Segundo a psicologia evolutiva, se um traço ou comportamento encontra-se majoritário nas populações humanas, então, pode ser considerado como evolutivamente vantajoso ou adaptativo.
Exemplo: a crença religiosa, mesmo que esta tenha causado e continue a causar muitos problemas e que se trate de uma crença irracional, muito improvável de ser verdadeira, mediante a ausência de qualquer rastro de evidência que corrobore para a sua possibilidade. Uma crença que reflete uma profunda imaturidade emocional e intelectual de indivíduos que preferem acreditar em mentiras reconfortantes do que lidar com a verdade, seja qual for.
Pois pode ser que, histórica e atualmente, aqueles que são mais religiosos tenham mais filhos que os não-religiosos e até que exista uma relação com ser mais saudável e longevo, mas isso acontece porque esse tipo tem se firmado como maioria desde os primórdios de nossa espécie, basicamente um produto de sua auto domesticação, um mero correlato causado pela seleção positiva dessa disposição.
Considerar este cenário de maioria religiosa como algo evolutivamente positivo é o mesmo que considerar a baixa capacidade cognitiva como adaptativa, só por estar demograficamente prevalente.
Se para as outras espécies é possível concordar que, qualquer traço pode ser vantajoso, desde que contribua para sua adaptação, o mesmo não pode ser plenamente concluído para a nossa, porque enquanto não podemos ou não devemos interferir na evolução dessas espécies, é inevitável que o façamos com a humanidade e considerar uma crença que infantiliza as pessoas, como um traço evolutivamente vantajoso, só porque encontra-se presente na maioria, não é o mais adequado, se também precisamos julgá-la justamente pelo seu valor intrínseco.
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