Que o [tipo psico-filosófico] existencial nunca "resolve".
O primeiro desafio de uma mente auto-consciente (e não "apenas" consciente) é a de se ver cercada pela consciência de sua própria finitude e a de responder à essa realidade ou verdade essencial.
O escapismo é de longe o método mais popular e natural para a maioria dos seres humanos, seja por meio do naturalismo pragmático [uma espécie de escapismo bruto ou mesmo ''pseudo-escapismo''] ou por meio do surrealismo cultural/religião ou como no caso da ideologia, que mais parece ser uma espécie de cultura intermediária, entre o surrealismo e o realismo. O hiper realismo ou existencialismo se consiste no caminho ou melhor, posição menos procurada. Eu disse posição porque se o primeiro desafio humano ou neste nível de autoconsciência é o de enfrentar a questão existencial, então a sua não-resolução mais parece que consistirá em uma inércia de reação ou de aceitação de sua onipresença, do que de lutar contra ela, coisa que todos os escapistas fazem.
Ao olharmos para o espelho da vida, os escapistas surrealistas o pintarão com cores aberrantes [religião, ideologia, cultura], os realistas terão um espelho encardido, sujo, difícil de ser visto e que os colocará em um ângulo favorável [super-auto-confidência natural-instintiva] enquanto que, por fim, os hiper-realistas/existencialistas terão sempre à frente um espelho limpo, totalmente visível, representando a auto-consciência e portanto, a consciência da própria finitude/da morte.
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sábado, 23 de setembro de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Infernos astrais: melancólico e colérico
Camada existencialista versus naturalista
Tão próximas e tão distantes
Os mais realistas entre os quatro temperamentos são os melancólicos e os coléricos. No entanto o melancólico tende a ir fundo na camada mais fina de distração ou mais exposta à hiper-realidade, que é a existencialista, enquanto que o colérico enfatiza-se pela camada naturalista. Mais fundo que isso e chegamos às camadas sociais/mundanas, onde fleumáticos e sanguíneos se localizam.
A camada existencialista é a mais ''exposta'' à hiper-realidade.
Já a naturalista, por ainda estar fortemente "contaminada" de instinto, a prisão e proteção natural que dá sentido e direção à vida, encontrar-se-á mais ''protegida' mas também limitada em relação à hiper-realidade.
A camada social/mundana, seria uma espécie de camada naturalista domesticada, em que as pequenezas da vida humana predominam sobre a percepção.
E ainda teríamos uma camada surrealista, que é uma clara perversão da camada existencialista, talvez ''localizada'' na ''social/mundana'' [ou ''paralela'' a todas elas por expressar níveis diversos de distração à hiper-realidade], só que com ''um falso ar de existencialidade'', e parte essencial [religião] dos joguetes de meias-verdades que usualmente populam a esfera cultural humana.
Basicamente. O melancólico não-escapista lamenta pelos mistérios da vida. O colérico, como uma versão não domesticada, age com o intuito de ser bem sucedido no jogo da vida. E por fim o sanguíneo e o fleumático apenas tomam a vida dentro das colmeias humanas como a única possível. Apesar de serem os mais realistas e intensos, coléricos e melancólicos também tendem a ser mutuamente repelentes porque enquanto que os primeiros aceitam com vigor e imperatividade os desafios da vida, impostos por um acordo secreto entre o instinto do ser e o seu ambiente de existência, o melancólico ainda que também um produto desta conjugação, os interpreta como um fardo potencial a necessariamente superável. O peso da percepção e ansiedade existencialista do melancólico lhe torna o mais apto a priore para guiar os passos da humanidade, e em especial buscando mante-la não muito longe da luz da hiper-realidade. No entanto, o colérico, por ser ''moderadamente realista'', ao nível comum da vida terrestre, elege-se como o mais apto para dominar ou submeter as populações humanas.
O melancólico supra-valoriza a vida enquanto que o colérico é o menos propenso a fazê-lo, talvez por ver-se tal como a própria vida pulsando de anseios, e sem os artifícios de uma domesticação mais efetiva. Tal como o humano que vê um macaco em seu meio natural, e desenvolve uma vontade de guiar os seus passos de maneira mais segura, isto é, interfere em seu ciclo de vida e desafios. O melancólico é o 'humano' e o colérico é o 'animal/macaco'. O primeiro quer, de fato, um mundo superior em qualidade. O segundo acredita que este está de bom tamanho, especialmente se for do tipo mais ''puro'', e o vive, aceitando o desafio de vencê-lo. Já, sanguíneos e fleumáticos, tendem a se submeter ao domínio do ''ambiente''.
A sociedade humana, dominada por melancólicos, talvez seria completamente diferente das atuais, que são produtos em especial dos coléricos mais inteligentes e dominantes.
Melancolia e um destino bifocal: escapistas/camada surrealista ou hiper-realistas/camada existencialista
Os coléricos tem dois tipos de 'estorvos'' melancólicos para caçoarem, caçarem, enganarem, ameaçarem: os escapistas-surrealistas e os hiper-realistas. Desprezam e/ou exploram os primeiros por suas covardias e temem os segundos pelo oposto, por suas ousadias, por serem corajosos o suficiente para lidarem diretamente com uma percepção que está além da ''sanidade mental'', que é o pensar no além, naquilo que não se tem respostas, na própria finitude, enfim, naquilo em que se é mais idiossincraticamente humano. E ele, enquanto um ser muito mais legitimamente ''animalesco'', especificamente o tipo mais puro, tenderá a olhar com incompreensão e despeito a essa capacidade ingrata do melancólico.
O melancólico sempre a um passo das lágrimas. O colérico sempre a um passo da raiva. Tudo é importante para melancólico. Apenas aquilo que convém é importante ao colérico. A moralidade objetiva é o ideal para o melancólico, ainda que pelo que parece a maioria acabe ''morrendo na praia'' para alcançá-la. A moralidade subjetiva, coletiva e geralmente mais personalizada, é a ideal para o colérico. Enfim, são muitos os contrastes, e não caberá a mim continuar a mostrá-los. O simples fato de que tendem a ser completos opostos em muitas perspectivas supra-importantes já parece ser suficiente para sintetizar conclusivamente a proposta desse texto.
Tão próximas e tão distantes
Os mais realistas entre os quatro temperamentos são os melancólicos e os coléricos. No entanto o melancólico tende a ir fundo na camada mais fina de distração ou mais exposta à hiper-realidade, que é a existencialista, enquanto que o colérico enfatiza-se pela camada naturalista. Mais fundo que isso e chegamos às camadas sociais/mundanas, onde fleumáticos e sanguíneos se localizam.
A camada existencialista é a mais ''exposta'' à hiper-realidade.
Já a naturalista, por ainda estar fortemente "contaminada" de instinto, a prisão e proteção natural que dá sentido e direção à vida, encontrar-se-á mais ''protegida' mas também limitada em relação à hiper-realidade.
A camada social/mundana, seria uma espécie de camada naturalista domesticada, em que as pequenezas da vida humana predominam sobre a percepção.
E ainda teríamos uma camada surrealista, que é uma clara perversão da camada existencialista, talvez ''localizada'' na ''social/mundana'' [ou ''paralela'' a todas elas por expressar níveis diversos de distração à hiper-realidade], só que com ''um falso ar de existencialidade'', e parte essencial [religião] dos joguetes de meias-verdades que usualmente populam a esfera cultural humana.
Basicamente. O melancólico não-escapista lamenta pelos mistérios da vida. O colérico, como uma versão não domesticada, age com o intuito de ser bem sucedido no jogo da vida. E por fim o sanguíneo e o fleumático apenas tomam a vida dentro das colmeias humanas como a única possível. Apesar de serem os mais realistas e intensos, coléricos e melancólicos também tendem a ser mutuamente repelentes porque enquanto que os primeiros aceitam com vigor e imperatividade os desafios da vida, impostos por um acordo secreto entre o instinto do ser e o seu ambiente de existência, o melancólico ainda que também um produto desta conjugação, os interpreta como um fardo potencial a necessariamente superável. O peso da percepção e ansiedade existencialista do melancólico lhe torna o mais apto a priore para guiar os passos da humanidade, e em especial buscando mante-la não muito longe da luz da hiper-realidade. No entanto, o colérico, por ser ''moderadamente realista'', ao nível comum da vida terrestre, elege-se como o mais apto para dominar ou submeter as populações humanas.
O melancólico supra-valoriza a vida enquanto que o colérico é o menos propenso a fazê-lo, talvez por ver-se tal como a própria vida pulsando de anseios, e sem os artifícios de uma domesticação mais efetiva. Tal como o humano que vê um macaco em seu meio natural, e desenvolve uma vontade de guiar os seus passos de maneira mais segura, isto é, interfere em seu ciclo de vida e desafios. O melancólico é o 'humano' e o colérico é o 'animal/macaco'. O primeiro quer, de fato, um mundo superior em qualidade. O segundo acredita que este está de bom tamanho, especialmente se for do tipo mais ''puro'', e o vive, aceitando o desafio de vencê-lo. Já, sanguíneos e fleumáticos, tendem a se submeter ao domínio do ''ambiente''.
A sociedade humana, dominada por melancólicos, talvez seria completamente diferente das atuais, que são produtos em especial dos coléricos mais inteligentes e dominantes.
Melancolia e um destino bifocal: escapistas/camada surrealista ou hiper-realistas/camada existencialista
Os coléricos tem dois tipos de 'estorvos'' melancólicos para caçoarem, caçarem, enganarem, ameaçarem: os escapistas-surrealistas e os hiper-realistas. Desprezam e/ou exploram os primeiros por suas covardias e temem os segundos pelo oposto, por suas ousadias, por serem corajosos o suficiente para lidarem diretamente com uma percepção que está além da ''sanidade mental'', que é o pensar no além, naquilo que não se tem respostas, na própria finitude, enfim, naquilo em que se é mais idiossincraticamente humano. E ele, enquanto um ser muito mais legitimamente ''animalesco'', especificamente o tipo mais puro, tenderá a olhar com incompreensão e despeito a essa capacidade ingrata do melancólico.
O melancólico sempre a um passo das lágrimas. O colérico sempre a um passo da raiva. Tudo é importante para melancólico. Apenas aquilo que convém é importante ao colérico. A moralidade objetiva é o ideal para o melancólico, ainda que pelo que parece a maioria acabe ''morrendo na praia'' para alcançá-la. A moralidade subjetiva, coletiva e geralmente mais personalizada, é a ideal para o colérico. Enfim, são muitos os contrastes, e não caberá a mim continuar a mostrá-los. O simples fato de que tendem a ser completos opostos em muitas perspectivas supra-importantes já parece ser suficiente para sintetizar conclusivamente a proposta desse texto.
domingo, 23 de julho de 2017
Doses de realismo: ultra realismo (camada existencial/ filosofia), mega realismo (camada evolutiva/naturalista/ciência), médio realismo ou mundano-realismo (camada comum humana/social), surrealismo ou camada surrealista ( cultura/ideologia/religião)
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