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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Proposta de uma religião/organização social para ateus//pensadores mais racionais

 Indivíduos religiosos se reúnem em espaços designados para os seus cultos para renovar seus votos de fidelidade ideológica; são incentivados a se casar entre si, a ter muitos filhos e a passar aos mesmos os "ensinamentos" de suas crenças. Além disso, também acabam reforçando biologicamente suas inclinações ao pensamento mágico por casamento assortativo. Pois essas organizações nas quais fazem parte ainda têm (ou almejam) influência política e cultural em seus países. Então, está claro que não são apenas ideologias que se concretizam como cultos, seitas ou culturas, porque também são estratégias político-evolutivas, diga-se, muito bem sucedidas, historicamente. 


Pois é justamente por isso que ateus e agnósticos também deveriam se organizar, copiando esse mesmo modelo básico de organização das religiões, mas conscientes de que se trata de uma estratégia evolutiva e política.

Sim! 

Estou propondo pela criação de uma "igreja" ou "religião" para ateus e agnósticos. Inclusive, já até tenho um nome para propor: "inteligião", que enfatiza o conhecimento e não a doutrina como o seu principal objetivo, de preservá-lo, defendê-lo e adotá-lo de maneira sistemática. 

Outro nome para essa "religião" que eu poderia pensar, com mais jeito de nome ideológico,  é o essencialismo, minha "ideologia pessoal", porque enfatiza o que é mais importante ou necessário à vida e que, em termos universais (e essenciais), é a própria verdade.

Na verdade, mais do que "apenas ateus e agnósticos", esse grupo seria especialmente para os mais racionais, aqueles indivíduos que conseguem desenvolver suas capacidades de raciocínio a bem acima da média e que, portanto, se tornaram mais aptos a detectar crenças equivocadas que se baseiam em afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias, sem se limitarem à religião, vide a existência de ideologias políticas e socioeconômicas marcadamente constituídas por distorções de fatos ou falácias...

Portanto, como rápida conclusão, parece ser preciso pensar seriamente na possibilidade de (ao menos) produzir uma casta de humanos que tenha a verdade objetiva e imparcial como um fim em si mesmo, que não seja suscetível à sua corrupção por motivação pessoal, enfim, de reunir em uma mesma organização os indivíduos mais racionais/ponderados e, portanto, mais justos, estabelecendo um nicho reprodutivo e de prática dos valores defendidos (sem repetir todos os valores morais tipicamente adotados por grupos religiosos, claro), se nossos traços de personalidade e inteligência, como a capacidade racional, apresentam uma carga genética ou biológica predominante e, portanto, de potencial hereditário. Pois se também graças ao "crescei-vos e multiplicai-vos", isto é, às narrativas pró-natalistas, uma constante nessas organizações, especialmente nas monoteístas, os mais religiosos se tornaram ou se mantiveram como maioria e, hoje em dia, se mantêm como os mais férteis mesmo em um cenário de baixas taxas de fecundidade, precisamos pensar em uma maneira de, primeiro, conter a hemorragia demográfica atual de ateus e agnósticos e, segundo, estabelecer organizações sérias que emulem as religiosas, visando não apenas proteger esse fenótipo tão valioso do risco de extinção ou de redução severa, mas também de produzir uma população em que as capacidades racionais sejam cultivadas sob todos os níveis, do cultural ao reprodutivo-seletivo. Eu imagino que, no início, não será fácil, mas depois de um tempo, ocorreria uma estabilização fenotípica progressiva a partir das gerações posteriores. Porque, em relação ao atual aumento de indivíduos que se declaram "sem religião" , primariamente em países ocidentais, eu acredito que essa recente secularização não irá, sozinha, eliminar a crença religiosa, ainda mais com essas taxas de fecundidade muito baixas, mas também porque ateus e agnósticos convictos não correspondem à maioria desses jovens que estão crescendo em ambientes religiosamente neutros. Porque é provável ou suspeito que se fossem submetidos à doutrinação ideológica de uma religião, ainda mais se esta voltasse a se tornar social e culturalmente dominante, a maioria retornaria ao rebanho, por conformidade, isso que eu não estou comentando sobre aqueles, dentro desse mesmo grupo, bem numerosos, que acreditam em ''uma força superior'', ''espíritos'', astrologia...

Enfim, a minha proposta é que, em especial aqueles que mais dizem concordar com a teoria da evolução passem a praticá-la em suas próprias vidas, sem esperar por mudanças sociais que supostamente conseguiriam, apenas por elas mesmas, eliminar o predomínio da crença religiosa e de sua influência política quase sempre perniciosa, se não é produto exclusivo de doutrinação, mas também de uma suscetibilidade variável a internalizá-la e a tratá-la como absolutamente certa, no sentido de factual ou verdadeira, enfim, de corromper a verdade para satisfação pessoal. 

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