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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Memória ou complemento do instinto

Os seres vivos mais instintivos são aqueles que já nascem praticamente prontos e que tendem a apresentar um período curto de desenvolvimento (infância). Pressupõe-se então que se já nascem praticamente prontos então não precisarão muito da memória no sentido de apreender novas informações (para continuarem com o seu desenvolvimento) ainda que também o façam mas a nível muito mais baixo se comparados aos seres vivos humanos. Neste sentido a memória mais parece se consistir em um complemento do desenvolvimento biológico que não foi predominantemente finalizado durante o período da gestação. 

Faça você mesmo 


Primeiro é o corpo de sua mãe em comunhão com você, ou com a combinação dos DNA's dos seus pais, que faz o serviço. Depois é você, ao nascer, que vai tomando as rédeas do próprio desenvolvimento ainda que, dependendo da espécie, haverá um bom tempo de "trabalho-compartilhado" com os pais em seu cuidado. Aquilo que já  denominei de: memória instintiva e memória ambiental


Acho até que cheguei a dizer que as duas são praticamente a mesma coisa, e mediante uma certa perspectiva isso pode ser verdade porque herdamos de nossos ancestrais a "memória ambiental" das adaptações a certos ambientes que os forjaram. Por exemplo, eu tenho hiperidrose muito mais no verão do que no inverno. Isso parece indicar que talvez eu esteja mais adaptado a certos ambientes, nomeadamente aqueles de temperaturas medianas, nem muito frios nem muito quentes, e isso possa ser uma memória ambiental ancestral que foi transmitida pra mim e se eu estou em um ambiente que está aquém de minhas necessidades bio-adaptativas então o meu corpo reagirá ao menos nesse aspecto através do desajuste, se ele suporta ou está condicionado a suportar certo ambiente mas encontra-se em outro. Pode vir a ser um exemplo de ''hereditariedade ancestral'' e/OU é apenas mais uma de minhas desordens orgânicas. Essa demarcação de adaptação pode ser extremamente antiga e ter sido passada de geração em geração, se manifestando ou não, até chegar em mim.  

No mais, essa memória também pode ser chamada de "memória biológica corporal", uma espécie de instinto do corpo. 

Já nessa perspectiva que estou propondo aqui nesse texto, a memória ambiental se diferenciaria da instintiva, porque não é diretamente transmitida pela hereditariedade, ainda que se baseie nesses instintos, e também porque inevitavelmente se "poluirá" de informação ambiental, isto é, aquilo que falei, os fatores ambientais únicos, como ou o quê nossas mentes internalizam especialmente em termos autobiográficos. 


Pode-se pensar inclusive se a memória autobiográfica seria muito mais dependente das circunstâncias ambientais do que a memória semântica, ou mais expansível.  Isso nos ajudaria a explicar uma possível maior hereditariedade da inteligência mas em especial do estilo cognitivo que a meu ver é fortemente instintivo ou genético, em relação à personalidade que também é ou parece ser parcialmente dependente das informações que são capturadas pela memória autobiográfica. 

Portanto é isso.

sábado, 13 de agosto de 2016

Nascemos puramente biológicos e vamos nos tornando bio-ambientados ou ''culturalizados''

Quando nascemos, somos uma composição biológica/genotípica 'pura' sem qualquer ''memória ambiental''. A partir do momento em que começamos a vivenciar a vida, passamos a memorizar/internalizar parte de nossos ''cenários de vivências'', e vamos nos tornando mais ''ambientalmente poluídos'' e dependendo desta dinâmica, cada vez mais viciados pela vida, desenvolvendo  topofilia ou a topofobia e em alguns casos a Zoifilia 

Canibalizamos o mundo exterior ao nosso universo interior e essas internalizações produzirão nossos atritos entre aquilo que nos tornamos daquilo que somos, quando nascemos.

Nos momentos finais de nossas vidas, morremos impregnados, totalmente tomados por nossas memórias ambientais.




O conceito de Zoifilia/melancolia


O amor incondicional à vida, que eu defini toscamente como ''zoifilia'', pode se manifestar por meio da melancolia, em que ao invés de um típico caso de ''desprezo/decepção em relação à vida'', desenvolve-se um amor tão grande à mesma que acaba provocando uma forma rara e especial de depressão existencial. Novamente o melancólico ama a vida de tal maneira que a percepção constante e profundamente sentida da passagem do (seu) tempo o torna depressivo. 

O sábio genotípico, se torna um zoifilíaco por causa de sua precoce apreensão da importância da vida, do que é, de onde que está, do que está vivenciando, enfim, uma consciência estética profunda e extremamente realista. 

O sábio genotípico ''emula'' o típico ''sábio fenotípico'', só que ao invés de se acumular de memórias ambientais apenas a partir da velhice, ele o fará muito cedo, e tal acúmulo se baseará no valor arraigado que dá para cada momento de sua vida. 

A manifestação da saudade e da nostalgia, usualmente melancólicas, é também uma manifestação de extremo realismo, como quando o ser humano para um pouco de fazer aquilo que está fazendo, geralmente algo para se distrair, e se pergunta o porquê de tudo isso. E sábios e melancólicos, geralmente muito parecidos e invariavelmente conurbados, tendem a fazê-lo, só que numa frequência constante e profunda. A tristeza é parte absolutamente lógica de quem despertou além da zona de segurança humana.