Minha lista de blogs

Mostrando postagens com marcador pautas identitárias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pautas identitárias. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Se a "esquerda" é realmente a favor do "coletivo"...

 ... então, por que incentiva tanto o sectarismo identitário?? 

É comum esse pensamento, mesmo entre os que se antagonizam às crenças e políticas das "esquerdas", de que as mesmas são a favor do "coletivo", até mesmo para condená-las, no sentido de serem a favor que o indivíduo sempre se submeta à vontade de uma maioria*, um cenário distópico de democracia que eu tenho chamado de democracismo. Mas nem isso, já que, pelo menos em países outrora autodeclarados socialistas e os remanescentes, nem mesmo essa lógica simplória e problemática do democracismo tem sido instituída, se esses países têm funcionado politicamente como ditaduras de partido único, em que é o próprio partido do governo que determina os seus rumos, sem participação popular verdadeira. 

* Momento de amnésia seletiva da "direita", se é justamente isso que ela também tem feito em seu longo histórico de hegemonia cultural e política. 

Mas a pergunta do título desse texto coloca "em cheque" a validade desse pensamento ou afirmação, já que, se fossem realmente a favor do "coletivo", vulgo, povo, e suas múltiplas identidades interseccionais, não deveriam promover certos grupos em detrimento de outros, como têm feito, pois o "ser a favor do coletivo" condiciona que "todos" os grupos identitários sejam favorecidos, especialmente e, por lógica racional, aqueles que estão vagamente categorizados, sem implicações morais diretas, por exemplo: homens, brancos, altos, heterossexuais... 

Então, novamente, as "esquerdas" não podem ser consideradas como "a favor do coletivo" por promoverem um tratamento muito desigual entre grupos humanos, em que alguns grupos são tratados como inferiores (geralmente, determinados de maneira generalizada como opressores) aos que são tratados como superiores (oprimidos), ainda mais quando tomam o poder, nesse caso, especificamente a "esquerda" radical, e passam a ter total controle sobre uma sociedade. China, Coreia do Norte, Cuba e os ex países socialistas da cortina de ferro no Leste Europeu, são exemplos notórios e constantes de que a "esquerda", na prática, tem sido tão ou mais carrasca do povo que a "direita", mesmo se tem contribuído com melhorias sociais, se têm sido frequentemente acompanhadas por políticas tacitamente opressoras contra grupos que condenam como "inimigos dos interesses do estado", quer seja em um cenário de controle absoluto ou de controle relativo a predominante (tal como tem acontecido em países ocidentais atualmente, nessa década de 2020, em que a "esquerda" identitária se tornou dominante em vários setores-chave, como a cultura e a educação, mas também, não de maneira absoluta, no governo). 

Mas o "ser a favor do coletivo" também implica em ser a favor do indivíduo 

A ideia dicotômica de que, se colocar como favorável ao coletivo implica no sacrifício do indivíduo, me parece ser potencialmente problematizável, já que uma coletividade é sempre composta por indivíduos, sua matéria-prima, e portanto, sua expressão mais visceral. O "ser a favor do coletivo", então, também deveria significar em "ser a favor dos direitos individuais". O único ponto relevante de discordância seria justamente quando existe uma imposição de dicotomia, se do coletivo, usado contra o indivíduo, ou o oposto, quando é o indivíduo que, sob um efeito de manada, pode sacrificar o coletivo, como tem realmente acontecido nas sociedades "modernas". No mais, a conclusão final é que, ser a favor do coletivo não implica automaticamente em ser a favor do coletivismo, se também é possível pensar da maneira que eu propus nesse texto, em que, ser favorável ao bem-estar coletivo inevitavelmente implica no bem-estar dos indivíduos que compõe a coletividade, mas sem que um anule o outro, diga-se, o paradigma de se conseguir conciliar os seus interesses, estritamente no sentido de "harmonizar". 

domingo, 23 de junho de 2024

Razões para ser ou se tornar um progressista dissidente às esquerdas marxista e identitário-burguesa/Reasons to be or become a progressive dissident to the Marxist and bourgeois-identitarian Lefts

 Ambas, apesar de se declararem como progressistas, na verdade, são regressistas (em relação à melhorias sociais), porque, mesmo se bem intencionadas*, se baseiam em crenças, ideias e/ou pensamentos que destoam variavelmente dos fatos e de análises mais ponderadas, se comportando como "pseudociências do bem", em que ocorre uma inversão da ordem de ouro da sabedoria e, portanto, da justiça, em que a moralidade, ou o que se considera como certo ou errado, determina o que se considera como falso ou verdadeiro, e não, primeiro, a busca pela verdade objetiva e imparcial como determinante moral. E quando muitas dessas crenças, ideias ou pensamentos se concretizam como políticas públicas, tendem a prejudicar, a médio e longo prazo, mas mesmo a curto prazo, inclusive os próprios "progressistas". Por exemplo, políticas de multiculturalismo e/ou imigração em massa, sem controle, em que ocorre a entrada e o aumento de indivíduos vindos de culturas machistas e homofóbicas ao país que os recebe, e que também tendem a apresentar capacidades cognitivas baixas, incluindo a de racionalidade (traços mais intrínsecos, geralmente, pouco reativos à intervenções sociais ou educativas), causando um aumento proporcional de violência e outros tipos de conflitos diretamente relacionados a essas diferenças culturais, psicológicas e cognitivas intratáveis. E ainda associado a isso, só para piorar um pouco mais, existe a imposição do politicamente correto ou polícia de pensamento "de esquerda", que tolera a intolerância importada e penaliza dissidentes ideológicos que criticam essas políticas...


* Se em relação às suas "elites", é pouco provável...


Já em relação à esquerda marxista ou revolucionária, "de raiz", a mesma, enquanto se diz a favor da democracia, defende ditaduras como Cuba, China e Irã, por se declararem "socialistas" ou como antagonistas aos EUA e seus aliados; faz o mesmo com países historicamente "socialistas", como a extinta URSS, fazendo pouco caso sobre os seus múltiplos crimes cometidos enquanto existiu... Enfim, apresenta o mesmo fanatismo extremo de seita ou culto, incapaz de uma autocrítica ponderada, de evoluir além do nível muito baixo de coerência moral e intelectual em que se posiciona desde a primeira revolução "popular", na Rússia. Por isso que também não tem como seguir apenas a lógica progressista, de defesa pela justiça social, e continuar alinhado ideologicamente à pelo menos uma das esquerdas principais.


Both, despite declaring themselves to be progressive, are actually regressive (in relation to social improvements), because, even if well-intentioned*, they are based on beliefs, ideas and/or thoughts that vary from facts and more considered analyses. , behaving like "pseudosciences of good", in which there is an inversion of the golden order of wisdom and, therefore, of justice, in which morality, or what is considered right or wrong, determines what is considered false or true, and not, first, the search for objective and impartial truth as a moral determinant. And when many of these beliefs, ideas or thoughts materialize as public policies, they tend to harm, in the medium and long term, but even in the short term, including the "progressives" themselves. For example, policies of multiculturalism and/or mass, uncontrolled immigration, in which the entry and increase of individuals from sexist and homophobic cultures occurs in the country that receives them, and who also tend to have low cognitive abilities, including of rationality (more intrinsic traits, generally not very reactive to social or educational interventions), causing a proportional increase in violence and other types of conflicts directly related to these intractable cultural, psychological and cognitive differences. And also associated with this, just to make things a little worse, there is the imposition of political correctness or "left-wing" thought police, which tolerates imported intolerance and penalizes ideological dissidents who criticize these policies...


* If in relation to your "elites", it is unlikely...


In relation to the Marxist or revolutionary left, while it claims to be in favor of democracy, it defends dictatorships such as Cuba, China and Iran, for declaring themselves "socialist" or as antagonists to the USA and its allies; does the same with historically "socialist" countries, such as the extinct USSR, making light of its multiple crimes committed while it existed... In short, it presents the same extreme fanaticism of a sect or cult, incapable of thoughtful self-criticism, of evolving beyond of the very low level of moral and intellectual coherence at which it has been positioned since the first "popular" revolution in Russia. That's why there's no way to just follow the progressive logic, defending social justice, and continue ideologically aligned with at least one of the main lefts.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

A maior falácia do "lugar de fala" viola o princípio mais básico da justiça

 Ser justo é ser imparcial e objetivo, é não tomar lados de imediato, de buscar não ser tendencioso, mesmo que isso seja praticamente impossível, se até a racionalidade também é tendenciosa, por ser ela mesma uma escolha específica de conduta intelectual e moral. Portanto, o ser imparcial, para ser mais preciso, não é o mesmo que não tomar lados, que seria a neutralidade, e sim de tomar o lado dos fatos, da verdade objetiva e sim ela é possível, ao contrário do que pensam os relativistas mais crônicos. Mas, segundo muitos autodeclarados de esquerda ou progressistas, o "lugar de fala" de um indivíduo é a perspectiva mais importante a ser levada em consideração, porque consiste em suas vivências em primeira pessoa, consideradas mais realistas que uma tentativa de observação imparcial. Isso significa, em termos literais, que, por exemplo, uma pessoa negra (sempre) estaria em maior capacidade de falar ou testemunhar sobre questões geralmente associadas à sua condição social, no caso, racial, tal como o racismo, do que uma pessoa de outra raça, já que tende a não apresentar as mesmas vivências. Mas essa interpretação, além de desprezar que o racismo pode ser vivido por pessoas de todas as raças por ser uma forma de tribalismo, uma inclinação universal do comportamento humano (e não-humano), também despreza que é totalmente possível que uma pessoa "de outra raça" possa, desde que baseada na razão, analisar e julgar com variável precisão questões geralmente vividas por indivíduos de outros grupos raciais. E isso se aplica à qualquer outra categoria, de gênero, sexo, orientação ou identidade sexual... Não que o "lugar de fala" seja completamente falacioso. Mas acreditar que apenas quem vivencia algo em primeira pessoa que tem a capacidade de descrever com precisão suas experiências e o que significam, isto é, que a experiência é sempre superior à capacidade racional, isso sim é uma falácia, pois seria tal como se, por exemplo, para compreender uma doença específica, em si, apenas pela experiência de adoecer dela, como se não fosse possível compreendê-la sem ter que vivenciá-la. Parece óbvio que, quem vivencia em primeira pessoa tende a desenvolver um conhecimento mais visceral. Mas nada impede que possam ocorrer exageros ou mesmo mentiras conscientes durante esse exercício e nem que, quem não vivencia determinada experiência possa desenvolver uma melhor compreensão sobre o tópico. Como conclusão, para validar o "lugar de fala" como ferramenta útil de conhecimento, é necessário que seja submetido à primazia da imparcialidade e da objetividade, enfim, da razão, que colabore e enriqueça ao invés de antagonizar com a mesma, porque, do contrário e estará contribuindo com a proliferação de uma abordagem potencialmente injusta, em que o "lugar de fala" de uma pessoa passa a ser considerado como uma prova cabal da verdade, tratando-o exatamente como uma fonte objetiva de informação, e não que se trata de uma fonte primariamente subjetiva. Por fim, essa colaboração faz-se absolutamente necessária...


Dos riscos envolvidos estão: de se estabelecer novas narrativas opressoras em que indivíduos são inibidos de falar sobre "os lugares de fala alheios", por exemplo, de um indivíduo desprovido de "aparência estética dentro dos padrões normativos" sofrer intimidação ou mesmo humilhação por outros ao opinar sobre qualquer questão atrelada; dos setores mais "reacionários" adotarem essa abordagem justamente para reforçar injustiças, tal como coibindo que "pobres falem sobre o lugar de fala dos ricos"; e ainda pode piorar muito, de que possa ser usado de maneira mal intencionada em questões jurídicas, tal como em falsas acusações de assédio ou abuso sexual...

Bem, acho que consegui demonstrar que há muitos riscos envolvidos na adoção do "lugar de fala", pelo menos de acordo com a maneira pretendida pela suposta "esquerda" identitária, que é impossível instrumentalizá-lo para que contribua sistematicamente com a prática da justiça sem ter o critério da racionalidade como o mais importante.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Mais um exemplo (da copa) sobre um grande problema da esquerda: a esquerda identitário-burguesa

 Agora, segundo alguns pensadores da esquerda identitária, está errado torcer contra a seleção brasileira nessa copa do mundo do Qatar porque... 


... "ela representa UM TIME DE EXCLUÍDOS, DE MARRONS, AMARELOS E PRETOS da periferia do mundo; porque brasileiro que torce contra o Brasil não se opõe a um time, mas rivaliza contra o terceiro mundo"...

Esse é um post que acabei de ver no Instagram e mostra o porquê de ser um "pecado" torcer contra o "Brasil", com vídeos de torcedores da seleção de vários países pobres, como Bangladesh. 

Que emocionante...

Só que, primeiro, a seleção brasileira é composta por multimilionários, por ex excluídos que, definitivamente, não mais representam gente pobre;

Segundo: como a esqueerda identitário-burguesa, em teoria, odeia o "homem branco", supostamente não existem excluídos de raça branca. Pois eu, que sou um homem branco, latino-americano, bissexual, com excentricidades mentais//sem emprego e de classe média baixa, aliás, que seria um indigente sem a tolerância dos meus pais em permitir que continue morando com eles, devo ter muitos privilégios, a maioria dos quais eu desconheço, claro. 

Mas será que, nesse post, o autor se esqueceu que existem negros, marrons e amarelos ricos???

Mesmo que não representem a maioria dos seus respectivos grupos... sem falar de amarelos, marrons e pretos de classe média alta no continente africano, na Índia e na China; e de japoneses e sul coreanos que, mesmo não sendo exatamente de "excluídos", estão longe de serem equiparáveis com a maioria dos bengalis (habitantes de Bangladesh), por exemplo;

Terceiro, que devemos esquecer o que o futebol representa: as desigualdades absurdas causadas pelo capitalismo, e torcer para que a seleção vença porque, assim, seus milhões de torcedores excluídos e coloridos ficarão felizes, se sentindo "representados"* apesar de continuarem alienados às suas realidades sociais, é isso??? 

* Em que categoria de "não-branco excluído" o jogador Lionel Messi e outros jogadores (brancos) da seleção argentina devem se situar?? 

Devemos esquecer a absoluta anti-meritocracia de existir uma elite de esportistas ganhando INFINITAMENTE mais que 95% da população mundial e que ainda são extremamente valorizados, em grande  contraste a profissionais de significativa importância para qualquer sociedade, como os cientistas (éticos), apenas porque eles dão mais lucros aos seus patrocinadores??? 

A lógica capitalista mais básica...

Devemos parar o boicote a essa copa que tem como país-sede o Qatar, e$colhido sem problemas pela Fifa, um país que exclui mulheres, LGBTs, trabalhadores estrangeiros e até cachorros de poderem ter uma existência digna??? 

Segundo nossos amigues, sim.

O racismo parece que virou uma espécie de chantagem emocional, pela esquerda identitário-burguesa, para "passar pano" em especial para pseudo-inclusões ou representatividades vazias, de político gay neoliberal a jogadores pretos de origem periférica, que hoje, são multimilionários.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Sobre três diferenças elementares entre pautas de direita e esquerda

 I. As direitas também têm pautas identitárias e trabalhistas, não apenas as esquerdas. A maior diferença é que enquanto as pautas progressistas são, por via de regra, a favor da ampliação de direitos, particularmente para os grupos mais desfavorecidos, as pautas conservadoras tendem a propor o oposto. 


Essas pautas são, basicamente, sobre identificação ou identitárias e recompensa ou trabalhistas.

II. Enquanto as pautas identitárias são a maior força das direitas, especialmente da extrema direita, e as trabalhistas são sua maior fraqueza, o padrão oposto tem sido estabelecido para ou entre as esquerdas. No caso das direitas, é a diferença entre se identificar ideologicamente, de compartilhar os mesmos valores "tradicionais" com uma parcela importante da população, e a de propor medidas que tiram ao invés de ampliarem direitos, que visam agradar as "elites", principalmente a burguesa. Já entre as esquerdas, enquanto as pautas identitárias focam em grupos, geralmente minorias ou maiorias historicamente marginalizadas e ideologicamente difusas, e ainda pior já que o fazem de maneira não muito inteligente ao transformá-las em "vacas sagradas", isto é, em grupos incriticáveis segundo o seu politicamente correto, as pautas trabalhistas focam na maioria da população que não é rica, apresentando um maior alcance de popularidade...

III. Mais uma diferença:

A esquerda moderada, pelo menos atualmente, é a identitária, porque visa promover a igualdade social de maneira mais indireta para os grupos que diz defender ao invés de fazê-lo para a população como um todo, especialmente para a parcela mais necessitada e sem discriminar, enquanto que a esquerda radical é a trabalhista, porque visa combater de maneira mais direta as consequências negativas da hegemonia capitalista. E ssso acontece justamente por causa do domínio significativo do capitalismo nas sociedades humanas de nossa época. 

Já a direita moderada tem sido a trabalhista, porque almejar manter e até aprofundar medidas neoliberais ou capitalistas, e a radical, é a identitária, que visa por mudanças mais profundas, neste caso, uma maioria de retrocessos, justamente pelo sucesso que a esquerda cultural tem tido nas últimas décadas...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Ainda sobre o(s) problema(s) do ativismo antirracista...

 ...bem como de outros ativismos


Será que a maioria dos ativistas antirracistas realmente sabe como ajudar a resolver os problemas crônicos das comunidades periféricas [ou populações ''negras'] ??


Mulheres negras e pardas são desproporcionalmente atingidas pela violência doméstica, que não é resultado do ''racismo estrutural'' ou do ''privilégio branco'', mas de falta de caráter ou de controle emocional dos seus parceiros, parentes... enfim, de homens, em sua maioria, negros e pardos, que as agridem e/ou matam.


Homens negros e pardos são desproporcionalmente vitimados pela violência e que também não pode ser absolutamente creditado ao "racismo estrutural" ou ao "privilégio branco" porque a maioria dos seus algozes são outros homens, negros e pardos...


Rivalidades acirradas entre gangues, crimes de honra e/ou, de maneira geral, maior incidência de masculinidade tóxica, são os fatores mais importantes que explicam os altos índices de violência observados neste segmento demográfico.  


Portanto, o problema, essencialmente falando, não é a raça, tal como pensam os racistas, ou o fato de serem homens, tal como pensam as feministas radicais, ou o fato de serem pobres, tal como pensam muitos ativistas de esquerda...  


No entanto, tem sido o modus operandi de ativistas antirracistas culpar apenas as circunstâncias socioeconômicas desfavoráveis, causadas pelo capitalismo, mas principalmente o racismo, porque acreditam na narrativa de que "negros estão sofrendo um verdadeiro genocídio orquestrado pela polícia ou pelo Estado"e argumentar diferente disso se transformou numa espécie de "heresia politicamente incorreta" com direito a ser precipitadamente julgado como uma pessoa insensível e cruel.


É lógico que viver na pobreza, relativa ou extrema, aumenta o risco de que mais jovens acabem caindo no mundo do crime. Ainda assim, o que percebemos é que a maioria dos jovens pobres, de todas as raças, busca sobreviver com dignidade a essas condições que têm sido praticamente impostas pelas "elites" econômica e política (especialmente as "conservadoras"). Portanto, outros fatores, além da pobreza ou da desigualdade, devem ser levados em consideração, e o psico-cognitivo parece ser um dos mais importantes justamente por apresentar um padrão constante, que independe das circunstâncias ou da classe social...


Com esse e outros textos que já produzi e que não são condescendentes aos equívocos cometidos e constantemente retroalimentados por frentes progressistas, eu tenho como única intenção tentar ajudá-las em suas autocríticas pois é justamente esta incapacidade que tem sido uma das principais responsáveis pelo avanço da ultradireita no cenário político atual. Porque não adianta culparem apenas algoritmos e fake news pela perda de credibilidade das esquerdas perante ampla parcela da população, em vários países ocidentais, quando, conscientes ou não disso, agem com base no raciocínio de que os fins justificam os meios, se os meios usados distorcem fatos, perpetuam injustiças e aumentam ao invés de diminuírem os problemas existentes...


Mas, então, como (começar a) solucioná-los???


Porque a maioria dos progressistas acredita que a índole não é o fator mais importante para explicar as nossas condutas morais, logo, propõem como medida de longo prazo para solucionar o problema da violência, por uma educação de qualidade, se acreditam que a correlação entre menor escolaridade e propensão ao cometimento de crimes de colarinho azul, é uma causalidade. Também propõem pelo fim das desigualdades sociais porque acreditam ou usam o argumento de que a pobreza causa essa propensão.


Sim, eu concordo totalmente com o fim das desigualdades, especialmente das extremas, por serem injustas, mas, como fazê-lo??


Pois mesmo se houvesse uma repentina e planejada melhoria na qualidade de vida dos moradores de comunidades carentes, por exemplo, substituindo suas moradias, geralmente precárias, por casas seguras e bonitas, asfaltando as ruas, promovendo o saneamento básico e equipando suas escolas com o que tem de melhor, que são medidas louváveis, desejáveis e necessárias, ainda é muito provável que não eliminariam essa tendência para o comportamento agressivo ou para a masculinidade tóxica de muitos homens "pretos e periféricos" porque o "elefante branco nesta sala" continuaria a ser a índole.


As abordagens possivelmente mais eficientes para diminuir, podendo até reduzir de maneira significativa, a criminalidade nessas comunidades e elevar a qualidade de vida de suas populações, associadas à essa promoção de melhorias estruturais citadas, seriam condenadas como práticas de "eugenia", vagamente falando, pela maioria dos progressistas porque, a priori, como medida branda, seconsistiriam no massivo incentivo ao planejamento familiar, especialmente das famílias mais pobres e, como medida muito mais contundente, no rastreamento de linhagens polimórficas de onde nascem a maioria desses indivíduos, não apenas de homens negros de classe social "baixa" (basal), que desde cedo ou que, ao longo da vida, vai demonstrando fraqueza de caráter: incapacidade de empatia e racionalidade, de se colocar no lugar do outro, de aprender a conter impulsos e a pensar nas consequências das próprias ações... e posteriores isolamento social ou internação em instituições especificamente designadas (idealmente pensadas e constituídas), esterilização... e no caso dos tipos mais complicados, como não existe nenhum remédio que, definitivamente, controle impulsos predatórios, até mesmo a castração química poderia ser viável. Tudo para evitar que cometam atos cruéis livremente mas também que não sejamos forçados a "praticá-los" com eles como último recurso de defesa ou contenção. No entanto, a adoção dessas medidas sem também propor mudanças mais profundas nas estruturas socioeconômicas responsáveis pelas desigualdades extremas, mais se parecerá como uma higienização das classes trabalhadoras pelas "elites" e lembrando que todas as classes sociais deveriam passar pelos mesmos processos, especialmente no caso de medida mais contundente de combate à criminalidade... de todos os tipos (??). 


O incentivo massificado ao planejamento familiar claro que, associado à melhoria das condições sociais, seria, a priori, a medida mais adequada, já que combateria de frente o problema malthusiano das famílias mais pobres, em que o número de bocas para alimentar de um núcleo familiar típico excede ao seu poder de compra, por exemplo, em relação à cesta básica. Desprezando que famílias muito pobres já apresentam, em média, características [predominantemente intrínsecas] que as desfavorecem perante a competição imposta ou típica de sociedades capitalistas, como uma menor capacidade cognitiva.


Só que, para a grande maioria dos progressistas, as minhas palavras soarão como às de mais um fascistinha de merda que odeia pobre e preto, de um racista//nazista que, na verdade, só quer diminuir essa população, de um eugenista esnobe e "punitivista". Talvez esnobe eu também seja se somos um pouco de tudo, inclusive de adjetivos não muito virtuosos. Mas, se quisermos realmente pensar na resolução de boa parte dos problemas que afligem essa e, em menor ou maior grau, todas as populações humanas, temos que pensar seriamente e isso inclui propor medidas bem menos brandas ou abstratas que eles tendem a preferir. Ah, sobre redução populacional, mediante o estrago da nossa pegada no meio ambiente, eu sou totalmente favorável pela diminuição da população humana, de maneira geral, bem como de todas as nossas ações que alimentam esse ciclo de destruição e desequilíbrio...


Tem uma hipótese evolutiva que eu acho muito lógica para explicar o problema da correlação positiva entre comportamentos explicitamente violentos, ser homem e pertencer à classe social "baixa", não apenas um problema comum às populações negras... que é a de que ambientes sociais precários podem aumentar a pressão seletiva por homens com tipos de personalidade mais combativas e, portanto, potencialmente agressivas ou tóxicas, ao invés de selecionar pelos mais pacíficos, principalmente se não tiver nenhum mecanismo de contenção da fertilidade desses mais agressivos. Uma maior proporção de homens jovens, competitivos, individualistas, territorialistas e tóxicos ocupando o mesmo território = mais violência.  É verdade que, por causa da complexa natureza humana, tendemos ao polimorfismo e, portanto, nem todo filho de peixe, peixinho será. Ainda assim isso não significa que os nossos padrões de hereditariedade e transmissão biológica inter-geracional serão completamente aleatórios se podemos reparar tendências lógicas, por exemplo, de que filhos de pais "mais inteligentes'' tendem a puxá-los neste aspecto, que não se limita ao mesmo e que não é reflexo absoluto da criação dada por eles. Eu já comentei em outro texto, distante, que as esquerdas têm demonizado o termo eugenia como se só pudesse ter serventia para o mau uso ou de ser sinônimo de nazismo. No entanto, da mesma maneira que conseguimos ter algum controle sobre o meio natural também precisamos ter sobre o antrópico. O grande desafio seria de construir meios de controle eficientes, justos e humanitários, que não têm sido a regra. Uma demonstração de que não temos controle adequado ou ideal sobre a qualidade do meio antrópico é justamente pelo predomínio de tipos sociopáticos no topo da pirâmide social resultando na normalização de injustiças, corrupção e alienação.  Se é verdade que traços psicológicos e cognitivos não são apenas produtos do meio, que não nascemos como "folhas em branco", que podemos prever ou perceber padrões de comportamento anti social desde a tenra infância assim como também um espectro de diversidade de tendências, então, pode ser possível nos anteciparmos para que corruptos não mais abundem na política e desvirtuem a sociedade de um caminho constante de melhorias estruturais  ou que tipos violentos prosperem em domínio territorial, fertilidade diferencial, currículo de crimes contra inocentes e desarmonia social em áreas urbanas.


Mas, volto a dizer com a absoluta certeza de que a maioria dos progressistas condenaria o conteúdo deste texto e o seu autor, o que me faz concluir que um dos maiores entraves para o sucesso político e cultural das esquerdas no mundo ocidental está nelas mesmas pois têm demonstrado uma incapacidade praticamente natural de aceitarem que cometem equívocos graves, que não são apenas erros estratégicos, por exemplo, de conseguirem admitir que "aqueles fascistas" e também as ditas "massas" não estão errados sobre absolutamente tudo, tal como pensam, inclusive ou especialmente sobre alguns dos pontos que polemizam mais..


Para não cometer nenhuma injustiça, destaco aqui, no final do texto, os pontos defendidos por ativistas antirracistas que estão ou que considero como os mais certos e algumas ressalvas. Rapidamente... de que o racismo realmente precisa ser combatido, de que as pessoas devem ser julgadas por suas características intrínsecas e não superficiais.  Mas que também precisa ser plenamente compreendido pois não basta dizer que qualquer ofensa verbal é racismo, no mesmo nível de gravidade de ações que excluem ou vitimam injustamente indivíduos por causa de suas raças. Ou que não existe racismo contra brancos bem como diferenças legítimas entre preferência e preconceito, que precisamos desenvolver esses tópicos com mais profundidade e justiça pois é assim que começaremos a, de fato, dialogar, conciliar e conceder não apenas com outros progressistas mas também com o máximo de pessoas que conseguirmos alcançar, enfim, com a pluralidade ideológica que geralmente caracterizam as populações humanas.


De que as autoridades precisam começar a resolver o problema da superlotação e/ou falta de organização de penitenciárias, com muitos casos não-julgados incluindo de inocentes e de tipos que cometeram crimes "menores', e que só estão mantidos em cárcere por serem pobres, especialmente.


Truculência policial generalizada no lido com moradores de comunidades carentes; proliferação de milícias corruptas...


Como conclusão e dica para quem lê  os meus textos sobre política e concorda com os meus apontamentos, de que precisamos ser muito mais diretos com as massas progressistas (e o mesmo para as conservadoras) questionando-as sobre o que de fato querem,  se querem derrotar as direitas, especialmente a ultradireita, que tem avançado muito ou perigosamente nas últimas décadas, não só "por derrotar" mas tendo total consciência do que significa sua perpetuação no poder,  ou se estão mais preocupadas em alimentar os seus egos famintos e gulosos... e com a elevada chance de ainda não conseguirmos extrair da maioria deles repostas satisfatoriamente honestas..

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Por que as elites neoliberais ADORAM as pautas identitárias??


A partir do momento em que as pautas identitárias largamente substituíram as pautas trabalhistas na luta por justiça social, a luta de classes deu lugar à de identidades. Em outras palavras, o importante  debate sobre as desigualdades sociais a partir de uma perspectiva de classe, passou a ser eclipsado por uma frágil coalizão de frentes alienadas entre si, a feminista, a Lgbt, a antirracista, a ambientalista.. então, invés de irem agregando mais lutas e mantendo em destaque a principal delas, os progressistas têm trocado umas por outras. Ao invés de uma narrativa unificada, coerente e forte, várias pequenas narrativas autocentradas que lutam sozinhas e que, com frequência, se excedem, normalizando equívocos e contradições.

 

Como consequência, a culpa pela desigualdade social, bem como de outras mazelas, saiu das costas das "elites" política e econômica, especialmente das "conservadoras", e foi parar principalmente nas costas dos "brancos", que foram transformados nos "maiores vilões da história da humanidade".

 

Mas, quais brancos??


Segundo muitos ativistas antirracistas, todos!! Porque todos os brancos supostamente se beneficiariam de um privilégio branco... se desprezam o fato de que, apesar de injustiças históricas massivas (escravidão) e isoladas (discriminação racial legítima), privilégios de raça estão intrinsecamente associados à classe social, do contrário, brancos pobres e de classe média não seriam explorados por "suas elites".


E para piorar mais um pouco, as pautas identitárias também passaram a ser cooptadas pelas elites neoliberais, porque têm sido úteis no fomento de desunião, animosidade e alienação entre as pessoas comuns, ao invés de uni-las em prol da justiça social.


É aquele rico que diz que a culpa da desigualdade é do branco e não do rico. E ainda posa de ''bonzinho'' na frente das câmeras.

 

Com a ausência de uma perspectiva dominante de classe, pautas identitárias, como o antirracismo, passam a focar em excesso em suas próprias áreas, resultando em abordagens e medidas que geralmente culpam os sujeitos errados, visando combater injustiças, mas substituindo-as por outras.


Por exemplo, de se separar até 30% de vagas de emprego público para negros e pardos, deixando brancos, sem privilégio branco, em clara desvantagem, com perdão do trocadilho.


O verdadeiro problema não é um suposto complô que favoreceria massivamente brancos sobre negros e pardos no mercado de trabalho, especialmente para os cargos públicos, se os seus processos seletivos se baseiam na aplicação de provas de admissão, que são meios predominantemente justos, porque não discriminam por raça, gênero ou orientação sexual.


O verdadeiro problema é sempre ideológico, sendo que a raça tem sido usada como um de seus maiores símbolos. Porque o que está subjacente é o autoritarismo/ o abuso de poder, a opressão, a exploração, enfim, a perpetuação desta "mentalidade de cadeias alimentares" que, apesar do desproporcional protagonismo histórico de europeus e descendentes nessa "modalidade", não tem preferência identitária. O problema não é uma pessoa ser branca mas usar a sua raça como símbolo estético de opressão prática. Por isso que a melhor maneira de combater as desigualdades raciais é combatendo as sociais, até para não cairmos na falácia da "proporção perfeita", de que a maioria se não todas as profissões/ocupações precisam apresentar uma composição étnica ou de gênero proporcional ao peso demográfico de cada população, desprezando diferenças de proclividades potencialmente mais intrínsecas entre os diferentes grupos humanos.

 

Aqui, enumero alguns dos problemas que considero como os maiores responsáveis pela precarização do padrão e da qualidade de vida das classes média e trabalhadora, especialmente no Brasil (claro, provocados por essas ideologias "conservadoras"):


- a quantidade insuficiente de vagas para uma demanda maior que, junto com a progressiva mecanização de diversos setores, inevitavelmente resulta no aumento do desemprego;


- a valoração extremamente desigual dos salários,

- a carga tributária injusta que pesa mais sobre quem tem menos,

- o aumento do custo de vida;


- a instabilidade do emprego,

- a normalização do abuso nas relações entre patrão e empregado


e a ineficiência programada, associada ao enxugamento do Estado na assistência à população, em prol da expansão do setor privado, sempre visando o bem ($$) de todos, é claro...


As desigualdades raciais e de gênero apenas seguem essa mesma tendência.


Portanto, o problema não é que, supostamente "brancos" estão ocupando lugares que deveriam ser de negros e pardos, graças a um "racismo estrutural' intacto, resultando nas desigualdades salariais, por exemplo. Mas que faltam vagas de emprego para todos ou ao menos para um número potencialmente maior de candidatos. O mesmo para as universidades. Que as diferenças salariais entre classes sociais sejam tão grandes. Que a carga tributária penalize mais "remediados" e "pobres". Que o custo de vida tenha aumentado tanto por causa da explosão criativa no setor empresarial e consequente crescimento do preço dos produtos, diga-se, uma explosão sem controle. Que a oferta de empregos seja menor que a procura...


E também é interessante observar que, diferente da percepção popular sobre o tamanho do Estado brasileiro, na realidade ele é muito menor se comparado com alguns dos países que apresentam os melhores indicadores sociais, tal como os nórdicos.


Um Estado menor emprega menos e fiscaliza menos. O problema do Estado não é o tamanho mas a ineficiência provocada por tipos corruptos que dominam a sua hierarquia de funcionários. Bastaria acabar com a mamata especialmente no topo e colocar gente de caráter e inteligência que o Estado deixaria de ser sinônimo absoluto de ineficácia e corrupção.Eu já comentei que o Estado é o equivalente ao esqueleto do corpo humano, por ser a estrutura que mantém o organismo social. 


 

As causas para as desigualdades raciais são muito parecidas com as das desigualdades sociais; são multifatoriais e não serão resolvidas com maior representatividade de "minorias' nos centros de poder ou cotas em empregos públicos, se o que mais importa é a capacidade específica, a vontade e a idoneidade do sujeito para o cargo que almeja ocupar e não raça, gênero ou orientação sexual. Rever os métodos usados para a disputa de vagas também deveria estar em debate, como eu já comentei, de se buscar por critérios mais objetivos como no caso do processo seletivo para exercer a profissão de advogado... se a capacidade de memorização de leis é realmente o critério mais importante para quem pretende julgar e aplicar a justiça (de preferência, com justiça) ou se também não seria melhor que fossem avaliados os níveis de racionalidade e caráter dos candidatos...


É perfeitamente válido e necessário combater o racismo, a lgbtfobia, a misoginia, o especismo dentre tantas outras mazelas, mas com leituras ou análises precisas para construirmos abordagens realmente eficientes que não busquem substituir uma injustiça por outra ou que apenas atenuem os sintomas se esquecendo da doença. É evidente que não existe uma real dicotomia entre pautas identitárias e trabalhistas se são complementares. Mas, a partir da hegemonia das pautas identitárias e consequentes excessos, tem-se fabricada uma dicotomia artificial entre elas e resultando na rejeição de uma importante parcela da população quanto às esquerdas, abrindo caminho, tanto para a contínua e perversa hegemonia da "centro-direita" no poder quanto para o avanço da ultradireita nos espaços políticos, que só têm se fortalecido graças aos erros das esquerdas e sua capacidade subdesenvolvida de autocrítica.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

O esquerdismo burrinho do [agora] Brazil...

Existem as pautas identitárias e as pautas trabalhistas. Ambas importantes, mas, como tudo tem [ou têm] uma hierarquia, então uma delas será mais importante, no sentido de ser a mais básica, e é a trabalhista. Também, pudera, antes de garantirmos os direitos individuais de minorias [e não tão minorias] historicamente oprimidas, deveríamos ter garantido os direitos da maioria trabalhadora, salvaguardando o básico de sua dignidade. Com o meus botões, acredito que, por agora, existem dois modelos de socialismo, diga-se, parcial, ou dentro de um sistema capitalista, como um apaziguador das barbeiragens que este segundo sempre comete: o modelo europeu e o modelo estado-unidense. 

O modelo europeu enfatiza as pautas trabalhistas enquanto o estado-unidense super enfatiza as pautas identitárias. Não é que o modelo europeu deixe as pautas identitárias de lado, mas que primeiro, dá atenção, corretamente, ao que precisa vir primeiro, ora bolas, que é a possibilidade de maior igualdade e portanto, de seguridade social [pra mim e pra você]. Em contrapartida, nos EUA, socialismo tem sido, desde a um bom tempo, associado quase que exclusivamente à pautas identitárias, isto é, dos direitos de dignidade, respeito e seguridade, também, para minorias... e maiorias historicamente oprimidas pelos, em média, ''emocionalmente idiotas'' homens heterossexuais brancos e [predominantemente] cristãos... como os homossexuais e as mulheres. Mas, como as pautas identitárias são naturalmente inclinadas para questões culturais, então, os fatores econômicos não costumam ser igualmente considerados, e sim, perifericamente. Tem sido assim e não significa que a pauta identitária não possa incorporar aspectos essenciais da trabalhista. Interessante pensar que as pautas trabalhistas seriam uma maneira, se decisivamente bem aplicadas, de prestar o mesmo serviço de empatia estruturalizada, também para homens brancos, heterossexuais, cristãos ou não, e de classe trabalhadora à média, já que as diferenças entre essas classes não são tão grandes assim como a classe média gostaria que fossem. Nos EUA, até parece que a super-ênfase nas pautas identitárias seja instrumentalmente conspiratória pra fazer com que as pautas trabalhistas fossem esquecidas ou tratadas como algo mais para frente. Afinal, a pauta trabalhista, se aplicada, mudaria muito mais os EUA, enquanto que a identitária, ainda que tenha demonstrado o seu poder de transformação, se dá menos sobre as estruturas ou alicerces [modelo econômico e social]. 

E o quê que o esquerdismo brasileiro tem feito*

Bem, tem copiado o modelo americano, se esquecendo das pautas trabalhistas. Agora só falta os ''liberais'' brazileiros terminarem de liberar o país para a farra globalista financeira. Aí, [quase-] Estadius Unidius -2.0.