... especialmente a pseudo ciência "do bem".
Inspirado na polêmica recente do livro "Que bobagem!", de Natália Pasternak e Carlos Orsi.
1. Você chama quem defende os fundamentos mais básicos da ciência de positivista
Imparcialidade e objetividade, honestidade e humildade intelectuais, empirismo... Se você classifica de maneira pejorativa como positivista quem acredita que esses valores são fundamentais para definir a ciência, em sua teoria e prática, então, é provável que você não sabe distinguir ciência de pseudo ciência.
Uma variável disso é acusá-los de ter uma fé cega pela "ciência ocidental", como se a busca pela verdade objetiva fosse uma invenção de uma cultura ou civilização específica.
2. Você argumenta que não existe apenas uma maneira de fazer ciência
Pois parece acreditar que a ciência pode ser não-empírica ou mesmo não-racional (?)...
Das múltiplas e legítimas especializações da ciência, todas têm como base os valores ou fundamentos que a caracterizam, essencialmente, particularmente os citados no primeiro ponto, que definem o método científico.
3. Você problematiza termos essenciais à ciência, enfim, para uma melhor compreensão do mundo
Verdade, objetividade e racionalidade, principalmente.
Exemplos típicos: afirma que verdade e objetividade não são possíveis, deixa vagos seus posicionamentos sobre as mesmas ou a entender que a subjetividade é absoluta sobre a objetividade; tem uma implicância pela racionalidade, por acreditar que seja oposta à empatia, à compaixão ou mesmo à justiça...
4. Você não sabe distinguir correlação de causalidade, bem como outras capacidades básicas para o pensamento científico
Tal como a de, primeiro, buscar pelas explicações menos complexas ou extraordinárias antes de pensar em adotar as mais complexas, se são muitas as pseudo ciências que se baseiam justamente em afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias.
Outra incapacidade é sobre saber distinguir correlação verdadeira de falsa.
5. Você definitivamente não aceita estar errado
Especialmente quando está ou se percebe que não tem verdadeiro embasamento lógico-racional, se para defender seus posicionamentos acaba apelando para falácias ou não consegue defendê-los de maneira honesta; porque a crença em uma pseudo ciência, que também pode ser por uma ideologia não-filosófica (ou sem ser a própria filosofia, em sua essência, como sabedoria), exige fanatismo ideológico para se sustentar.
Em outras palavras, você não é intelectualmente humilde a ponto de conseguir reconsiderar suas opiniões quando surgem opiniões melhores ou evidências que as desafiam.
6. Você definitivamente já tem alguma pseudo ciência de estimação
Esse é o sinal mais inequívoco, ainda mais se você tratá-las seriamente como se fossem ciências legítimas.
7. Você é um filosofista
Eu pensei em dois conceitos para esse termo de minha autoria. O primeiro se refere aquele que se define ou é definido como filósofo, mas mostra-se insuficiente em seu compromisso com a sabedoria, com a busca pela verdade ou melhor compreensão e, portanto, cai em uma categoria inferior a de filósofo legítimo. Já o que estou usando aqui, ainda que seja relativamente diferente, também se associa ao primeiro conceito, que parece comum aos filosofistas, no sentido de "filósofos de diploma", que é de alguém que desenvolve um fanatismo pela filosofia ou por sua concepção sobre ela, tendendo a resultar em preconceito em relação à ciência, uma espécie de cientificismo, mas da filosofia. Então, é possível que você seja do tipo que acusa qualquer um que defende a ciência "tradicional" de ser um cientificista.
Eu comentei mais detalhadamente sobre esses meus dois conceitos para filosofista nesses textos: "O filósofo, o filosofista e o fisólofo" e "Diferença[s] entre o intelectualmente inteligente e o cognitivamente inteligente".
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