Imagine que você é teletransportado para uma sociedade onde predomina a prática da escravidão, exatamente como acontecia no Brasil colonial; que, então, passa a testemunhar seres humanos sendo tratados com brutalidade e desrespeito apenas porque pertencem a uma certa raça ou etnia; e que, em contraste, também testemunha pessoas sendo tratadas de maneira excessivamente respeitosa pelos outros apenas por causa de sua classe social, mesmo se passam boa parte do seu tempo no ócio ou até pior se são justamente elas que controlam, mantêm e mais se beneficiam desse sistema cruel.
Agora, eu lhe pergunto o que você está vendo?? Como você chamaria isso??
Bem, se você for uma pessoa minimamente sensata, você chegará à básica conclusão de que se trata de uma sociedade muito disfuncional porque, enquanto os que mais trabalham para sustentá-la são tratados da pior maneira possível, os que menos contribuem diretamente são os mais privilegiados e prestigiados.
Agora, se você for uma pessoa que não tem o "sagrado" hábito de pensar: refletir, analisar e criticar o que está vendo, é possível que tome essa realidade como intransponível, inevitável e até justa, que internalize discursos e narrativas criados para justificar esse estado de coisas.
Portanto, temos aí dois tipos de pessoas: uma que pensa sobre o mundo, inclusive com pensamento crítico, e outra que o aceita e se conforma, não importando o quão disfuncional possa estar, como se fosse uma realidade absoluta e/ou também que se posiciona contrariamente às tentativas de melhorá-lo. E mais, porque, formas análogas de sistemas escravagistas continuam vigentes, tal como o capitalismo, em que também existe uma minoria que detém boa parte das riquezas produzidas, enquanto a maioria, que produz essas riquezas, é explorada por essa minoria, ao ser recompensada com muito menos do que vale sua contribuição.
Conclusão
Está claro que o primeiro tipo, de esquerda ou progressista, é o mais racional ou o menos irracional e, sem fazer vista grossa para os muitos equívocos de racionalidade que também costumam ser especificamente cometidos por esquerdistas, por exemplo, a crença na tábula rasa.
Um extra: a crença religiosa
Pois apesar de direitistas e esquerdistas serem, ambos, mais propensos a preferir acreditar no que lhes faz se sentir bem, se factual ou não, do que encarar toda verdade com maturidade, os direitistas, em sua maioria, além desta alienação ao que acontece de moralmente errado, no sentido de irracional, também adotam crenças religiosas e, com pouca moderação, que são exemplos clássicos de afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias: na existência de deus ou deuses e de um mundo metafísico, de que a vida (apenas a humana?) continua mesmo depois da morte; nas narrativas mitológicas sobre Jesus, Maomé...
Então, por essa perspectiva, os esquerdistas, como um grupo composto proporcionalmente por mais ateus, agnósticos e religiosos moderados do que os direitistas, também apresentam posicionamentos mais sensatos, se não existe qualquer evidência, nem mesmo uma base lógica ou plausível que suporte a existência de deus e da vida eterna.
*E são muitos os que se declaram "filhos de deus" que desprezam completamente o que suas religiões pregam de mais importante e sensato, o amor e o respeito ao próximo.
O que vc acha da Brasil Paralelo?
ResponderExcluirUm pseudo-jornalismo tão tendencioso quanto o DCM. No entanto, o DCM é pelo menos mais honesto em mostrar os podres da direita brasileira, enquanto tende a esconder os podres da esquerda.
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