Do bom senso
sempre sem graça
Da sobriedade mórbida
Das respostas que ninguém quer ouvir
Das consequências que ninguém quer se responsabilizar
Sou o gênio da percepção de hipócritas
Começando por mim mesmo
Sou o exorcista das explicações longas e pretensiosas
Sou o mágico que sempre tira a razão da cartola
Que não faz truques ou esconde segredos
Sou o gênio da lâmpada
que os mestres chamam quando querem desabafar
O único desejo que posso realizar
Me servir de ouvidos e um olhar para os que necessitam
E são poucos que querem me escutar
Se existe alguém que queira ouvir
Os meus vícios de linguagem,
A minha péssima dicção,
A covardia da minha coragem,
A vitória do meu egoísmo,
Minhas pausas,
Minha vida sem muita agitação
Nem heroísmos,
Se continuarei nessa maré calma
Ou se as próximas décadas me atirarão aos tubarões
E se conseguirei dar conta do recado
Do chamado
Que eu sempre segui
Por enquanto apenas pelas palavras,
Se seguirei vivendo sem maiores perturbações
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