O Estado não deve apenas manter seus interesses separados dos interesses da Igreja, mas também do Mercado, porque não é apenas a religião que tem tido grande e perniciosa influência nas sociedades humanas. Apenas perceba o nível de promiscuidade do Mercado em relação ao Estado, influenciando diretamente nas decisões políticas, primariamente atribuídas ao segundo, de maneira que, coloca interesses pessoais à frente dos do coletivo, com a desculpa de se ser para o bem da "economia" ou para o "desenvolvimento" do país...
Portanto, não basta desvincular o Estado da Igreja, mas mantê-lo subordinado ao Mercado, substituindo uma elite eclesiástica por uma elite burguesa, de indivíduos que só pensam em seus lucros, que baseiam seus métodos econômicos na exploração predatória do ser humano e da natureza, o mesmo que a Santa igreja fazia, nomeadamente na Europa medieval, durante os seus tempos áureos de supremacia política (e que continua a fazer em outros lugares do mundo, inclusive e, evidentemente, com o protagonismo de outras "religiões").
Como conclusão, o Estado, em condições ideais, precisa funcionar como um Núcleo da sociedade (análogo ao de uma estrutur celular), que governa, junto com o povo, visando o bem comum de todos os grupos e indivíduos (não apenas os da espécie humana) que estão sob a sua jurisdição e que merecerem por mérito verdadeiro ou correspondente e/ou compaixão universal, pelo reconhecimento do valor intrínseco e de igualdade essencial da vida; como uma teia básica que sustenta e interliga a todos pela harmonia e não mais como uma rede de privilégios injustos, inconsequências e tiranias.
Isso partindo do pressuposto irrealista e ingênuo de que as sociedades, particularmente as ocidentais, já estão plenamente secularizadas.
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