A emoção é a resposta de todo o corpo,
O tato gela, a audição aguça, o paladar azeda ou adoça, a visão vislumbra ou endossa,
O sonho ou o pesadelo, chorar piedade, ou correr sem rumo, em desespero,
De não querer mais acordar, que o beijo da vida nunca o desperte,
No sonho, todos os sentidos se tornam um só,
Podemos ficar excitados, confusos, tristes ou acoados,
Podemos sentir a alegria, aquela ilusão, como se fosse a felicidade,
E podemos sonhar acordados, ou apenas concluir,
Quando noite e dia são um só,
Quando a chuva se casa com os raios do sol,
Quando é a saudade que nos invade e nos domina,
Quando nos sentimos firmes, porém calmos,
Confiantes, porém conformes,
Quando choramos, mas sorrindo e entregues,
Quando encontramos a vida, só por um pouquinho,
E num por, os olhos se fecham, e voltamos à cegueira, ao vício de querer,
Ao invés de deixar-se e morrer,
No medo, a morte nos encontra e nos caça,
A reconhecemos primeiro, as veias ficam frias, o coração palpita, suamos, como um choro, como um grito, e nos preparamos,
aflitos, sem pensar muito,
E o corpo reage ao mundo,
Reage à ação,
Ao mito,
Se o ato de responder à vida, é o mesmo que sorrir, sofrer,
Que o ato de ser, de ecoar todo o seu mistério,
Que refletir as suas cores, que refletir raios, rancores,
Que refletir aos padrões que a tudo constroem e destroem,
Enxugamos água enquanto derretemos,
Em sonhos, saudades e medos,
Reagimos, rezamos, chamamos por Ele,
nos enganamos, porque chamamos por nós mesmos,
Chamamos por Deus, por nosso ideal,
Por nosso Eu-sabedoria...
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