Nas ruas da cidade pequenina,
Me lembro da bicicleta, que queriam me levar,
Queriam me colocar no banco de trás,
Mas que banco*
Queriam me levar, frágil e medroso,
Da esquina até o portão de casa,
Mas eu tinha medo, e tenho,
Eu queria andar com os pés no chão,
Não me importava a distância,
O meu apego à vida era grande, e continua sendo,
Eu queria me proteger,
Eu previa possíveis acidentes, e me negava a sentar nela,
E a ser levado por ela,
Se a vida já faz isso por nós,
A vida é preciosa demais, e eu já sabia,
E eu queria me proteger,
E via a bicicleta comum monstro,
Me machucava, e ainda machuca,
Eu brigava, e insistiam,
E eu me negava, e preferia o chão debaixo dos meus pés,
E continuo assim,
Eu continuo preferindo o chão do que a bicicleta,
Eu posso sentir o vento no rosto sem estar em cima dela,
Eu não preciso simulá-lo, com a sua velocidade,
Eu prefiro a minha própria velocidade,
Eu nunca precisei sonhar em cima dela,
Eu posso sonhar com os pés fincados no chão,
Eu posso ser realista sem perder as nuvens da fantasia,
Eu posso viver nesses dois mundos, que não tem problema,
Eu não preciso e nunca precisei de uma bicicleta,
Eu não tenho pressa.
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