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terça-feira, 12 de junho de 2018

Que me perdoem os "futebolistas", mas inteligência é fundamental...

Eu tentei explicar de maneira sofrível sobre a natureza ignóbil de muitos gamers brasileiros, suas péssimas famas no exterior e/ou suas naturezas empáticas/racionais embotadas. Agora volto um pouco para falar sobre outra turminha do barulho, esta, não sei se mais como produto da bio-cultura brasileira, mas tão desagradável quanto os gamers, claro, em média, pois não são todos que são qualitativamente ruins.

Falo, não sei se, em média típica, muito provável, e quando falamos sobre médias, não é apenas ~50% porque isso dependerá do grau de diversificação de subtipos e diferenciação do subtipo mais comum em relação aos demais, e, portanto podemos ter um grupo muito diverso cuja média, ou o subgrupo mais saliente, pode não ser maior que 30%, até àquele em que a média consistir em 80% ou mais. Em outras palavras, a média pode ser um quase totalidade, ou mesmo uma totalidade, até uma minoria volumosa em meio a muitas outras frações com tamanhos similares.

Eu já comentei em um texto agora longínquo sobre a intratável possibilidade de correlação positiva entre sabedoria e ter uma paixão desmedida ou mesmo constante em relação ao futebol. Adorar esportes de maneira geral, e claro, desprezando os assuntos mais importantes, já pode ser definido como algo absolutamente equivocado, se os mesmos nada mais são do que parte do mundo do entretenimento, da distração, inventado por "nós". E ainda adiciono a este péssimo hábito o excesso de zelo pelas artes, em que também se despreza por sua faceta existencialista ou se equivoca quanto ao seu poder social transformador. O mundo do entretenimento não deveria se sobrepor às prioridades mais importantes como o autoconhecimento, ou sempre melhor, o auto-entendimento, ao modo mais ideal de compreender, lidar e/ou julgar os nossos elementos de interação. Mas para uma massiva maioria, parece claro que a maneira com quê interagem com aquilo que denominei de "espinha dorsal da macro realidade", os fatos mais importantes para o indivíduo, revelam modos distorcidos que com frequência ou absoluta característica torna a distração o centro de suas vidas e como subsequência transformando-a em ilusão. 

Um próximo campeonato mundial de futebol está por vir e não deveria trata-lo de modo tão pessimista ou crítico, afinal, também "somos filhos de deus" e merecemos nos distrair. O problema é quando a distração não apenas nos abstrai do mundo doloroso em que vivemos mas também nos absorve a ponto de nos tornarmos iludidos. E quando isso acontece fica fácil para "raposas" astutas de nos manipular fracionando nossas esperanças de um ''mundo'' verdadeiramente melhor, comumente sem percebemos as suas ações sempre conspiratórias. No livro 1984, foi mostrado logo em seu início como que aquela sociedade hiper-distópica se distribuía hierarquicamente. Além dos membros do partido interno, os do partido externo, também haveriam os proles, isto é, as massas de pessoas pobres, que não pertencem às elites política e administrativa. Caracterizados como acríticos aos desmandos do governo, como massas de manobra facilmente distraídas com entretenimento de baixa qualidade. Pois bem, voltemos ao mundo real e nos perguntemos o quão parecido aquela realidade fictícia está em relação à nossa..

Por que especialmente o futebol??

O futebol é de longe o esporte mais rentável "da" humanidade, por ser o mais popular. No entanto este não é o único motivo para coloca-lo no centro da idiocracia em que [sempre] vivemos/temos vivido. Por exemplo, a ginástica artística, por também ser um esporte, não escapa do mesmo olhar crítico, especialmente quando passa a servir como arma de ilusão, de alienação. E olha que tenho na manga muitas cartas decisivas que a condenariam. Mas o fator popularidade pesa muito porque o seu poder de influência é muito maior. O futebol apresenta uma natureza comum, auto-evidente, em que homens se dividem em grupos e disputam territórios, nada mais masculinamente clichê. E novamente, se as pessoas conseguissem se distrair sem se alienarem.. ainda poderíamos ter ou manter outros problemas, por exemplo, os salários surreais que esses poucos homens ganham apenas para "jogarem bolinha". Se um extraterrestre hiper evoluído caísse na Terra e passasse a nos analisar, constataria rapidamente que somos uma espécie inferior, irracional e na melhor das hipóteses mais ignorante do que consciente de "nossas' más ações. Isso, claro, vale igualmente para qualquer ser humano que, abençoado pelo capitalismo, consegue acumular uma fortuna que poderia ser usada para salvar vidas humanas e não-humanas, mas que é usada para super maximizar o seu conforto, e especialmente quando é para quem pouco fez ou faz pela humanidade. Existem algumas funções mais úteis para o esporte, por exemplo, como atividade física e para a socialização. Tirando isso, transformar esportistas em heróis abonados nunca fará qualquer sentido hiper real, apenas se for dentro de nossas fazendas humanas onde a verdade nunca é um franco olhar para a realidade, e melhor, para a hiper realidade, mas um produto de ''nossos' delírios. 

Enquanto o país anfitrião se prepara para se passar de "higienizado" aos "olhos do mundo", especialmente se for uma autocracia intratável de segundo ou terceiro mundo, como o país da "bola da vez", medidas absolutamente cruéis podem estar sendo tomadas, e um exemplo que parece ter se tornado "de praxe" é o de "limpar" as ruas das cidades que receberão os jogos ou quando é a tal "olimpíada", retirando moradores de ruas, humanos e não humanos, e não se assuste se souber de matança indiscriminada de "animais" urbanos e/ou de ''realocamento'' mal-feito daqueles que antes ''enfeiavam'' os centros.. Ainda neste caso também podemos ter os verdadeiros direitos ao básico da dignidade humana corriqueiramente desrespeitados por exemplo, ter nascido "diferente" e ser tolhido de poder agir de acordo com a própria natureza, principalmente se, a priore, não for algo decididamente imoral/cruel. Perguntemos se os "futebolistas" [típicos] estão muito preocupados com isso... 

Quem são eles??

O homem heterossexual médio tende a adorar esportes, especialmente os coletivos, porque eles são basicamente simulações de cenários de guerras, em que temos grupos competindo entre si para ver quem será o vencedor. Esta é uma "tendência", ou melhor, uma realidade trans-cultural e portanto que perpassa as diferenças culturais, revelando algo que está biologicamente enraizado na psique masculina. O que também é democraticamente presente na humanidade é a sua natureza "auto"-domesticada, e vinculada à uma condição evolutivamente transcendental híbrida, em que somos os únicos capazes de esboçar níveis altos de empatia, que eu redefini e já comentei em muitos textos aqui e que o farei novamente no próximo/novo Blog, mas que em média considerável resulta em níveis insuficientes de eficiência ideal ou filosófica. O homem heterossexual médio é menos empático principalmente em termos afetivos colocando-o mais perto do espectro da personalidade anti social, geralmente caracterizada justamente por essa deficiência em termos psicologicamente ideais. Não é que a maioria dos homens sejam de proto-psicopatas ou sociopatas mas que, por apresentarem essa semelhança, a esboçam tal como ela é, porém, sem todo o pacote embutido, que os tornariam mais difíceis de lidar. Em alguns aspectos psicológicos fundamentais o homem médio  chega a ser melhor que a mulher mas não de maneira absoluta, por exemplo, em honestidade, sinceridade e coragem. Seriam absolutas se o fizessem vinculadas ao conhecimento e entendimento pleno de suas ações... isto é, de modo sábio, tendo as empatias corretamente integradas para uma finalidade idealmente trabalhada.


Para o típico futebolista, assistir a um grupo de marmanjos absolutamente enriquecidos correndo atrás de uma bola, oblitera boa parte das prioridades mais importantes que todo ser humano intelectualmente decente deveria ter "no sangue". Tente comentar com eles sobre as notícias higienizadas, para debaixo do tapete, como as exemplificadas, sobre o país anfitrião do próximo campeonato mundial?? Na maioria dos casos haverá desprezo ou tentativas tolas de justificar o que é injustificável para o verdadeiramente são, o mais sábio.

O homem médio excede na empatia cognitiva, claro, em média, mas no aspecto afetivo mostra-se muito mais debilitado do que a mulher, e esta exibe o padrão oposto. Existe uma evidente complementaridade mas esta relação geralmente está longe de ser perfeita ou de resultar em ações ideais entre os sexos. 

O futebolista (médio) parece ter metade do seu cérebro ou mais, transformado em torcida organizada do seu time de coração. Ele não parece se preocupar com quase nada ou tendo a taça da copa como principal prioridade ou importância em sua vida. Mas e quando não é tão alienado/ou não tão típico?? 

Aí pode acontecer dele se dividir em mais de um tipo de alienação ou ignorância, por exemplo, continuar como um futebolista acriticamente torcedor e também adotar pontos de vistas, menos rasos ou indiferentes, mas equivocados, quando não compra o pacote inteiro de sistemas de pontos vistas ou ideologias em que se equivocar é característica ou ato inescapável, de uma maneira ou de outra, cedo ou tarde.


O que era péssimo piora ainda mais, se é possível disto acontecer..

Em termos qualitativos o futebol parece ser como um tipo de ''roupa do rei'' que apenas a evolução convergente com base no dimorfismo sexual pode explicar ou justificar. Se comparado a outros esportes o futebol parece muito mais chato, por exemplo, o seu grau de competitividade em relação ao voleibol ou basquete, também coletivos... Não é nada incomum jogos maçantes com empates sem gols, enquanto que é impossível esperar o mesmo para qualquer partida de voleibol ou basquete. Percebam que a natureza masculina heterossexual média parece mudar pouco de costa à costa, mas o futebol não reina absoluto em todos os lugares. Se no Brasil o outro futebol, o americano, fosse transformado em ''esporte oficial'' dos homens héteros, não se assuste [novamente] se o ''nosso'' futebol ''inglês'' fosse ''jogado para escanteio'' e perdesse a sua a coroa de popularidade. Isso parece mostrar que para o ser humano médio a conformidade social é um preço que se paga com a vida, e em especial quando tem cérebros mais comuns e/ou menos complexos. Ao menos para nós isso parecerá com um sacrifício, mas para eles não será nada mais do que ''vestir o uniforme do time preferido'', isto é, em uma ação banal do cotidiano. 

Em termos de plasticidade, estética ou beleza, desprezando coxas bem torneadas, o futebol é um esporte bruto, e é desaconselhável sempre compará-lo com aqueles que se mesclam ao mundo das artes como a ginástica, como eu deixei no link acima. Portanto se pudéssemos pensar na ideia de ''gráfico'' aqui, enquanto ''beleza ou estética'', o ''video game'' futebol novamente perderia para outros jogos. 

Aqui eu reitero como conclusão aquilo que fui polvilhando desde o início do texto, que gostar de futebol, a priore, não é um pecado intelectual. Os maiores problemas começam quando, vinculado ao futebol, passa-se a desprezar outros e melhor, aspectos ou questões mais importantes, e neste caso ainda estamos falando a partir de uma perspectiva individual, porque por uma perspectiva coletiva, os esportes de maneira geral, já se transformaram ou talvez sempre foram armas para a alienação, tal como a religião ou a ideologia. E claro, só se torna alienado quem ''quer' ou já apresenta uma natureza acoplável a esse modo não-perdoável de existir, de viver. Temos apenas uma vida, assim como muitos outros e se levássemos a sério o poder que o povo tem não estaríamos neste momento chafurdando na lama de sempre de injustiças, desigualdades agudas e ignorâncias. Se fôssemos esperar por nossos ''heróis futebolistas de fim semana'', em sua esmagadora maioria [muito provavelmente], antes teríamos de esperar pelo término da partida... 

Um adendo

Futebolistas e ''homofobia''

Eu já comentei [e tentei encontrar o texto mas nada por enquanto] que a masculinidade ou a cultura masculina mais do que ter a si mesma como epicentro de sua expressão comportamental, parece ter aquilo que rejeita como foco principal. Ser ''homem'' não seria uma adição de características mas na eliminação ou negação de outras. Não é a toa que quase todo masculinista, análogo às feministas, sejam homofóbicos quase incuráveis, incapazes de auto-atualizarem quanto a este assunto, de mudarem as suas considerações quanto aos homossexuais, ou ao menos quanto ao indivíduo homossexual, se a demografia LGBT não costuma contribuir muito para passar uma ''boa' imagem para a sociedade em geral, que quase sempre mais conservadora. Ódio espumosamente instintivo/generalizado contra homossexuais parece ser a regra para o homem hétero médio e especialmente quando gosta de futebol ou esporte coletivo, [especificamente se for o mais popular de sua região], o mesmo que é usado como demarcador e sinalizador de sua suposta masculinidade purificada. Quando temos o futebol como alvo, pelo menos nos países em que é o esporte mais popular, não se chateie se acertar em: homofóbicos, carnistas, enfim, em homens que louvam a [sua] masculinidade acima de qualquer outra ''coisa'', especialmente acima das mais relevantes, que aliás, costumam estar em tensão constante com esse excesso indisputável que se consiste o masculinismo. 

É isso... 

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