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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O embate interior entre a desordem e a ordem mental como possível causa para uma maior autoconsciência?

A ordem mental é um conceito novo ou não, que foi proposto por mim, e não sei se sequer o descrevi de maneira sucinta. No mais, foi divergentemente elementar pra mim que, se existem desordens mentais, então é possível que possam existir ordens mentais. Ao contrário do embate normal versus mentalmente desordenado ou reordenado, eu acredito que o primeiro não se consista exatamente no antônimo do espectro das desordens da mente, porque ao invés de ser uma legítima ordem no sentido de vigor/potência e de qualidade, trata-se de um amalgamento indiscriminado tanto das virtudes quanto dos defeitos psicológicos e cognitivos

Eu já falei que parece ser importante ter uma desordem mental de preferência não muito debilitante que possa servir como "desafio interior" ou intrapessoal, no caso da criatividade. Usei o aforismo: se eu nasço com um problema/desafio, ou eu o resolvo e possivelmente me transcendo, ou eu me tornarei o problema. Tem sido descoberto que o cérebro do mais criativo parece ser constituído tanto pelas características que compõem o cérebro do mais cognitivamente inteligente quanto pelas características que acabam aumentando a vulnerabilidade em cérebros menos saudáveis, e que tendem a resultar em transtornos mentais. Isso em relação à criatividade.


No entanto parece que não basta ter uma desordem, e no aspecto ou paisagem geral ainda ser normal [indiscriminada e invariavelmente amalgamado], porque isso tenderá a resultar na vitória da desordem sobre o resto. É tal como no caso de um país como a Suécia, metaforicamente falando, que tem uma desordem importada, nomeadamente de "imigrantes" ou de colonizadores, em sua maioria de muçulmanos, agressivos e férteis, e por outro lado tem uma população nativa treinada para não reagir ao assombro (((globalitário))) que ameaça a sua integridade, isto é, de conformistas ou ovelhas, fãs do grupo Abba e com cabelos platinados. Se a desordem é mais forte que a ordem então ela obviamente, a qualquer hora, vencerá esse embate. Mas se for o contrário então a ordem pode ser que consiga domesticar a desordem, de usá-la a seu favor.

Mas o que seria a ordem mental e especialmente a humana??? Nada mais do que, a priore, aquilo que faz o ser humano intelectualmente superior, de maneira onisciente/onipotente/onipresente, que é uma maior autoconsciência.

 Mais autoconsciente se está, maior é o potencial para o autoconhecimento, e concomitantemente para uma maior liberdade de direcionamento ideacional e comportamental, que seria basicamente o verdadeiro conhecimento, ao menos em termos intrapessoais. 

No entanto ao invés da autoconsciência como a ordem mental que luta contra a desordem, eu acredito que a mesma talvez possa ser pensada como o produto deste embate, quando a ordem mostra-se superior à desordem [especialmente quando existir uma desordem de fato]


A ordem mental seria então uma espécie de bússola instintiva que pende sempre para o "norte lógico", que parte desde a verdade ou realidade objetiva, concreta e imediata, até a certos confins da verdade subjetiva ou abstrata. 

A autoconsciência despertaria quando houvesse ou começasse a ter este atrito entre a desordem e a ordem interior, aumentando a auto conversação ou introspecção, tal como ter "problemas vitalícios' que não serão totalmente solucionados, como elemento atiçador do pensamento divergente. A autoconsciência alargada porém incompleta ou mais especializada, resultaria no aumento da criatividade. Por outro lado uma autoconsciência alargada e mais holística, é possível de se resultar em uma maior racionalidade, porque o perfeccionismo da criatividade se tornaria generalizado, ainda que tendenciosamente mais reduzido em intensidade. 


O modo ou estilo de pensamento lógico [uma espécie de senso comum a bom senso] seria então a ordem mental primária, ainda que, o "bem estar intrapessoal", uma espécie de "narcisismo significativo", em que a pessoa gosta de si mesma, independente de possíveis ou existentes traços comparativamente desfavoráveis, diferente do narcisismo típico, em que a pessoa se realiza fundamentalmente com base na exposição e aceitação pública predominante, também possa ser importante para torná-la ''bem-vinda'' dentro ''de si mesma'', para que então se torne mais introspectiva, porque parece ser comum o bloqueio natural para um maior auto-aprofundamento, não apenas no sentido do auto-conhecimento, mas também para a alienação positiva.

Ou também uma explicação ainda mais simples, em que a autoconsciência se consistiria apenas em uma continuidade de expansão do alcance perceptivo, para a extrospecção e ''claro', também para a introspecção, especialmente em uma perspectiva global ou holística, a capacidade de perceber várias perspectivas, enquanto que, como já comentei, a maioria dos seres vivos não-humanos seriam muito mais perceptivamente especializados.


Se o instinto nos cega e nos protege de certezas e de autoconfiança, então a redução de sua preponderância, aumentaria a consciência também em relação aos próprios defeitos, especialmente se forem de fato ''defeitos'.

Outra possibilidade é de que a relação entre autoconsciência alargada e a co-ocorrência de desordens/senso de singularidade, ainda que real, possa se consistir também em uma '''selective confounding'', em que, por causa das macro-diretrizes seletivas das culturas humanas, tem-se selecionado [e aprimorado ou decantado de mutações] os seres humanos mais amalgamados, enquanto que o mesmo não tem acontecido no caso dos mais autoconscientes, e sim, pode ser possível de se selecionar e combinar autoconsciência expandida com maior saúde biológica ou com menor mutações.

Portanto pode-se constatar por agora que sim, uma maior criatividade tende a ser um dos possíveis efeitos de uma heterogeneidade qualitativa da mente, provida tanto com uma ordem/bússola lógica quanto com uma desordem mental, e que a mesma possa ser definida tendenciosamente como uma espécie de ''autoconsciência alargada porém especializada''.

Autoconsciência se relaciona umbilicalmente com maior senso de realidade, um realismo mais existencial, mais profundo, do que o realismo cru, naturalista porém hipo-existencialista, que prevalece entre os seres vivos deste planeta. 

Uma maior criatividade também se relaciona com um maior senso de realidade/de perfeccionismo, tanto em relação às qualidades [idealização equivocada] quanto em relação aos defeitos/falhas/faltas de sua área de fixação e potencial aprofundamento... só que muito mais especializado do que holístico/filosófico.

No mais, até poderíamos pensar na sabedoria como uma espécie de ''criatividade direcionada para a filosofia'', que é uma área muito abrangente.

Em fim...

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