Dificuldade ou deficiência de aprendizagem??
A primeira expressão, dificuldade de aprendizagem, é a que mais tem sido usada, especialmente nos contextos da educação e da psicologia. No entanto, como eu já comentei antes, talvez fosse melhor se essa expressão fosse circunscrita apenas a contextos pessoais em que se perceba um potencial verdadeiro de aprendizado, que tem sido prejudicado por fatores externos ao indivíduo, e que, portanto, a deficiência de aprendizagem fosse generalizada para os demais contextos, se, de fato, uma inaptidão constante é muito provável que se consiste em um fenótipo permanente e não apenas em um quadro que pode ser completamente revertido ou solucionado. E de aceitá-lo do jeito que é, sem mais essa crença irrealista de que apresentamos potenciais indefinidos, principalmente em termos intelectuais, tão popular em tempos "pós-modernos"...
O que é mais primariamente causal a uma deficiência de pensamento racional (objetivo e imparcial)??
Por mais que a personalidade tenha um papel importante nesse quadro, também pode ser que o aspecto cognitivo influencie de maneira mais primária, por ser ou parecer mais estrutural que o psicológico, e que essa influência, portanto, seja refletida no comportamento. Por exemplo, dificuldades de flexibilidade cognitiva e de raciocínio autônomo, especialmente no sentido de "capacidade de percepção de padrões verdadeiros ou factíveis", podem ser fatores causais e antecessores que direcionam indivíduos, que os apresentam, para o fanatismo ideológico (ou fundamentalismo religioso), e que, por sua vez, se expressa exatamente como uma inflexibilidade de pensamentos, ideias e crenças... Mas não apenas uma questão de inflexibilidade, também de extrema subjetividade, o que talvez mais defina tanto o fanatismo quanto a irracionalidade: uma incapacidade crônica de pensar de maneira objetiva e imparcial, ou menos pessoal, em que acontece essa adulteração da percepção, uma espécie de intoxicação com as próprias referências apoiada por um grupo preferido e restrito de crenças dogmáticas e predominantemente irrealistas ou distorcidas dos fatos.
De novo, o paradoxo da imparcialidade
No entanto, também pode ser que a própria alta capacidade racional seja apenas um outro tipo de subjetividade, caracteristicamente menos extrema, que não possa ser universalmente desenvolvida ou alcançada, tal como eu tenho concluído. Retornando a um pensamento meu, mais antigo, sobre o mesmo tópico, em que afirmo que a racionalidade também apresenta um viés, só que um viés do anti-viés...
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