(Ou "globalista")
Ou você tem medo de estrangeiros ou você os adora.
Essa parece ser a linha falaciosa de pensamento, implicitamente extremista, que uma suposta "esquerda" está inculcando via mídia, em que não é possível ser "moralmente correto" sem ser xenófilo, o oposto de xenófobo.
Mas, espera aí. Primeiro que, ninguém é obrigado a gostar de uma pessoa por sua identidade. Ninguém é obrigado a adorar indivíduos apenas por serem lgbts, negros, mulheres, estrangeiros... inclusive é melhor gostar de uma pessoa pelo que é em seu todo.
Segundo que, entre o medo ao estrangeiro e o seu completo oposto, existe a preferência pelos nativos do seu país, ou tribo, e que eu denominei de autoctonofilia. Portanto, existem outras opções, além do 8 ou 80, medo ou admiração ao estrangeiro.
Terceiro. Percebam que está acontecendo uma indução unilateral de valor moral aos termos, sem uma análise de contextos, em que a xenofobia é imediatamente percebida como patológica, enquanto que o seu oposto é tratado como saudável.
Quarto. Percebam também a opacidade do conceito de xenofobia: medo ou aversão ao estrangeiro.
Mas qual estrangeiro?? A todos?? Por quê?? E os contextos??
Freud explica??
Provavelmente não. Ele, talvez, diria que o xenófobo, na verdade, sente uma atração sexual reprimida por forasteiros...
Como conclusão, a xenofobia é um termo demasiado vago e que tem sido categorizado por muitos autodeclarados "de esquerda" (mas também por tipos mais "centristas") como um sentimento unicamente negativo, desprezando a complexidade contextual que é característica às relações humanas, que a torna, a priori, desprovida de uma valoração moral definitiva. Eles também desprezam que, ao invés de ser sempre xenofobia, pode-se manifestar um sentimento de autoctonofilia, de preferência pelos nativos. Outras possiblidades: de não ter preferência; de não gostar de ambos, nativos e estrangeiros. Mas é muito mais comum que ess tipo de preferência seja mais pontual do que generalizado, diferente do próprio conceito de xenofobia. Portanto, é mais sobre preferência do que sobre medo. E mesmo se fosse o caso, não seria racionalmente possível julgá-lo como patológico ou falacioso sem uma análise contextual, mais objetiva e imparcial possível.
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