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terça-feira, 21 de maio de 2024

Quando o ativismo LGBT.... perdeu a noção de respeito: o bolo da discórdia (e do privilégio)/

 Isso já aconteceu algumas vezes. Não irei comentar sobre data, local ou nomes dos envolvidos. Só que, o primeiro caso, que depois gerou novos casos parecidos, se consistiu em um casal de LGBTs , em algum estado nos EUA, que queria encomendar um bolo de casamento de uma confeitaria e teve o seu pedido negado, porque o dono alegou que a relação civil entre pessoas do mesmo sexo vai contra suas crenças religiosas (pessoais) e, por isso, não iria confeccionar o bolo. 


Pronto. 

Foi só isso acontecer para que o casal resolvesse processar a confeitaria querendo forçar o seu proprietário a fazer o bolo para eles. Então, a mídia, geralmente mais "para a esquerda", e muitos "progressistas", aplaudiram a decisão do casal, enquanto condenaram o confeiteiro. 

Tudo certo. Só que não... Porque, a priori, ninguém deveria ser obrigado a nada que não quisesse fazer, ainda mais nessa situação. De fato, isso pode parecer discriminação. E é. Mas não significa que seja imoral, porque as pessoas podem, idealmente, se negar a fazer coisas para as outras mesmo por essas razões. Por mais tola possa ser a alegação usada, ainda é válida, pois atende ao direito de livre associação. 

Então, o que temos aqui não é a luta por respeito, necessariamente, mas o privilégio do poder, de querer se impor aos outros mesmo à revelia. 

Eu, sinceramente, penso que, se uma pessoa não quer conviver comigo, não quer a minha presença na residência dela, ser minha amiga ou não quer fazer um bolo de aniversário ou de casamento para mim por causa da minha orientação sexual, por mais que isso possa soar desagradável e desrespeitoso para mim, eu ainda preciso aceitar que não sou unanimidade e esquecer desta pessoa. 

A exceção 

Mas e se todos os confeiteiros estadunidenses se recusassem a fazer bolos de casamento para casais LGBT????

Aí teríamos um problema e é até interessante comentar sobre esse cenário de exceção, pois o direito à livre associação, aqui, mais no sentido de discriminação e que também depende do caso, pode resultar em exclusão absoluta de um grupo, que o problematizaria bastante em termos morais ou de justiça. Porém, todavia, contudo, enquanto não existir uma "máfia de fundamentalistas religiosos donos de confeitarias" sistematicamente discriminando seus clientes com base em orientação sexual ou por outra categoria...

(Eu fico pensando se o confeiteiro que se negou a fazer o bolo fosse muçulmano... Se o caso seria abafado ou mesmo se muitos "progressistas' o justificariam...) 

When LGBT activism.... lost its sense of respect: the cake of discord (and privilege)

This has happened a few times. I will not comment on the date, location or names of those involved. However, the first case, which later generated new similar cases, consisted of an LGBT couple, in some state in the USA, who wanted to order a wedding cake from a bakery and had their request denied, because the owner claimed that civil relationships between people of the same sex go against their (personal) religious beliefs and, therefore, they would not bake the cake.

OK.

So the couple decide to sue the bakery, wanting to force its owner to make the cake for them. Then, the media, generally more "on the left", and many "progressives", applauded the couple's decision, while condemning the confectioner/baker.

All very well. But no... Because, a priori, no one should be forced to do anything they don't want to do, especially in this situation. In fact, this may seem like discrimination. And is. But it doesn't mean it's immoral, because people can, ideally, refuse to do things for others even for these reasons. No matter how silly the claim used may be, it is still valid, as it meets the right of free association.

So, what we have here is not the fight for respect, necessarily, but the privilege of power, of wanting to impose oneself on others even in spite of themselves.

I honestly think that if a person doesn't want to spend time with me, doesn't want me to be at their home, be my friend or doesn't want to bake a birthday or wedding cake for me because of my sexual orientation, no matter how this may sound unpleasant and disrespectful to me, I still need to accept that I am not unanimous and forget about this person.

The exception

But what if all American bakers refused to make wedding cakes for LGBT couples????

Then we would have a problem and it is even interesting to comment on this exceptional scenario, as the right to free association, here, more in the sense of discrimination and which also depends on the case, can result in the absolute exclusion of a group, which would greatly problematize it in moral or justice terms. However, as long as there is no "mafia of religious fundamentalists who own bakery stores" systematically discriminating against their customers based on sexual orientation or another category...

(I wonder if the baker who refused to make the cake was Muslim... If the case would be hushed up or even if many "progressives" would justify it...)

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