Dedicado à belíssima música Winter Gardens de Harold Budd
Abriu-se o jardim da morte
Do frio, da desolação
Das lágrimas que nunca secam
Das nuvens sempre pesadas
Das lembranças dolorosas
Das memórias que nunca apagam
Dos desaparecidos
Dos desencaminhados
Sem direção
Dos sem destino
Que já se deixaram
Que já ultrapassaram a única dimensão
Abriu-se o jardim do inverno que nunca cede
Da indiferença do universo que parece infinita
Do silêncio do túmulo que tremula em preces
Da inexistência do próprio fim
Do que um dia foi vida
Até à última espécie
E não haver mais dor, dúvidas ou dívidas
Até a ilusão da consciência desaparecer pra sempre
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