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sábado, 13 de maio de 2017

Humildade e honestidade intelectual específica ou talento, generalizada ou sabedoria

Seja em relação às artes, às ciências ou apenas a um trabalho técnico específico, o diferencial entre o talento e a sabedoria encontra-se em seu nível de insularidade ou de generalidade. Se aquilo que faz em particular em termos de cuidado, dedicação e talento, for expandido, se tornando generalizado, então estará, talvez, sem saber, caminhando para a sabedoria, que como eu já comentei, se consiste na generalização da criatividade e da inteligência, em cada ação. O sábio busca ser inteligente e/ou criativo em tudo aquilo que lhe interessa, em toda gama de comportamento 'humano", enquanto que o artista "comum" ou "característico", geralmente o faz de modo muito específico ao seu trabalho. A consciência estética geralmente torna-se hegemônica no mundo das artes enquanto que é nas ciências que a compreensão factual [específica e técnica, geralmente] tende a  reinar sobre a beleza, ainda que sejam totalmente complementares. Em um mundo ideal a filosofia faria o trabalho de apresentar a busca pela beleza/simetria ou consciência estética à busca pelos fatos ou compreensão factual. Ainda que tanto o artista quanto o cientista acabem também buscando por aquilo que tendem a ver como secundário, isto é, o cientista ainda busca pela beleza e o artista ainda busca por fatos, é na construção final do pensamento ou raciocínio que toda a verdade sobre uma particularidade se revelará mais completa. Todas as virtudes ou benignidades (traços construtivos de personalidade) e mesmo aqueles que podemos chamar de contextualmente aliáveis (quando existe a necessidade de uma prática maligna mas com fins benignos, geralmente com o intuito de bloquear e mesmo de eliminar o agente maligno), para a maioria dos talentosos, de fato, tendem a se manifestar de maneiras: particulares, condensadas com malignidades e muitas vezes desviantes de finalidades benignas. O sequestro da razão ou de parte dela com o intuito da irracionalidade ou do espectro da destruição. 

A honestidade e a humildade intelectual que são duas características benignas que tendem a compor ou a se manifestarem de maneira mais intensa entre os mais sábios, encontrar-se-ão  extremamente auxiliares para a generalização da inteligência ou sabedoria. 


Não basta estar em um alto nível, tanto qualitativo quanto quantitativo, em termos cognitivos, se não for intelectualmente honesto, para não se enganar, e humilde, para aceitar os próprios defeitos, erros ou limitações, seja em relação à especificidade que geralmente define a ''inteligência' e a criatividade, seja em relação à generalidade que tão bem caracteriza a sabedoria bem como também a sua supremacia sutil porém onipresente e onipotente. 

Portanto, quando ambas se especificam para certo conjunto limitado de atividades, geralmente de natureza técnica, então podemos denominar de ''talento'' ou ''potencial''. Em compensação quando se generalizam, em relação a quase todas as atividades, então podemos chamar de ''sabedoria'' ou ''potencial para a sabedoria''. Este é o grande diferencial que separa o sábio do ''comum'', o primeiro se generaliza quanto à sua inteligência, especificamente a analítica, e também a sua consciência estética/ de julgamento, enquanto que o segundo quase sempre termina por assimetrizar o uso de suas capacidades gerais psico-cognitivas ou inteligência, usando-as com maior afinco naquilo que é bom. E lembrando que uma das manifestações mais genuínas de inteligência é justamente quando aceitamos que não sabemos, que temos limitações sobre certa particularidade intelectual ou que desistimos de prosseguir em terreno perpetuamente desconhecido [pra nós]. Ao invés de esbanjar inteligência, mesmo onde não tem, o sábio sabe quando, onde fazê-lo e muitas vezes de maneira detalhista. 

domingo, 27 de novembro de 2016

Conceito e desenvolvimento do termo "prole"

Prole como o quintessencial anti filosófico

Menor percepção moral

Que não liga para idealidades 
Liberdade, respeito, bondade, conhecimento 

Nos últimos anos, dentro da comunidade hbd, ocorreu a popularização do termo "prole", baseado no "romance" 1984 de George Orwell. 

No entanto o conceito usado por muitos membros e aficionados da ''comunidade'' HBD e arredores me parece diferente daquele que foi pensado por Orwell em seu livro. Segundo eles um prole seria uma pessoa de classe humilde, sem pedigree social, sem ''nome''. Em partes isso também é verdade porque o termo deriva de proletariado/proletários e porque 
o jeito prole de ser (comum, vulgar, de mente pequena, sem maiores ambições materiais e também sem maior consciência estética/filosófica) e classe social "baixa" tendem a se correlacionar de maneira considerável.

No entanto para quem leu o livro ou viu um dos filmes já produzidos sobre o romance sabe que prole não se refere apenas ou especialmente à classe social mas à classe perceptiva. Os proles de 1984 estão natural e forçosamente alienados em relação ao totalitarismo das sociedades em que vivem, porque primeiro, são facilmente distraídos com a produção cultural de baixa qualidade, bebidas, jogos... Segundo porque como são anti-idealistas, anti-filosóficos, apresentam pouca a inexistente consciência estética/de beleza, moral, e portanto pouco importa se Oceania é uma ditadura, uma democracia, uma aristocracia ou qualquer outro sistema.

 
Os proles são orientados para atividades mundanas do cotidiano, tendo pouca necessidade intrínseca para o pensar e o agir filosófico. 

Todo aquele que renega os valores morais mais arraigados um prole será, também poderíamos denominá-los de anti-vitalistas


Todo nerd que posta em redes sociais sobre as suas paixões particulares por ''bacon'', todos aqueles que se deixam embalar e sem grande resistência pelas frivolidades da vida humana que são todas falsas por natureza, proles serão. 

Prole é mais um estado de hipo-percepção moral/filosófica do que uma classe social específica e portanto é muito comum os encontrarmos nas classes médias e altas. A diferença é que os proles das classes mais abastadas tendem a ser mais misturados com o seu extremo, o filósofo, e portanto muitos apresentarão feições mais abrandadas da vulgaridade característica que define o prole mais puro. Mas este apaziguamento não será suficiente para torna-los mais próximos dos proles originais do que de seu pólo oposto, o filósofo. 


Por ser o menos idealista o prole geralmente não ligará para a usual infinidade de torpezas e ignorâncias invariavelmente macabras que abundam nas sociedades humanas.

Ainda com George Orwell um exemplo simpático, dramático porém moralmente discutível de prole, pode ser visto através da personagem Cavalo de "A revolução dos bichos", cuja força bruta a muito supera a sua humilde força intelectual. Nem todo prole se parecerá com o estereótipo maledicente porém realista do "pobre" como alguém sem modos, vulgar, de mente simples, sexualmente constante, pouco profundo, egoísta e facilmente distraído com coisas mundanas. Muitos proles serão de grande qualidade, geralmente pontuais, isto é que não são generalizadas em seu caráter. E ainda podemos encontrar tipos excepcionais, eu não diria de proles, mas de pessoas com muitas de suas características e no entanto com uma profundeza de alma, um quê de beleza filosófica, que ao invés de unir-se à arrogância intelectualmente elitista que mesmo se apresenta no sábio mais modesto, se combinará com simplicidade e bondade genuinamente características. 


Eu mesmo conheço duas rainhas filosóficas, negras e já com certa idade, de beleza e simplicidade/elegância de alma que é difícil de encontrar.


Bom gosto para frivolidades artificiais das elites se consiste na manifestação parcial e diga-se estéril da consciência estética...

Este seria o lado negro da mesma, se manifestando parcialmente, como é o hábito acontecer, isto é, o mal sempre se manifestando como uma versão incompleta e portanto potencialmente conflituosa do bem.