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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A arte imita a vida

 A somma é o sermão da missa

O crime de pensamento é o politicamente correto

A linguagem neutra é a novilíngua
A Coreia do Norte é Oceania
Os EUA é uma Roma antiga
Com os seus prédios feios e modernos

A razão é uma heresia
Tal como em Demônios da Loucura

E os novos Galileus continuam a formar longas filas
Menos como mártires da verdade e mais como astrônomos da culpa

O Sol gira em torno da Terra
Vacinas matam mais que pandemias
Apocalypse Now

É o capitalismo que salva vidas
Antes de salgá-las com preços nas costelas do curral

E Adão é um sodomita
Preferiu a cobra do que sua mulher Evita
Maçã vermelha e virginal

São as colheres que dobram e é aquela pedra azul e radioativa
que brilha como um maldito cristal

Se é Uri Geller ou Yuri Gagarin
No Show de Truman
São as nossas mentiras
É a arte imitando a vida
É a loucura humana que não parece ter final

Combinação perfeita: dia nublado e Us and Them

 As nuvens lá no alto, e a minha melancolia, aqui, sempre comigo, ouvindo Us and Them, do Pink Floyd, refletindo sobre a vida, o meu passado tão presente, no meu presente tão rápido, e o meu futuro abstrato, apenas uma alusão da mente, do que pode acontecer e do que será um fato... passando pelas mesmas esquinas desde 94 (e até quando?). Um dia nublado é sempre lindo pra mim. Não importa se é segunda ou quinta, parece sempre um domingo. São essas nuvens pesadas que sempre me animam, mais que o sol amarelo e invasivo. O cheirinho de umidade no ar, de reflexão, de plenitude, mesmo se, por dentro, a alma é um grande vazio (sempre um vazio... cheio de inquietude)... 


No sábado, eu continuei vendo Asas do Desejo, daquela Berlim em branco e preto, dividida, daquela Berlim intangível para mim e morta para todos, que sobrevive apenas pelas memórias dos que a viveram e ainda estão vivos, dos que a imaginam, por documentos, vídeos, fotos, pela arte de um filme bonito. E saber que aquele anjo de cachos dourados e pernas longas bateu suas asas e voou para sempre em 2007...

Quem serão os próximos que atravessarão a curva, que deixarão o fluxo do rio??

Eu nem quero saber. Não queria ter culpa. Queria ser como um gato que só vive para o seu brio.

Us and Them é apenas mais um mantra, mas invade a minha alma como poucas músicas, com muita intimidade... Não apenas como lembrança afetiva, mas também como um espelho que reflete o que temos de mais comum, nossa densidade, nossa melancolia tão vívida. 

Se somos nós e eles, eu já sou muitos. Já fui quem eu deixei no passado, casulos e larvas, fósseis ressecados pela areia do tempo. Eu sou o que deixarei de ser amanhã, outras esperanças, realidade... E este amanhã pode chegar mais cedo do que imagino ou demorar mais do que espero. Nós, de multiplicidade, de cada momento, de cada desejo atendido e de cada expectativa frustrada. Os da minha imaginação que apenas eu sei. Desta guerra não-declarada. Meus neurônios jacobinos e os girondinos. Aqueles que tentam me convencer sobre quem eu não sou. Aqueles que abrem os meus olhos mais uma vez, todos dentro do meu ser. Nós e eles, uma combinação perfeita. 

sábado, 9 de setembro de 2023

Em busca da minha montanha

 Da tranquilidade do meu corpo.

Da paz do meu espírito. 
Que só encontro nos mares de morros.
Apenas um pouco de alívio. 
Na contemplação das nuvens.
No silêncio dos outros. 
No meu monólogo sozinho. 
No sol se despedindo. 
Sempre em busca de minha montanha.
Do meu abrigo.
Onde eu posso respirar com mais liberdade.
Fechar os olhos e dar atenção aos meus ouvidos.
Onde eu posso meditar do meu jeito. 
E dizer o que penso com toda sinceridade. 
E celebrar, mais uma vez, por estar vivo.
E passar, mais uma vez, pelo mesmo ciclo. 

"Conta Comigo" e a imersão à vida

 Eu vi, depois de um bom tempo sem a sua magia. Vi, com os preconceitos de um pós moderno que eu não sou. Vi e ouvi dublado, queria a mesma sensação das outras vezes. Me surpreendi com a sua seriedade. Me encantei novamente, como havia imaginado. Foi um arrebatamento. Aquela peça de arte que sequestra a alma por um momento. O seu eco continua até hoje, meses depois. O mesmo eco que me fez voltar a vê-lo. No original, se chama O Corpo. Sim, foi o corpo do meu espírito que me deixou por mais de uma hora. Meu pai, quando ainda era vivo, me perguntou o que estava vendo. Eu poderia chamá-lo de Imersão. Não preciso dizer que é sobre a vida. Aquele filme em que todas as cenas são sobre a vida. Aquela ficção que foi filmada no meio da década de 80 e se passa há uns 30 anos antes. Apenas amizades, desafios e uma narrativa fluindo como água limpa de um riacho, melodia e ritmo perfeitos. Imersão, em nós mesmos, nas emoções mais básicas. E o desfecho então... Ensina mais que todos os livros sagrados juntos. Nada mais sagrado que o amor entre amigos, irmãos... Pode contar comigo, de filmes lindos eu não me esqueço.

Sobre o negacionismo pseudo científico da existência de raças humanas e +1 relacionada

 Mesmo se as diferenças estatísticas de comportamento e inteligência entre grupos raciais e étnicos fossem mínimas ainda não seria racionalmente possível negar suas diferenças ou variações físico-fenotípicas, isto é, a própria existência delas.


"Raça é apenas uma construção social"

Pois, para que essa afirmação fosse verdadeira, uma auto identificação individual por critério de raça deveria ser inteiramente baseada na cultura, de modo que, por exemplo, mesmo uma pessoa completamente negra poderia se identificar como branca ou vice-versa. Mas mesmo em países de maioria mestiça, o modo de classificação racial ainda obedece aos padrões das variações fenotípicas das populações humanas em que, por exemplo, certos traços são mais considerados que outros para o mesmo, tal como a cor da pele. Além disso, como algo que, supostamente, é apenas uma construção social, pode ser percebido por análise genética?? 

Sobre a relatividade de amostras representativas

 Uma grande amostra é sempre a mais representativa?? 


Há boas razões para acreditar que amostras grandes tendem a ser mais representativas do que as pequenas. Mas você pode escolher 2.000 indivíduos não-representativos e 50 indivíduos que são muito representativos do seu grupo específico, por exemplo, 2.000 islandeses de olhos castanhos e baixa estatura versus 50 de olhos azuis e com estatura na média de sua população. Por isso que a qualidade da amostra também é importante. Atrevo-me até a dizer que um único indivíduo pode ser mais representativo do seu grupo do que 1000 (ou mais) indivíduos, também dependendo dos níveis de homogeneidade do grupo ou categoria.

A irracionalidade é uma superpersonalização da percepção da realidade...

 .. a partir de uma constante autoprojeção da própria perspectiva existencial: expectativas, sonhos, temperamento, capacidade de raciocínio, experiências de vida, resultando em um sistema individual de crenças excessivamente personalizado. 

A irracionalidade, também no sentido de incapacidade de racionalidade, como eu já comentei outras vezes, é unicamente possível à espécie humana, porque as outras espécies não têm sequer uma possibilidade de racionalidade, tal como também não podemos ser considerados deficientes na capacidade de voar. Mas, mesmo a partir dessa lógica, ainda é possível dizer que a irracionalidade humana equivale ao modo padrão praticamente absoluto das espécies não- humanas.

O que mais nos diferencia são as nossas perspectivas existenciais

 O que ou quem nós somos, pelo que acreditamos e vivemos, não apenas personalidade, inteligência ou circunstâncias da vida, mas esse todo, esse tudo que carregamos, que representamos e respeitamos até o fim; nossas crenças, certezas, dúvidas, erros, acertos, em como que percebemos, compreendemos e lidamos com o mundo, com o nosso mundo. São as nossas perspectivas existenciais que nos levam para caminhos completamente opostos, mesmo se só existe apenas um único caminho a percorrer, que é a vida. Se as construímos com base no que nossos instintos e emoções definem como verdade ou se aprendemos a buscá-la, a encontrá-la e a não cair mais na tentação de negá-la, de encarar de frente essa experiência única de existir, sem desvios ou artificialidades, mesmo as mais sofisticadas, direcionando o olhar para a essência, uma perspectiva rara e impossível para muitos, que poucos conseguem alcançar e perseverar. São as perspectivas existenciais, principalmente, que diferem o mais tolo do mais sábio, do menos alienado, o gênio do comum, o cruel do altruísta ...