Dizem "alguns' que a depressão e o suicídio são resultados da "falta de deus", "de fé".. Mas eu acredito que não sejam o mesmo tipo de descrença porque o ateísmo é em relação a deus e a depressao à vida. Se eu posso considerar o ateísmo como a possibilidade mais plausível, mas continuar buscando um sentido em viver, por exemplo, por experiências prazerosas (Ou de perceber que o sentido da vida está em si mesma). E eu posso ter uma crença inabalável em deus mas isso não impedir que fique muito deprimido e perca a vontade de viver, até mesmo desejando adiantar a minha "passagem" para a "eternidade".
Depressão clínica versus existencial
Também tem outro fator relacionado com essa discussão que pode confundir, a diferença entre a depressão clínica e a existencial. A primeira é causada por uma combinação de fatores: predisposição intrínseca a ser muito emocionalmente instável, que pode levar à depressão, mais gatilhos externos, como algum evento traumático. Já a existencial é a melancolia resultante do abraço ao hiperrealismo, ao nível mais alto de compreensão da realidade: de aceitar que só existe uma vida para viver, que somos todos iguais, essencialmente e/ou que somos criaturas sem importância diante da imensidão absurda do universo.
Concluindo, a descrença em deus pode levar à descrença no próprio sentido de viver, mas não significa que sejam causais. Pois se assim fosse todo ateu seria depressivo ou nenhum religioso padeceria de depressão. Ainda assim, é possível especular que, para algumas ou muitas pessoas, a crença religiosa pode funcionar como uma proteção. Isso também depende de quais pessoas estamos falando. Tem aquelas percebem maiores benefícios emocionais sendo ateias.
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