Hipótese
A inteligência humana evoluiu principalmente a partir da percepção de riscos de vida, em outras palavras, pelo medo de morrer, pelo medo, que é uma emoção que se relaciona com antecipação e também covardia, que é o recuo ou a fuga de um enfrentamento direto a partir da detecção de perigos evidentes, potenciais ou imaginados.
Faz sentido, ainda mais para uma espécie de primatas sem qualquer grande vantagem física se comparada com as outras espécies que viviam ao seu redor desde à pré história.
Então, para enfrentar esses desafios sem atacá-los diretamente ou, contornando-os, isto é, de "maneira covarde", os seres humanos buscaram por soluções tecnológicas, pela invenção de técnicas ou instrumentos que minimizem sua exposição aos riscos encontrados em seu meio natural.
Pois a "invenção' da religião também se consiste em uma maneira covarde de responder a um desafio, em que, ao invés do ser humano aceitar a possibilidade lógica de não haver continuidade depois da morte, enfim, de não se pensar ou se colocar no centro do mundo, ele tem feito o exato oposto, que é a covardia de negar uma verdade muito provável por lhe parecer inconveniente ou desafiadora, preferindo acreditar no que promove o próprio bem estar subjetivo. E também a covardia, aqui, mais no sentido de conservadorismo ou comodismo, de imaginar-se no centro do mundo, a essência da crença religiosa, isto é, aplicando e adaptando uma percepção conhecida ou anterior ao contexto de emergência da autoconsciência humana, de aumento da inteligência/percepção factual, ao invés de buscar compreender-se e o "mundo" a partir do que se passa a perceber por esse processo evolutivo de melhoria cognitiva, isto é, de fugir ou declinar ao desafio, contornando-o, de modo a evitar maiores danos ou riscos, partindo do pressuposto de que o aparecimento da religião se deu dentro de um cenário de múltiplas possibilidades, inclusive de se buscar por explicações mais objetivas, tal como o ateísmo.
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