Dizem muitos "YouTubers" russos, refugiados na Geórgia, tentando aliviar boa parte da culpa ou responsabilidade do seu povo, incluindo parentes e amigos, pelo apoio ao governo cruel de Vladimir Putin. Mas não se limita à Rússia, porque em qualquer país esse mesmo discurso costuma ser muito popular. Porém, é inevitável concluir que, pelo menos uma parte do povo é sempre culpado ou responsável pelo governo que tem...
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023
"Não confundam povo com governo"
A magia do capitalismo
O capitalismo transforma a amizade em interesse, o trabalho em exploração, a economia em ostentação, a realidade em desigualdade, o dinheiro em ser vivo, os seres vivos em objetos, a alegria em remuneração, a tristeza em frescura, a sociedade em uma empresa, a justiça em negócio, a inteligência em esperteza, a sabedoria em loucura, a prisão em rotina, a empatia em lucro, o egoísmo em virtude, a futilidade em essência, o parasitismo em sucesso, o engano em ciência, o vício em uma indústria, a consciência em excesso, a alienação em progresso, o desprezo em desculpa, o absurdo em decreto, a humanidade em fantoche, a destruição em civilização, a poluição em natureza, a vida em uma pilha, os dias em cédulas, o tempo em consumo, sua ilusão em certeza, seu labirinto em uma reta, seu feudalismo em orgulho, sua idolatria em regra...
Lista de inconfidências
O esnobe dá maior importância à opinião de quem ele considera "igual" ou "superior"
sábado, 7 de janeiro de 2023
Sobre a metafísica da crença no determinismo do meio...
... ou no "criacionismo" comportamental
Contra o "design inteligente"
A aparente perfeição dos processos adaptativos e evolutivos das espécies é considerada a principal evidência para a hipótese do design inteligente. Mas essa aparente perfeição remonta à origem da vida, em que somente as formas mais estáveis de combinações químicas, ou mais adaptáveis aos ambientes da Terra primitiva, que se perpetuaram. Portanto, esse "molde" primordial de adaptação da vida é que a permite perseverar com excepcional precisão.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2023
6 de janeiro
As luzes se apagam
Meus pensamentos sobre a história/trajetória da inteligência humana
Um rápido resumo do que eu entendo e hipotetizo sobre este tópico:
O aumento da inteligência humana, ocorrido durante a pré-história, resultou na sedentarização (invenção da agricultura ou domesticação/escravização de outras espécies) e posterior surgimento de sociedades complexas (onde esse aumento foi mais sustentável) que resultou no aprofundamento do processo de diversificação cognitiva (graças ao crescimento demográfico/relaxamento da seleção natural e aumento de mutações) e, então, no aumento das desigualdades cognitivas, parcialmente refletidas pelas desigualdades sociais (como ainda acontece hoje), especialmente pela seleção positiva de tipos mais domesticados, constituindo uma classe servil, associada com a predominância cultural da religião (adestramento para humanos), o que talvez explique a relativa redução do tamanho do cérebro durante a transição para o neolítico, se em outras espécies a domesticação está causalmente relacionada com uma menor encefalização.
Não há melhor registro histórico, embora imperfeito, da inteligência humana em seu nível mais alto já alcançado do que pelo impacto de uma civilização em termos de alteração do meio natural (construções arquitetônicas, por exemplo) e sua própria perpetuação.
A África Subsaariana é, de longe, um dos continentes menos alterados e foi um dos menos povoados durante grande parte da história humana.
Além da novidade de um ambiente em si exigir uma readaptação, ambientes com poucos recursos, como os mais frios, exigiram que humanos, esses primatas de cabeça grande e fisicamente mais fracos, criassem seus próprios “ambientes” no sentido de “barreiras de segurança” contra a inospitalidade deste meio, pela confecção de roupas que isolam o corpo do frio e a construção de casas com o mesmo objetivo. Mas isso também depende do grau de liberdade ou desafio que pode oferecer. Pois, ambientes polares são muito difíceis de se adaptar, especialmente por causa do frio e da relativa escassez de recursos vitais. Mas eles também são bastante estáveis ou previsíveis, enquanto que os ambientes de clima temperado são mais desafiadores. Isso não significa que ambientes quentes sejam mais fáceis de se adaptar. Na verdade, acredito que ambientes intertropicais, como os de clima equatorial e ocupados por florestas densas, são tão difíceis de se adaptar quanto os mais frios, especialmente para os primeiros humanos. Isso explicaria porque pequenas comunidades de caçadores-coletores têm predominado nesses dois ambientes. Isso também vale para ambientes desérticos ou de savana.
Ambientes muito difíceis de adaptação são prejudiciais à criatividade/experimentação contínua e, portanto, ao florescimento da civilização em suas dimensões caracteristicamente superlativas, como sociedades complexas.
De qualquer forma, seja o clima ou a novidade (que pode estar na própria África ou em outra região de clima quente), são fatores que podem explicar o aumento da inteligência humana na pré-história, durante a formação das culturas humanas e não necessariamente depois disso.
A cultura humana possibilitou que os seres humanos pudessem se transferir de um ambiente para outro sem ter que se adaptar de forma absolutamente visceral.
A cultura humana fez de nós uma espécie generalista, se a cultura tende a ser como um “manual variavelmente prático de adaptação”.