentar e a evolução da consciência


Conheço o seriado da Família Dinossauro, desde os anos 90. Então, depois de um longo hiato, voltei a assisti-lo e comecei a perceber o seu teor crítico à sociedade ocidental, pelos temas dos seus episódios e em como que os personagens se posicionam. Desses, quem mais me chamou a atenção foi Bob, por causa do seu nível de engajamento, inteligência 'e'' idealismo, por sempre perguntar o porquê das coisas, em especial das injustas, sem aceitá-las com naturalidade. Já teve episódio em que ele se tornou vegetariano. Em outro, deixou o cabelo crescer. Em todos, sempre entra em conflito com o pai, Dino. Dino é o típico ''provedor'': carismático, porém preconceituoso, amante de esportes masculinos, trabalhador comum, incapaz de ir muito além da própria zona de conforto. Bob parece ter puxado sua mãe, Fran, muito mais ponderada e sensível. Outra representação de famílias comuns em obras de ficção nós podemos encontrar no Simpsons. Lisa é a filha mais inteligente e 'claro', esquerdista, preocupada com os problemas do mundo, em contraste ao pai minion. Bart seria equivalente à Charlene, mais alienados e intelectualmente limitados do que os seus irmãos.
Eu sempre gosto de olhar pela perspectiva das cadeias alimentares para me referir à maneira como as pessoas pensam, e suas diferenças. Se mais para ''dentro'' delas, o pensamento de adaptação, obediente à sociedade ou ambiente, é dominante, tendo como resultados notórios o egoísmo e a alienação. Se, mais para ''fora'', é possível ter uma visão mais panorâmica das relações sociais, culturais e econômicas, perceber equívocos, injustiças  e propor soluções. Também é possível perceber semelhanças até então desconhecidas, ainda que possam ser muito óbvias. Por exemplo, o senso de individualidade, como quando Bob quis deixar o seu cabelo crescer. Isso é quase inconcebível para o Dino, já que, como um bom minion, precisa seguir o fluxo de conformidade e deixar as madeixas bem aparadas, com seu corte de '' macho''. Concepções, como a individualidade, existem de maneira pouco nítida para o Dino, enquanto são bem evidentes para o Bob. É uma questão de ajustar os óculos da mente, se puder. Quem percebe indivíduos ao invés ou apenas categorias, também escolhe pela reciprocidade de tratamento, isto é, o mais igualitário possível. Algumas pessoas aprendem a colorir seu espectro de cores e aceitar mais diversidade. Outras, parece que não têm a mesma capacidade, se só conseguem ver monocromatismos, claro, a partir de suas zonas de conforto. Taí uma diferença bruta entre eles, entre Lisa e Homer ou Bob e Dino, a zona de conforto. É muito mais fácil deixar a consciência limpa de problematizações necessárias, e se ocupar apenas com aquilo que resulta no próprio bem estar. Com isso, falta pouco para justificar todos os tipos de injustiças, pensando no próprio umbigo. Dino e Homer pertencem à gerações e tribos completamente diferentes dos seus filhos, apesar de terem contribuído com seus respectivos DNA. É muito comum, termos esses tipos nas famílias. Você pode ser mais como um deles, mais para minion ou mais para consciente.  As cadeias alimentares têm definido o comportamento moral das espécies. Os pais desses personagens jovens e idealistas, estariam enfiados dentro delas, e portanto, fixos aos lugares que suas sociedades lhes colocaram. Seguem seus ciclos ''naturais' de vida, aceitam injustiças, as naturalizam como inevitáveis ou meritocráticas . Teoricamente, querem o melhor para os seus filhos, que tenham as mesmas vidas que as suas, ou um pouco melhor, em termos materiais, mas, no mesmo ritmo de conformidade e irreflexão. Pais mais ou menos como o Dino gostam de aconselhar os seus filhos que os problemas dos outros ou ''do mundo'' devem ser deixados de lado, para que se preocupem apenas com suas vidas, que é uma tentativa de transferência de valores culturais inculcados de uma longa tradição de obediência absoluta à autoridade e aversão de ir contra marés de conformidade. Bob e Lisa querem um mundo melhor, para 'todos'. Eles são mais perfeccionistas/idealistas, mais intolerantes quanto aos problemas sociais. Enfim, em termos de inteligência, que é o mais importante, eles [estes personagens antropomorfizados] demonstram ser mais evoluídos que os seus pais, por conseguirem ver as cadeias alimentares por uma perspectiva de fora, algo que é único apenas ao ser humano, quer dizer, em média...

O problema de foco da esquerda brasileira: enamorando com Cuba desde a revolução e se esquecendo da Suécia

O problema de foco da esquerda brasileira: enamorando com Cuba desde a revolução e se esquecendo da Suécia





Li uma reportagem, acho que no El País, sobre a considerável falta de privilégios para quem ocupa cargo político na Suécia. Sim, o país do ABBA, da Volvo, da igualdade social e da bissexualidade como religião, é um exemplo e tanto para os outros, no que diz respeito à transparência na política, ou, em palavras mais diretas, em como proceder para destruir o covil de parasitas que performam como ''representantes do povo'' em democracias modernas.

A política brasileira é como uma mina de ouro para esse tipo... um monte de incompetentes parasitários querendo mamar nas tetas do estado, nessas tetas folheadas a ouro. Pois se todos esses privilégios forem retirados, tal como aconteceu por lá, eu aposto que não mais teremos um predomínio de corruptíveis congênitos desgovernando o Brasil.

É a Suécia, o país que as esquerdas brasileiras mais deveriam focar como exemplo, pois lá existe igualdade e justiça social, respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente e desenvolvimento econômico, inclusive com direito à certa liberdade para o empreendedorismo, o que agradaria a ''ala liberal''.

É perfeito?

Claro que não. Mas, para quem é idealista ou progressista, é o mais próximo de ''mundo melhor'' que podemos alcançar. 

As esquerdas daqui devem colocar suas paixonites juvenis à Cuba [ou Venezuela] um pouco de lado, para que comecem a pensar pragmática ou estrategicamente: se é possível um país como o Brasil bater de frente com os EUA; se o povo brasileiro compreenderá que apenas uma ditadura 'comunista' é capaz de desenvolver socialmente o país'.. se este é realmente o único jeito... 

Primeiramente, não dá pra bater de frente com o capitalismo, com os EUA, acreditando que iremos vencer ou que não sairemos chamuscados, sacrificando ainda mais o povo brasileiro... Mas, é possível melhorar muito o país, dentro deste sistema, aumentando o predomínio de políticas ditas socialistas, como a taxação proporcional de impostos sobre os mais ricos e também o fim dessa fonte principal de onde saem todas as mamatas de natureza política, as benesses absolutamente equivocadas que são generosamente distribuídas à classe política..

Já passou da hora das esquerdas brasileiras esquecerem um pouco o  pretendente de comunismo do século XX, e focarem no século XXI.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Ideologia versus sabedoria


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Fonte: https://folhaonline.es/wp-content/uploads/2015/12/cobertor_curto.jpg

Ideologia versus sabedoria

A metáfora do cobertor

Está uma noite fria e você se prepara para dormir. Pega um cobertor qualquer, se cobre, mas percebe que os pés ficaram pra fora. Puxa pra baixo, e então, desprotege o pescoço e os ombros. O cobertor é curto demais para o seu corpo. Acontece... 

Eu não sei quanto a vocês, mas eu tenho a impressão que toda ideologia se parece com um cobertor curto cobrindo um corpo maior.. Se não tira de um lado, irá tirar de outro. Em cada ênfase numa coisa, extrapola ou falta n'outra. Querem ver pra crer??

O estoicismo, comum a tantas ideologias conservadoras [dos elos perdidos, oops]. 

O hedonismo, comum a tantas ideologias progressistas.. 

O pacifismo, que exagera a dose em sua ênfase pela paz. A ''doutrina espartana'', que vai pelo caminho oposto, exagerando sua paixão pela guerra.

É o ateísmo típico, que despreza a verdadeira religião [que se consiste no âmago da filosofia] e acaba promovendo o niilismo.

Ou então é a crença mitológica, que coloca sua fantasia ou ''necessidade de acreditar para viver'' muito à frente da sanidade mental. 

Também podemos perceber esses desequilíbrios nas culturas nacionais.

A cultura japonesa, que exagera na disciplina, obediência e ordem;
A cultura brasileira, em que a ''zoeira never ends'';
A cultura americana, em que dinheiro e ''ser um winner'' é tudo e mais um pouco;
A cultura francesa, que exagera em sua apreciação estética, caindo na ilusão de usá-la como esnobismo frívolo. E assim por diante... 

Todas as ideologias têm em comum se definirem como as únicas capazes de revelar a verdade [absoluta] ou o modo mais ideal de existir. Mas, estão todas essencialmente erradas, pois sempre acabam exagerando no ponto.

A ideologia é a significação ou justificativa da cultura, do porquê de se constituir deste ou daquele jeito. A cultura, por sua, vez, é a organização ritualística e simbólica ou, pela linguagem/artes, da adaptação ou, do vínculo de sobrevivência do ser humano ao seu ambiente. 

Portanto, mesmo que não seja sua intenção original, a ideologia sempre acaba enfatizando mais um lado do que o outro [ o seu oposto], e, com isso, deixando os pés ou o pescoço desprotegidos. 

A sabedoria, por essa metáfora,  é o cobertor que cobre todo o corpo... de conhecimentos, especialmente os mais básicos [os mais importantes], e ainda sobrando... É o fim de todas essas falsas dicotomias.
 
Do pacífico também saber se defender,
Do estoicista também saber curtir a vida...

Enfim, de todos eles deixando de serem pacifistas, estoicistas... e se tornando sábios ou racionais..

Esses conflitos ideológicos tem como causa principal justamente o atrito entre os níveis de consciência hiper-realista em relação aos níveis surrealista e realista. 

Quem sabe que a vida é uma só, geralmente, quer viver a sua, da maneira mais confortável e prazerosa possível...

Quem acredita que viverá pra sempre no além, é mais propenso a ter uma vida de obediência e abnegação.

Quem só se preocupa com a própria vida, e portanto, despreza a igualdade universal que une a todos, é muito mais provável que aja de maneira egoísta ou cruel.

Juntar o útil ao agradável, o necessário ao verdadeiro, esta que é a principal função da sabedoria, enquanto que as ideologias tendem a separar os dois, por muitas formas ou distorções. 

O que as ideologias dividem, a sabedoria une.

As ideologias são como as projeções cartográficas de Peters e de Mercators, ambas versões distorcidas do mapa-múndi. E a sabedoria, por sua vez, é  como as dimensões precisamente corretas do nosso planeta, as verdades, e nada mais que todas as verdades, especialmente as mais básicas/existenciais.
 
Contextualizando para as escolas públicas brasileiras...

Um outro exemplo, bem atual e até potencialmente problemático, é a sanha do desgoverno bananeiro, neste ano desastroso e triste de 2019 DC, com o seu projeto de militarização das escolas.
 
Como não haveria de ser diferente, eu discordo com veemência desse atropelo. Mas, concordo que as escolas públicas do ''nostro'' país estão bem avacalhadas, com muito indisciplina, professores quase reféns dos alunos... Concordo que, décadas atrás, os estudantes tinham mais respeito pelos professores..
 
Duas ideologias disputam a hegemonia, isto é, dois extremismos. A ideologia "espartana", militarista, e a "ateniense", mais progressista. Em ambas, excessos são enfatizados, e que seriam complementares se estivessem em cooperação.

Hoje, o estudante, o jovem, não é mais ''propriedade de deus e da pátria'', sem mais sofrer a uniformização de sua personalidade e apanhar de palmatória.  Por outro lado, o que funcionava no ambiente escolar daqueles tempos, também foi cortado pra fora pela pedagogia progressista, que estimula o diálogo e o respeito entre professores e estudantes. Ideologias progressistas são sempre idealistas, mas, frequentemente, tratam as ideologias anteriores à elas [conservadoras], com extremo desdém, como se tivessem feito tudo errado..

Né bem assim não, bem!!

É perfeitamente possível impor certa disciplina, com direito a níveis variados de castigos, correspondentes,  sem sacrificar as conquistas progressistas que favorecem o estudante, o jovem, mas que têm sacrificado os professores.


Sabedoria é equilíbrio 

Pense no corpo humano. Não há máquina mais perfeita que ele. Claro, tem uma variação de tipos, inclusive no seu funcionamento,  mas, ele é um exemplar,  quando funciona direitinho, dentro de uma diversidade de direitinhos... quanto à onipresença do equilíbrio na constituição da realidade em que existimos.

Pense no tempo... Lógico e portanto gradual. Nenhum segundo passa na frente do outro.

Pense no nosso planeta, perfeitinho, agora, para nos abrigar.

O equilíbrio está em tudo, mesmo nas ideologias desequilibradas da espécie humana. Mesmo o desequilíbrio, não significa que o equilíbrio não esteja presente, só está menos expressivo. 

O destino da vida é imitar o universo, ser o espelho de sua consciência, e, portanto, de sua verdade onipresente, de seu DEUS verdadeiro, o equilíbrio...

Como conclusão, podemos dizer que a sabedoria ou a racionalidade, não é uma particularidade evolutiva da espécie humana [diga-se, ainda num tortuoso processo histórico de aceitação e predominação], pois sua ponderação, no pensar e nos atos, em busca da essência da verdade e de sua justiça, recíproca e proporcional, expressa a ''partícula de deus'', o onipresente equilíbrio.

O equilíbrio é aquilo que toda forma de vida busca para sobreviver. O ser humano é o único capaz de superar a superficialidade perceptiva de seu modo adaptativo, e principiar sua vivência pela essência de toda existência, o equilíbrio, em sua expressão original, a ponderação, sem já ter sido submetida a um contexto e portanto, limitada.