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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

6 prováveis mitos sobre o Autismo

 1. É apenas um jeito diferente de ser 


O espectro do autismo é uma condição complexa por ser, ao mesmo tempo, uma identidade individual e um transtorno neurológico, similar às síndromes de Down e Williams, ao contrário do que alguns (ou muitos) "autivistas" pregam... 

Outro diferencial de complexidade do autismo em relação à outras condições é a presença de um potencial inato para certos talentos irregularmente distribuído entre os "portadores". 

E isso varia de caso para caso, desde os mais "brandos", em que o autismo tende a ser percebido e/ou vivenciado como uma identidade pessoal do que como um transtorno, até aos mais "severos", em que é percebido e/ou vivenciado como uma grande limitação de adaptação e autonomia.

Até parece que esses ativistas da neurodiversidade têm se inspirado no ativismo LGBT para afirmar que o autismo não é um transtorno. Mas, diferente dele, não é possível traçar qualquer relação de causalidade de sintomas psiquiátricos ou fisiológicos com a diversidade sexual, se a mesma se consiste e se limita conceitualmente à atração pelo mesmo sexo e/ou grande identificação com o sexo oposto.

2. Está causalmente relacionado com uma maior capacidade racional 

Este é, provavelmente, o mito mais popular entre os autistas, de que, por causa de uma tendência de estarem mais desconectados da vida social ou de serem percebidos como menos emotivos, acabariam se tornando mais racionais que os neurotípicos. Bem, se de acordo com as minhas experiências de uma década em debates ou conversas pela internet com indivíduos autistas, eu diria que, a maioria deles não parecia mais racional, para mim, no sentido de estarem excepcionalmente aptos a pensar de maneira imparcial e objetiva. Além do mais, a racionalidade não é produto de uma ausência de emoções durante o processo de raciocínio, mas de controle, compreensão e cooptação das mesmas para que possam contribuir com a geração de pensamentos ou julgamentos mais ponderados, afinal, elas são fundamentais paras as nossas avaliações estética, moral e até objetiva. 

Dificuldade de interação social, sozinha, também não aumenta a racionalidade, porque não é necessário que um indivíduo esteja inserido dentro de um grupo para que possa se [auto]condicionar ideologicamente. 

Pois parece ser uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos que contribui para nos tornar mais ou menos racionais... 

Pode ser verdade que, em média, autistas sejam mais racionais que neurotípicos, por serem comparativamente mais propensos a pensar de maneira lógica, mas duvido que seja uma diferença muito notável. Também pode ser verdade que exista uma desproporção de indivíduos autistas altamente racionais se comparados com os neurotípicos. Mas, por enquanto, não há qualquer evidência disso. Pois, se for me basear nas minhas experiências de interação e percepções sobre o ativismo da neurodiversidade, centralizado no autismo, e do nível médio de doutrinação ideológica da população autista, independente de qual ideologia, que é um bom parâmetro de avaliação de capacidade racional, a minha conclusão, novamente, não será favorável à confirmação desta causalidade proposta...

3. Está causalmente relacionado com genialidade criativa 

Mesmo em relação aos autistas mais academicamente inteligentes, bem como aos que apresentam talentos excepcionais, do tipo "savant", um gênio é essencialmente identificado por suas realizações criativas de grande qualidade ou impacto. 

Por isso que, desempenhos excepcionais ainda não são exatamente o mesmo que manifestações genuínas de genialidade, especialmente quando não há originalidade envolvida. Esta é a diferença entre um violinista muito talentoso e um compositor de música clássica altamente original e que tem bom gosto. Pois esse violinista ainda pode ser um grande compositor ou, pelo menos, excepcional na capacidade de improvisar... mas, se se dedicar "apenas" ao ofício de músico instrumentista, então, não pode ser considerado um "gênio".

De qualquer maneira, uma performance fantástica, sem ser original, não lhe torna menos fantástica por isso... 
 
É verdade que indivíduos geniais e autistas compartilham vários traços, como uma tendência para ter atenção aos detalhes, obsessão por interesses especiais e de não ser muito sociável. Nem por isso, o autismo causa a genialidade, já que a maioria dos autistas não é ou se tornou genial, nem a maioria dos gênios é autista. 

4. Não existem autistas de alto e de baixo funcionamento 

O ativismo da neurodiversidade, por causa de uma pretensa empatia, disfarçada de "ciência", resolveu eliminar a distinção que se fazia entre os autistas. Portanto, desde que essa decisão foi tomada, autistas de alto e de baixo funcionamento deixaram de existir, supostamente... 

Mas não há razão para mentir sobre algo tão evidente. E não, não parece difícil de entender que, o autismo de alto funcionamento não significa plena capacidade de adaptação social, se se consiste em uma comparação entre autistas e não com neurotípicos...

5. Autistas são sempre incompreendidos, que só querem ser aceitos pela sociedade

Pedantismo e arrogância 

Duas tendências de comportamento que parecem ser comuns entre os autistas, especialmente os de alto funcionamento. Nesse sentido, estão muito parecidos com os neurotípicos de alto QI, já que também tendem a ser, se de maneira mais implícita ou não, pedantes e arrogantes, excessivamente confiantes sobre suas capacidades intelectuais.  

Sim, o fato de que a maioria dos autistas só querem ser aceitos ou compreendidos pela sociedade, não significa que não possam agir de maneiras reprováveis.

5.1 Não existem autistas de má índole

Como se todo autista fosse ingênuo, que sempre diz a verdade e que não é capaz de cometer atos cruéis ou ter pontos de vista moralmente errados. Arrogantes e pedantes, eu já sei que podem ser...

6. Não existem ''neurotípicos com mais traços "autistas' do que a média''

Não bastassem negar as diferenças de funcionamento entre autistas, alguns (ou muitos) ativistas da neurodiversidade também parecem negar a existência de neurotípicos com alta intensidade de traços autistas (eu, por exemplo), como se não fosse possível haver uma continuidade entre os espectros do autismo e da neurotipicalidade, porque afirmam que, ou se é autista ou não...

Na verdade, também não existe uma divisão nítida entre indivíduos considerados neurotípicos e neuroatípicos, principalmente os que apresentam uma maior mistura de características ou comportamentos associados à "normalidade" e à excentricidade cultural//comportamental. De qualquer maneira, neuroatípicos com mais traços "autistas" que a média e que não são suficientemente autistas para serem considerados como tal, existem.

Com essa pequena lista, não tenho como intenção denegrir a comunidade autista, mas de combater mentiras fabricadas e defendidas por muitos ativistas que dificultam nossa compreensão sobre o tópico, até para abordá-lo da melhor maneira possível. 

6 comentários:

  1. Cara, eu gostaria de saber como funciona essa coisa dos savants terem QI tão baixo e serem bons em matemática, música, línguas... Como o savant consegue ser tão bom em matemática tendo um QI matemático tão baixo?

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    1. Antes de mais nada, é importante saber que existem indivíduos que possuem “talentos de savant” sem serem portadores da síndrome de savant.

      Daniel Tammet é um dos mais conhecidos.

      Em segundo lugar, a maioria das habilidades matemáticas que os portadores da síndrome de savant exibem não são muito complexas, embora espetaculares. Isso explica,parcialmente, por que alguns savants têm um QI médio geral muito baixo, mas essas habilidades.

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    2. Um indivíduo pode ter o QI muito alto e não ser bom em matemática?

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    3. Não sei. Acho que não, porque o QI está fortemente baseado na inteligência verbal, incluindo matemática. Ele pode ter uma grande discrepância entre as habilidades de linguagem e matemática. Mas geralmente é um sinal de algum transtorno, como o autismo.

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  2. Mas há indivíduos que têm uma grande inteligência linguística e/ou inclinação para as ciências humanas, e são bastante medianos em suas habilidades matemáticas.

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    1. Quanto de QI em média vc acha que tem em cada uma dos 7 tipos de inteligência?

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