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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O que falta à psicologia evolutiva: o existencialismo

 Nenhuma outra espécie se pergunta o que tem além das estrelas, o que é a chuva ou o sol... o que são as coisas do mundo. Nenhuma outra espécie, a não ser a humana, sabe ou percebe sobre a própria finitude muito antes de morrer. Porque apenas a humanidade que, graças à sua trajetória evolutiva singular, superou, pelo menos parcialmente, sua perspectiva adaptativa, expandindo sua atenção para além das prioridades mais primárias, de geração de descendentes e de sobrevivência ou adaptação, para uma perspectiva mais existencialista.


Pois a psicologia evolutiva parece que despreza esse processo de expansão da consciência humana para além de uma perspectiva adaptativa, se considera a evolução de nossa espécie idêntica à de qualquer outra, como se a maioria dos nossos comportamentos fossem diretamente relacionados à reprodução e à sobrevivência. Uma falácia animalista, inclusive em relação aos próprios animais não-humanos (de se acreditar que todos não passam de bestas instintivas, sem capacidades de sentirem emoções e de estabelecerem laços genuínos de afeto, sem que tenha uma finalidade apenas adaptativa). 

E junto a uma perspectiva existencialista, nós também alcançamos uma perspectiva evolutiva, de fato, em que, por causa da inteligência humana, evoluímos a ponto de não nos limitarmos à percepção  da adaptação, como acontece com os outros seres vivos, por sermos variavelmente capazes de observar ou perceber nossa própria evolução, enquanto espécie, e ainda de podermos extrapolar cenários evolutivos para o futuro, por também termos nos tornado (comparativamente) mais autônomos aos desígnios do meio. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O problema de uma explicação "puramente evolutiva" (um adendo para o texto sobre psicologia evolutiva)

 Ou não...


Eu comentei em um texto recente sobre o problema de considerar a inclinação à crença religiosa como um traço evolutivamente superior, apesar de estar predominante na maioria da população humana e se associar com alta fertilidade e longevidade, por se tratar de uma mera correlação forjada especialmente a partir da sedentarização de nossa espécie que resultou no surgimento das civilizações ou sociedades complexas, isto é, socialmente desiguais, em que os indivíduos mais conformistas prosperaram demograficamente nesses ambientes de servidão. Também comentei sobre a natureza claramente irracional da crença religiosa para argumentar que não pode ser considerada um traço ou comportamento intrinsecamente superior, nem mesmo se for relativo a um contexto específico.

Mas existe um argumento favorável à ela, em que é demonstrado que, apesar de ser mais objetivamente prejudicial em termos individuais, tem sido benéfica em termos coletivos, por promover o conformismo e a cooperação dentro das comunidades humanas. Esse é o que eu chamo de "argumento puramente evolutivo", que usa uma explicação lógica e generalista, em que um traço não precisa ser individualmente benéfico para ser evolutivamente benéfico, pelo menos dentro do seu contexto, já que a evolução de uma espécie ou população tende a acontecer em um nível coletivo...

No entanto, não é porque um traço encontra-se correlacionado com traços objetivamente positivos e esteja predominante dentro de uma população, que seja absolutamente superior ou valoroso. Então, além da ideia de que a crença religiosa se consiste em um reflexo da juventude do contexto evolutivo de nossa espécie, tal como eu argumentei no texto anterior sobre psicologia evolutiva, seu predomínio demográfico também pode ser o reflexo do interrompimento de sua trajetória ascendente de aumento da inteligência refletido na cultura, especialmente depois do período pré histórico, enfim, de um desvio de sua evolução mais ideal, em que inevitavelmente a crença religiosa deixaria de ser tão prevalente; passando a ser "benéfica", mas especialmente para as classes dominantes, não por suas qualidades naturais e sim por ser a expressão de uma mente mais controlável ou domesticável. 

Agora, analisando por alto todos esses séculos de domínio cultural das "religiões" organizadas, até hoje, é difícil concluir que seu predomínio tenha sido categoricamente benéfico, mesmo em um nível coletivo, se elas têm sido uma grande pedra no caminho evolutivo humano. Sim, porque primeiro que, evolução não é sempre sinônimo de avanço, em termos de desenvolvimento ou sofisticação adaptativa, se é possível evoluir "para trás" ou ficar parado por muito tempo no mesmo nível... e segundo que, além de se perpetuar em uma maioria de indivíduos intelectualmente 'deficientes", ainda promove para o alto de sua hierarquia, parasitas humanos. 

Como conclusão, ainda é possível dizer que a crença religiosa pode conferir uma vantagem evolutiva, mais em termos coletivos, mas apenas se olharmos por uma perspectiva distante do contexto histórico e social humano, mais "puramente evolucionista", porque quanto mais próximos, mais difícil de sustentar sua defesa, vide seu papel de destaque no subdesenvolvimento humano: social, cultural, intelectual, individual e coletivo, especialmente se a espécie humana tem a sua inteligência, a partir do acúmulo de conhecimentos, como principal estratégia evolutiva...

Lógica primária??

Pois esse também parece ser o caso, de algo que parece lógico, no sentido de adequado ou verdadeiro, mas que deixa de ser a partir de uma análise mais profunda. Então, se faz sentido que um traço predominante e correlacionado com traços 'objetivamente positivos" seja considerado evolutivamente valoroso, pelo menos a um nível coletivo e específico a um contexto, pode deixar de fazer quando se analisa sua influência e o que significa, em termos qualitativamente intrínsecos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

O dilema e o problema ideológico da psicologia evolutiva

 O que aparenta ser mais "adaptativo" é sempre intrinsecamente melhor??


Exemplo, a crença em deus.

Acreditar na existência de deus e na vida eterna é exatamente o mesmo que acreditar em uma afirmação extraordinária sem nenhuma evidência extraordinária, sem ter sequer uma base lógica que corrobore indiretamente para a sua existência. É o mesmo que acreditar em algo porque quer, porque essa crença lhe faz se sentir bem e não por ser verdade ou uma provável realidade. E isso é o mesmo que se comportar de maneira intelectualmente imatura, incapaz de aceitar fatos ou verdades que contradigam expectativas e crenças pessoais.

Está claro que a crença religiosa é uma expressão clássica e mais específica de irracionalidade. Apesar disso, existem indivíduos acima da média em inteligência, inclusive de gênios científicos historicamente reconhecidos, que são ou eram religiosos, demonstrando que os efeitos perniciosos dessa crença em relação à outras capacidades cognitivas podem variar individualmente. Porém, por uma perspectiva mais geral, existe uma clara desproporção de fundamentalistas religiosos entre os mais cognitiva e racionalmente limitados, e o padrão oposto para ateus e agnósticos. As razões são óbvias, se uma capacidade racional mais desenvolvida promove um maior pensamento crítico e que, por sua vez, se correlaciona com uma maior capacidade cognitiva.

No entanto, segundo muitos pesquisadores e aficionados da psicologia evolutiva, se um traço é ou está adaptativo, então, ele é qualitativamente superior, tal como tem sido o caso da crença religiosa, que se relaciona com uma alta taxa de fecundidade e, de maneira menos significativa, com longevidade ou melhor saúde. Outra razão para que a considerem um traço evolutivamente valoroso é porque a maioria dos seres humanos acreditam em deus e/ou vida eterna, partindo daquela lógica em que, se certo traço é mais comum em uma população, é porque lhe confere uma vantagem adaptativa.

Ok, não discordo de fatos, porém, é preciso entender que: a evolução de qualquer espécie nunca é perfeita; que nossa espécie é muito jovem, se comparada com as outras, que ainda estamos na "adolescência" de nossa trajetória possível de evolução e que, portanto, o predomínio da crença religiosa não significa que a mesma seja intrinsecamente superior e sim que é o reflexo de nosso jovem contexto evolutivo, sugerindo que, de acordo com que evoluímos, intelectualmente, ela se tornará cada vez menos comum. Outra explicação para o seu predomínio até hoje em dia é que o nosso contexto ecológico e evolutivo, especialmente a partir da civilização, tem sido o de auto-parasitismo, em que uma minoria de indivíduos com inclinações parasitárias passou a dominar e a controlar uma maioria de tipos mais auto-domesticados; que os mais auto-domesticados, mais propensos à crença religiosa, teriam prosperado demograficamente nesse ambiente de servidão, resultando numa associação com maior "fitness" ou melhor saúde, tal como acontece com as espécies domesticadas pelo ser humano*. Portanto, a maioria dos indivíduos mais religiosos seriam como as formigas operárias: altamente conformistas ou servis e organicamente incapazes de desenvolver seu pensamento crítico e/ou racional. Então, além disso, o empoderamento histórico e político das "religiões" organizadas também atrai, desde há muito tempo, uma desproporção de indivíduos moralmente idiotas, de psicopatas e sociopatas, para o topo de suas hierarquias, resultando em uma dupla corrupção: o intelectual, pois a crença religiosa, por si mesma, já é um tipo de negacionismo de verdades (das verdades existenciais); e o moral, em que esses sujeitos inescrupulosos, predominantes no topo da hierarquia religiosa, usam suas superestruturas para oprimir e parasitar seus subordinados.

* Maior o número de indivíduos que carregam certo traço e, dentro de um processo constante de seleção, mais esse traço se associa a traços considerados importantes para o sucesso adaptativo de uma espécie, como a alta fertilidade e a longevidade.

Como conclusão, a suposta superioridade adaptativa da crença em deus, segundo muitos psicólogos evolucionistas que, geralmente, são conservadores de direita, na verdade, seria o reflexo de um potencial mais limitado de percepção e compreensão da realidade. Portanto, não é porque a maioria dos seres humanos acredita em deus e que essa inclinação esteja relativamente relacionada com maior "fitness" que será um traço intrinsecamente superior, se se trata de uma correlação e não de uma causalidade.

Para efeito básico de comparação, existem muitos comportamentos ou traços considerados "adaptativos" em outras espécies que são considerados absolutamente indesejáveis para nós, tal como o hábito encontrado em uma espécie de aranha, chamada de viúva-negra, em que a fêmea devora o macho depois do acasalamento...

Bem, será que esse é um traço ou comportamento "adaptativo", no sentido de "intrinsecamente superior" só por ser praticada pela maioria dos indivíduos de uma espécie???

A determinação qualitativa da crença religiosa como um traço superior por muitos psicólogos evolucionistas nos mostra que, a psicologia evolutiva, ao estar dominada por pesquisadores ideologicamente enviesados à direita, tem sido usada como uma plataforma para a reprodução de suas crenças a partir de abordagens pretensamente científicas, ao invés de servir-se como um campo da ciência que sempre busca por uma análise imparcial e objetiva em relação aos tópicos do seu domínio.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Psicologia evolutiva versus evolução humana ideal

 Segundo a psicologia evolutiva, se um traço ou comportamento encontra-se majoritário nas populações humanas, então, pode ser considerado como evolutivamente vantajoso ou adaptativo.

Exemplo: a crença religiosa, mesmo que esta tenha causado e continue a causar muitos problemas e que se trate de uma crença irracional, muito improvável de ser verdadeira, mediante a ausência de qualquer rastro de evidência que corrobore para a sua possibilidade. Uma crença que reflete uma profunda imaturidade emocional e intelectual de indivíduos que preferem acreditar em mentiras reconfortantes do que lidar com a verdade, seja qual for. 

Pois pode ser que, histórica e atualmente, aqueles que são mais religiosos tenham mais filhos que os não-religiosos e até que exista uma relação com ser mais saudável e longevo, mas isso acontece porque esse tipo tem se firmado como maioria desde os primórdios de nossa espécie, basicamente um produto de sua auto domesticação, um mero correlato causado pela seleção positiva dessa disposição.

Considerar este cenário de maioria religiosa como algo evolutivamente positivo é o mesmo que considerar a baixa capacidade cognitiva como adaptativa, só por estar demograficamente prevalente.

Se para as outras espécies é possível concordar que, qualquer traço pode ser vantajoso, desde que contribua para sua adaptação, o mesmo não pode ser plenamente concluído para a nossa, porque enquanto não podemos ou não devemos interferir na evolução dessas espécies, é inevitável que o façamos com a humanidade e considerar uma crença que infantiliza as pessoas, como um traço evolutivamente vantajoso, só porque encontra-se presente na maioria, não é o mais adequado, se também precisamos julgá-la justamente pelo seu valor intrínseco.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Psicologia evolutiva (de fato): a errática evolução humana que tem favorecido a irracionalidade

 Imagine que existe uma espécie de felinos cuja principal arma adaptativa é sua agilidade. Só que, ao longo de muitas gerações, "a seleção natural" passou a favorecer os indivíduos menos ágeis, porque passaram a procriar mais do que os mais ágeis por alguma razão que, aqui, não é importante desenvolver, resultando em mais descendentes e, portanto, em herdeiros de sua pouca agilidade, que ameaçam a própria sobrevivência da espécie. 


Agora, pense que, ao invés de felinos, na realidade, nós temos seres humanos. Que, ao invés da agilidade física, nós temos a capacidade racional. E que, os menos racionais, bem como os que não são suficientemente racionais, têm deixado mais e mais descendentes na linha evolutiva de nossa espécie. 


Bem, isso não parece verossímil com o que temos visto hoje em dia?? Que, aliás, tem sido testemunhado ao longo de toda história humana?? 


Uma grande maioria que não é capaz de lidar com fatos ou verdades que não correspondem com as suas expectativas emocionai?? Uma grande desproporção deles entre as classes dominantes?? Destruição do meio ambiente, sistemas de parasitismo social e de opressão existencial e domínio de organizações que pregam pensamentos mágicos ou delirantes como verdades absolutas?? 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

O que é a psicologia evolutiva, ideologicamente?

O que é a psicologia evolutiva, ideologicamente?

A priori, é uma ciência que estuda o comportamento humano por uma perspectiva evolucionista, mas, que tem sido cooptada por indivíduos ou interesses conservadores, pois procura super-naturalizar o caminho evolutivo tortuoso que a espécie humana tem percorrido. Por exemplo, se a maioria dos seres humanos são egoístas e conformistas acríticos, então, devemos aceitar essas características de bom grado, como irreversíveis e/ou como evolutivamente válidas, afinal, se a maioria é assim, deve ser porque elas apresentam algum "valor evolutivo" importante. Se a maioria acredita em "deus(es)", então, a crença mitológica  tem um "valor evolutivo" ou "adaptativo" importante...

Aqui, despreza-se o que esses comportamentos realmente são...

Egoísmo e conformismo acrítico: expressões instintivas, inferiores em termos de racionalidade. Assim como para a crença em absurdos ou fantasias reconfortantes...

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Hierarquia epicêntrica (forma e expressão) e intrinsicabilidade do comportamento... quando pessoas inteligentes complicam o que poderia ser mais fácil...

Os psicólogos evolucionistas são essas espécies raras que acham que o mundo humano deve seguir todos os princípios naturalistas, isto é, em comunhão com a psicopatia que predomina nas relações sociais dos outros seres vivos, dentro e entre as espécies a que pertencem. Eles também são raros e curiosos por terem como hábito frequente a providência de contas matemáticas intransponíveis para a compreensão de  ''matematicofóbicos'' e adjacentes (isto é, a maioria da população) e que estas pareçam ser melhores para explicar o comportamento humano do que qualquer outra possibilidade... diga-se, mesmo que a própria observação e auto-observação do comportamento, de nós mesmos.

Em outras palavras, eles precisam se certificar quanto à existência de algo, mesmo que pareça ser bem óbvio de ser entendido já de maneira lógico-instintiva, apenas ou fundamentalmente com base em ''empiricismo científico--matemático'', por exemplo, as diferenças raciais em inteligência e de temperamento. Algumas pessoas se tornam tão viciadas no ''método científico'', mesmo quando este encontra-se longe de ser perfeitamente empírico, que só se convencem de algo se ''a ciência provar'' que este algo de fato existe. Eu nunca precisei da ciência pra saber aquilo que os meus sentidos tem captado desde sempre, como o exemplo usado, isto é, as diferenças em inteligência e temperamento entre os grupos humanos, porque é algo muito óbvio, saliente para que não possa ser internalizado e compreendido de maneira natural e em especial por uma mente sempre acesa como a minha. Eu tenho estado CIENTE desta realidade e francamente não tenho qualquer culpa que as pessoas em média não sejam muito perceptivamente ágeis e precisas.

Os testes cognitivos são outro exemplo sobre este exagero em relação ao ''método científico'' se podemos perceber a inteligência sem a restrita necessidade da ''precisão matemática' nos auxiliando.

Existe a imprescindível necessidade de se mensurar o intelecto alheio para conhecer o nível de suas capacidades**

Não necessariamente.

O exemplo principal deste texto é justamente sobre a 'hereditariedade' ou seria melhor intrinsicabilidade do comportamento. 

O comportamento precisa ter sido herdado para que possa ser considerado como natural ou intrínseco ao ser**

Não necessariamente...

Se somos seres recombinantes de nossos progenitores, alguns mais e outros menos, então é complicado, ou está ficando complicado ao menos pra mim, para continuar usando o termo ''hereditário'' de maneira indiscriminada, se no final, não herdamos apenas ou fundamentalmente, porque somos produtos invariavelmente recombinantes de nossos ancestrais. E esta realidade se torna ainda mais saliente quando estivermos falando sobre caracteres complexos como o comportamento. Portanto, eu acabei pensando na ideia da ''intrinsicabilidade'', sobre o quão intrínseco um traço, comportamental ou biológico, encontrar-se-á ao seu portador, e baseando-se em pré-critérios lógicos e objetivos. Uma espécie de auto-causalidade.


Herdabilidade (previsão), hereditariedade (resultado) e intrinsicabilidade 


Os comportamentos apresentam uma origem que tende a se originar sempre a partir da forma, isto é, de seu epicentro. Os comportamentos são herdáveis, são 'herdados'' e também podemos saber sobre as suas intrinsicabilidades, sobre o quão intrínsecos ou intensos eles estão em relação a nós mesmos.

Eu já usei em um texto anterior o exemplo da homossexualidade em que, se o seu critério se consiste na reversão dos caracteres sexuais, então, quanto mais revertidos forem os mesmos, mais intrínseco será tal tendência. Um homossexual muito afeminado, de estatura baixa, fraqueza muscular, feições faciais bem femininas, voz idem, trejeitos, dificilmente conseguirá se desvencilhar de seu destino enquanto um ''desviante'' ou ''revertido sexual'', que exibe ao mesmo tempo uma maior miscigenação de traços fisio-comportamentais/biológicos dos dois sexos e uma maior reversão homogênea em direção à biologia do sexo ''oposto'. 

Se a personalidade primária é basicamente a clausura bio-existencial, isto é, o auto-reconhecimento instintivo/direto das próprias características e uso subsequente e subconsciente...

Em compensação muitos outros homossexuais (desejo sexual predominante pelo mesmo sexo) apresentarão maior predomínio da normatividade sexual, isto é, com características fisio-comportamentais menos mistas e mais voltadas para o seu próprio sexo biológico. É aí onde o gênero talvez possa ser considerado parcialmente/também como uma construção social em que, dependendo do grau de autoconsciência/independência existencial-comportamental em relação ao ambiente, o comportamento sexual poderá ser intermediado ou influenciado pelas circunstâncias ao redor.

O grau de intrinsicabilidade para a homossexualidade será mais forte para o tipo de homossexual (masculino ou feminino) que for mais sexualmente misto/revertido e menos intenso entre os homossexuais que apresentarem menor reversão fisio-comportamental. Também podemos estabelecer o critério de/para a normatividade sexual em que o oposto em intensidade será notado e constatado.

Pessoas muito inteligentes em matemática por exemplo, ou com maiores capacidades cognitivas quantitativas, em média, exibirão maior intrinsicabilidade, do que aquelas com menor capacidade.
E o critério pode ser invertido ocasionando mudanças na intensidade de tal atributo ou da falta dele.


Portanto o grau de intrinsicabilidade será relativo porque dependerá do critério que for estabelecido. No entanto a ideia intrínseca permanece a mesma, universal, subjacente ou absolutamente determinante.

Quanto mais intenso for um comportamento, mais intrínseco será em relação ao ser que o expressa.



Autoconhecimento para entender o próprio comportamento


Precisamos de contas matemáticas para nos entender*

A discussão ''genes x ambiente'' parece se relacionar mais com a  intrinsicabilidade do que com hereditariedade ou herdabilidade, ainda que todas sejam importantes. Para entender sobre intrinsicabilidade o autoconhecimento e/ou uso do reconhecimento de padrões (lógica) parecem ser mais importantes do que ''contas matemáticas difíceis que supostamente ''exatifiquem'' o comportamento''. Precisamos primeiro de alguns princípios universais do comportamento para que possamos começar a compreendê-lo sem a necessidade do esbanjamento desnecessário ou mesmo excessivo de habilidades matemáticas, que no fim das contas, apenas irá complicar o entendimento do assunto do que torná-lo ao mesmo tempo acessível à maioria e factualmente correto.

Quão intrínseco está uma certa tendência comportamental que apresento ou quão ambientalmente negociável ela está*

Parece que 

- honestidade

- sinceridade

- neutralidade

- boa memória autobiográfica de longo prazo

- boa capacidade lógica

(resumindo: as muitas facetas da sabedoria), são fundamentais para que uma investigação sobre o comportamento (pessoal e humano) possa se dar de maneira potencialmente correta.

Hierarquia epicêntrica

Um dos princípios que (''eu'') estabeleci para o comportamento sem precisar de matemática ou adjacentes para entendê-lo foi a teoria filosófica, forma & expressão, em que o comportamento encontrar-se-á logicamente atrelado à sua forma, tal como acontece com qualquer outro comportamento mesmo ou especialmente de elementos inanimados, como quando uma gota d'água cai em cima da superfície de uma lagoa e se espalha, do seu epicentro de impacto até às suas bordas circundantes.

A hierarquia epicêntrica reforça a imprescindibilidade da sabedoria/racionalidade enquanto um comportamento idealmente perfeito, porque principia-se pelo auto-conhecimento e vai gradualmente se espalhando, do seu epicentro/ conhecimento sobre si mesmo, até em relação ao ambiente/realidade em que vive, passando pela compreensão factual interpessoal. É lógico acreditar que todo comportamento, simples a complexo, principia-se de seu centro, de si mesmo, de seu epicentro, e espalha-se, expressa-se em direção à sua área de vivência e que esta expressão/este comportamento dependerá de suas características intrínsecas, de uma pedra, de um vírus, de um primata ou de um ser humano.

E tal como no caso da intrinsicabilidade, quanto maior for a intensidade de certo comportamento, mais provável, de que será mais intrínseco ao ser que o expressou, que o expressa.

E a intrinsicabilidade ainda funcionará como um elemento intermediador em relação à herdabilidade e à hereditariedade, enquanto uma medida de intensidade expressiva, novamente, ''explicando'' ''a minha ideia'' sobre os diferentes graus ou tipos de transmissão intergeracional de caracteres, em que teremos a transmissão de certo traço de modo mais intenso , menos intenso, comum/literalmente hereditário, inexistente, incomum/mutante, etc...