O cheiro do dia se despedindo. O mato ainda úmido de orvalho da última noite. As meias sujas, a roupa suada. Aquela cidadezinha começando a brilhar, lá embaixo. E eu aqui, no alto, com as nuvens coloridas do entardecer. De um sol de inverno que se põe mais cedo. E eu converso comigo mesmo; com o meu amigo, que se foi no início do ano. Que se foi pra sempre. Para a inexistência de onde viemos. Eu desço e caminho, junto com os pássaros. As árvores escurecem a própria sombra. O silêncio acompanha o meu compasso. Gritos de crianças, de vozes humanas. Cachorros de rua vendo a vida passar. E eu ando de volta ao centro da cidade. Em direção ao meu reino de faz de conta. Para mais um novo ciclo de esperança e cumplicidades. Na espera de uma próxima e única caminhada...
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