Minha lista de blogs

terça-feira, 26 de junho de 2018

Dois tipos de gays/masculinos e femininos

Os que gostam do mesmo sexo e os que, além ou afora disso, gostariam ou se sentem como se fossem o outro

Eu tenho algumas fricções sobre o meu "gênero', por exemplo, quando era criança, já achei que ser mulher fosse melhor do que ser homem. Constatei isso ao ver o tratamento que davam à minha prima e em relação ao que era dado a mim. Percebi que ser homem era mais difícil do que ser mulher, pelo menos em alguns aspectos. Me lembro que já desejei ter uma vagina. Mas, graças à... minha natureza, e talvez, capitaneada por minha percepção, consegui evitar este excesso ou, como diz a minha mãe, "invenção de moda".


 Eu disse que tenho, porque continuo a ver a mulher de maneira bem mais positiva do que o homem, ainda que não o faça de modo analfabeto, isto é, hiper-binário. Eu também disse que o tenho porque na minha imaginação os protagonistas são sempre mulheres, quase todos os personagens que já inventei são elas. E quase todo personagem inventado é uma atuação, de me pensar como se o fosse, e em todos os meus casos, como se as fossem. Não entendo porque sou assim, mas isso ainda não significa que não goste de ser o que sou, homem. Gosto tanto, que quando procuro pelo amor, pelo desejo mais profundo de nossa existência, literalizado pelo sexo, eu busco por um vulto, um espelho, para que eu possa tocar em outro corpo, como se fosse o meu, sem sentir como se já o tivesse feito, de fazer cócegas em mim mesmo, em outro. Portanto, nesta balança de auto-identidade e de outro-identidade, eu vos digo que eu sou hipo-transexual em meus pensamentos e sentimentos, pois tenho algo a ver com isso, com essa vontade de ser outro sexo, e re-enfatizo pelo hipo, pois tenho a quase absoluta certeza que jamais farei ''a transição'', até porque eu me adoro sendo homem. Não há nada que me faça pensar que esteja no "corpo errado". Em termos de outro-identidade, em que depositamos desejos e/ou expectativas, eu sou homo com H maiúsculo, pois de fato amo o mesmo que a mim, mais diversificado, másculo e/ou até mesmo mais variado neste sentido, mas não mais que uma extensão do meu narcisismo, não que isso seja de todo ruim, se pensarmos neste ismo como algo moralmente neutro, até que o contexto prove o contrário, ou confirme a existência de um lado saudável do auto-amor, mesmo associado ao Narciso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário