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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Altruísmo patológico ou empatia subdesenvolvida??

 Vejamos a situação da África em que, segundo projeções da ONU, sua população dobrará de 1 para 2 bilhões até 2050 e para 4 bilhões até o final do século XXI. Pois se os países africanos, especialmente os da África subsaariana, em média, já não conseguem prover o básico para os seus habitantes, imagine quando tiverem se multiplicado?? Além de não existir nenhum padrão consistente de que estejam, em sua maioria, se desenvolvendo, social e economicamente, essa explosão demográfica pode acelerar a destruição do meio ambiente no continente onde mais tem sido preservado. 


Bem, eu estou me colocando na situação de todos os que estão diretamente envolvidos, dos africanos e das espécies não-humanas locais, prevendo que, se essa tendência de crescimento populacional não for interrompida ocorrerá uma tragédia humanitária e ecológica de grandes proporções.  


Já um indivíduo que se define como humanista, do tipo que tem uma fé inabalável pela humanidade, geralmente considerado como mais empático, é possível que problematize esse discurso intervencionista, acusando quem o defende de neocolonialismo ou racismo, argumentando que, apenas os africanos que podem decidir sobre si mesmos, que não podemos interferir na quantidade de filhos que eles almejam ter, mesmo se for para ajudá-los. 


Eu até poderia pensar que se trata de um caso de altruísmo patológico, quando o indivíduo sacrifica ou pensa em sacrificar o seu próprio bem estar em prol dos outros. Mas, agora, vendo por outro ângulo, mais parece ser uma espécie de empatia subdesenvolvida, porque despreza o contexto, e as possíveis consequências dos seus desdobramentos, a médio e longo prazo, enfatizando apenas a perspectiva pessoal, pelo respeito máximo à autonomia dos indivíduos humanos (excluindo os animais, claro...), ao invés de considerar ambos. 


Além do subdesenvolvimento, esse tipo de abordagem empática também parece ser um produto do medo do indivíduo de ser visto como racista ou insensível perante os outros, especialmente por aqueles com os quais compartilha os mesmos valores; do seu narcisismo de querer ser reconhecido como um "bien pensant" e/ou de sua ignorância ao acreditar que está defendendo o mais certo, de estar com a "consciência tranquila". O altruísmo patológico existe, mas esse não é o caso, pelo menos não em um sentido intelectual.


Portanto, esse exemplo mostra que, para ser verdadeiramente empático é sempre preciso levar em consideração todas as perspectivas do contexto que está em análise, do contrário, pode até ser com boa intenção, mas terá lugar cativo no "inferno", se não for baseada no conhecimento sobre a situação, aumentando o risco de causar mais problemas, e sofrimento, do que de atenuar ou eliminar os existentes. 

Introvertido ou lógico? Extrovertido ou instintivo?

 Não é apenas por estar em um ambiente denso de pessoas e estímulos sensoriais que isso pode me sobrecarregar, sendo eu, mais introvertido, porque também depende de quem são essas pessoas e que tipo de ruídos estamos falando. O que realmente me deixa desconfortável é estar em um ambiente em que eu sinto uma atmosfera potencialmente  hostil ao meu redor, principalmente se percebo diferenças comportamentais ou de personalidade marcantes das pessoas, em relação a mim, que estão no mesmo local. Pois parece que a minha "introversão" não é apenas uma preferência para estar sozinho, mas também uma inclinação para pensar e agir de maneira mais lógica e seletiva em interações sociais. Por isso, quando estou ao lado de pessoas com as quais tenho construído relações de maior intimidade ou confiança, eu fico mais relaxado, até para ser eu mesmo, sem que me sinta sobrecarregado. Já quando estou com desconhecidos ou conhecidos que não tenho uma relação muito próxima, eu fico mais travado, preocupado com a opinião deles, com o que podem fazer, e isso me deixa desconfortável. Ainda mais se forem hostis, arrogantes ou desrespeitosos... Claro que eu me sinto ótimo quando estou comigo mesmo. Mas isso não significa que dispense estar em boa companhia, eu só não gosto de estar mal acompanhado. Pois pode ser daí que veio essa ideia de que nós, introvertidos, somos aqueles que, essencialmente, preferem estar sozinhos. Eu acho que não é bem isso. 


Eu também penso que, seu eu tenho poucos amigos não é apenas porque prefiro ter poucos, mas porque percebo uma relativa escassez de amigos em potencial nos ambientes sociais em que tenho transitado. 


Portanto, por essa análise, a personalidade introvertida seria mais como uma personalidade lógico-social, em que as relações interpessoais são mediadas pelo nível de confiança ou intimidade, receptividade ou reciprocidade. Já a extrovertida seria mais como uma personalidade instintivo-social, em que existe uma necessidade intrínseca para estar em ambientes sociais e/ou interagir com os outros. Ou talvez, no caso da introversão, eu esteja falando especificamente sobre o meu tipo...


Territorialidade versus dominância


Outra provável diferença é que a primeira é mais territorial, autocêntrica, intelectualmente autônoma e/ou independente de socialização, enquanto que a segunda é mais dominante, agregadora ou intrusiva, e dependente de socialização, do tipo que tende a disputar o domínio ou protagonismos dentro de espaços sociais, numa roda de "amigos', no ambiente de trabalho, etc... A primeira é mais propensa a respeitar territórios individuais. Já a segunda, por ter esse ímpeto de dominar, de se impor, está mais propensa a desrespeitá-los.  


Eu sei que poderia terminar esse texto sem fazer julgamentos, mas eu acho que a personalidade lógico-social é a mais inteligente, tanto no sentido intrapessoal, por causa de sua maior seletividade, cuidado ou precaução em relação à lugares e pessoas, quanto no interpessoal, porque se relaciona com maior respeito pelo espaço ou território alheio, especialmente quando não se expressa de maneira desequilibrada, sem que o indivíduo se torne excessivamente arredio à interações.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Maturidade filosófica

 Não importa quem você é, onde vive, o que faz, seu nível profissional, educacional, se é rico, classe média ou pobre, se está no ápice da vida ou à beira da morte, porque a maturidade mais importante de todas não é a de ser um vencedor da civilização, mas de enfrentar a realidade, sem tapar os olhos ou reprimir os sentidos. É a maturidade mais simples e decisiva de todas, de apenas seguir a filosofia, em sua essência, de buscar a verdade e nada mais que a verdade, sem cair na tentação de adulterá-la para agradar a si mesmo. E começando com as verdades mais absolutas, de compreender e aceitar que tudo será em vão, que todo sucesso mundano é um castelo de areia sendo consumido pelo tempo, que não há um sentido da vida além ou maior que ela mesma, que não há escapatória, e que o único refúgio é o amor, a amizade e a união. Não é fácil reduzir-se em humildade e apenas aceitar esses fatos, e outros tantos, e ir aceitando, sem discutir, sem lutar, construindo meios de sobrevivência ao acordar do mundo das ilusões e perceber que vivemos no deserto do real (tal como o do filme Matrix), em uma realidade desoladora, porém a mais verdadeira. Mas são muitos os que nunca despertam, que são indiferentes, colaboradores ou protagonistas das mentiras humanas e de suas consequências terríveis. Que agem como delinquentes, irresponsáveis, achando que são os mais maduros.  São apenas os mais loucos. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

2 tipos de "teoria de conspiração"

 A teoria de conspiração que é uma mentira óbvia


1⁰ exemplo: Terra plana


De que o planeta Terra tem o formato de um disco plano e que essa suposta verdade está sendo escondida por governos e cientistas...


2⁰ exemplo: Reptilianos


De que as "elites mundiais" são seres extraterrestres com aparência de réptil que teriam vindo para o planeta Terra a muito tempo e escravizado a humanidade.


A única parte não-absurda é a de que as "elites" têm, de fato, oprimido e explorado o "povo" ao longo dos séculos.


A teoria de conspiração que é mais um exagero do que uma mentira absoluta


3⁰ exemplo: "Big Farma"


De que a indústria farmacêutica tem como única finalidade lucrar com os medicamentos que produz, que são, em sua grande maioria, ineficientes e até que algumas doenças graves foram inventadas por ela, como a AIDS.


Bem, não é equivocado concluir que, o lucro seja um dos objetivos mais importantes da indústria farmacêutica, por ser uma indústria capitalista, mais até do que "servir ou ajudar a sociedade".  Mas não é verdade que todos os remédios que produz são ineficientes, inventados -única e exclusivamente- para dar lucros aos seus fabricantes. E também não parece factível que a AIDS tenha sido uma invenção de cientistas que trabalham nessa indústria.


4⁰ exemplo: Dominação mundial do povo judeu


É fato e não antissemitismo que, organizações e indivíduos judeus estão super-representados em posições de poder, apesar de seus valores demográficos oficial e comparativamente diminutos (população aproximada de 20 milhões). Mas eles não são os únicos que estão desproporcionalmente presentes em centros de proeminência ou comando, e "fazendo o mal". Apenas veja a desproporção de homens brancos, gentios ou não-judeus, heterossexuais, "conservadores" e  capitalistas nas mesmas posições de destaque...


Também não é verdade que suas contribuições têm sido homogeneamente ruins, de modo que, essa "teoria" de que dominam o mundo sozinhos, e apenas para "fazer o mal", mais parece um exagero do que uma mentira óbvia.

Sobre capitais e inteligência

 Eu fui uma dessas crianças que memorizava nomes de capitais, especialmente as de países europeus e americanos (com exceção para a maior parte das pequenas Antilhas). Isso acontecia de maneira bem lúdica, a partir de brincadeiras com mapas, em que chegava a inventar países, enquanto aprendia mais sobre os existentes. O tempo passou e essa saudável obsessão também seguiu o seu rumo. Só que parte do que memorizei, sem querer querendo,  permaneceu cristalizado na minha mente. Eu me lembro que as pessoas se espantavam quando me perguntavam e eu dizia, sem titubear, o nome da capital de um país pouco conhecido, que eu havia gravado. Isso acontece até hoje. Mas acabei concluindo que, decorar nomes de capitais é uma espécie de "conhecimento inútil", daqueles que servem mais para impressionar os outros ou como curiosidade, do que para algo mais prático na vida. Recentemente, ao voltar a pensar sobre essa minha "habilidade", primeiro, mudei de opinião em relação à sua utilidade já que, em um mundo cada vez mais globalizado, a geografia, bem como a história (enfim, as ciências humanas) mostram-se ainda mais relevantes. Segundo que, talvez, essa "habilidade" pode refletir algo mais sobre a nossa inteligência, em um sentido mais geral, do que apenas memorização específica. Por isso, resolvi pesquisar, mas não encontrei nenhum estudo acadêmico ou científico, nem em inglês, sobre essa relação.


Pois sobrou para mim, pra variar, o atrevimento de especular por conta própria, com base nos (poucos) conhecimentos que tenho acumulado e em raciocínio lógico. Para isso, vou usar as pontuações nos testes de QI apenas como referenciais para a "inteligência", se eu sei que a mesma não se limita à avaliação feita por esses testes.


Rapidamente, é preciso falar o básico sobre QI: que a sua média gira em torno dos 100 pontos, sendo que, mais alta é a pontuação, a priori, "mais inteligente", e o oposto no sentido contrário. E, também, que as médias de QI variam de país para país. Por exemplo, nos "mais desenvolvidos", elas tendem a se situar em torno dos 100 pontos, enquanto que, em alguns, a média está acima desse valor, como é o caso de Singapura que está em torno dos 105 pontos. Em contraste, o Brasil, um país "em desenvolvimento", tem uma média nacional provavelmente menor que 90 pontos, que é considerada baixa. Existem poucos estudos buscando estimá-la. Essa média, portanto, tem sido baseada nesses estudos e, também, no desempenho do país em exames internacionais, que avaliam o nível de ensino das escolas, nomeadamente o PISA.


Pronto, agora irei nos dividir em três grupos: os que não conseguem memorizar nem as capitais mais fáceis; os que conseguem memorizá-las, além de algumas outras, especialmente dos países mais conhecidos; e os que se destacam nessa "habilidade".


Bem, parece lógico pensar que, aqueles que não conseguem memorizar nem as capitais mais fáceis, tal como a do estado ou do país em que vivem, é mais provável que pontuarão baixo nesses testes. Eu estimo uma média de 90 pontos ou menos.


Já, quanto aqueles que conseguem memorizar essas informações básicas, adquiridas especialmente durante a infância e adolescência, é provável que pontuarão mais alto, uma média de 90 pontos ou mais.


Por fim, aqueles que apresentam bom a excelente desempenho nessa "habilidade" é provável que pontuarão acima da média 100 ou, com certeza, mais alto que a população geral, se a maioria das pessoas não parece muito versada em saber um pouco mais, mesmo sobre o próprio país. Por estarmos falando de geografia, um conhecimento importante das ciências humanas, também acho relevante comparar as médias de QI verbal dos maiores memorizadores de nomes de capitais, excetuando a parte aritmética, do que restringir a comparação apenas à média geral de QI. Pois eu aposto que, num eventual estudo, a média verbal deste grupo será maior do que sua média geral.


Sinal muito específico de superdotação intelectual??


Um dos pontos mais interessantes, a meu ver, que também parece ser um dos mais especulativos aqui, é se existe uma correlação positiva entre capacidade de memorizar nomes de capitais e superdotação acadêmica, a priori, definida de acordo com os testes de QI. Mas, por serem habilidades aparentemente tão específicas, eu acredito que, se existe essa correlação deve ser especialmente em relação à parte verbal dos testes, por ser a mais requerida nas ciências humanas. Por isso, continuo  com essa dúvida: se a grande maioria dos "CDFs" são de bons a excelentes memorizadores de nomes de capitais??


Localização geográfica...


Pois parece que, essa "habilidade", de memorização de capitais ou cidades, está intimamente relacionada com a de localizar países em mapas. Por isso, seria interessante saber se esses que conseguem memorizar muitas capitais também apresentam maior facilidade para memorizar outras informações geográficas: indicadores socioeconômicos, demográficos, culturais e históricos... em outras palavras, se, em média, seus conhecimentos geográficos estão em um nível mais aprofundado.

Uma (nova) analogia para explicar o capitalismo e especulação sobre uma hipotética sociedade sem dinheiro

 O capitalismo é exatamente como ter que pagar o pedágio a empresas privadas para que mantenham as rodovias e, também, para poder dirigir nelas, por ser o dinheiro, seu símbolo máximo, um intermediário "obrigatório" entre o desejo ou objetivo e a sua realização, e que está sob monopólio de certos grupos. Apenas pense que o capitalismo é a diferença entre um serviço ser prestado por solidariedade, cooperação e/ou vocação e de ser por interesse financeiro. Entre construir e manter estradas visando o bem comum e de fazê-lo pensando especialmente no próprio bem ou retorno.


O dinheiro representa o valor ou a recompensa pelo trabalho executado. No entanto, sabemos que existem muitas profissões em que o salário não faz jus à sua relevância, e outras em que o oposto acontece. Ou seja, não bastasse o dinheiro substituir uma forma de recompensa que poderia ser mais direta ou honesta, ainda por cima não é meritocraticamente repartido, afinal, se fôssemos colocar na ponta do lápis, concluiríamos que, por exemplo, o trabalho prestado por uma empregada doméstica vale mais do que o seu valor atual, enquanto que a profissão de juiz vale bem menos do que tem sido determinado. Não estou necessariamente defendendo que juízes e empregadas devessem receber os mesmos salários ou que as empregadas devessem receber mais, mas que, pelo menos, as suas diferenças não fossem tão gritantes e injustas...


Mas, pra quê o dinheiro??


Muitos pensam que é necessário por ser um meio eficiente de agilizar trocas comerciais e recompensar, em larga escala, as pessoas pelos seus trabalhos ou contribuições. No entanto, é ingenuidade pensar que o dinheiro foi criado apenas para facilitar as nossas vidas, porque, na verdade, tem sido especialmente para quem o controla. A priori, o maior problema nem seria a sua existência, mas a partir do momento em que é usado como principal critério de poder político, cultural e econômico na sociedade, ao invés do mais ideal, que esse critério fosse as qualidades intrínsecas e logicamente relacionadas com a capacidade de governar com responsabilidade. E só para piorar, aqueles que nos governam e que controlam e organizam as atividades econômicas não são os indivíduos mais capacitados para exercer essas funções tão importantes, pois, graças ao capitalismo, tem-se perpetuado essa ignóbil tradição, herdeira de outros sistemas opressores, como o feudalismo, de deixar sociedades nas mãos dos mais gananciosos e inescrupulosos. Enfim, uma legítima idiocracia sustentada por uma massiva propaganda que visa justamente nos passar a ideia mentirosa de vivermos em sociedades próximas ao ideal de meritocracia (ou da intelectocracia).


Portanto, uma sociedade sem dinheiro até poderia ser possível de existir, mas, primeiro, se a sua "elite", que são aqueles que a organizam e controlam, fosse composta exclusivamente pelos mais sábios, por serem os menos materialistas. Segundo e obviamente, se não existisse nenhum outro intermediador entre desejo e recompensa, além do próprio trabalho, e que fosse suficiente para a aquisição de bens materiais e imateriais, especialmente os mais básicos, que se desejasse e necessitasse. Terceiro, que a recompensa, além da aquisição direta de desejos e necessidades, diga-se, moralmente respeitosos, também fosse a própria satisfação de ajudar ou cooperar na sociedade em que se vive.


Um exemplo provável de mudança ideológica em uma sociedade intelectocrática ou ideal: minimalismo consciente ao invés do consumismo exagerado


Em uma sociedade regida apenas pelos mais sábios, e não pelos mais ricos ou socialmente influentes, o cenário atual de consumismo desenfreado, propositalmente atiçado por empresários e industriais, com o nobre intuito de aumentar os seus lucros, seria substituído pelo minimalismo consciente, em que as pessoas aprenderiam a consumir com parcimônia, dando preferência pelo que é mais essencial, inclusive ajudando a estabelecer e a manter uma relação sustentável com o meio ambiente.


Confrontação de um cenário real de sociedade capitalista com um cenário hipotético de uma sociedade (implicitamente intelectocrática e) sem o monopólio do dinheiro


Imagine que Seu Joaquim tem uma padaria e, para mantê-la, ele precisa de dinheiro que pague os seus funcionários, que compre mercadorias, que pague a manutenção do estabelecimento e as suas contas a partir dos lucros que obtém. Tudo gira em torno do dinheiro. Sem ele, Joaquim não seria ninguém, pois sua vida, assim como as nossas, vale menos que cédulas de papel.


Agora, vamos imaginar que Seu Joaquim não vive em uma sociedade capitalista e sim em uma intelectocracia onde o dinheiro foi "aposentado" de circulação, sendo substituído pela ajuda ou cooperação direta.


Então, sua vida passa a se organizar da seguinte maneira:


Ele tem uma padaria, que construiu e estabeleceu, graças à ajuda de parentes, amigos e vizinhos (a partir de troca de favores e, também, de bens pessoais). O pagamento dos seus funcionários se dá a partir do acesso a uma quantidade calculada porém farta dos produtos da padaria, que recebe de empresas, cooperativas e indústrias, que existem unicamente para servir e cooperar, e não para o acúmulo individual e desigual de lucros aos seus "donos". Se ele e os empregados quiserem adquirir outros bens, eles podem ir nas lojas especializadas. Já os seus clientes também têm acesso limitado, com valores relativamente fixos para a aquisição, aos produtos do seu estabelecimento. Afinal, sua padaria tem como função, alimentar, especialmente a população local, e não para enriquecê-lo, se ele não precisa disso para sobreviver. Também vale o velho e bom escambo, que podem resultar em vantagens extras na hora da aquisição dos bens que ele oferece. Depois de muitos anos mantendo sua padaria com a mesma aparência, ele resolve fazer uma reforma, visando ampliar suas dimensões. Para isso, contrata conhecidos e não-conhecidos para ajudá-lo: pedreiros, engenheiro... Lhes paga com acesso mais amplo aos seus produtos (claro, com tempo limitado desse acesso mais farto, de acordo com o período em que trabalharão lá). As diferenças de padrão de vida entre os indivíduos que exercem ofícios de categorias distintas são muito menores do que as que existem nas sociedades capitalistas. Porque todos têm direito a, no mínimo, uma casa ou um apartamento bonito e confortável, a um emprego estável, inclusive com a possibilidade de mudar de profissão, e acesso garantido a bens materiais e imateriais. Pessoas diferentes podem e costumam ter gostos diferentes. O engenheiro que está como chefe da obra do Seu Joaquim, por exemplo, é músico amador. Ele tem conseguido adquirir (verbo substituto de comprar) instrumentos musicais, vinis antigos... já os três pedreiros contratados não compartilham com o mesmo passatempo.


Tudo nessa sociedade gira em torno da cooperação e da verdade nas relações e não do lucro ou do prestígio social frívolo, ainda que, pessoas com realizações excepcionais, continuem a ser admiradas. De qualquer maneira, todos são admirados, respeitados e recompensados de maneira justa. Todos buscam trabalhar, se não no que mais gostam, pelo menos no que demonstram maior aptidão.


Mas, infelizmente, eu tenho sérias dúvidas de que uma intelectocracia, e sem o dinheiro como principal moeda de troca, como a do exemplo hipotético, funcionaria, ainda mais com essa humanidade que temos por agora, muito irracional. Eu sei que seria muito improvável que esse modelo funcionasse com a existência de sociopatas e psicopatas, livres, leves e soltos e, os mais espertos, empoderados, se é justamente o controle social e econômico por esses sujeitos que têm resultado nas idiocracias em que estamos. Por isso, penso que, o dinheiro, novamente, não é o principal vilão, e sim quem o controla, que ele poderia ser mantido em uma sociedade ideal ou intelectocrática, mantendo apenas a sua função mais básica, que não é de gerar desigualdades exorbitantes e enriquecer uma minoria de abutres.

Racismo "negativo" e "positivo"

 O racismo "negativo" é o preconceito contra certo grupo racial ou étnico.


Exemplo: de se cultivar opiniões sempre negativas sobre a raça negra ou os negros.


Já o racismo "positivo" é o fanatismo por certo grupo racial ou etnia.


Exemplos: de se cultivar opiniões sempre positiva sobre a raça negra ou os negros.


Ambos são lados de uma mesma moeda, da ideia de supremacia ou de perfeição de um grupo, se enfatizado em si mesmo (positivo) ou se em comparação a outros grupos (negativo).


Mas e a possibilidade de se sentir orgulho dos grupos aos quais se associa, como que isso fica??


Eu já comentei que o "orgulho branco" se difere do "orgulho LGBT" porque o primeiro se enfatiza no desprezo por outras raças do que no orgulho por sua própria raça (por mais debatível possa ser esse sentimento). No entanto, mesmo quando há ênfase no próprio grupo, sem ser tendenciosamente comparativo com outros, isso pode acabar gerando essa espécie de "supremacia positiva" ou de fanatismo, e que pode ser em relação à outras categorias, de gênero, por exemplo. Por isso, o racismo positivo precisa ser levado em consideração tanto quanto o negativo, na hora de se buscar analisar e julgar grupos humanos da maneira mais imparcial e justa possível.

Sobre a diferença entre entender e aceitar

 Não é difícil de entender que a possibilidade da existência de deus é tão remota quanto à da existência de unicórnios e dragões; que o capitalismo está longe de ser justo; que o comportamento humano não é apenas produto do meio; e que o nosso amado presidente, até essa data, tem demonstrado ser um dos piores, se não o pior presidente que este país já teve, desde a proclamação da República...


Mas, apesar da relativa facilidade de compreensão/percepção desses tópicos, são muitas as pessoas que continuam a: acreditar em deus, nas maravilhas do capitalismo, no determinismo do ambiente sobre o comportamento humano e/ou na idoneidade de sujeitos claramente sociopáticos...


Portanto, é possível concluir que, essa dificuldade não é necessariamente uma questão cognitiva, de entender, mas mais uma questão psicológica, de amadurecer e de aceitar que a verdade (objetiva) não tem que ser sempre o que gostaríamos que fosse. Porque se fosse só uma questão cognitiva ou racional, todo mundo acabaria se tornando, no mínimo, mais cético em relação a essas e a outras crenças, que também são relativamente fáceis de serem refutadas. Por isso, quando ou se estiver debatendo com alguém que está teimosamente convicto sobre uma delas, sugiro não perder seu tempo investindo apenas em argumentos lógicos, porque o "buraco é mais embaixo" aí.

O problema do secularismo capitalista

 O Estado não deve apenas manter seus interesses separados dos interesses da Igreja, mas também do Mercado, porque não é apenas a religião que tem tido grande e perniciosa influência nas sociedades humanas. Apenas perceba o nível de promiscuidade do Mercado em relação ao Estado, influenciando diretamente nas decisões políticas, primariamente atribuídas ao segundo, de maneira que, coloca interesses pessoais à frente dos do coletivo, com a desculpa de se ser para o bem da "economia" ou para o "desenvolvimento" do país...


Portanto, não basta desvincular o Estado da Igreja, mas mantê-lo subordinado ao Mercado, substituindo uma elite eclesiástica por uma elite burguesa, de indivíduos que só pensam em seus lucros, que baseiam seus métodos econômicos na exploração predatória do ser humano e da natureza, o mesmo que a Santa igreja fazia, nomeadamente na Europa medieval, durante os seus tempos áureos de supremacia política (e que continua a fazer em outros lugares do mundo, inclusive e, evidentemente, com o protagonismo de outras "religiões").


Como conclusão, o Estado, em condições ideais, precisa funcionar como um Núcleo da sociedade (análogo ao de uma estrutur celular), que governa, junto com o povo, visando o bem comum de todos os grupos e indivíduos (não apenas os da espécie humana) que estão sob a sua jurisdição e que merecerem por mérito verdadeiro ou correspondente e/ou compaixão universal, pelo reconhecimento do valor intrínseco e de igualdade essencial da vida; como uma teia básica que sustenta e interliga a todos pela harmonia e não mais como uma rede de privilégios injustos, inconsequências e tiranias.


Isso partindo do pressuposto irrealista e ingênuo de que as sociedades, particularmente as ocidentais, já estão plenamente secularizadas.

O conceito mais universal e objetivo para crime

 Crime como toda ou qualquer violação mal intencionada do espaço existencial de um individuo, humano ou não. Exemplos: o estupro, o homicídio e o roubo, ainda que, especialmente em relação aos dois últimos, pode existir uma maior complexidade de análise, pois dependem dos contextos em que acontecem para poderem ser classificados como crimes, se não são sempre praticados por motivação frívola, mas também por auto-defesa e/ou justa causa, desprezando as severas deficiências do sistema de justiça pelo qual estamos submetidos, que tem sido designado para favorecer certos grupos ou classes, normalizando atos cometidos pelos mesmos, que, por esse conceito mais objetivo de crime, também seriam classificados como tal, chegando ao ponto de se institucionalizá-los. Por exemplo, as "regras" intrinsecamente parasitárias do sistema capitalista, tanto nas relações trabalhistas abusivas quanto na gratificação salarial significativamente desigual. 


Esse conceito deriva da iluminação sobre uma das verdades existenciais mais importantes, a igualdade universal, de que somos todos iguais, em essência, vidas, e condenados a um mesmo destino final, a morte, e que por isso devemos tratar uns aos outros a partir desta realidade, transcendendo a alienação de fazê-lo enfatizando as diferenças superficiais que apresentamos. Em outras palavras, de que devemos tratar os outros de acordo com que gostaríamos de ser tratados, preferencialmente quando houver reciprocidade, respeito, empatia... 

 

"A verdade é relativa", "Não existe certo e errado"

 Novamente...  


Primeiro, o que é verdade??


Por uma definição bem básica, a verdade é a reflexão de um fato a partir da perspectiva de um ser vivo e, especialmente do ser humano, que é o único capaz de expandi-la para um nível mais abstrato. Em outras palavras, a verdade é aquilo que percebemos da realidade, e podemos fazê-lo por várias perspectivas. As mais relevantes, nessa explicação, serão a subjetiva e a objetiva.


É importante enfatizar que, primariamente, toda verdade é subjetiva porque só pode ser gerada pelo indivíduo, encontrando-se inteiramente sob o seu domínio, diferente da realidade que, independe de nossa capacidade de percebê-la, para existir; que é relativa porque varia de acordo com a perspectiva de cada um (uma perspectiva mais contemplativa). Mas ela também é objetiva porque, o que percebemos da realidade, apresenta um nível variável de precisão ou objetividade. Em relação aos dois tipos de verdade ou perspectivas que citei, a subjetiva é aquela que consiste na autoprojeção ou sensação do indivíduo sobre uma realidade específica, por interação. Já a objetiva é a contenção da auto projeção ou durante a interação em que se busca perceber certa realidade ou objeto, por si mesmo, isto é, objetivamente.


Por exemplo, quando eu sinto a chuva caindo no meu corpo e a sensação de estar molhado, isso é uma verdade subjetiva, que apenas eu, "dentro" do meu corpo, estou sentindo (ainda que outros também possam sentir a mesma sensação, apenas eu que posso sentí-la por mim mesmo). Já, quando eu consigo isolar conceitualmente a realidade da chuva, eu estou reconhecendo uma verdade objetiva, que é a própria chuva. Também o faço pela sensação, reconhecendo-a (sua própria natureza) no momento da interação e abstraindo a minha percepção que estou tendo dela em relação às de outros elementos e fenômenos, especialmente com os quais já apresento familiaridade. Agora, um exemplo mais polêmico. Se eu estou a andar pela rua e, ao ver um casal de homens se beijando, reajo com raiva ou repulsa, esse meu sentimento é subjetivamente verdadeiro...


Aí, caímos na segunda afirmativa falaciosa, de que não existe certo e errado porque, supostamente, a verdade é apenas relativa. Portanto, por essa conclusão, a homofobia e o respeito seriam considerados absolutamente equivalentes, como se fossem atos opostos, mas com consequências idênticas...


No entanto, a ideia de que a verdade é apenas relativa parece considerar somente a sua perspectiva (ou verdade) subjetiva como verdadeira. Seria como dizer que a minha sensação da chuva caindo no meu corpo é a única verdade, e não a minha percepção objetiva da própria chuva, de reconhecê-la pelo que é. Claro que apresentamos níveis variados de percepção factual e, portanto, de precisão sobre as verdades objetivas. Mas, isso não significa que nenhum ou qualquer grau de objetividade seja possível para nós... 


Voltando ao segundo exemplo, eis que, mesmo se eu tenho essa reação, que é verdadeira para mim, não significa que seja um reflexo perfeito do objeto ao qual me projetei ou que estou interagindo. Então, se eu sinto repulsa e raiva pela expressão homoafetiva, isso, a princípio, não representa a sua própria natureza. De, ela não é repulsiva porque eu a considero assim. Por isso, é importante confrontar o que se afirma (se baseado no que está sentindo ou pensando) sobre o que se afirma, de comprovar com base na realidade. E, a partir dessa abordagem racional, podemos chegar à uma série de conclusões sobre esse tópico, inclusive pelos próprios argumentos usados por homofóbicos para justificar seus sentimentos em relação à diversidade sexual: de que não é uma doença, porque ninguém fica doente de "homossexualidade", ainda que existam correlações de risco e, independente de sua possível origem biológica; de que não é errado, nem no sentido de "anti natural", nem no de "pecado". Primeiro, por serem variações naturais do comportamento sexual, não apenas dos seres humanos, isto é, por pertencerem ao "mundo natural". Segundo, porque não é um comportamento que, intrinsecamente, cause malefícios a quem o pratica, nem aos demais que não o praticam. Não é crime sentir atração pelo mesmo sexo ou sentir-se dissonante ao sexo de nascimento, se o crime, em seu conceito mais universal e objetivo, consiste em violações mal intencionadas do espaço existencial de um ou mais indivíduos (e, em um sentido hiper realista, não apenas do indivíduo humano). Mesmo quanto ao argumento de se ser "antinatural" por parecer que não tem utilidade evolutiva, já que a relação homossexual não pode resultar em concepção, aqueles que o utilizam para defender a homofobia se esquecem que o sexo, especialmente para nós, humanos, nunca foi praticado apenas para a reprodução, mas também como atividade recreativa. Portanto, a sua utilidade, nessa comparação, é a mesma que a do sexo como recreação. Sem falar que, a ideia de utilidade tende a variar muito entre indivíduos, grupos, contextos... Por exemplo, os livros que, para muitas pessoas, que não são ávidas leitoras, apresenta um valor baixo a nulo de utilidade. E claro que, o oposto para as que os valorizam mais. Pois o homofóbico, assim como qualquer outro que decreta seu gosto ou preferência como o único que está certo, sequer consideram as perspectivas daqueles com os quais antipatizam para fazer esses julgamentos que, claramente, mostram-se  precipitados e tendenciosos. 


Voltando à pergunta mais relevante: o que é certo e o que é errado??


Mentir é mais certo que dizer a verdade??


Pois mesmo que exista uma diversidade de contextos em que essa resposta não será simples, a verdade, de maneira geral e essencial, tem um valor absolutamente superior à mentira. Por exemplo, nesse exato momento, todos nós estamos interagindo com a realidade, sentindo e percebendo os fatos no presente. A verdade, como um reflexo da realidade, está onipresente em nossas vidas. Mesmo que mentir possa ter alguma utilidade específica, é a verdade, como a nossa única maneira de traduzir a realidade, sentida e percebida, que sempre prevalece no final.


Retornando às afirmações do início


Ao afirmar que a verdade só pode ser relativa, destrói-se qualquer base que possa condenar as "verdades" dos outros. Então, se eu digo que a verdade é sempre e unicamente relativa, no sentido de subjetiva, eu não posso condenar aquele que afirma o oposto... Eu também estou criando bases para condenar o sentido mais básico do conhecimento humano, a ciência e a filosofia, se ambas são esforços da humanidade de maximizar a sua compreensão objetiva.


O mesmo em relação à afirmação de que "não existe certo ou errado"...


Se o certo é mais no sentido de justo que também é mais no sentido de verdadeiro, seguro, útil, ponderado, cuidadoso..


E se o errado é mais no sentido de injusto que também é mais no sentido de falacioso, perigoso, inútil, precipitado, insensível... 


Claro que esses conceitos variam muito entre as espécies, mas, de maneira geral, podem ser definidos a partir dos limites adaptativos de cada uma. Por exemplo, de que o certo para os peixes é de viverem em ambientes aquáticos e o errado o oposto disso (eu até já o usei em um outro texto parecido). Pois as nossas concepções de certo e errado idealmente devem ser baseadas no nível mais alto de lucidez ou compreensão da realidade que podemos alcançar, que é a racionalidade. 


E para finalizar, como o último exemplo uma discussão muito importante atualmente, sobre a necessidade das vacinas.


Pois se elas nos protegem de doenças que podem ser fatais, então, o certo, dentro desse contexto, é de as tomarmos o mais cedo possível, porque apresentam essa utilidade ou finalidade específica. Já o errado é de desacreditar sua capacidade de proteção, com base em mentiras sobre a sua eficácia e segurança, evitando tomá-las. Mas é interessante pensar que a maioria das pessoas que cometem esses equívocos crassos de racionalidade não fazem com consciência do que estão fazendo, pois acreditam que as mentiras que defendem não são mentiras. E um parênteses para o caso das vacinas que têm sido produzidas para nos proteger da covid-19, já que há um certo nexo quanto ao medo de que algumas delas possam causar efeitos colaterais graves e até levar ao óbito, tal como, infelizmente, tem acontecido para uma minoria ínfima dos vacinados (exemplo: cento e poucos casos de mortes causadas "pela" vacina da AstraZeneca de um total de cinquenta milhões de britânicos que já a tomaram). 

Sobre dificuldade de aprendizagem

 Só podemos aprender ou ter dificuldade para aprender algo se apresentarmos potencial para isso, se o oposto seria dizer que um elefante tem dificuldade para aprender a voar. Por exemplo, a minha incapacidade em matemática, que mostrou-se definitiva a partir da escola, e isso não é derrotismo, é autoconhecimento. Existem exceções, claro, como a dislexia, por exemplo. Mas ainda pode-se aprender técnicas que ajudam a atenuá-la.

Além das minhas limitações em matemática, eu também tenho dificuldade para falar sem gaguejar, apesar de já ter melhorado bastante. E mesmo que a minha gagueira pareça uma dificuldade de aprendizagem, não a considero como tal, especialmente se acredito que não tenho mais como melhorá-la. Pois é nisso que o argumento deste texto se resume, de que deve haver um potencial detectável para que possa haver tanto uma facilidade quanto uma dificuldade de se desenvolvê-lo. 

Criatividade, conceito e tipos

 Um dos conceitos de criatividade mais aceitos a define como o processo que resulta em um produto novo e é considerado útil para uma sociedade. Já o meu conceito se baseia, não apenas naquilo que ela pode resultar, mas principalmente no que é, em sua essência, como expressão cognitiva: uma capacidade de percepção aguçada que pode transcender a compreensão de um campo do conhecimento, inventar novas ferramentas ou usos, subverter a consciência a partir de pensamentos originais, de maneira momentânea ou permanente... e que pode ter ou não utilidade pública.

 

Eis aí que, com base nele, pensei na hipótese da existência de dois tipos mais criativos: aquele que apresenta grande constância de originalidade em suas ideias e pensamentos e aquele que se destaca por realizações criativas mais impactantes. Pois o primeiro tipo seria o "humorista brilhante", por ser o mais expressivamente criativo, notável pela constância do seu senso de humor, manifestação pura de criatividade, e que, no entanto, não apresenta um grande potencial de realização. Já o segundo tipo seria o "cientista genial", que apresenta um perfil oposto do primeiro, com uma menor densidade de pensamentos e ideias originais mas que são excepcionais ou de grande potencial de impacto. O tipo humorista tende a ser mais voltado para o campo social, da cultura ou das artes; mais distraído e/ou hiperativo do que a média; extrovertido; sua criatividade relacionada com a expressão de sua personalidade, e com uma inteligência mais verbal e emocional. O tipo cientista claramente é o mais voltado para o campo científico; menos distraído e/ou hiperativo que o tipo humorista (mas mais distraído que a média); introvertido e com uma média mais alta de inteligência geral, pelo menos no aspecto quantitativo. Claro que, entre os dois, existem os tipos com perfis mistos que são mais comumente encontrados em outros campos artísticos, além da comédia, como as artes plásticas, a música e a literatura. E também tipos que se encaixariam nos dois perfis propostos, excepcionais na densidade criativa e no potencial de impacto, tanto nas artes quanto nas ciências (acho que são mais raros).